Slytherin Pride escrita por Gaia


Capítulo 26
Peter




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Apesar de estar completamente destruida por causa da noite anterior, eu estava extremamente feliz. Talvez porque Draco me tratou especialmente bem ao menos uma vez na vida.

Quer dizer, ele tinha realmente se preocupado comigo, tinha me salvado e mostrado que se importa. Só isso já era completamente satisfatório. Além do beijo na bochecha, claro.

- Acho que você foi a aluna que eu mais vi esse ano, Elizabeth Miller, e isso é dizer muito. – disse a Madame Pomfrey quando veio me trazer um dos meus milhares de remédios.

Eu apreciava muito o fato dela nunca perguntar o que exatamente tinha acontecido, porque isso realmente seria difícil de explicar e provavelmente me renderia uma detenção com Snape, que sempre era incrivelmente horrível.

- Isso é mesmo dizer muito, porque eu mesmo estive muito aqui. – uma voz ao meu lado disse e eu me surpreendi ao ver um menino deitado na cama ao meu lado. Como eu não tinha o visto antes?

Virei-me para fitá-lo e encarei uma face extremamente peculiar e incrivelmente bonita. Ele me lembrou de Jesse, com seus cabelos morenos e olhos claros. Tentei não achá-lo tão bonito, porque da última vez que isso aconteceu, eu descobri que a tal pessoa era meu parente...

- O que você tem? – perguntei, desviando o meu olhar.

- Não sei, eu simplesmente me encontro aqui mais vezes do que eu consigo contar. – ele respondeu, dando um sorriso sincero. Eu quis muito não olhar para aquele sorriso e derreter por dentro, mas foi impossível. Ele era adorável.

- Então você simplesmente não sabe porque fica acordando na enfermaria? – perguntei, para confirmar. Eu imaginei que ele só não estava sentindo-se confortável com a minha pergunta e por isso inventou aquilo, mas eu não liguei.

- Exato. Meu nome é Peter.

Então, genialmente, de todas as coisas que eu pude dizer, eu falei:

- Esse é o nome do meu pai.

Obviamente ele riu. Porque eu sou patética.

- Eu poderia dizer que Elizabeth é o nome da minha mãe, mas eu estaria mentindo. – ele comentou.

Eu pisquei várias vezes, por que esse menino estava sendo simpático comigo do nada? Quem era ele?

- Isso seria coincidência demais.

- Sim.

Então ficamos em silêncio e eu voltei a olhar para o teto branco da ala hospitalar, imaginando porque esse tipo de coisa só acontecia quando eu estava hospitalizada e horrível.

Eu não sabia quanto tempo eu ficara inconsciente, mas as expressões de Cece, Su e Jesse quando me viram, me fez pensar que eu já estava há mais de um mês na ala hospitalar.

- Ela acordou! – Suzanna exclamou, ao me ver.

- Silêncio! – Madame Pomfrey alertou-a e Su corou, chegando perto, junto de Cece e Jesse.

- É só deixarmos você sozinha por um jogo, que você vem parar aqui. Francamente, Lizzie... – Jesse disse, achando graça.

- Cala a boca, Jesse. – Cece ralhou e olhou para mim, com preocupação. – Você está bem? Você ficou apagada a noite inteira, a Lufa-Lufa ganhou o jogo!

Sorri e esperei ela me contar as fofocas do jogo, aparentemente, McLaggen, o novo goleiro da Grifinória, tinha pego um dos bastões e jogado um balaço em Potter, o que deixara ele bem furioso.

Eu achei graça, mas me conti para não rir.

Depois de Cece terminar sua sessão fofoca, eu expliquei que tinha tido mais um de meus desmaios e elas me olharam preocupadas.

- Mas você tem que suprimir essas memórias, Liz...

- Eu sei, eu sei. Não consegui, me desculpa. – falei, antes que ela entregasse tudo na frente de Jesse, que ainda não sabia de nada.

- Do que vocês estão falando? – ele perguntou, confuso.

- Coisas de menina. – Su se apressou a dizer e ele deu de ombros, preferindo não saber.

