Slytherin Pride escrita por Gaia


Capítulo 28
Impulso




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Certo, agora além de ter que mentir sobre Draco, teria que mentir sobre Peter também. Quer dizer, eu não iria dar uma chance a ele, eu não gostava dele daquele jeito. Mas depois do que eu tinha falado para Cece, eu não podia voltar atrás, eu tinha que convencer as meninas de que eu estava tentando esquecer Draco.

Ótimo. Ótima ideia, Liz.

No dia seguinte, finalmente achei Draco na Sala Precisa. Aparentemente, Goyle estava  de guarda na porta, como uma menina. Tive que segurar minhas risadas, como sempre.

- Finalmente! – Draco exclamou ao me ver.

Eu quis sorrir satisfeita, mas percebi que seu comentário foi porque ele precisava da minha ajuda, não porque tinha sentido minha falta.

- Eu estou bem, obrigada por perguntar. – repeti o que tinha dito quando ele fora na enfermaria em um tom de desdém.

Depois de conviver com Peter, eu percebi que ser tratada bem era normal e eu não merecia ficar sendo maltratada por Draco o tempo todo, eu merecia ser valorizada. Já estava cansada da indiferença e grosseria do loiro.

- Potter está o tempo todo na minha cola, então toda vez que vier, traga o Goyle. – ele disse, sem me fitar.

Bufei.

- Duvido muito que ele vai me obedecer. – respondi, querendo na verdade dizer “cansei de te ajudar, você é um babaca, mas mesmo assim eu te amo.

- Eu já falei com ele. – respondeu rapidamente e eu revirei os olhos.

- Ok, Draco, o que mais você quer? – perguntei, impaciente. – Vi que você já achou outro livro e já tem os ingredientes, então...

Finalmente seus olhos cinzentos voltaram-se para os meus e eu percebi que ele estava sem palavras.

- Você prometeu que ia me ajudar. – falou depois de alguns segundos, sério.

- E eu ajudei, como prometido, mas acho que você não precisa mais de mim. – respondi imediatamente, no mesmo tom ácido que ele.

Ele continuou a me fitar, sem entender exatamente o que eu estava falando. Não sabia como podia ser mais clara. Era óbvio que eu não queria me afastar e nem ficar longe dele, porque, realmente, eu era apaixonada por ele.

Mas eu não merecia ser tratada daquele jeito, eu tinha que me dar o luxo de ter alguém bom ao meu lado, então me forcei a dizer aquelas coisas.

- Agora que estamos quase conseguindo, você vai cair fora?! – Draco exclamou, de repente completamente fora de si. – Quem era aquele cara na ala hospitalar?

Pisquei algumas vezes e fiquei pensando qual é a relação que uma pergunta poderia ter com a outra.

- O que isso tem a ver?! – perguntei, incrédula.

- Foi ele que te envenenou contra mim, não é?

- O que? Ninguém me envenenou contra você, eu só...

- Quer saber? Esquece, não preciso da sua ajuda mesmo. – ele disse, cortante e virou-se para o armário novamente, me deixando completamente atônita.

Seus comentários e surto me fez perceber o quão perturbado ele estava com tudo aquilo. Agora que estavamos chegamos no fim e ele finalmente teria que matar Dumbledore de algum jeito, a realidade tinha caido de frente e ele estava surtando mais do que nunca.

Eu entendia, mas simplesmente não merecia ficar ouvindo tudo aquilo. Não depois de tudo que eu fiz por ele.

- Aquele cara chama Peter e eu tenho certeza que ele precisa de mim mais do que você, então com licença. – murmurei, seca e sai ás pressas da Sala, deixando um Goyle confuso na porta.

Não me dei ao trabalho de explicar-lhe o que aconteceu, eu simplesmente estava muito irritada para falar com qualquer pessoa.

- Você não está fazendo o que Dumbledore mandou você fazer. – ouvi uma voz por trás e virei-me para ver exatamente quem eu pensava ser. Barão Sangrento. Sorte a minha ele não ser uma pessoa, senão teria dado-lhe um soco na cara só para extravazar.

Fiquei fitando-o por um tempo, mas sem palavras. Já não sabia o que dizer, estava tão cansada de me justificar e dar satisfações para todo mundo.

