Chovia torrencialmente naquela noite, o vento frio fazia estremecer o corpo da pobre mulher grávida, que caminhava batendo de porta em porta em busca de uma boa alma que lhe oferecesse abrigo.

Exausta e sem esperanças ela se apoiou em um imenso portão de madeira e se sentando no chão úmido suplicou pela milésima vez por ajuda.

- Por favor, alguém... – a mulher chorava segurando a barriga.

A rua estava deserta, os gritos de dor que a pobre mulher dava, eram abafados pelo som da chuva. Em uma ultima tentativa desesperada a mulher se reergueu e de punhos fechados esmurrou o portão até que esse lhe causasse os primeiros ferimentos.

- Quem é? – uma voz perguntou baixinho.

- Por Deus... me ajude! – ela murmurou antes de desfalecer.

Do outro lado do portão se ouvia uma correria, não demorou muito e ele se abriu.

- Ande irmã, chame as outras, precisamos de ajuda. – A Madre gritou.

- Sim Madre! – ela foi e logo retornou com reforços.

- Por aqui meninas!

Enquanto carregavam a mulher para dentro ela despertou.

- A bolsa estourou! – Disseram minutos antes da mulher dar a luz.

...

Edward PDV

Abri os olhos e me deparei com o rosto da mulher mais linda do mundo, que por sorte ou por obra do destino é minha esposa a exatos dez anos. Temos uma família linda e filhos maravilhosos, e apesar de todos os problemas acredito que estamos nos saindo muito bem. Esses dias andei pensando nos meus pais, na nossa convivência, sinto falta daquele tempo, e me pergunto sobre a infância do meu anjo, será que ela sofreu muito no orfanato? Será que ela sente a falta dos pais? Será que ela chegou a conhecê-los? Essas são perguntas simples, entretanto vez ou outra me pergunto se tenho conseguido fazer a minha Bella feliz.

- Terra para Edward, terra para Edward... – meu anjo falou me tirando de meus pensamentos.

- Bom dia Meil Angel. - sorri

- Bom dia! - respondeu me beijando.

- Dorrmiu bem?

- Sim, e você? Está tão pensativo. – ela falou deitando com o rosto do meu peito.

- Nada, bobagem...

- Tudo bem, quando quiser me contar estarei aqui.

- É que eu estava pensando na nossa família e...

- Fala amor!

- Você nunca me falou sobre seus pais, se gostaria de conhecê-los em fim.

- Ah eu não falo por que não me lembro deles. A irmã Agnes disse que eu fui entregue ainda bebê então...

- E nunca teve curiosidade?

- Quando era criança sim, mas agora eu tenho você e as crianças. Não tenho do que me queixar. – falou prendendo o cabelo. – Sem falar que a Dona Reené sempre foi uma mãe pra mim!

- Entendo...

- É só isso? – indagou me olhando nos olhos.

- Sim.

- Então vem, vamos levantar, pois ainda tem muita coisa pra arrumar antes da mudança. – disse tirando a coberta.

- Er... só mais uma coisa. – falei hesitante. – Eu te faço feliz?

Ela me olhou surpresa e logo a resposta veio acompanhada por um sorriso.

- Você me faz tão feliz que às vezes me pergunto se isso que eu sinto não é crime. Até por que algo tão bom só pode ser proibido. Agora vamos, que hoje o dia está cheio! – falou se levantando.

- Bella!

- Sim.

- Eu te amo!

Ela se aproximou, sentou no meu colo, segurou meu rosto entre as mãos, olhou nos meus olhos e disse.

- Eu também te amo, hoje amanhã e sempre!