Cece estava prestes a dizer mais alguma coisa, quando Madame Pomfrey chegou enxotando-os, falando que o horário de visita tinha acabado. Todos sabiam que isso não existia, que ela só inventera para não ter que lidar com pessoas ali o tempo todo, mas a gente ignorava.

Eles sairam prometendo que voltariam no dia seguinte e eu suspirei, imaginei que ficaria um bom tempo ali, já que a maior parte das minhas queimaduras ainda estavam vivas e eu ainda tinha escamas no braço, fora o meu joelho, que não parecia voltar ao normal de jeito nenhum.

- Seus amigos são legais. Eu estou aqui faz três dias e nada. – Peter disse, de repente.

- Vai ver eles vieram enquanto você estava dormindo e você não percebeu. – falei, apesar de achar aquilo bem improvável. Eu só quis ser legal, porque Peter parecia extremamente simpático.

- Esse é um jeito bem otimista de ver o mundo, Elizabeth Miller.

- Você pode me chamar de Liz. – comentei e ele sorriu.

Depois de vários dias, eu já não sabia quanto tempo eu estava na enfermaria, mas finalmente os meus ferimentos estavam curando-se e minhas queimaduras já não doiam tanto. Eu descobri que provavelmente não estaria recuperada a tempo de ir para Hogsmeade fazer as aulas práticas de Aparatação, que seriam no fim de semana.

Também, admito, eu estava um pouco frustada por Draco não ter me visitado em todo aquele tempo, mas eu assumi que estava procupado em descobrir como fazer aquele feitiço complicado, já que o frasco já não estava mais em minhas mãos. E ficar conversando com Peter aquele tempo todo me fez esquecer daquilo tudo por um instante.

Depois de todo aquele tempo na ala hospitalar, acabamos descobrindo bastante um sobre o outro. Ele era do sétimo ano e era da Corvinal, o que explicava seus comentários inteligentes. E quando Draco finalmente apareceu na ala hospitalar, estávamos no meio de uma conversa sobre como os vampiros eram diferentes na literatura do que eram na vida real.

- Quer dizer, se eles ao menos fossem humanóides... – ele comentou e eu concordei entusiasmada com a cabeça.

- Elizabeth. – ouvi por trás de mim e reconheci a voz imediatamente. Virei minha cabeça e vi Draco ao lado da minha cama, com uma expressão de cansaço extremo.

- Oi. – eu disse pateticamente, porque não consegui falar mais nada. Vê-lo depois de todo aquele tempo e depois de tudo o que tínhamos passado na Sala Precisa era no mínimo confortador.

Draco fitou Peter diretamente e fez uma expressão que eu nunca tinha visto antes. Então, abaixou-se e ficou de joelhos, para que o outro não ouvisse qualquer coisa que ele tinha a dizer.

- Quando você vai sair daqui? – ele perguntou, em um tom quase inaudível. Eu tive que me aproximar e ficar completamente atenta para entendê-lo.

- Eu não sei. – respondi, sinceramente. – E eu estou bem, obrigada por perguntar.

Suspirei. Por que parecia que nada tinha acontecido? Era sempre assim, eu não sei porque ainda me surpreendia com a indiferença dele...

- Como assim não sabe? Precisamos fazer aquele feitiço. - ele comentou a beira do desespero.

- Desculpa, Draco, eu não sei se você lembra, mas eu quase morri. – mencionei, com uma ponta de raiva na minha voz.

- Certo...

Revirei os olhos. Ele era tão irritante, por que eu gostava dele? Além de tudo, era bipolar. Em um dia mostrava que se importava e que queria o meu bem, depois fingia indiferença e era completamente rude. Aquilo tudo me deixava louca.

- Quando sair, me encontra na biblioteca e na Sala, ainda estou analisando aquele feitiço idiota. Tive que arranjar outro livro de feitiços. E olha, aqui está a sua varinha. – ele tirou alguma coisa de seu casaco e me entregou. Tão absorta em minha situação, eu nem tinha percebido que estava sem minha varinha e que ela tinha se perdido.

Sorri e o agradeci, mesmo irritada, ele me parecia completamente adorável.

- E... – ele começou e seus olhos pararam de fitar os meus. – Obrigada. Por me salvar, quero dizer...

