Opera Paris escrita por Lauren Reynolds, Jéh Paixão


Capítulo 30
Capítulo 28 - Swan




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Capítulo 28 – Swan

- Estamos prontos para partir. – Disse Gerárd, enquanto avisava a Edward.

- Oui, irei pagar a conta. Vão se acomodando na carruagem. – Ele respondeu, enquanto dirigia-se ao balcão, onde o dono da hospedaria os esperava.

O Conde acertou a conta dos quartos e o que fora consumido durante a pernoite, agradeceu gentilmente ao dono da hospedaria e saiu. Não demoraria muito até que chegassem até Le Havre, cerca de uma hora e meia, no mais tardar. Gerárd insistira para que o Conde dormisse por mais algumas horas, visto que na noite anterior, ele quase não havia dormido, por conta da preocupação com os ataques dos comunas e, porque não conseguia pregar os olhos devido a ansiedade.

- Levaremos cerca de uma hora e meia, senhor. – O cocheiro avisou-os.

- Tudo bem, obrigado. Avise-nos se precisar de alguma coisa. Ou se houver algum problema durante o percurso. – Edward avisou-lhe.

- Então, que continuemos nosso caminho, meus caros amigos! – Fontaine disse sorridente. – Oh, mademoiselle, silvouplait. – Fontaine sibilou, esticando a mão para que ela subisse na carruagem. Madeline sorriu.

Havia o começo de um clima entre Madeline e Fontaine. Ora, Fontaine não era velho, tinha suas trinta e poucas primaveras e Madeline iria fazer seu vigésimo sétimo aniversário. Fontaine era um barão e, agora, seria delegado Visconde, por ter ajudado nas buscas e recuperação de bens de Isabella Swan, por parte dos roubos do Visconde James. Fontaine tinha cabelos curtos, ondulados e olhos negros, como duas onix. Sua pele era branca e contrastava com os cabelos escuros. Ele tinha um caráter extremamente bom e sua personalidade era doce, bem como podia ficar irritado quando lhe tiravam do sério.

Madeline era uma jovem de pele de porcelana e cabelos louros arruivados. Eles iam até sua cintura e tinham cachos perfeitos. Madeline havia chegado na casa dos Cullen após ser encontrada quando pequena, em um orfanato que havia sido atacado por alguns rebeldes em algum lugar da França. Ela era tão doce e prestativa quanto alguém com sua idade poderia ser, por isso Fontaine se interessara por ela.

(...)

Na madrugada da noite anterior, as estradas principais de Paris foram invadidas por rebeldes comunas, que estavam prestes a ir para a sede do governo Francês e exilar o Imperador Napoleão III. Tochas, gritarias, espadas, foices, machados, armas... Tudo à postos nas mãos dos rebeldes, que em sua maioria, eram burgueses, interessados num governo melhor para obtenção de lucros. As pessoas gritavam palavras obcenas e frases que surtiam efeito para assustar os de fora, assim, as pessoas da cidade recolhiam-se em suas casas, trancafiando-se em porões, sótãos e abrigos feitos para esse tipo de coisa.

Os comunas avançavam cada vez mais e a guarda imperial já estava a postos para defender o imperador dentro de seus muros. Porém, Napoleão não sabia se suas forças conseguiriam resistir por muito tempo, por isso, organizara uma saída a là Luiz XVI¹; ele mandara que sua esposa e filho arrumassem suas coisas minimamente e que trajassem roupas simples, pois iriam sair como camponeses do palácio.

As pessoas continuavam gritando e erguendo suas tochas, balançando para cima e para baixo, as foices eram balançadas e os marchados subiam e desciam. Os comunas andavam a passos largos, tentando ultrapassar as barricadas impostas pela guarda imperial.

(...)

O resto da viagem transcorrera de forma bem tranqüila. Era em torno de onze e meia da manhã quando a carruagem negra entrava em Le Havre. As janelas com afrescos dourados cintilavam com a luz do sol. As cortinas estavam, em parte, abertas, somente para a brisa marítima entrar no veículo. As casas, mansões e chatêaus em Le Havre, cidade praiana paradisíaca, eram em sua maioria de tons pastéis ou brancas. Adornadas com grandes jardins, pomares e árvores que faziam sombra. E as casas que ficavam na praia, tinha uma grande escada incrustada nos paredões de pedra, para que seus proprietários descessem para desfrutar da água do mar e da areia.

- Estamos, finalmente, chegando. – Edward murmurou.

- Não se preocupe. Tudo estará como deve estar. – Fontaine sorriu-lhe.

- Oui, assim espero. – Edward assentiu.

