Slytherin Pride escrita por Gaia


Capítulo 18
Clube do Slugue




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Suspirei, minha mente estava a mil. Desde quando eu tinha tantas preocupações? Por Merlin, eu só queria um ano normal e… Opa. Realmente, eu tinha pedido um ano melhor. Por que? Por que não podia me contentar com a chatice de sempre? Droga!

Entrei de novo na porcaria da festa do Slughorn e tentei o procurar. Ficava difícil com um bando de gente tentando se vangloriar para si próprios. Era patético. Finalmente localizei Slughorn, que estava rodeado por alguns estudantes que nunca tinha visto, o que era bem comum, já que eu sempre fazia questão de me esconder.

Com a garrafa de hidromel e mais confiante que nunca… Quer dizer… Um tanto confiante, quer dizer, um pouco… Ah, tanto faz! Fui em sua direção e estava pronta para dar o meu melhor discurso manipulador quando Jesse e Cece me atrapalharam.

- Ei, você não foi convidada. – afirmou o Capitão Óbvio. Eu não entendi sua surpresa, eu já tinha perguntado se poderia ser sua parceira, isso não significava que eu queria ir? Às vezes Jesse conseguia ser tão burro.

- Shh, Jess, calado, não sabe dizer quando alguém está penetrando? Finge que não viu. – Beatrice disse, impedindo-me de dar alguns tapas no meu primo.

Jesse fez uma cara confusa e virou a cabeça, ora olhando para mim, ora olhando para Cece, sem entender nada.

- Vocês não estavam brigadas?

Vi minha amiga revirar os olhos e puxar o pseudo-namorado para longe de mim, o que me deixou de fato aliviada, já que eu não estava me sentindo com vontade de brincar. Por incrível que pareça, eu realmente estava séria e tentando me concentrar na minha missão, o que acabou causando comentários desnecessários de quem me conhecia.

Achei outra garrafa de hidromel em cima de uma mesa e pensei em um plano infalível para convencer o professor. Então, finalmente consegui chegar em Slughorn e limpei a garganta.

- Professor? – chamei-o, tentando soar como uma inocente aluna do sexto ano com problemas sociais.

- Sim? Oh, você é a Srta. Miller, não é mesmo? Aquela sua poção de cura para furúnculos ficou excelente! – ele exclamou e eu sorri, porque, além de ficar surpresa com sua simpatia, realmente lembrava de ter me esforçado muito fazendo aquela poção. Não era fácil.

- Obrigada, senhor! – respondi entusiasmada. Por que ninguém me elogiava assim? Minha poção realmente tinha ficado excelente! – Escuta, minha mãe faz uma ótima bebida de hidromel, boa de verdade! Eu estava pensando em dar uma garrafa para o diretor Dumbledore, mas parece que ele não está aqui essa noite, né?

- Não, não mesmo! Nosso diretor é um senhor muito ocupado, não é mesmo? Sempre ocupado com suas tarefas de… Diretor. – ele deu uma risadinha de sua própria piada e eu o acompanhei, é claro.

– Uma pena, acho que vou ter que ficar com uma garrafa a mais, então… - murmurei ao dar uma garrafa de hidromel não envenenada para ele e parecendo excessivamente triste por ficar com a outra.

– Ei, ei, Srta. Miller! Não podemos desperdiçar uma boa bebida de hidromel assim, podemos?

Suspirei de alívio pelo plano estar dando certo e retruquei, cabisbaixa:

- Bom, seria realmente uma pena… Mas minha mãe fez especialmente para o diretor, então acho que…

- Se você quiser, posso presenteá-lo por você, querida.

Sucesso! Sorri por dentro e respondi, dando o toque final:

- Seria ótimo, professor, muito obrigada! Sabe, esse é o tipo de bebida que fica melhor com o tempo, então não tenha pressa em dar ao diretor. – afirmei, já que o feitiço para disfarçar o odor do veneno só seria esvairado após alguns dias.

Estava pronta para sair de lá, com a missão cumprida e conciência limpa, quando, de repente, Draco apareceu. Ele puxou Slughorn, fez uns feitiços complicados que não consegui destinguir de longe e se afastou. Sem mais, nem menos.

Sem hesitar, fui atrás dele.

- Ei! Ei! – chamei, ao perceber que ele não me vira. – Draco! – berrei, impaciente.

Ele virou-se abruptamente e me olhou com a sua famosa expressão raivosa.

- Estava tudo feito, o que você fez com Slughorn? – perguntei, com cautela.

- Nada, tá legal? Esquece! – retrucou, nervoso. Percebi que estava coçando seu ante-braço.

- Não! Escuta aqui, se isso der errado, eu também vou me ferrar, por que você acha que o mundo gira ao…

- Eu fiz com que ele esquecesse que foi você quem deu o hidromel! Satisfeita? Agora ninguém vai saber que você está envolvida com tudo isso quando fizerem perguntas pra ele. – Draco exclamou, ainda nervoso. – De nada!