- Eu gosto do fato de você estar se impondo, você nunca faria isso em nenhum dos anos que eu te conheci, mas essa é uma péssima hora para se rebelar contra Malfoy.

De novo, tentei achar argumentos e frases para contradizer meu amigo, mas simplesmente estava cansada demais para pensar. Só queria que todo mundo parasse de me mandar fazer as coisas e de esperar coisas de mim.

- Você provavelmente está certo. – foi a única coisa que saiu da minha boca. – Mas, Barão... Eu estou tão cansada.

- Eu não duvido, Liz. – falou, gentil e aproximou-se. – Mas suas palavras podem custar a vida do diretor de Hogwarts. Você mesma disse que estava cansada da sua vida entendiante e que queria um propósito, bom, aqui está. Vai lá e ajude esse pobre garoto. Acredite, ele está mais perdido que você.

- Mas ele é tão grosso! E babaca e completamente indiferente! Ele nem liga pra mim! – exclamei, desabafando.

- Você não acredita realmente que ele não liga para você, não é? Você acha que ele realmente arriscaria a preciosa vida para salvar alguém que ele não se importa?

Quis perguntar como ele sabia o que tinha acontecido na Sala, mas lembrei-me que fantasmas simplesmente sabem de tudo sobre tudo.

- Liz, é do Draco Malfoy de quem estamos falando, ele nunca ligou pra ninguém a não ser pra ele mesmo. Ele está confuso. – completou, tentando convencer-me. – Ele é orgulhoso, não quer demonstrar fraquezas.

Eu sabia que o Barão não inventava coisas para me fazer sentir melhor, ele era o amigo mais sincero que eu tinha e era isso que tinha feito eu gostar dele no começo de tudo. Então considerei suas palavras e comecei a me acalmar. Afinal, o que ele falava fazia mesmo sentido. Quer dizer, eu tinha visto o quão vulnerável Draco estava, o quão surtado ele estava...

- Confie em mim, volte lá... Você não vai querer fazer alguma besteira e se condenar por toda a eternidade, não é? – perguntou e fez um barulho com as suas correntes, referindo-se a si mesmo e sua própria sentença.

Sorri e antes de agradecer-lhe, ele sumiu. O Barão sempre sabia como me deixar melhor.

Mais confiante, voltei para a Sala Precisa, ignorando as perguntas de Goyle, que já não estava entendendo mais nada da minha súbita saída e agora entrada.

Eu podia não aguentar os humores do Draco, mas eu não queria que Dumbledore morresse, e apesar de parecer que eu não tinha feito nenhum progresso, eu simplesmente sabia que estava ajudando a esclarecer a mente de Malfoy.

Eu ainda estava brava, mas não podia deixar uma coisa pequena atrapalhar os meus planos. O próprio diretor tinha confiado em mim para fazer Draco mudar de ideia, eu não podia decepcioná-lo –apesar de tudo o que ele tinha feito para mim, como mentir a minha vida toda e tal-.

- Escuta aqui, eu só voltei porque eu realmente quero que... – comecei a falar, assim que entrei na Sala, mas o barulho de alguns choramingos me impediu de continuar.

Com o coração partido, fitei um Draco agachado e soluçando baixinho. Então, todos os meus pensamentos hesitantes de outrora já não faziam mais sentido.

Aquela cena fez todos os meus sentimentos voltarem a tona, lembrei-me de todas as conversas que tivemos e de tudo o que passamos juntos e percebi, como sempre acabava percebendo, que eu simplesmente não ligava se ele me tratava mal.

Eu gostava dele mesmo fingindo ser aquela pessoa prepotente e presunçosa, porque no fundo eu sabia que na verdade ele era aquele ser vulnerável, chorando no chão.

Me condenei por ter mudado de ideia tantas vezes em vão e me aproximei. Eu sabia que ele não iria querer que eu o visse daquele jeito, mas eu honestamente já não ligava.

Eu quis dizer que tudo iria ficar bem, mas já não acreditava naquilo. Então simplesmente sentei-me ao lado dele e o apoiei em meu ombro.

Felizmente, ele não me impediu.

- Eu sei que as coisas estão difíceis. – comentei, cautelosa. – Mas se nada disso funcionar, eu prometo que não deixo Voldemort te matar. Afinal, ele é meu tio.