Durante alguns minutos, eles seguiram por alamedas floridas, com árvores pinceladas pelo verde e dourados, das folhas secas. As flores eram dos mais variados tons, desde o azul até o vermelho, indo para o violeta e amarelo. As ruas eram de paralelepípedo, que mais pareciam grandes pedras prateadas e brilhantes. Havia casas mais simples e mais requintadas, porém todas pareciam ser lindamente decoradas.

Ao final da alameda, quando já era possível ver o mar, a carruagem virou à direita, continuando noutra avenida, onde deveriam continuar até o final. De lá, virariam a esquerda, na primeira grande entrada.

O chatêau não era tão grande quanto às mansões do resto da França, porém era lindo de se ver. Havia flores e árvores; e, logo a diante, a casa erguia-se branca e imponente na paisagem praiana. Logo ao lado dela, havia um parapeito e uma abertura onde havia uma grande escada. No muro da frente, composto todo por tijolos em sua cor natural, onde as bordas eram brancas, havia uma inscrição: Swan.

Aquela era a tão famosa casa do litoral do violinista Swan e de sua amada filha, a bailarina Isabella.

- Oh, que bela casa, monsieur! – Madeline sorriu, admirando a paisagem por uma das janelas. – Certamente um lindo lugar.

- Sim, o violinista Swan, que Deus o tenha, tinha muito bom gosto. – Edward contou-lhes. Aqui estão suas principais obras de arte, tanto na pintura, quanto na música. Ele também tinha um grande acervo de livros e, você verá, muito provavelmente, um stradivarius legítimo.

- Jura? – Madeline abriu um sorriso. – Oh, eu já ouvi uma ou duas obras dele. Ele tocava mui bem.

- Assim como a filha, que dançava e tocava com muita habilidade. – Fontaine disse-lhe. – A senhorita Swan, desde que tivera alguma consciência de negócios, isso por volta dos seus dezesseis anos, tratou de querer estar informada dos negócios do pai.

- Certamente ela tinha muita fibra. – Gerárd concordou.

Assim que a carruagem chegou próximo a casa, o cocheiro deu a volta pelo jardim central e então parou com a porta da carruagem em frente a porta dupla principal da casa. A carruagem negra contrastava com o branco da casa de praia. Naquele lugar, havia lembranças espalhadas por cada cantinho de grama, terra, areia, ou cômodo da casa; Edward quase podia ver uma menina de cabelos cor de chocolate correndo por aquele lugar, porém, ele também podia imaginar a figura minúscula do visconde correndo com ela.

- Oh, finalmente! – Alice chegou, arrastando um vestido que ia até os joelhos, na cor lilás. Jasper ficara encantado com o modelo mais curto, aquela era uma novidade que Jeanne Paquin estava lançando e, que em menos de vinte anos, seria adotado por todas as mulheres. O vestido de Alice flutuava com a brisa marinha, as pontas onduladas de seu cabelo balançavam mais ainda com os pequenos saltos que ela dera em direção à saída da casa. Atrás dela veio Jasper, que trajava calças de algodão e uma camisa larga de tecido fino.

– Gerárd, que bom vê-lo! Oh, olá, Madeline, Fontaine. Boa tarde, monsieur Edward. – Ela fez uma pequena reverência.

- Devem estar famintos. Nós damas que preparamos o almoço, não é como se fossem as mesmas iguarias que costumam comer... – Rosalie, trajando o mesmo tipo de vestido, só que num tom róseo, apareceu em frente à porta de entrada.

- Minha dama do moinho é uma excelente cozinheira! –Emmett exclamou. – Vocês vão gostar. Seja bem vindo, irmão. – Emmett deu um forte abraço no Conde.

- E vocês, sejam bem vindos. Vão adorar a casa. – Jasper disse a Fontaine e Madeline.

- Vocês demoraram... – Uma voz doce e melodiosa soou sonolenta, como se estivesse acabado de acordar.

Seu timbre era delicado e muito familiar. Junto a ela, apareceu um vestido azul marinho tão esvoaçante quanto os outros. Havia três tecidos finos, seguidos de babados que o deixavam mais evasê. Seu corpete também era em azul marinho, drapeado com o mesmo tecido fino, pequenas mangas caiam pelos ombros e o comprimento dele ia até abaixo dos joelhos.

- Vocês demoraram... – A voz serena disse de novo, saindo da casa. Sua pele era branca, como porcelana, seus cabelos eram ondulados, de cor chocolate. Os olhos... eram do mesmo tom.

Os olhos dourados do Conde brilharam e seu peito pareceu inflar de alegria. Ele sentiu uma centelha passar por todo o seu corpo, no mesmo instante que uma brisa salgada entrou pelas narinas. Seus lábios, instintivamente, abriram-se num sorriso que exibia os dentes brancos. Edward não sabia o que sentia, só sabia que estava feliz, como jamais esteve, por ver sua amada viva. Talvez, as coisas pudessem dar certo agora.

