Duas semanas atrás

            Era tarde da noite.

            Cassandra estava voltando da faculdade sozinha, carregando consigo vários livros.

            Odiava fazer aquele caminho todos os dias, pois tinha que passar por um beco escuro e vazio, e isso lhe dava medo. Os crimes haviam aumentado de forma absurda na Filadélfia, e andar sozinha e desacompanhada numa rua vazia não era o mais aconselhável para uma moça de vinte e dois anos.

            Com passos rápidos, avançou na escuridão, até ouvir o barulho de um graveto sendo pisado.

            Cassandra parou e olhou para os lados.

            _ Olá?

            Antes que pudesse seguir adiante, alguém chegou por trás e a agarrou, prendendo-a de encontro ao corpo.

            _ Me solte! – ela gritou o mais alto que pôde.

            _ Shhhhhh... Eu posso realizar todos os seus sonhos, mas se você for uma garota ruim, realizarei todos os seus pesadelos – e ao ouvir isso, Cassandra sentiu uma mão em sua cabeça, um choque e logo depois desmaiou.

Atualmente

            Deve ser umas oito horas, pensei quando desci do carro. Estou acordada desde as seis, pois perdi o sono. Ainda bem que o chefe me chamou com urgência, porque eu não estava mais agüentando ficar em casa sem fazer nada. Preciso trabalhar.

            Atravesso a rua calmamente, indo em direção à cena do crime. Um policial me barra, mas mostro o meu distintivo e ele me deixa passar.

            _ Qual é o caso, chefe? – perguntei, me juntando com Scotty, Nick e Kat.

            _ Cassandra Levine, 22 anos. Desapareceu há duas semanas, enquanto voltava da faculdade. Um policial estava fazendo a ronda por essa área e encontrou o corpo aqui.

            Inclinei um pouco a cabeça, e pude ver o corpo de Cassandra. Estava muito maltratada, mas não havia sinais de machucados ou cortes. Também não tinha sido tirado do rio. Envenenamento? Tentativa de estupro seguida por assassinato? Bom, a perícia cuidaria disso.

            _ Por que você nos chamou, chefe? – indagou Scotty, tirando as palavras da minha boca.

            _ Fiz um levantamento dos casos que ocorreram nos últimos três meses, e foram encontrados mais de sete corpos com as mesmas características.

            _ Serial killer?

            Isto estava ficando interessante.

            _ Aí que está o problema, Lil. Não há nada de semelhante entre as vítimas. São mulheres e homens, de idades, profissões e características diferentes. Não há um padrão, ou um elo.

            _ Pode ser um psicopata que escolhe suas vítimas aleatoriamente. – sugeriu Kat.

            Boa, era o que ia dizer.

            _ O único ponto em comum entre as vítimas é que todas foram raptadas no meio da noite e encontradas mortas no período de mais ou menos duas semanas após a abdução.

            _ Pode ser qualquer um! – bufou Nick.

            _ Arrã. Teremos que fazer uma investigação profunda. Não quero mais nenhuma morte causada por esse psicopata.

            Todos nós assentimos, sabendo que tínhamos um grande caso em nossas mãos. Cada um foi para um lado, analisando a cena do crime.

            Levei os olhos para o outro lado da rua, e por um momento tive a impressão de que dois homens nos observavam. Não tive tempo de avisar ninguém, pois os dois estranhos se afastaram e sumiram da minha vista.

            Com uma estranha sensação, voltei à atenção para a cena do crime.