Geisha escrita por Najayra


Capítulo 13
Capítulo 13 - Ataque Inimigo


Notas iniciais do capítulo

Hello! Agora sim, um capítulo razoavelmente grande e com narrador em primeira pessoa. Muita ação está prevista para esse de hoje. Divirtam-se



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/112818/chapter/13

[Narrado por Shizuka]

Eu estava perambulando pela sala, inquieta, de um lado para o outro. Minha cabeça estava zunindo. Como eu faria para ter tudo aquilo? Talvez fosse loucura... Talvez não... Rika adentrou a sala, atrapalhando minha concentração.

- Onde está Marine?

- Consolando Kimura.

- “Co-consolando”?

- Não. Literalmente, consolando. Precisa ter o título de sua mulher antes de lhe entregar o “ouro”.

- Ah, claro. E você, o que faz aqui?

- Pensando.

- Em que?

- Quantos regimentos tem o exército do Imperador?

- Não chega nem a um regimento direito.

- Pessoa inútil...

- Mas pra que quer saber?

- Rika, por acaso, já sonhou em ser...general?

- Está enlouquecendo?

- Quero organizar esse exército. Treinar estes soldados

- Desde quando tem ideias megalomaníacas?

- Isso se chama talento, Rika. Sabe que somos capazes de fazer isso.

- Você quer tomar o Império pra si...

- Não, pra nós, minha irmã.

- Shizuka... Por acaso está deixando a vingança lhe subir a cabeça?

- Que vingança! Está louca!

Rika segurou meus ombros com força e eles começaram a queimar como brasa.

- Não somos assim! Acorde, Shizuka!

Me concentrei e fiz o chão tremer sob os nossos pés. Quando ela ouviu um estalo do chão prestes a rachar, soltou-me e me olhou espantada.

- Shizuka. O que houve com você? – depois dessa fala, ela saiu da sala.

=§=

[Narrado por Aniya]

Estava passeando pelo jardim, admirando algumas rosas amarelas, quando ouvi gritos. Vinham de fora dos muros do palácio, talvez fossem camponeses. Mas eram gritos diferentes, gritos de medo e outros furiosos. Fui até uma das árvores do jardim e a escalei para poder ter uma visão melhor. O que vi foi hediondo. Soldados desconhecidos atacavam camponeses. Crianças e mulheres gritavam enquanto seus maridos tentavam defender sua família. Um dos soldados havia me percebido, mas só fui notar isto quando senti uma flecha movendo o ar ao seu redor e vindo em minha direção. Ao desviar da flecha, me desequilibrei e cai da árvore. Ergui meu corpo rapidamente, mas o corte em minha coxa tornou impossível a missão de correr. Andei o mais rápido que pude até o Irie e Kimura, eu tinha de avisá-los.

Entrei no salão principal e chamei a atenção de todos, talvez pelo sangue que escorresse de minha perna. Avistei Irie, Kimura, Marine, o Imperador sob o cuidado de seus vassalos e Rika, que parecia chegar naquele momento.

- Minha nossa, Aniya! – Marine correu até mim.

- Estamos sendo atacados! Os camponeses gritam e os soldados logo chegarão ao palácio!

- Chamem os soldados para defender o palácio! Os camponeses se viram! – gritou Kimura.

- Não! – Rika interveio – Precisamos atacá-los. Sem os camponeses, nós sucumbiremos.

- Ela está certa. Kimura, venha comigo. – Irie foi até Rika – Meu amor, fique segura aqui. – ele a beijou e seguiu com seu irmão.

- Você também, Marine. – Kimura se agachou para beijá-la.

Enquanto os dois saíam, Shizuka chegava ao recinto.

- Mas o que houve aqui?

- Ataque inimigo. – respondeu Marine.

Shizuka imediatamente olhou para Rika, que se mostrava apreensiva. Ela apertou as mãos em punho e abaixou a cabeça, parecia pensar em algo.