Isabella saiu das sombras e caminhou lentamente até ele, percebendo o ar de tristeza transformar-se numa súbita surpresa e, então, numa alegria contagiante. Ela soltou uma risada morna, que era música para os ouvidos dele. Quando a brisa bateu, abaixou levemente a cabeça e a ergueu, colocando uma mecha atrás da orelha; um gesto simples, mas que fizera o Conde soltar uma gargalhada, tão deliciosa de se ouvir, como o som do mar. Era a primeira vez que o via tão feliz.

- Viva. – Ele sibilou, passando seus braços ao redor da cintura dela e erguendo-a no ar, girando-a e girando-a. – Viva! – Ele exclamou.

- Sim, meu amor. Viva. – Ela sorriu, segurando seu rosto com as duas mãos e cobrindo a face pálida de beijos delicados. – Viva para você.

- Me enganaram. – Ele disse baixo. – Me enganaram e, por um instante, achei que tinha perdido meu propósito de vida. Não sabe como fiquei arrasado...

- Oh, eu sei. Eu também fiquei, fiquei triste por não poder lhe contar e aliviar a dor que iria sentir. Mas foi melhor assim. – Ela disse-lhe. – Nosso plano falharia, James nunca iria parar de confrontá-lo, ele só iria parar quando os dois caíssem mortos.

Edward a colocara no chão e pegara em sua mão, colocando no dedo anelar, um lindo anel de safira, rodeado de brilhantes. Ele estivera procurando o melhor momento para dar o anel certo, mas nunca encontrara. Se ele não fizesse isso naquele momento, talvez depois não o fizesse mais.

- ... E então, quem foi o arquiteto deste plano malévolo? – Edward perguntou, dando um sorriso torto.

- Bem, várias pessoas. – Alice sorriu, daquela forma assustadora. – Na verdade, monsieur, todos sabiam. Menos vossa graça. – Ela disse num tom formal, esperando que o Conde não quisesse sua cabeça sobre uma bandeja...

Flashback, noite da última apresentação.


- Vai dar certo?

- Sim, milady, vai. – Gerárd disse a Isabella. – Este é um composto de ervas, bem forte, que fará a senhorita parecer morta perante os olhos do público. Fontaine investigou e disse-me que seu amigo legista garante.

- Sinto-me numa operação de contrabando. – Ela riu baixo, pegando o pequeno frasco. – Deverei tomar em que momento?

- Logo depois que o Visconde lhe ferir. Não o deixe se aproximar demais. Senão será perceptível a pequena bolsa com o sangue de cabra. – Gerárd dizia. – Tome todo o frasco naquele momento, senão lhe faltará oportunidade.

- Edward ficará arrasado, Gerárd. – Ela disse-lhe, acariciando o pequeno pingente que o fantasma lhe dera e que Edward disse para nunca tirar.

- Mas ele não pode saber.

Fim do flashback.


- Entendo. – Ele disse-lhes.

- Mas não foi só isso. Nós sabíamos que vosmicê ficaria arrasado e que não iria querer que outra pessoa, que não fosse da família, cuidasse do corpo dela. – Madeline sorriu. – É aí, que entro.

- Mas foi por pouco irmão. – Jasper falou num tom sério. – Os guardas e o tiro que James havia disparado, quase estragaram tudo. Mesmo você, não contava com os guardas. – Ele sibilou, terminando sua taça de vinho.

- Mas isso é o que importa, que tudo tenha dado certo. – Isabella sorriu, brincando com os dedos de Edward. – Monsieur Fontaine, obrigada por ter me ajudado com esta casa.

- Oh, não é problema algum. – Ele sorriu.

- Pelo menos já tens todos os documentos prontos? – Edward perguntou a Fontaine.

- Oh, oui. As senhoritas, a partir de agora, chama-se Isabella Swan Cullen, baronesa Swan e Condessa Cullen. A senhorita será Alice Pavlova Cullen, baronesa e Condessa Cullen. E, por fim, Rosalie McCarty Cullen, Condessa Cullen. – Fontaine entregou-lhes pastas separadas.

- Oh, esperem, porque McCarty Cullen? – Rosalie ergueu uma sobrancelha. – Querido, você não é só McCarty?

- Bem, chegamos ao ponto crucial. Precisamos ter uma conversa séria senhoritas. Antes de qualquer coisa, precisamos ter essa conversa. – Edward ergueu-se e encarou cada uma delas, sua expressão voltara a ser séria. – Por favor, vamos até a sala?


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Notas finais do capítulo

OIi gentee o/
Desculpem a demora, mas sabem como é, eu estava atolada de trabalhos para fazer ¬¬..
E ai, gostaram do capítulo?
Quais serão as revelações do próximo capítulo? Quais as suas suposições?? hihi...
Se gostaram do cpaítulo, comentem e recomendem.
Beijinhos