Geisha escrita por Najayra
Notas iniciais do capítulo
Hello! Agora sim, um capítulo razoavelmente grande e com narrador em primeira pessoa. Muita ação está prevista para esse de hoje. Divirtam-se
[Narrado por Shizuka]
Eu estava perambulando pela sala, inquieta, de um lado para o outro. Minha cabeça estava zunindo. Como eu faria para ter tudo aquilo? Talvez fosse loucura... Talvez não... Rika adentrou a sala, atrapalhando minha concentração.
- Onde está Marine?
- Consolando Kimura.
- “Co-consolando”?
- Não. Literalmente, consolando. Precisa ter o título de sua mulher antes de lhe entregar o “ouro”.
- Ah, claro. E você, o que faz aqui?
- Pensando.
- Em que?
- Quantos regimentos tem o exército do Imperador?
- Não chega nem a um regimento direito.
- Pessoa inútil...
- Mas pra que quer saber?
- Rika, por acaso, já sonhou em ser...general?
- Está enlouquecendo?
- Quero organizar esse exército. Treinar estes soldados
- Desde quando tem ideias megalomaníacas?
- Isso se chama talento, Rika. Sabe que somos capazes de fazer isso.
- Você quer tomar o Império pra si...
- Não, pra nós, minha irmã.
- Shizuka... Por acaso está deixando a vingança lhe subir a cabeça?
- Que vingança! Está louca!
Rika segurou meus ombros com força e eles começaram a queimar como brasa.
- Não somos assim! Acorde, Shizuka!
Me concentrei e fiz o chão tremer sob os nossos pés. Quando ela ouviu um estalo do chão prestes a rachar, soltou-me e me olhou espantada.
- Shizuka. O que houve com você? – depois dessa fala, ela saiu da sala.
=§=
[Narrado por Aniya]
Estava passeando pelo jardim, admirando algumas rosas amarelas, quando ouvi gritos. Vinham de fora dos muros do palácio, talvez fossem camponeses. Mas eram gritos diferentes, gritos de medo e outros furiosos. Fui até uma das árvores do jardim e a escalei para poder ter uma visão melhor. O que vi foi hediondo. Soldados desconhecidos atacavam camponeses. Crianças e mulheres gritavam enquanto seus maridos tentavam defender sua família. Um dos soldados havia me percebido, mas só fui notar isto quando senti uma flecha movendo o ar ao seu redor e vindo em minha direção. Ao desviar da flecha, me desequilibrei e cai da árvore. Ergui meu corpo rapidamente, mas o corte em minha coxa tornou impossível a missão de correr. Andei o mais rápido que pude até o Irie e Kimura, eu tinha de avisá-los.
Entrei no salão principal e chamei a atenção de todos, talvez pelo sangue que escorresse de minha perna. Avistei Irie, Kimura, Marine, o Imperador sob o cuidado de seus vassalos e Rika, que parecia chegar naquele momento.
- Minha nossa, Aniya! – Marine correu até mim.
- Estamos sendo atacados! Os camponeses gritam e os soldados logo chegarão ao palácio!
- Chamem os soldados para defender o palácio! Os camponeses se viram! – gritou Kimura.
- Não! – Rika interveio – Precisamos atacá-los. Sem os camponeses, nós sucumbiremos.
- Ela está certa. Kimura, venha comigo. – Irie foi até Rika – Meu amor, fique segura aqui. – ele a beijou e seguiu com seu irmão.
- Você também, Marine. – Kimura se agachou para beijá-la.
Enquanto os dois saíam, Shizuka chegava ao recinto.
- Mas o que houve aqui?
- Ataque inimigo. – respondeu Marine.
Shizuka imediatamente olhou para Rika, que se mostrava apreensiva. Ela apertou as mãos em punho e abaixou a cabeça, parecia pensar em algo.
- Shizuka...
- Sim? – ela sorria com vitória. Por que seria?
- Traga nossas armas... Imediatamente.
- Imediatamente. – Shizuka concordou com a cabeça e saiu correndo.
- Marine, pode cuidar desse ferimento de Aniya?
- Ahn... Com alguns minutos...
- Você tem cinco.
- Acho que posso.
- Trate de conseguir. Terá que empunhar suas espadas... E dessa vez não será contra mim. – Marine começou a me tratar.
- Mas o que estão planejando? – perguntou o Imperador.
- Senhor. Compreendo que não goste de mim ou de minhas irmãs. Mas se quiser viver, terá que confiar em nós. Pelo menos agora.
- Ahn... Eu... Eu não...
- Confia em nós, senhor? – enfatizei.
- Ok. Conto com vocês. – ele abaixou a cabeça, derrotado.
- Muito obrigada. – Rika agradeceu.
Logo Shizuka chegou. Uma bisento (espécie de lança) para Rika, duas katanas para Marine e um arco-e-flecha para ela.
- Irá lutar, Aniya? – ela perguntou, disposta a voltar e pegar outra arma.
- Vou, mas de mãos limpas. – todas me olharam com os olhos arregalados por medo e espanto – Relaxem. Vou me conter, prometo.
- Tome cuidado. – Marine tocou meu ombro. Eu acenei com a cabeça.
Os gritos dos soldados ficavam cada vez mais evidentes.
- Estão vindo. – eu avisei.
Todas nos posicionamos em formato de lua crescente, logo à entrada do salão principal.
- Três, dois, um... - Shizuka contou de acordo com as vibrações que sentia no chão – Zero.
Os soldados avançaram assim que viram quatro mulheres ingênuas, ridiculamente em posição de defesa. A primeira atacada foi Rika, que se defendeu com a bisento, apoiada pelas duas mãos, acima da cabeça. Marine não esperou e avançou contra dois de uma vez.
