Jasper PDV

 Ainda deitado e de olhos fechados, recordei com detalhes o dia anterior. A ansiedade que eu sentia ao esperar que ela saísse do banheiro, do cheiro dela misturado ao meu enquanto ela se contorcia entre gemidos, à medida que eu a penetrava, o calor que emanava de seu corpo e o meu medo de machuca-la nos momentos em que eu achava que perderia o controle.

            Com Alice, tudo tinha um gosto doce, a pele, o toque, a voz, os gemidos, os sorrisos. Sentir ela se contorcendo a cada uma das minhas investidas era como chegar ao paraíso acompanhado do pecado. Com ela eu nunca me canso, com ela nada é entediante, é como se tudo com ela fosse correto, verdadeiro, digno.

Das que vieram antes dela já nem me recordo o nome, é como se não existissem ou não tivessem importância.

O despertador tocou, e eu sabia eu era a hora de levantar. Peguei uma calça Jeans, uma camiseta qualquer e desci antes que me chamassem pro café.

Mais tarde ao chegar à casa de Alice, pensei em buzinar, mas fiquei com medo de acabar acordando a rua inteira, então resolvi agir como um cara normal tocar a campainha.

Ela estava linda, vestindo uma blusa com um decote que a deixava como sempre a mercê dos meus olhos.

– Nossa você me salvou – ela disse entrando no carro.

– Salvei?- respondi dando a partida. - Do quê?

– Nada, depois eu explico. – respondeu batendo a porta, antes de sairmos.

A aula foi chata, e eu já estava ficando impaciente. Na hora da saída eu tava louco pra ver a Alice, mas ela me ligou falando eu ia pra casa de uma amiga, então eu voltei pra casa e depois do almoço fiquei passando umas musicas pro ensaio de amanhã.

A noite eu queria ligar pra ela, mas como ela disse que ia me ligar quando chegasse eu achei melhor esperar, ao invés de bancar o chato.

Alice PDV

Depois de passar à tarde com minhas amigas loucas, voltei pra casa, pois já estava escurecendo. Mamãe me preparou uma lasanha vegetariana que estava até bem gostosa. Meu pai ligou avisando que ia chegar tarde, e Carlisle foi dormir na casa de um amigo. Depois do jantar, fui correndo pro meu quarto pra pegar o carregador, pois só tinha um pontinho de bateria no meu celular, e como eu pretendia ligar para o Jass achei melhor me precaver antes de ser interrompida no meio da conversa.

Enquanto o telefone carregava resolvi tomar um banho, e quem sabe depois de ligar pro Jass finalmente dormir. A água estava amena, e a banheira acolhedora. Fiquei dentro dela até os meus dedos enrugarem, fo quando resolvi sair e ligar pro meu namorado antes que ele fosse dormir.

– Alô Jass.

– Oi minha deusa, chegou bem?

– Cheguei.

– Você demorou a ligar, já tava preocupado.

– Foi mal, é que o telefone tava sem carga, ai eu resolvi tomar um banho, enquanto ele carregava. E você o que tá fazendo?

– Tô aqui morrendo de saudade.

– Não, sério, tá fazendo o que?- perguntei sorrindo deitando na cama.

– É sério, não consegui nem comer de tanto que eu senti a sua falta hoje.

– Ah tá bom, se você estivesse com tanta saudade assim tinha vindo me ver. – chantageei.

– Não posso minha deusa, os meus pais saíram e mesmo a Esme estando quieta eu tenho que ficar aqui cuidando dela. Sem falar que eu estou na garagem arrumando a minha moto, então... não vai dar.

– Umm, tá sozinho é?

– Eu tô, por que?

– Ahhh sei-lá, já que você não pode vir eu acho que eu poderia quem sabe passar ai pra pegar meu beijo de boa noite, posso?

– Toda hora. – ele falou e eu pude ouvi-lo rindo do outro lado da linha.

– Beleza, tô chegando.

– Ok.

Desliguei o telefone e fui correndo pro meu armário, peguei um shortinho jeans e uma camiseta básica. Desci pelas escadas na pontinha do pé, mas nem foi preciso, por que a minha mãe estava em seu estúdio e nem me ouviu passar. Sabe morar na mesma rua que o namorado tem suas vantagens. Cheguei lá em menos de cinco minutos e como ele falou que estava na garagem resolvi olhar lá antes de qualquer outro cômodo da casa. Jasper estava agachado na frente da moto, sem camisa e com as mãos cobertas de graxa.

