Com a cabeça apoiada no peito dele fechei os olhos preguiçosamente, tentando prolongar o momento, então os abri e inconscientemente dei um sorriso.

– O que foi?

– Nada... - falei me aconchegando um pouco mais.

O telefone tocou

– Agora não... - resmunguei ao sentir ele se afastar.

Ele riu antes de se levantar pra pegar o celular.

– Eu sei, mas pode ser importante. - disse se sentando ao meu lado. - É a minha mãe.

– Fala... Ok, eu aviso.

– O que foi?

– Ela falou pra você buscar o seu irmão no colégio que ela e a sua mãe vão sair.

– Estranho, por que ela não ligou pro meu telefone?- falei me enrolando no lençol antes de sair da cama.

Jasper riu.

– Que foi?

– Nada.

– Fala.

– Só achei engraçado você ficar com vergonha de eu te ver nua depois do que a gente fez.

– Vergonha eu? – falei enquanto o lençol deslizava pelo meu corpo. – Não sei do que está falando. – respondi lhe virando as costas.

– Ahh não sabe. – disse enquanto se aproximava.

–Não, não sei. – respondi me virando para encara-lo, foi quando ele me abraçou pela cintura fazendo com que meus pés saíssem do chão. – Jasper! Me solta.

– Não. – disse com o corpo rente ao meu. – Só se me der um beijo.

– Tá bom, eu dô.

E como sempre o beijo começou lento, e já foi o bastante pra ele me deixar cheia de vontade, sem falar no contato com o corpo de Jasper que quase me faz queimar por sobre a pele.

– A gente tem que ir. - falei tentando me convencer.

– Então desce. – ele riu.

– Hã? – disse olhando pra baixo, pois sem perceber já estava com as pernas envolvendo a sua cintura. - A tá, foi mal. – ri meio sem graça enquanto descia.

– Que nada, fica a vontade. – respondeu morrendo de rir da minha falta de jeito.

Enquanto ele pagava a conta eu fiquei esperando no carro procurando o telefone dentro da maldita bolsa.

5 Chamadas não atendidas.

– Nossa, ela vai falar pra caramba.

Bom, ela sem dúvida vai falar bem menos do que falaria se soubesse o que eu acabei de fazer. Pra falar a verdade nem eu mesma acredito, me sinto madura, como se eu fosse outra pessoa, me sinto até mais alta. [risos]

O caminho de volta foi tranquilo, Jasper me deixou em casa e foi ajudar o pai dele com a moto e eu fui tomar um banho antes de ir buscar o pestinha na escola. Carlisle estava todo sujo de tinta e veio tagarelando sobre o garoto que tacou tinta no cabelo de uma menina na escola.

Quando eu cheguei em casa estava morta de cansada, até chequei a glicemia, mas estava tudo bem, então me deitei pra tirar um cochilo antes do jantar, foi quando o telefone tocou. Do jeito que eu estava eu atendi o telefone.

– Alô.

– CONTA TUDO!!! – gritou Kate.

– Tudo o que? Ahhh, espera a Sam tá na linha. – Fala Sam.

– Foi mal amiga mas a Kate perguntou e eu acabei falando.

– Não, tudo bem relaxa. Por sinal ela tá na linha, espera que eu vou fazer conferência.

– Pronto!

Kate: - Por que essa demora?

Alice: - É que a Sam ligou.

Sam: - O que tem eu?

Alice: - Nada só falei que você ligou.

Kate: - Mas que enrolação, fala logo liberou ou não a ”Alicinha”

Sam: - Nossa como você é sutil né Kate.

Kate: - O que eu falei demais?

Alice: - Nada, deixa pra lá.

Kate: - E ele é tudo o que dizem?

Alice: - Não sei, o que quê dizem?

Sam: - Nada! Kate fica quieta.

Alice: - Não, agora fala!

Kate: - Ah, cê sabe... falam que é enorme!

Alice: - Ahh é isso...

Sam: - Kate eu não acredito eu você perguntou isso.

Kate: - Eu não vejo nada de mais...

Sam: - Dá pra você ficar quieta que eu não tô ouvindo a Alice falar. Vai Alice conta!

Alice: - Jura? Tem que ser agora?

Sam: - Por que? Tá ocupada?

Kate: - Ele ainda tá aí? Nossa o dia inteiro! “Alicinha” tirando o atraso.

Alice - Não garota, eu tô em casa!

Kate: - Então contaaaa eu tô doida pra saber!

Alice: - Mas eu tô morta de cansada, dá pra ser amanhã?

Sam: - Tudo bem amiga, vai descansar.

Kate: - Uhmm tá cansadinha é danada!

Alice: - Kate!