- Shizuka...

- Sim? – ela sorria com vitória. Por que seria?

- Traga nossas armas... Imediatamente.

- Imediatamente. – Shizuka concordou com a cabeça e saiu correndo.

- Marine, pode cuidar desse ferimento de Aniya?

- Ahn... Com alguns minutos...

- Você tem cinco.

- Acho que posso.

- Trate de conseguir. Terá que empunhar suas espadas... E dessa vez não será contra mim. – Marine começou a me tratar.

- Mas o que estão planejando? – perguntou o Imperador.

- Senhor. Compreendo que não goste de mim ou de minhas irmãs. Mas se quiser viver, terá que confiar em nós. Pelo menos agora.

- Ahn... Eu... Eu não...

- Confia em nós, senhor? – enfatizei.

- Ok. Conto com vocês. – ele abaixou a cabeça, derrotado.

- Muito obrigada. – Rika agradeceu.

Logo Shizuka chegou. Uma bisento (espécie de lança) para Rika, duas katanas para Marine e um arco-e-flecha para ela.

- Irá lutar, Aniya? – ela perguntou, disposta a voltar e pegar outra arma.

- Vou, mas de mãos limpas. – todas me olharam com os olhos arregalados por medo e espanto – Relaxem. Vou me conter, prometo.

- Tome cuidado. – Marine tocou meu ombro. Eu acenei com a cabeça.

Os gritos dos soldados ficavam cada vez mais evidentes.

- Estão vindo. – eu avisei.

Todas nos posicionamos em formato de lua crescente, logo à entrada do salão principal.

- Três, dois, um... - Shizuka contou de acordo com as vibrações que sentia no chão – Zero.

Os soldados avançaram assim que viram quatro mulheres ingênuas, ridiculamente em posição de defesa. A primeira atacada foi Rika, que se defendeu com a bisento, apoiada pelas duas mãos, acima da cabeça. Marine não esperou e avançou contra dois de uma vez.

- Aniya! Me dê cobertura! – Shizuka pediu e correu um pouco para trás.

Ela esticou o arco e mirou suas flechas nos que vinham mais atrás dos outros. Eu lutava contra os que iam em direção à Shizuka. O Imperador assustado se escondia atrás dos vassalos que empunhavam espadas, só por precaução. Um dos soldados havia passado por nossa barreira e ia em direção ao Imperador. Rika o avistou.

- Marine! – ela pediu que Marine cuidasse de sua parte por um segundo.

Ela fincou a bisento no chão e, com um impulso, se lançou na frente do soldado. Ao arrancar a arma do chão, usou a outra extremidade do cabo para acertar o estômago do soldado que se encolheu no chão, ela aproveitou e lhe decepou a cabeça com a parte de metal. O sangue banhava o chão e o Imperador tremia de medo.

- Precisamos guardar algum para arrancar informações! – Marine gritou enquanto Rika retomava seu posto.

- Deixem o último então. – disse Shizuka.

- Irie também trará um, com certeza. – Rika se manifestou.

- Se ele não avisar, Kimura matará todos.

=§=

[Narrado por Irie]

Eram muitos soldados. Estavam bem armados, diferentemente dos nossos. Que exército medíocre nós tínhamos. Kimura estava fazendo um ótimo trabalho... Matava todos.

- Ei, Kimura! Deixe um para o interrogatório!

- Que chato! Posso matá-lo depois?

- Pergunte para Marine. – ele riu e eu também.

Só depois de muito tempo que percebemos quantos soldados haviam passado por nós. Os camponeses já estavam bem e livres dos assassinos.

- Marine... – Kimura me olhou assustado.

- As meninas! Nosso pai!

Corremos para o salão principal e Kimura veio arrastando o cara sobrevivente. Quando chegamos, ficamos mais assustados que antes, quando pensamos que algo poderia ter acontecido a elas. Muito sangue sob os vários corpos que enfeitavam o chão do salão. Todas as meninas estavam sujas de sangue, principalmente Marine e Rika, que apontavam suas armas para o único soldado sobrevivente.

