Secrets Of a Life 2 escrita por Ester Liveranni


Capítulo 2
Capítulo 2 - Terminando


Notas iniciais do capítulo

Oiiiiiiiii
O cap. tá lindo eu amei escrever,
Espero que gostem.
Boa leitura.



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Eu estava em uma rua, que me parecia familiar, e mesmo assim eu não a reconheci. Olhei para o outro lado da calçada e vi a figura de alguém sendo atacado por cães, eu não sabia quem era, mas deduzi que fosse uma garota. Ela caiu no chão e eu me preocupei corri ao seu encontro, mas ao chegar a garota havia desaparecido, só restaram os cães que agora estavam sentados, em posição de guarda, então me abaixei e apanhei o que eles farejaram minutos antes. Era um espelho dourado, com adornos que repousava sobre uma bandeja tão dourada quanto os arabescos dos espelho. Ao olhar para a imagem que ele refletia me assustei. Eu estava pálida, com cara de cansada. Apesar da primeira impressão ter sito ruim, agora eu estava curiosa, queria saber o que tinha acontecido, então alguém me chamou e eu acordei.

– Alice, acorda logo... Acorda vai. - Carlisle falou me sacudindo. - Se você não levantar eu vou fazer montinho! - ele ameaçou.

– Me diz, por que eu não levanto e te dou uns cascudos por me acordar antes das 10h?- falei me sentando.

– Por quê eu sou criança e você me ama!

– A é... – sorri ao constatar. - mais alguma coisa? - falei esfregando os olhos.

– Mamãe tá te chamando pro café. Agora!

– Sim senhor!- gritei teatralmente pulando da cama. Entrei no banheiro depois de enxotar o baixinho, então joguei uma água no rosto. Olhei para o espelho e comecei a me higienizar, eu me sentia diferente, como um descobridor ansioso dias antes da sua próxima aventura.

Eu sempre quis sair por ai viajar e conhecer pessoas e lugares distintos, fingir ser outra Alice, uma Alice minimalista ou inconseqüente talvez, mas agora que a hora chegou, estou com um medinho aqui dentro. medo de morrer de saudade do que deixarei aqui, das amigas, dos amores, das comidas, das lágrimas, das lembranças...de tudo.

Até do cabeça dura do Alec que não fala comigo desde que soube da mudança. Nós estamos saindo a umas semanas, ele o artilheiro principal do colégio, e além de lindo beija tão bem! O Alec não é babaca como os outros garotos do time, pelo contrário quando estamos juntos ele é muito fofo, o problema é que ele tem me evitado desde que ficou sabendo pela perua da Carmen que eu vou me mudar. E como estávamos saindo meio que às escondidas eu fico sem jeito de procurá-lo abertamente, pois vai que ele não gosta. Eu gosto muito dele, não quero que esse sentimento acabe.

Eu sei que não será fácil, mas eu preciso falar com ele antes de me mudar, não posso ir embora com o Alec bravo comigo, isso ia me deixar muito mal...

– Aliceeee! Anda!!! - gritou o pestinha.

– Já tô indo! - gritei.

Como hoje era sábado, coloquei o look faxina e desci, já que no dia anterior minha mãe deixou bem claro que hoje iríamos trabalhar, e muito!

– Bom dia! – falei dando um cheiro na minha mãe.

– Bom dia flor. – respondeu sorrindo.

– Cadê o pai?

– Foi lá fora pegar umas caixas e já volta. - ela falou me entregando o prato. - Agora sente e coma, antes que esfrie.

Sarcasmo mode ON

– Nossa suflê de arroz, eu nem acredito!

Quando eu falei minha mãe me olhou com uma cara tão feia que deu até medo.

Sarcasmo mode OFF

– Desculpa. - pedi em muxoxo.

– Tudo bem... eu também não gosto muito de suflê. Mas é bom! - ela falou dando uma colherada pra me convencer.

– Uhum sei... - falei olhando pra ela que fez uma cara muito engraçada.

– Er... o que você acha de umas torradas?

– Eu acho ótimo! - falei afastando o prato e nós rimos.

Minha mãe é bem nova tem só vinte e oito anos, acho que por isso somos tão próximas, minha mãe é uma excelente fotografa e uma ótima enfermeira. Meu pai e ela me adotaram quando eu tinha apenas sete anos, depois nasceu o Carl e aqui estamos! Meu pai tem trinta e três anos e é Alemão, ele é o melhor pai que uma garota poderia ter, também é um pianista talentoso e muito bom professor.

Depois do café cada um foi para um cômodo da casa “brincar de encaixotar”. Pensei no Alec o tempo todo, mas hoje eu falo com ele. Ou não me chamo Alice Cullen.