Suspirei. Por que ele continuava fazendo isso comigo? Eu não entendia. Por que ele fingia que não se importava e depois fazia essas coisas que claramente dizia o contrário? Sério.

- Draco! Espera! – gritei, correndo atrás dele. Ele parou, mas não virou-se. – Não precisava fazer isso por mim… Obrigada.

Ele não falou nada, muito menos me fitou, apenas continuou coçando seu braço e, então, sem mais explicações, foi em direção à Sala Precisa.

Com um sorriso intruso no rosto, não o segui, apenas fiquei como uma pedra no corredor como se alguém tivesse soltado um Petrificus Totalus em mim.

- Você é a Elizabeth Miller, certo? – ouvi por trás, de repente, e me virei.

Para a minha surpresa, me deparei com ninguém menos que Hermione Granger, que para quem não sabe, é a sabe-tudo amiga do Eleito ou Aquele-que-sobreviveu ou Harry Potter ou simplesmente insuportável, como gosto de chamá-lo.

Soltei um olhar de dúvida ao acenar com a cabeça e ela continuou:

- Hm, desculpa vir falar assim do nada com você, é que…

Olhei de canto e vi que Potter observava cada movimento nosso e não pude deixar de pensar que aquilo tudo fora planejado pelo próprio.

- Tudo bem. É Hermione, né? – sério, alguém devia me premiar pela minha falsidade, logo depois de Draco, claro.

- Sim! Eu… Então, Harry, quer dizer, Harry Potter, sabe? Ele me disse que você anda bastante com Draco Malfoy e eu…

Revirei os olhos enquanto ela estava olhando para baixo. Por mais idiota que eu seja, eu sabia que Hermione não era assim, eu já vira ela dando ordens como monitora e respondendo as perguntas dos professores com confiança. Aquilo era claramente algum fingimento articulado por Potter, mas eu estava achando graça, então resolvi ver até onde ela iria com isso.

- Bom, isso é meio embaraçoso, eu…

Suspirei.

- Você gosta dele? – perguntei, ajudando-a com a farsa.

Ela acenou com a cabeça da forma mais patética possível e eu me convenci que até a Su era melhor atriz que Hermione e isso era dizer muito.

Bom, as poções de amor estavam na moda nesse ano e ela começou a divagar de como o amava e como a deixava louca, deixando claro que estaria sob o efeito de uma dessas poções se tudo aquilo fosse verdade.

Como eu ainda queria ver onde ia chegar, acenava com a cabeça e fazia gestos confortantes, rindo por dentro.

- Pobrezinha, como posso te ajudar? – perguntei quando já não sobraram-lhe divagações.

- Bom, eu nunca sei onde ele está! Ele anda matando muita aula e eu só quero mais tempo perto dele, será que você não sabe…. – ah, então era sobre isso. Certo, admito, eu ri. Ri muito. Não consegui mais segurar e gargalhei alto, enquanto Hermione se fazia de confusa.

Eles realmente achavam que eu era tão estúpida? Tá, eu sei o que você está pensando leitor. Guarde esse pensamento, ok? 

- Escuta, Hermione. Primeiro: eu sei que você odeia o Draco. Lembra quando você deu um soco nele no terceiro ano? Pois é. E eu sei muito bem como as poções de amor funcionam, então para de fingir que esse seu amor é fruto de alguma mágica barata.  Ah, e ele te odeia também, nunca iria querer nada com você. – comecei, sem pensar muito no que estava falando, só me deixando levar pelas frases abusadas que surgiam em minha mente.

- Segundo, eu sei que pareço uma retardada porque falo com fantasmas mais do que com pessoas e na maior parte do tempo eu estou desmaiando por ai, mas eu não sou idiota. – bom, talvez isso fosse mentira. - Então, qualquer coisa que Harry Potter queira me perguntar, ele que venha e pergunte, apesar de eu achar que a localização de Draco Malfoy não seja do interesse de ninguém além dele mesmo.

Terminado o meu discurso. Eu respirei fundo e pensei em tudo o que eu tinha dito. Não sei dizer se foi as palavras de Draco que me deram a confiança ou simplesmente o fato de que eu não ligava mais pra nada…

Desde quando eu falava assim? Toda a mudança em mim caiu como uma pedra em minha cabeça, eu realmente realmente tinha mudado desde o começo do ano, assim como eu tinha prometido a mim mesma.

Mas era essa eu que eu queria? Era essa pessoa manipuladora, articuladora e destemida que eu queria me tornar?

Com medo de mim mesma percebi que sim. Era.

Então, assim, sem mais nem menos, minha cabeça começou a doer. Mais do que familiarizada com a sensação, simplesmente me deixei levar pela memória que estava vindo.

- Mãe, não, não, por favor, não quero ir, não me faça ir! – gritava, aos prantos. Era um dia depois do meu aniversário de oito anos.

– Filha, me ouça. A gente vai se encontrar de novo, eu prometo. Você tem que ir, confie em mim. – minha mãe dizia em um tom confortador para me acalmar. Sua face estava estranhamente calma e as lágrimas bem seguradas em seus olhos castanhos.