Pensei que aquele comentário só pioraria as coisas, mas vi Draco dar um sorriso escondido e suspirei de alívio. Eu finalmente estava aprendendo a lidar com aquela mente.

- Se ele descobrir quem você é, ele te mata. – ele comentou de repente, sombrio.

Acenei com a cabeça e dei outro suspiro.

- Nesse caso, nós dois morreríamos, eu ficaria bem mais aliviada.

Ele ergueu a cabeça e parou de se apoiar em mim. Então, ainda sem fitar-me, perguntou:

- Por que você é tão legal comigo?

Quis responder que eu era legal com todo mundo, mas não me pareceu a hora certa para soltar outra piada sem graça.

- Eu já não te disse? – perguntei, séria, me arrependendo logo depois.

Era óbvio que ele lembrava da minha declaração humilhante e de como tínhamos reagido àquilo. Por que eu tinha trazido aquilo a tona? Já não tinha me humilhado o suficiente?

Minha esperteza sempre me surpreende.

Não quis fitá-lo, mas imaginei que estava corando, assim como eu. Quis por tudo que ele esquecesse o que eu tinha acabado de falar e simplesmente ignorasse, como sempre fazia, mas para a minha surpresa, ele disse:

- Eu achei que não seria mais verdade... Não depois do jeito que eu te tratei.

Engoli um seco. De novo, não consegui conter minha boca e respondi:

- Então você não ouviu o que eu disse direito. Porque eu lembro de ter falado que ficaria do seu lado mesmo se você fosse o próprio Voldemort. Eu estava mesmo inspirada.

Então, com seu silêncio, me senti mais segura para continuar com as minhas declarações. Apesar de estar sendo completamente impulsiva, eu sentia que era necessário que ele soubesse como eu tinha me sentido nos últimos dias. Se eu nunca contasse, ele nunca saberia o porque de eu estar constantemente irritada.

 -  Mas então você continuou agindo como sempre, sendo grosso e fingindo que nada aconteceu. – murmurei, cabisbaixa. Ele nada dizia e não se movia para me olhar. – Só que ai nós quase morremos e você me protegeu. Eu pensei que você se importava...

- Mas eu...

- Então eu fui para a ala hospitalar e você só foi me ver uma vez pra dizer que eu tinha que sair logo para fazer aquele feitiço idiota. Eu não entendi nada, você continua me dando sinais contraditórios. Ás vezes você parece se importar, como naquela vez e dai você volta a ser... Só... Por favor, esclareça pra mim...

- Ok, eu já entendi, você pode parar de ficar brava comigo. – ele disse de repente, para a minha surpresa.

Ergui meu olhar e me peguei fitando para um par de olhos confusos. Ele realmente não entendia.

Talvez o amor fosse algo tão desconhecido para Draco porque ele nunca tinha sentido.

Pensei no que Cece e Su me disseram sobre deixar pra lá, mas era tão maior que mim. Eu sentia a necessidade de ajudar aqueles olhos cinzentos e perdidos. Eu precisava quebrar aquela barreira emocional, precisava curá-lo.

Elas não entendiam isso, nunca entenderiam.

- Eu não estou brava... Eu só preciso saber se você não esta só me usando ou se você realmente se importa o mínimo comigo. – confessei, sincera.

Não que eu me importasse se ele estivesse só me usando, porque no começo foi realmente assim. Mas ele não podia me confundir assim, eu precisava saber o que ele sentia.

Draco suspirou e virou o rosto para um ângulo que eu não pudesse analisá-lo. Depois de alguns segundos em silêncio, provavelmente pensando em uma resposta que me satisfizesse sem me magoar, ele disse:

- Olha, eu já te agradeci por ter me salvado e por... O que mais você quer?

Então, em um ímpeto de coragem, meus nervos e corpo tomaram conta de mim e eu simplesmente puxei o colarinho de Draco, trazendo-o para perto de mim e forçando-o a fitar-me.

- Eu quero isso, eu quero você.

E o beijei. 


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Notas finais do capítulo

Oooie!
Capítulo novo, aeae.
Espero que tenham gostado e o de sempre blabla hahaha
Reviews? *-*
Beijão :*



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