– Vim buscar meu beijo. – falei o tirando do foco de sua atividade.

– Que bom. – falou se levantando. – Mas só veio buscar um? – perguntou com aquela cara de safado.

– Se você quiser me dar mais, eu aceito. – Sorri me aproximando da bancada e me sentando nela. – Vai depender de você.

Jasper tentava limpar a mão em uma flanela, mas tão logo desistiu e a jogou no chão antes de vir ao meu encontro. Ele se posicionou entre as minhas pernas, apoiando os braços na lateral da bancada.

– Eu dou quantos você quiser minha deusa. – disse mordendo o canto da boca.- Quantos você quiser.

Jasper me pressionava contra a bancada enquanto eu arfava contra o seu peito nu, quente, forte. Sua boca me devorava com tanta ferocidade que em pouco tempo tive de me afastar em busca de ar, e em fração de segundos eu já estava ansiando por um pouco mais da sua boca. Cruzei minhas pernas em sua cintura reduzindo ainda mais o espaço entre nós dois e pude sentir sua rigidez me pressionando o baixo ventre por sobre a roupa. A essa altura eu já estava mais do eu quente. Sem dó alguma arranhei suas costas como reflexo do meu desejo.

– Jas...per, eu não posso demorar. – falei tirando a minha blusa.

– Eu sei, eu sei. – ele respondeu desabotoando o meu short.

– Então anda logo! – falei quase arrancando o botão de sua calça.

– Espera! Alguém pode chegar. – falou me encarando.

– Você tem razão. – falei me perguntando por que não havia escolhido uma saia.

– Quer ir lá pra cima?

Titubeei com a oferta, mas já era tarde e nem o telefone eu havia levado.

– Bem que eu queria, mas lá em casa ninguém sabe que eu estou aqui. – falei olhando minha blusa que estava na bancada.

Derrotado e meio ofegante ele se afastou.

– Então é melhor você ir. – ele falou se apoiando na moto.

– Tem razão, já tá tarde. – falei me vestindo relutante, é claro.

– Te vejo amanhã?- disse meio inquieto enquanto bagunçava ainda mais o cabelo.

– Claro, sem a sua carona eu vou a pé esqueceu?

– Não, não esqueci. Eu tô falando depois da aula.

– Eu não sei, amanhã é dia de hemodiálise, eu devo ficar lá um bom tempo, então nem precisa me esperar na hora da saída por que minha mãe vai me buscar depois do intervalo.

– Mas se você quiser passar lá em casa no final da tarde eu já vou ter chegado.

            – Não vai dar, amanhã tem ensaio.

            – Tudo bem, então a gente se vê de manhã.

            – Ok, agora vai lá antes que a sua mãe chame a policia. - Falou me dando um beijo.- E me liga quando chegar.

– Tá bom. – falei lhe dando um selinho.

A volta pra casa foi corrida, isso mesmo, eu dei uma carreira até em casa tão grande que meu coração quase saiu pela boca. Ao chegar respirei fundo e abri a porta com o máximo de calma possível.

– Alice, onde você estava? – perguntou minha mãe sentada no sofá da sala.

– Fui no Jass vê se ele estava com o meu caderno. – disse dando um passo em direção à escada.

– E ele estava?

– Não, acho que esqueci na casa da Kate. – falei subindo a escada antes que ela me perguntasse mais alguma coisa.

– Alice!- ela gritou e eu dei meia volta.

– Sim. – respondi.

– Não esquece de colocar essa roupa no cesto.

– Mas ela tá limpa. – respondi.

–Tem certeza? – ela falou antes de voltar a ler com um sorriso no rosto que me deixou na dúvida.

– Tenho. – disse indo pro meu quarto.

Do jeito que eu estava suada achei melhor tomar outro banho, só que agora frio, pra vê se acalmava os meus ânimos. Arranquei a roupa e fui jogar uma água no corpo. Quando voltei pro quarto entendi o que a minha mãe estava falando.

Meu short estava todo sujo de graxa. Sem falar a marca de mão que o Jasper deixou na altura do bolso. Fiquei rindo que nem uma boba, então liguei pro Jass, pra avisar que estava tudo bem e aproveitei pra contar sobre o ocorrido. Ele morreu de rir e nós conversamos até eu pegar no sono. Mas eu preferia continuar acordada, pois nem em meus sonhos eu fui tão feliz quanto estou sendo agora.