- Aniya! Me dê cobertura! – Shizuka pediu e correu um pouco para trás.
Ela esticou o arco e mirou suas flechas nos que vinham mais atrás dos outros. Eu lutava contra os que iam em direção à Shizuka. O Imperador assustado se escondia atrás dos vassalos que empunhavam espadas, só por precaução. Um dos soldados havia passado por nossa barreira e ia em direção ao Imperador. Rika o avistou.
- Marine! – ela pediu que Marine cuidasse de sua parte por um segundo.
Ela fincou a bisento no chão e, com um impulso, se lançou na frente do soldado. Ao arrancar a arma do chão, usou a outra extremidade do cabo para acertar o estômago do soldado que se encolheu no chão, ela aproveitou e lhe decepou a cabeça com a parte de metal. O sangue banhava o chão e o Imperador tremia de medo.
- Precisamos guardar algum para arrancar informações! – Marine gritou enquanto Rika retomava seu posto.
- Deixem o último então. – disse Shizuka.
- Irie também trará um, com certeza. – Rika se manifestou.
- Se ele não avisar, Kimura matará todos.
=§=
[Narrado por Irie]
Eram muitos soldados. Estavam bem armados, diferentemente dos nossos. Que exército medíocre nós tínhamos. Kimura estava fazendo um ótimo trabalho... Matava todos.
- Ei, Kimura! Deixe um para o interrogatório!
- Que chato! Posso matá-lo depois?
- Pergunte para Marine. – ele riu e eu também.
Só depois de muito tempo que percebemos quantos soldados haviam passado por nós. Os camponeses já estavam bem e livres dos assassinos.
- Marine... – Kimura me olhou assustado.
- As meninas! Nosso pai!
Corremos para o salão principal e Kimura veio arrastando o cara sobrevivente. Quando chegamos, ficamos mais assustados que antes, quando pensamos que algo poderia ter acontecido a elas. Muito sangue sob os vários corpos que enfeitavam o chão do salão. Todas as meninas estavam sujas de sangue, principalmente Marine e Rika, que apontavam suas armas para o único soldado sobrevivente.
- Mas o que... – fiquei atônito.
- O que houve aqui? – perguntou Kimura, incrédulo.
- Cuidamos de alguns. – Shizuka respondeu.
- Alguns? – perguntei.
- Seguramos este aqui. – Marine se manifestou.
- Vocês são monstros! Mulheres-demônio!!
Marine fez um corte no rosto do soldado.
- Marine! – Rika brigou.
- Não gostei do modo como ele se referiu a mim, ué.
- Mas então... Diga, soldado, de que reino você veio? – Shizuka começou.
- Fui envidado pelo Imperador de Shinozawa. – sua voz tremia. Também...
- Por que foram enviados?
- Não conseguirá nada assim tão facilmente!
- Posso matá-lo? – Marine perguntou. Olhei para Kimura. Incrível como ele e Marine eram parecidos.
- Responda se não quiser morrer. – respondeu Shizuka – Ela fala sério. – apontou para Marine.
- Jamais... – Rika chutou-o na garganta e Marine fincou a espada em seu peito.
- Não sabia que você era bruta assim. – disse Marine. É... Eu também não sabia desse lado de Rika.
- Prefiro resolver as coisas de forma diplomática. Mas quando não dá certo, eu deixo o servicinho sujo para você. – ambas riram.
- E esse sujeito aí? – Aniya perguntou para Kimura.
- Não me matem, por favor!
- Acham que ele fala? – Marine e seu humor negro.
- Desembucha. – Kimura o socou.
- Nosso Imperador quer tomar as terras deste reino!
- Só isso? – perguntou Aniya.
- Tem mais de vocês vindo para cá? – perguntei.
- Mandarão outros regimentos. Precisam estar preparados.
Aniya se aproximou do soldado e se ajoelhou, afagando-lhe as costas.
- Irá nos ajudar a derrota-los? – ela perguntou.
- Sim. Farei o que quiserem. – ele se deslumbrou por ela. Ela sorriu.
- Bom menino. – tomou o rosto dele entre as mãos.
Todos apenas ouviram um estalo ecoar pelo salão.
- Aniya... – Shizuka se espantou.
O pobre soldado iludido caiu no chão com o pescoço quebrado.
- Por que fez isso? Ele poderia... – Kimura se exaltou, mas foi interrompido por Aniya.
- Ele era inútil.
- Como sabe?
Ela se abaixou e levantou a camisa do soldado, exibindo suas costas. Havia muitas cicatrizes, mais velhas, mais recentes... Todas feitas por chicote.
- Um soldado que é punido dessa maneira só pode ser um incompetente. – era por isso que ela estava alisando suas costas! – Não perdemos grande coisa.
Rika e Marine apoiaram suas costas na da outra e deslizaram até caírem no chão, soltando um suspiro de alívio.
Kimura e eu corremos até elas e nos ajoelhamos.
- Marine, está machucada?
- Rika, está coberta de sangue!
- Estamos bem. Relaxem. – disse Marine.
- Esse sangue não é nosso. – Rika completou – Veja como está seu pai.
Fui até ele e, pelo que pude perceber, estava apenas assustado com tudo o que tinha visto. Pude ver pelo canto do olho que Shizuka ia de encontro à Aniya. Pude ouvi-las também.
- Aniya, olhe para mim. – ela obedeceu e Shizuka assustou com os olhos.
- Não foi nada demais.
- Se exaltou de novo. – soltou um suspiro frustrado – Venha. Vamos cuidar disso. – ambas seguiram para a área dos quartos.
“Se exaltou”? Em que? O que Shizuka pode ter visto nos olhos de Aniya?
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Espero que tenha gostado do momento Jackie Chan
Matta ne, minna ^^v