Graças aos céus depois do almoço meu pai conseguiu convencer minha mãe de nos liberar o resto do sábado com a promessa de que no domingo voltaríamos ao trabalho.

Depois de ser liberada corri pro quarto. Tomei um banho rápido, coloquei uma roupa e sai. Não levei nem a bolsa, só me dei ao trabalho de pegar o celular e a grana pro caso de eu ter que pegar um táxi.

– Onde vai Alice? – perguntou meu pai

– Vou dar uma passadinha lá no colégio, tem jogo hoje. – falei abrindo a porta.

– Querr que eu te leve? Estou indo lá no mercado...

– Vai demorar?

– Não só vou avisarr sua mãe e saímos.

– Beleza.

Sabe como é, eu ainda não tenho carro e uma carona não é nada mal.

Depois de me deixar no colégio meu pai foi ao mercado e eu nem pensei fui direto pro campo, até por que se pensasse muito poderia sumir a coragem ai já viu. Eu sabia que hoje o Alec tinha treino então fui até o campo e esperei ele aparecer, mas ele não estava jogando ai eu fui ficando sem paciência.

Corri até a arquibancada onde estava sentado um de seus amigos.

– David, sabe onde está o Alec?

– Pô mina ele não veio não, eu até liguei pra casa dele mas ele não tava.

– E você sabe aonde ele foi? Sabe se ele ainda vem?

– Olha a irmã dele falou que ele tinha ido a praia, deve ter ido a La Push, mas eu não tenho certeza...

– Ta valeu. Ahh e se você o vir, fala que eu quero falar com ele.

– Beleza, eu falo sim.

Sai do colégio que nem uma loca. No caminho encontrei a Angie e ela me deu uma carona a La Push. Nunca corri tanto na minha vida.

Quando cheguei na praia não o vi, então liberei a Angie tirei as botas e comecei a procurá-lo. Caminhei por meia-hora, mas a impressão que eu tinha é que já tinha passado umas cinco.

Quando finalmente o avistei fiquei sem reação. Acho que se tentasse falar não sairia uma única palavra.

Alec me olhava e parecia aborrecido, mesmo assim eu não hesitei.

– A gente precisa conversar.

– Nos não temos nada o que falar!

– Temos sim, por favor na faz isso. – choraminguei.

– Sobre o que você quer falar? Sobre como eu fiz papel de idiota na frente da escola inteira sendo o ultimo, a saber, que a MINHA garota ia se mudar.

– Não, por favor, vem cá, não faz assim. – falei segurando o seu rosto.

– Alice vai embora. – ele falou se desvencilhando.

– Eu ia te contar! Eu só não sabia como.

– Não tinha que saber, tinha que fazer! – vociferou. – Custava ser honesta comigo?

– Me perdoa... – falei aos prantos. – Não foi por mau.

– Alice vai embora. – falou, mas sem me olhar nos olhos.

– Então é assim que acaba?

– Acredito que sim. – ele falou e eu pude ver uma lágrima escorrer sobre a sua pele.

Era o fim, eu não teria outra chance, se fosse embora talvez eu não o visse nunca mais. Eu precisava, então sem dizer uma única palavra eu o beijei e ele correspondeu, um beijo quente, sofrido, cheio de angustia pela separação, mas cheio de carinho também. Quando o ar se fez necessário segurei seu rosto em minhas mãos e disse – Eu sinto muito. – e antes que eu me perdesse pela milésima vez na cor dos seus olhos eu partir.

Cheguei em casa e já havia anoitecido, caminhei até a cozinha para pegar um copo d’água então vi um recado de minha mãe na geladeira, dizendo que havia ido visitar dona Reené junto com meu pai e Carlisle e que não chegariam muito tarde. A água passou áspera pela minha garganta, senti aquele nó se formando então coloquei o copo na pia antes que eu o deixasse cair.

Caminhei até a sala, me sentei ao piano e toquei Adagio de T.Albinoni até o cansasso ser maior que a tristeza, então me deitei no sofá e só assim depois de muito tempo eu consegui dormir.

Alec PDV

–“Alice espera!”

Isso era o que eu devia ter dito, mas não o fiz. Ao contrário fiquei lá, remoendo o gosto amargo da perda enquanto as lágrimas lavavam o meu rosto. Haviam se passado meros segundo, entretanto quando me dei conta do quanto a minha atitude era tola, já era tarde demais. Ela já havia partido e não havia nada que eu pudesse fazer para voltar atrás.

Caminhei de volta pra casa desnorteado, sem muita vontade de existir . Eu havia chorado tanto que as minhas ultimas lágrimas pareciam ter levado consigo toda a minha vitalidade. Eu estava exausto, passei pela sala sem dizer uma única palavra. Subi as escadas, entrei no meu quarto, então me joguei na cama na esperança de que esse dia chegasse ao fim.

