Slytherin Pride escrita por Gaia


Capítulo 9
Escolha




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O voto perpétuo? Ele estava maluco?! Se bem que com isso eu ficaria mais próxima dele… Não! Não podia pensar desse modo, um voto daqueles era sério. Se eu não cumprisse, eu morria.

E como raios ele sabia o feitiço? Aquilo tudo era assustador. Mas, mesmo sabendo das consequências, uma parte de mim - a que Dumbledore falava tanto - queria aceitar na hora o trato, enquanto a outra clamava para eu ter bom senso e não fazer tal loucura.

Quando dei por mim, a primeira parte já havia me dominado.

– Com prazer. – me ouvi dizendo, para meu próprio desespero.

Antes de poder impedir, Draco estava murmurando algumas palavras que eu desconhecia, efetuando o voto. Pronto, já era, não podia voltar para trás e muito menos contar para ninguém sobre aquilo tudo. O que eu havia feito?

De novo, havia deixado meu bom senso de lado para meu próprio benefício, será que isso era minha parte Sonserina entrando em ação? Eu não sei, mas isso não me preocupava na hora, naquele momento, eu estava surtando com o que havia feito.

Obviamente, por trás de meu famoso sorriso falso e terno, minha cabeça explodia em pensamentos negativos e repreensivos.

– Ótimo. – ele murmurou satisfeito. Deu um sorriso de canto sombrio. – Elizabeth…

- Miller. – sussurrei assustada.

– Elizabeth Miller, você promete não contar a ninguém quais são os meus propósitos com aquele armário até eu conseguir atingir meu objetivo? – ele perguntou novamente, agora para validar o pacto.

– Prometo. – eu disse, sem pensar. Não poderia mudar de idéia àquela altura. Já estava condenada a manter um segredo que nem era meu.

Draco ergueu as sombrancelhas surpreso, soltou meu braço e voltou ao armário.

Eu sorri satisfeita comigo mesma - por ter arranjado mais tempo com ele, não por ter feito um voto que poderia me matar – e fui em sua direção.

- O que está dando errado? – perguntei gentilmente. Eu realmente queria ajudar, apesar de tudo. Achava de verdade que aquilo poderia me ajudar a desvendar meu passado obscuro.

Ele bufou e respondeu num múrmurio:

- As coisas que mando estão voltando pela metade.

Eu não era um gênio em artefatos mágicos das trevas, mas não era burra, eu tirava ótimas notas em Defesa Contra Arte Das Trevas - apesar da constante mudança de professores -, então era só aplicar os conceitos inversamente, certo?

- A outra metade fica do outro lado ou desaparece? – perguntei.

- Não sei. – Malfoy respondeu impaciente, sem me olhar.

- Então temos que descobrir, porque se desparecer, o problema é pior do que parece.

Finalmente ele voltou o olhar para mim.

– Como você sabe? – perguntou áspero, como se alguém saber alguma coisa a mais que ele fosse uma coisa absurda.

- Sabendo… – respondi sincera. Eu não fazia a menor idéia de onde tinha vindo aquela informação. – Tente descobrir se a outra parte chega a seu correspondente e me avise. – completei com um sorriso.

Depois disso, eu sai da sala com um ar superior que provavelmente o deixou furioso. Mas eu não liguei, apenas sai andando e o deixei lá, precisando de mim.

Não vou mentir, aquela sensação de controle e manipulação me agradou, eu gostei de ser uma completa… Vocês sabem. Talvez eu fosse tudo aquilo que Dumbledore disse,  afinal.

Eu estava andando sem rumo pelos corredores de Hogwarts quando vi Cece encostada em uma das paredes, sozinha. Aquela era a minha chance de esclarecer as coisas com ela, eu precisava saber porque estava tão brava comigo. Já fazia um tempo que não nos falávamos.

- Beatrice… - chamei, me aproximando.

Ela me observou e revirou os olhos, mas não falou nada. Depois de um longo suspiro para adquirir paciência, eu disse:

- Você quer me dizer o que está acontecendo?

- Sabe, Liz? Eu estou realmente cansada da sua falta de percepção. Se você não me considera o suficiente para perceber, então você não merece a minha amizade. – ela respondeu, seca.