Quis dizer que eu nunca conseguiria deixá-lo se machucar e que poderia morrer por ele, mas não queria dar aquele gostinho para ele novamente. Eu já tinha me declarado uma vez, meu orgulho já estava bastante prejudicado.

- Estamos quites. – foi tudo o que eu consegui dizer e ele me olhou confuso, como se estivesse esperando que eu soltasse tudo o que eu sentia por ele novamente e chorasse ou sei lá o que.

Então, levantou-se e fitou Peter novamente, agora ligeiramente irritado. Quis rir, o que era aquilo agora?

Depois que ele tinha saído, o meu colega falou, imediatamente:

- Elizabeth, não sabia que você era uma das tietes do Malfoy!

Fitei-o, incrédula.

- O quê?

Ele revirou os olhos, como se não acreditasse que eu não soubesse do que ele estava falando.

- Você sabe, aquelas meninas que pagam muito pau para ele e querem ter seus filhos. – explicou, depois acrescentou, com uma imitação tosca de menina: - Ai, Malfoy, eu te amo!

Gargalhei e demorei um pouco para conseguir respondê-lo.

- Certo, só que eu não sou uma... Tiete... Do Malfoy. – afirmei. – Eu estou ajudando-o em uma coisa, não tem nada a ver com... Ai, Malfoy, eu te amo!

Só que tinha. Mas eu não diria isso a Peter. Porque ele não entenderia. Eu não era mais uma dessas meninas que queria casar com Draco ou sei lá. Eu realmente gostava dele, eu o conhecia, eu amava cada parte daquele ser e não era tão simples como ele tinha dito.

- Aham, sei. – ele concordou irônico.

- É verdade! – exclamei. – Eu não sou assim.

Eu não sabia porque, naquele momento eu senti uma grande necessidade de me provar para Peter, eu queria fazê-lo ter certeza de que eu não era aquele tipo de pessoa e eu não sabia porque.

- Eu acredito em você, Elizabeth Miller. – ele disse, agora sério.

Eu bufei, por que ele ficava me chamando assim?

- Liz. Me chame de Liz. Falando assim você parece o meu...

Percebendo o que eu iria dizer, eu finalmente entendi a intenção dele e começamos a gargalhar alto.

- Certo, entendi, engraçadinho. – consegui dizer depois de muito tempo. – Agora para de me chamar assim.

Ele riu mais um pouco e falou:

- Não acho que vou conseguir.

Mostrei-lhe a língua e ele retribuiu com uma face de completa indignação.

Posso me atrever a dizer que meus dias na ala hospitalar quase valeram a pena por causa de Peter.

- Adeus, Elizabeth Miller. – ele disse, quando teve alta e saiu da ala.

Fiquei pensando se nos veríamos de novo e sofri com o silêncio que ficou depois que ele partiu.

- Até que enfim, vocês não ficavam quietos! – ouvi Madame Pomfrey reclamar, quando se aproximou novamente.

Revirei os olhos, que velha rabugenta...

- A senhora acha que eu saio daqui antes das aulas práticas de Aparatação? – perguntei, porque na verdade queria saber se eu saia logo para poder ajudar Draco, apesar de estar irritada com ele.

Porque eu sempre estava irritada com ele, então já nem ligava mais...

- Já conversamos sobre isso, Liz, o único problema são as suas queimaduras que foram bastante profundas.

- Não tem nada que possa acelerar o processo?

- Não, me desculpa. – ela disse, claramente irritada.

Ótimo, perderia minhas aulas de aparatação e não passaria no teste idiota. Como aparataria para a casa de Draco quando começássemos a namorar? Ok, talvez eu estivesse me precipitando...


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Notas finais do capítulo

Heeey, feliiiz ano novooo! Que 2013 seja muito muito bom para todos nós!
É isso ai, primeiro cap do ano, o que acharam?
Mandem bastante reviews para comemorar o ano novo ok? Hahaha
Beijão :*
PS: cap dedicado à CindyRiddle que me deu a ideia genial de colocar mais um personagem na fic, hahah eu já estava pensando nisso, mas tinha esquecido, ahhaa.



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