Sam: - Sério Kate ninguém te merece!

Kate: - Tá, tá bom a gente se fala amanhã depois da aula.

Alice: - Valeu beijo meninas.

Sam: - Beijo flor.

Kate: - Beijo, tchau.

Essas meninas são um absurdo, só falta agora me ligar a Angie. Em fim, acho que eu desliguei o telefone com a força do pensamento, por que nenhum músculo meu estava respondendo. Dormi crente que ia acordar pro jantar e só acordei com o despertador na manhã do dia seguinte.

– Droga!- resmunguei antes de levantar.

Tomei um banho, medi a danada, me arrumei e desci pra tomar café antes do Jasper chegar. Ao entrar na cozinha não olhei diretamente a ninguém, eu sei é bobeira, mas eu me sinto como se estivesse escondendo algo, de certo modo até estou. Não é bem como se eu tivesse matado um cara, mais sei-lá é uma sensação estranha.

– Bom dia pai, bom dia mãe.

– Bom dia. – eles responderam.

Peguei uma torrada e sentei a mesa, foi quando eu notei que meu pai estava me encarando com um olhar muito estranho.

– Que foi?

(Meu Deus será que está na minha cara que eu perdi a virgindade?)

– Nada, só que você está diferrente. – Ele falou ajeitando o jornal.

– Diferente como? - perguntei já em pânico.

(Relaxa Alice, não tem como ele saber!)

– Só diferrente... iluminada talvez. – falou cortando uma fatia de bolo. – Não é Bella, ela não está mais bonita.

– Verdade. – disse me beijando a testa - Tá linda a minha filhota. - falou se sentando e eu já suando frio.

(Eles sabem, eu não sei como, mas eles sabem.)

– Obrigada. – Agradeci com um sorriso amarelo.

– Então Alice, como foi a aula ontem? – indagou a minha mãe e eu a torradinha entalar bem no fundo da garganta.

Dei um gole no suco.

– Foi boa. – falei dando outra mordida e torcendo pro Jass não demorar nem mais um segundo.

– E o Jasper, viu ele ontem? – ela perguntou e a campainha tocou.

(Graças a Deus!)

– É a minha carona. Tô indo! – Falei enquanto passava pela porta da cozinha feito um tufão.

– Nossa você me salvou, falei entrando no carro.

– Salvei? Do quê?

– Nada, depois eu explico. – Falei batendo a porta e engolindo o ultimo pedaço da torrada.

Na aula a hora estava demorando muito a passar, Kate ficou o tempo inteiro me mandando bolinhas de papel com comentários idiotas e eu fiquei que nem uma loca tentando esconde-las da professora passava desconfiada pela minha mesa. Finalmente a aula acabou e eu fui praticamente sequestrada pelas meninas. Pra ter uma ideia de como foi, elas nem me deixaram ir até o Jass, eu fui obrigada a dispensar a carona dele pelo telefone mesmo. O caminho até a casa da Kate foi aquela bagunça todo mundo perguntando ao mesmo tempo, eu não sabia nem por onde começar.

– Então, como foi?- indagou Kate pela milésima vez.

– Foi... perfeito!

– Sério? Não doeu? – perguntou Sam.

– Ahh um pouco, mas até que foi tranquilo, no começo foi meio incomodo, mas depois e olhei pra ele e vi que eu queria muito isso e que ele tava realmente preocupado comigo, ai eu relaxei e ficou tudo bem.

– Ainn, que lindo! – falou Sam.

– E como você tá se sentindo?- Indagou Kate (pelo incrível que pareça)

– Eu estou ótima, é como se eu pudesse atravessar o pacífico, ou correr uma maratona, eu me sinto leve e elétrica ao mesmo tempo, é diferente, eu não consigo explicar. O sorriso não sai do meu rosto, eu tô tão feliz!

– Ahh, que legal, por que a minha primeira vez foi muito engraçada. – falou a Sam rindo.- Sério, foi com o meu melhor amigo debaixo da escada lá de casa.

– Nossa! E você Kate, como foi?- indaguei.

– Como foi o quê?

– A sua primeira vez?

– Foi ruim, com um cara idiota em uma festa estupida, em fim nada que eu queira lembrar.

– Que brabo... mas você tá legal?

– Claro, eu sou Kate Watson meu bem, nada me abala tão fácil! Agora mudando de assunto a Sam te contou como o esse melhor amigo era nerd?

– Não! Sério?- indaguei.

– Sério, mas nem vem que ele era legal.- ela falou jogando uma almofada em Kate que começou uma guerra de travesseiros do nada.

Eu amo essas malucas, mas o que eu mais queria agora era saber do Jasper. Será que ele está sentindo a minha falta?

Espero que sim.