– Como eu vou perceber alguma coisa que não existe?! Você ficou brava comigo do nada, Ce!

Era verdade, eu não tinha feito nada pra ela, absolutamente nada. Talvez omitido algumas coisas, mas até parece que ela era um poço de verdades.

- Ah, eu não vou discutir com você, Elizabeth. Por que você não vai perguntar para o Jesse? – ela disse seca e virou as costas, jogando os cabelos.

Eu não fazia a menor idéia de quem era Jesse. Aquilo só podia ter sido um mal entendido, não era possível.

Eu pensei em seguí-la, mas me controlei e a deixei com sua ira, não ia forçar mais, acharia o tal de Jesse e descobriria o que estava acontecendo.

Havia tantas coisas que eu queria que se esclarecessem mas só pareciam se complicar. Era exaustivo.

– Elizabeth. – ouvi, levando um susto.

Me virei e fitei nada menos que Harry Potter na minha frente, me olhando com o cenho franzido. Legal, o que eu havia feito a ele?

- Oi, Harry. – cumprimentei. 

Ele acenou com a cabeça e continuou a me analisar, como se eu fosse uma louca. Minha vontade foi de analisá-lo igualmente, porque se tinha algum louco ali, era ele. E todos sabiam disso.

- Oi.

Ergui as sombrancelhas, que menino estranho, o que ele queria?

- Posso ajudá-lo? – perguntei, interessada.

– É, na verdade, eu queria saber se você esclareceu as suas dúvidas com Dumbledore, aquelas que você foi me perguntar naquele dia. – ele disse. Era obviamente mentira, mas eu fingi que engoli, foi uma boa saida.

- Ah, sim, muito obrigada. – respondi, sorridente.

Harry ergueu as sombrancelhas, como se esperasse que eu disesse tudo que eu descobri.

– Ótimo. – ele disse. Era óbvio que estava curioso, ele queria saber mais sobre Você-Sabe-Quem, assim como eu. Talvez se trocássemos informações, seria mais fácil. Mas mesmo assim, alguma coisa em mim me proibiu de contar a verdade a Harry.

Eu já estava pronta para sair andando, quando ele me chamou novamente.

– Posso te contar uma coisa? – perguntou.

O fitei desconfiada, mas acenei com a cabeça.

- E eu preferiria que você não saisse espalhando por ai. – complementou, abaixando o tom de voz.

Acenei de novo, por que ele estava prestes a me contar um de seus segredos? Eu não contaria nenhum meu, se era isso que ele estava esperando.

- É verdade… Eu sou o Eleito. Ou seja, o único que pode matar Voldemort. – falou, depois de certificar-se que ninguém estava olhando.

Eu pisquei várias vezes, alguém ainda tinha dúvidas? Eu já tinha certeza absoluta daquilo, para mim não foi nenhuma surpresa.

- Sim, eu imaginei. – falei. – Mas, me desculpe, por que está me falando isso?

Ele olhou para os lados e disse, baixinho:

- É que me ajudaria muito todas as informações possíveis sobre ele, e se você souber de alguma coisa, seria muito bom se me contasse. 

Eu não consegui conter uma risada. Que patético.

- Me desculpe Harry, mas acredito que não posso te ajudar. Eu realmente não sei nada sobre ele, e se você quiser saber, devia perguntar ao diretor, ele que esclareceu tudo a mim.

Era mentira. Mas eu não sairia por ai falando que Você-Sabe-Quem era meu tio, e eu duvido muito que isso acrescentaria alguma coisa na batalha de Harry Potter contra ele.

Potter me olhou desconfiado e acenou com a cabeça, claramente desapontado.

- Entendo. Me desculpe pelo incômodo. – pediu. – Você não viu Malfoy, viu?

Pisquei de novo, por que tanta obsessão com o Draco?

- Não, desculpe. – menti de novo. Estava ficando boa nisso.

Ele me olhou significamente, como se disesse “eu sei que você estava com ele, me conte agora o que estavam fazendo”. Bom, eu não contaria.

- Ah, então tá. Bom dia.