Não demorou muito e minha irmã apareceu. Jane era assim, mesmo quando eu queria estar só ela estava lá, ainda que eu não dissesse nada, ela estava ali, me fazendo companhia.

– Eu estraguei tudo Jane. – falei derrotado.

– Pra tudo dar-se um jeito.

– Eu duvido... Ela vai embora então nada será como era.

O silêncio reinou no quarto então eu perguntei.

– Jane, vai passar? – perguntei apoiando a cabeça em seu colo.

– Essa dor que está aí dentro?

– É!

– Não... não vai passar!

Ela constatou e eu bufei com um sorriso nervoso.

– Mas vai melhorar, e vai ficar mais amena, como um machucado que cicatrizou, pois ainda que não doa tanto quanto pensava, a marca vai continuar ai pra te lembrar.

– Então o que eu faço Jane? Fico aqui até a marca aparecer? - falei me sentando.

– Isso depende.

– Depende do quê? Por Deus seja clara! – disse me levantando já perdendo a paciência.

– Depende se você vai querer que essa marca seja uma doce ou uma amarga lembrança.

– Não compreendo... – falei andando pelo quarto.

– É simples, quando ela vai embora?

– Na sexta eu acho. - disse me sentando.

– Então você tem apenas cinco dias pra desfrutar da companhia dela. E mesmo ciente que depois disso será o fim, ainda assim terá valido a pena por que no fim meu querido irmão, independente do quanto chore, grite ou sofra os momentos felizes por menores que sejam valem mais!

Essa é minha irmã mais velha, sempre me confortando.

– Obrigado, não sei o que faria sem você! – Eu disse sorrindo e ela me abraçou.

– Disponha. – falou me beijando a testa antes de sair me deixando só com os meus pensamentos.

Eu fui fraco e orgulhoso demais pra perceber que se tratava de Alice e dessa coisa boa que eu sinto quando estou com ela. E é por esse sentimento que me enche o peito e que não me deixa, que eu não vou erra outra vez e amanhã mesmo que ela me odeie ou que diga não querer me ver nem pintado de ouro, ainda assim isso não vai me impedir de tentar.

Alice PDV

Minha mãe me acordou às sete pra me dar o veneno depois eu voltei a dormir. Lá pelas nove e pouca acordei com meu pai me gritando do andar de baixo.

– Alice!

– Já vô, já vô.

Desci a escada meio tonta esfregando os olhos. De pijama mesmo, já que o tom do Sr. Cullen parecia meio urgente.

– Então onde é o incêndio?

– Aqui... – ele falou apontando para a porta.

– Alec?

Alec PDV

Essa noite foi bem complicada pra dormir, na verdade acho que eu fiquei acordado tentando arrumar coragem, isso sim .

Eram 9:00h da manhã quando eu decidi sair. Eu não podia esperar mais, então troquei de roupa e fui até a casa da Alice. Fatidicamente tive que ir a pé, já que Jane havia saído com o carro, mas tudo bem, foi até bom. Assim tive mais tempo pra pensar no que dizer.

Bati na porta e logo vieram atender. Era o pai da Alice, eu até podia enrolar mais na hora eu fiquei nervoso e acabei falando demais.

– Posso ajudarr? – indagou meu futuro sogro.

– Er... A Alice está?

– Ela está dorrmindo...

– O Senhor é o pai dela certo?

– Sim...? - ele franziu o cenho

– Er...Na verdade eu vim aqui...pedir a Alice em namoro.

Senhor Cullen me olhou surpreso antes de balbucias - Só um instante.- falou se virando para a escada - Alice! – gritou.

Não demorou muito e ela apareceu de pijama e com cara de sono.

– Então onde é o incêndio? – ela falou.

– Aqui... – o pai dela falou apontando pra mim.

– Alec?

– Er... Oi! – falei sem graça.

– Querido quem é? - disse a Senhora Cullen.

– Sabe que isso é uma perrgunta bem interressante... Sr. Cullen falou e juro que eu tremi todo.

– Mãe, pai esse é o Alec... ele estuda comigo e...

– Um amigo, entra fica a vontade! – a Senhora Cullen falou me guiando para a sala, provavelmente notando o clima tenso. - Senta, quer café, um suco?

– Não obrigado! – falei me sentando no lugar indicado.

– Então rapaz, você não querria falar com a Alice, aí está!

– Er... Alice, eu... vim aqui... pra perguntar pro seu pai, se ele deixa você namorar comigo...

– Eu não sei se a Alice te contou, mas nós estamos de mudança. - ele me interrompeu.