- Mas o que... – fiquei atônito.

- O que houve aqui? – perguntou Kimura, incrédulo.

- Cuidamos de alguns. – Shizuka respondeu.

- Alguns? – perguntei.

- Seguramos este aqui. – Marine se manifestou.

- Vocês são monstros! Mulheres-demônio!!

Marine fez um corte no rosto do soldado.

- Marine! – Rika brigou.

- Não gostei do modo como ele se referiu a mim, ué.

- Mas então... Diga, soldado, de que reino você veio? – Shizuka começou.

- Fui envidado pelo Imperador de Shinozawa. – sua voz tremia. Também...

- Por que foram enviados?

- Não conseguirá nada assim tão facilmente!

- Posso matá-lo? – Marine perguntou. Olhei para Kimura. Incrível como ele e Marine eram parecidos.

- Responda se não quiser morrer. – respondeu Shizuka – Ela fala sério. – apontou para Marine.

- Jamais... – Rika chutou-o na garganta e Marine fincou a espada em seu peito.

- Não sabia que você era bruta assim. – disse Marine. É... Eu também não sabia desse lado de Rika.

- Prefiro resolver as coisas de forma diplomática. Mas quando não dá certo, eu deixo o servicinho sujo para você. – ambas riram.

- E esse sujeito aí? – Aniya perguntou para Kimura.

- Não me matem, por favor!

- Acham que ele fala? – Marine e seu humor negro.

- Desembucha. – Kimura o socou.

- Nosso Imperador quer tomar as terras deste reino!

- Só isso? – perguntou Aniya.

- Tem mais de vocês vindo para cá? – perguntei.

- Mandarão outros regimentos. Precisam estar preparados.

Aniya se aproximou do soldado e se ajoelhou, afagando-lhe as costas.

- Irá nos ajudar a derrota-los? – ela perguntou.

- Sim. Farei o que quiserem. – ele se deslumbrou por ela. Ela sorriu.

- Bom menino. – tomou o rosto dele entre as mãos.

Todos apenas ouviram um estalo ecoar pelo salão.

- Aniya... – Shizuka se espantou.

O pobre soldado iludido caiu no chão com o pescoço quebrado.

- Por que fez isso? Ele poderia... – Kimura se exaltou, mas foi interrompido por Aniya.

- Ele era inútil.

- Como sabe?

Ela se abaixou e levantou a camisa do soldado, exibindo suas costas. Havia muitas cicatrizes, mais velhas, mais recentes... Todas feitas por chicote.

- Um soldado que é punido dessa maneira só pode ser um incompetente. – era por isso que ela estava alisando suas costas! – Não perdemos grande coisa.

Rika e Marine apoiaram suas costas na da outra e deslizaram até caírem no chão, soltando um suspiro de alívio.

Kimura e eu corremos até elas e nos ajoelhamos.

- Marine, está machucada?

- Rika, está coberta de sangue!

- Estamos bem. Relaxem. – disse Marine.

- Esse sangue não é nosso. – Rika completou – Veja como está seu pai.

Fui até ele e, pelo que pude perceber, estava apenas assustado com tudo o que tinha visto. Pude ver pelo canto do olho que Shizuka ia de encontro à Aniya. Pude ouvi-las também.

- Aniya, olhe para mim. – ela obedeceu e Shizuka assustou com os olhos.

- Não foi nada demais.

- Se exaltou de novo. – soltou um suspiro frustrado – Venha. Vamos cuidar disso. – ambas seguiram para a área dos quartos.

“Se exaltou”? Em que? O que Shizuka pode ter visto nos olhos de Aniya?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenha gostado do momento Jackie Chan
Matta ne, minna ^^v



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Geisha" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.