- Bom dia. – respondi com outro sorriso. Era impressionante a minha falsidade. Mas, fazer o que? Eu tinha feito um voto perpétuo, o que era um ótimo motivo para manter um segredo.

Continuei a vagar pelos corredores, como era bom ter dispensa da enfermaria, quer dizer, todos já sabiam que eu era “a menina que desmaia o tempo todo”, então eventualmente eu fingia alguns desmaios só para perder algumas aulas de Runas Antigas.

Essas dispensas me vinham a calhar, era impressionante a quantidade de pessoas que eu encontrava matando aula. Draco, Harry e Cece, por exemplo.

Fui até o dormitório e encontrei uma colega da sonserina, que me olhou com desdém, todos os sonserinos me olhavam assim por causa do meu sangue. Eu parei de me importar no segundo ano.

Apesar de seu olhar e sua placa invisível de “não se aproxime” na testa, eu andei em sua direção.

- Oi, você sabe se tem algum Jesse na Sonserina? – perguntei, torcendo para que ela fosse, no mínimo, acenar com a cabeça.

Felizmente, ela apontou para as escadas e eu me deparei com um menino de cabelos negros e encaracolados, que possuía os olhos mais verdes que eu já vi na vida, mais ainda que os de Cece. Ele estava lendo algum livro que o fazia sorrir por algum motivo. Admito, tive que conter um suspiro, ele era maravilhoso.

Agradecei e me aproximei, um pouco hipnotizada, das escadas.

- Olá, desculpe te incomodar, mas você seria o Jesse? - perguntei, com o meu melhor sorriso.

Ele não ergueu o olhar de seu livro. Como eu queria ser aquelas páginas e…


- Quem quer saber? – ele perguntou, áspero.

- Eu sou a Elizabeth Miller, muito prazer. – respondi, ainda mantendo meu sorriso. Pronto, agora ele me xingaria de sangue-ruim e me mandaria embora. Esse era o poder do meu nome.

Finalmente, ele ergueu o olhar e roubou todo o meu ar com seu suspiro.

- Prazer. – respondeu, me fitando.

“Prazer.”? Cadê os xingamentos?

- No que posso ajudá-la, Elizabeth? – perguntou, sem desviar o olhar.

– Na verdade, é meio complicado. Se você não tiver tempo agora, podemos conversar depois. – eu disse, olhando para o seu livro.

– Pode falar, eu tenho tempo.

– Tem certeza? Não quero te atrapalhar…

- Tenho. – me interrompeu e soltou um sorriso. Certo, acho que estava apaixonada. Quem liga pra o Draco? Ok, mentira, nem um sorriso e par de olhos daqueles me fazia esquecer o cabeça-dura do Malfoy e isso era deprimente.

Então, expliquei a minha situação, sobre como Beatrice estava brava comigo e tinha citado seu nome. Enquanto eu contava a minha história, ele achava graça e ria mais alto conforme eu ia terminando. Não era nada engraçado, mas fiquei feliz com a sua risada estonteante.

- Elizabeth, espere. – ele me interrompeu novamente, entre risadas.

- O que foi? – perguntei, um tanto impaciente. O que era tão engraçado?

- A Cece te confundiu com outra Elizabeth. Eu disse à ela que não queria namorá-la porque estava gostando da Elizabeth. Ela deve ter achado que é você. – falou, ainda rindo.

- Não acredito! – gritei indignada. – Eu vou matar a Beatrice!

Estava furiosa, como ela havia tirado conclusões assim?

- Bulffie! – ouvi alguém gritar de trás. Quem será que havia me chamado assim? Ninguém conhece o meu segundo nome, eu era apenas conhecia como “Miller”, que era o sobrenome da minha mãe –adotiva-.

Me virei para ver quem havia me chamado. Pansy Parkinson. Por que raios ela? Estava prestes a andar em sua direção quando Jesse passou por mim e eles começaram a conversar.

Por que ele atendeu pelo meu sobrenome? A não ser que… Ai meu Deus.


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Notas finais do capítulo

Eei, capítulo fresquinho pra vocês (:

Espero que gostem *-*

Beeijos :*