– Eu sei. - Fiz uma pausa. - Vocês vão embora... mesmo assim eu estou aqui pedindo a permissão do senhor pra namorar com sua filha, ainda que seja pelos próximos cinco dias... Então o senhor deixa? – falei sem medir conseqüências.

– Depende dela, se a Alice quiser... – ele falou meio a contra gosto.

– Ain eu quero! – ela falou pulando no meu pescoço.

Eu estava tão feliz que parecia que tinha acabado de ganhar o campeonato estadual. Se eu soubesse que ia ser tão bom tê-la em meus braços sob a permissão de seus pais já teria pedido há muito tempo.

Fomos interrompidos pelo pigarro de alguém então a Senhora Cullen se pronunciou.

– Bom agora que estamos todos conversados o que acham de tomarmos café?

– Eu acho ótimo! – Alice falou ainda agarrada em meu pescoço.

Eu queria beijá-la mas não queria afrontar seu pai tão cedo, então a coloquei no chão.

– Ok então Alice vai lá pra cima se arrumar, enquanto isso vamos a cozinha que eu irei lhe apresentar Carlisle, não é Edward? - falou minha sogra.

– É... - respondeu o Sr. Cullen.

Alice PDV

– “Nossa eu to tão feliz, nem acredito que eu to namorando!”

Fui que nem um raio pro meu quarto, tomei um banho, escovei os dentes, ajeitei o cabelo depois corri pro closet na esperança de encontrar algo descente pra vestir. Mas não encontrei, então coloquei um shortinho jeans com uma regata branca e um tênis.

Quando cheguei à cozinha o Alec estava a mesa junto com meu pai e meu irmão, tão lindo, enquanto minha mãe servia o café.

– Nossa filha, demorou.

– É que eu não tava achando o tênis. – mentira.

– Entendo, agora senta e toma o seu café.

– Tá! – Eu to tão feliz que seria capaz de comer uma panela de suflê de arroz se ela me desse que eu nem ia ligar.

Eu tava loca pra beijar o Alec. Sempre que ele me dava aquele sorriso eu quase me desmanchava inteira na mesa. Meu pai é claro, ficou fazendo um monte de perguntas bobas, mas era tudo tão incrível que eu nem perdi meu tempo ficando brava com ele.

– Então Alec, você tem algum compromisso hoje?

– Na verdade não...

– E o que acha de passas o dia conosco? – minha mãe convidou enquanto meu pai a fuzilava com os olhos.

– Se não tiver problema.

– Problema nenhum, ainda mais agora que você faz parte da família.

Ela falou e eu abri o maior sorrizão. O Carl por sua vez não tava nem ai, terminou o suco e foi ver desenho lá na TV do quarto. Depois do café Alec e eu fomos pra sala encaixotar uns livros. Eu não agüentava mais o meu pai sondando a gente, foi ai que a mãe mais perfeita do mundo (a minha, modéstia a parte), apareceu e arrastou o meu pai pra fazer alguma coisa lá fora.

Eu nem acreditei.

– Er... você acha que eles vão demorar? – perguntou com cautela.

– Talvez. – falei me aproximando.

– Então não tem problema se, eu te der um beijo rápido talvez ninguém perceba...- com a mão na minha cintura.

– É talvez. – deslizando a mão no seu cabelo.

– Ótimo! – ele falou me puxando.

Foi coisa de um segundo e eu havia perdido o chão! Suas mãos me prendiam com firmeza perto dele. Seus lábios mapeavam os meus como se nunca os tivesse sentido, o gosto doce da sua boca era entorpecente. Me afastei para pegar ar, ele por sua vez me pressionavam ainda mais contra o seu corpo reclamando a distancia que eu inutilmente tentei impor. Já que não havia passado nem um minuto e lá estávamos nós, nos atracando de novo.

Infelizmente, como alegria de Alice dura pouco, ouvimos passos na porta da frente e fomos obrigados a nos separar. Depois que minha mãe passou para a cozinha, ficamos rindo feito bobos pela possibilidade de quase ter sido pegos. Depois do almoço fizemos uma pausa sentados no jardim.

– Alice, você acha que seus pais deixam você ir lá pra casa amanhã?

– Não sei, tenho que perguntar a minha mãe. Por quê?

– Ahhh nada demais, só queria que você conhecesse a minha irmã.

– Tudo bem, eu peço pra ela e depois te falo.

Isso era tudo o que eu queria, imagina só eu e o Alec na casa dele OMG, lá tem muito menos gente do que aqui. Tá parei! Mas falando sério, como será a irmã dele? Só espero que ela goste de mim...


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Notas finais do capítulo

Obrigada gente por tudo mesmo.
Tô amando cada review então continuem.
Amanhã tem mais ok
*Bjox*