- Mamãe, não faça isso comigo, por favor mamãe! – berrava, sem parar de me mexer, enquanto ela tentava, sem sucesso, arrumar minha meia soquete.

- Lizzie! – meu pai exclamou, entrando na sala como se fosse um general. – Obedeça a sua mãe, por favor, querida, só queremos o seu bem…

- Como isso é querer meu bem? Vão me mandar para o inferno! Estou dizendo, papai, o inferno!

As lágrimas escorriam desesperadamente no meu rosto e meus pais tentavam de tudo para me acalmar.

Então, quando finalmente minha mãe conseguiu arrumar minha meia, ela disse, em um tom de voz alterado:

- Lizzie, a gente ainda vai se ver. É uma promessa.

Mesmo chorando, acenei com a cabeça, já mais calma e a abracei.

– Querida, agora preciso que se concentre e faça tudo o que esse bom homem te disser, certo?

Acenei novamente e olhei para o homem a quem meu pai se referia. Era um velho barbudo de oclinhos meia-lua. Vi ele pegar sua varinha e apontá-la em minha direção… Então, tudo sumiu.”

Acordei com Hermione debruçada sobre mim, aparentemente preocupada. Ignorando sua presença, comecei a refletir sobre a visão que tive. De duas coisas eu tinha certeza depois daquela memória. Primeira, Dumbledore tinha mentido. Segunda, meus pais realmente me amaram.

Com lágrimas involuntárias no rosto, não percebi quando a sabe-tudo gritou por ajuda e, quando me dei por mim, já estava na enfermaria novamente. Era como se eu nunca tivesse saido de lá. Já era como minha segunda casa.

Como Madame Pomfrey me amava –opa, claro-, ela fazia questão de que eu repousasse mais do que precisava, então acabei ficando um bom tempo lá. Tempo suficiente para fazer com que Su, Cece e Jesse se revezassem para não me deixarem sozinha no Natal.

Eles traziam doces escondidos e eu fazia questão de fazer com que Jesse mordesse um pedaço de cada Feijãozinho para evitar desastres. Suzanna tentava colocar algum conhecimento em minha cabeça -como se eu fosse usá-los algum dia- e Cece fazia questão de me contar todas as fofocas de quando nós estávamos brigadas.

- Então, o lance de você com o Jesse é sério? – perguntei, em certa ocasião.

Ela corou, como eu não via a muito tempo, e eu assumi que sim, era sério não importasse o que ela dissesse.

- Ah, mais ou menos. – certo. – Eu gosto bastante dele, Liz, não acredito que ficou escondendo esse primo por tanto tempo.

Olhei de canto para Jesse que estava sentado em uma poltrona distante com Suzanna ajudando-o em algum dever.

- Nem eu, amiga, nem eu.

A verdade é que Jesse tinha se tornado muito importante para mim naqueles seis meses, como nunca fora quando era apenas meu primo Bolinha. Fiquei me perguntando porque não éramos tão amigos no mundo trouxa e não consegui chegar em uma conclusão.

Quando finalmente tive um tempo sozinha, pude analisar a minha memória propriamente. Pelo que parecia, meus pais estava me mandando para o tal orfanato e Dumbledore iria apagar minhas memórias.

Mas aquilo não fazia sentido, ele não disse que as apagou quando eu tinha 11 anos? Ao saber, com certeza, que Voldemort tinha voltado? Ah! Nada mais fazia sentido e minha cabeça tinha começado a doer de novo, então parei de pensar. Não que eu pensasse muito normalmente…

O que realmente salvou aqueles dias de enfermaria foi um dia, muito, muito frio. Na véspera do último dia do ano… As luzes já estavam apagadas e, mesmo sendo madrugada, eu não conseguia dormir. Então, ao ouvir a porta abrir, fechei os olhos e fingi estar dormindo.

Senti passos vindo em minha direção e eu só conseguia pensar em uma coisa: “estou morta. Morri. Eu deixo todos os meus livros para Su e minhas roupas para Cece, por favor, apesar da minha cadeira reservada no inferno, me leve para o céu. Eu não sout tão ruim assim…”

Mas não, para minha surpresa, nada aconteceu. A pessoa apenas parou ali e depois simplesmente saiu. Sem perder uma chance, abri o olho apenas o suficiente para ver as costas do sujeito misterioso saindo pela porta.

Meu coração parou ao ver os cabelos loiros balançando com o vento frio.

Um ótimo quase fim de ano, eu diria.


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Notas finais do capítulo

Ooie, capítulo novo para vocês, amores ♥
Então, estou finalmente de féeeeeeerias! Vou ter mais tempo para postar, eba! Mas tem riscos de eu ir viajar, mas dai avisarei vocês, não sumirei (:
Espero que tenham gostado, escrevi esse com muito carinho para as leitoras novas que estão aparecendo e os reviews perfeitos de todos *-*
Beeijão :*



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