Opera Paris escrita por Lauren Reynolds, Jéh Paixão


Capítulo 3
Capítulo 1 - O Começo


Notas iniciais do capítulo

Yey! *estoura um poc*

Oficialmente, eu e a Jeh temos o orgulho de apresentar o primeiro capítulo! Divirtam-se e comentem bastante *o*~~



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Capítulo 01 – O começo

Paris, 1919.

A cidade estava movimentada. Os carros estavam com suas capotas fechadas; buzinas e o rugido dos motores compunham a cena. A pequena praça central estava lotada de crianças, que corriam por entre as moitas, árvores e bancos. O céu estava visivelmente limpo e algumas pessoas já se dirigiam para dentro do grande teatro.

Havia uma faixa sobre o arco de entrada da antiga Opera de Paris. Estava escrito: Leilão hoje. Alguns carros paravam em frente à enorme rampa de acesso e outras pessoas subiam pela escada que formava um semicírculo. As mulheres erguiam seus vestidos levemente, enquanto as barras traseiras arrastavam-se entre as folhas secas.

Um carro com o brasão parou em frente à rampa. Dois homens saíram, um esperava a porta e o outro empurrava uma cadeira de rodas. Quando a cadeira estava posta em frente à porta do carro, um senhor descia e era ajudado pelo seu chofer a equilibrar-se e então sentar-se na cadeira. O homem que estava ao lado da porta acompanhou o idoso para dentro do teatro. Suas capas esvoaçavam com o vento frio.

Dentro do teatro, podia ver a imponência de outrora, o glamour perdido numa noite trágica. As sacadas de mármore estavam quebradas, as cortinas rasgadas e o que restava, estava desgastado pelo tempo. As esculturas na base da escada larga central, ainda estavam inteiras. O idoso, conforme ia passando, admirava a beleza do lugar amplo.

Pombas brancas voavam pelo teatro, faziam seus ninhos nos topos das paredes, entre as vigas do telhado. A luz do sol entrava pelos buracos do vidro quebrado das janelas e pelas frestas no teto.

- Lote 664. Pistola de madeira e três caveiras, de 1831. – O leiloeiro dizia.

Algumas pessoas sentadas nas cadeiras improvisadas arrematavam os lotes. Uma senhora estava parada em pé, acompanhada de um rapaz. Ela encarou o idoso que agora se juntava ao leilão.

- Lote 665. Uma caixa de música, em papel machê no formato de um realejo. Junto com um macaquinho em traje persa, que toca os pratos. – O leiloeiro falou. – Este item achado nas galerias do teatro ainda funciona. – O homem que segurava a caixinha mostrando a todos, colocou-a para tocar. – Vou começar com 15 francos. Quem dá mais?

O idoso ergueu o dedo.

- 20. Obrigado, senhor.

A senhora fez o mesmo.

- Madame Dwyer, 25, obrigado. – O leiloeiro falou. – Me dão 30?

O idoso ergueu a mão novamente.

- Obrigado, senhor. E que tal 35? – não houve resposta de nenhum dos dois. – 30. Dou-lhe uma. Dou-lhe duas. Vendido por trinta francos ao Visconde de Chagny.

O mostrador saiu de seu lugar e colocou a caixinha de música no colo do idoso, o Visconde de Chagny, que passou os dedos pelas laterais da caixa. A senhora sorriu gentilmente e voltou ao seu lugar.

- Uma peça de colecionador. Exatamente como ela disse. Vai continuar tocando mesmo quando todos nós não estivermos mais aqui? – O Visconde murmurou.

- Lote 666, um candelabro em pedaços. – O leiloeiro anunciou.

As pessoas se viraram em direção a um espaço vago, no centro de onde ficavam as poltronas. Ali, havia um imenso tecido, cobrindo aquilo que era o candelabro. Madame Dwyer olhou de relance para o Visconde, que agora virara sua cadeira em direção ao último item.

- Talvez vocês se lembrem do mistério do Fantasma da Opera. Este candelabro esteve presente no desastre. Nossos artesãos adaptaram-no para a eletricidade. – Disse o leiloeiro, quando dois homens puxaram o pano que cobria o grande lustre. Um serviçal no alto do teatro puxava uma corda que subia o candelabro. - Esperamos... Que ele possa anuviar os espectros do passado.

Madame Dwyer e o Visconde de Chagny observavam o lindo lustre sendo erguido. Em suas mentes, eles voltavam a contemplar o esplendor daquela incrível história...


Paris, 1870.

Dentro do mais famoso teatro de Paris, as bailarinas corriam e saltavam levemente pelo palco, ensaiando para alguma opera. Nos bastidores, cordas, roupas, tecidos, plumas eram carregadas de um lado para o outro. Pessoas andavam apressadas. Artesões costuravam os figurinos e os músicos afinavam seus instrumentos.

Fora dali, na rampa de acesso, dois homens saiam de uma carruagem. Um deles, o mais alto, colocou sua cartola na cabeça e seguiu ao lado do outro para dentro do teatro. Eles passavam, desviando, por entre as pessoas e contemplavam o fervor de um dia que antecedia um espetáculo.

O maestro entregava as partituras recém-escritas para os músicos e todos se ajeitavam ante o palco. As bailarinas desciam as escadas de ferro, em forma de caracóis, segurando os tules que caiam pelo corpo. Elas estavam vestidas como dançarinas do ventre, com medalhas douradas, bustiês avermelhados e os cabelos presos no alto da cabeça. Mas nos pés, tinham sapatilhas de seda, com pontas de gesso.

- Estamos chegando, senhor. – Um homem disse a um jovem sentado em sua carruagem.

- Perfeito. – Ele assentiu.

Os participantes do coro já entravam no palco, com suas vozes possantes, entoando a canção do espetáculo. Suas roupas lembravam soldados de Roma, com cores vibrantes e fortes.

- ... E estes são nossos bailarinos. – Dizia um homem trajando fraque, aos dois que entraram no teatro.

- Monsieur Lefevre, estou ensaiando! – O maestro exclamou irritado.

- Oui, monsier. Mas eu tenho que apresentá-los a todos vocês. Senhoras e senhores, por favor. Madame Dwyer... – O homem chamou a atenção de todos ali, que se voltaram para ele. – Havia rumores sobre a minha aposentadoria, como bem sabem. E, informo-lhes que eram verdadeiros. E estou aqui para apresentar os novos donos do Opera Populaire.

- Há! Eu avisei que isso acabaria acontecendo.

- Lady Tanya, por favor. – Madame Dwyer repreendeu-a.

- Fizemos nossa pequena fortuna num negócio de ferro-velho e estamos realizando nosso sonho. – Um dos donos disse.

- Apresento-lhes, Monsieur Charlie e Monsieur Phillipe. E nosso novo patrocinador. O Visconde de Chagny.

As pessoas aplaudiram. Uma ou outra bailarina se perguntava se eles eram ricos e estavam solteiros. As outras apenas aplaudiram e sorriam aliviadas por finalmente os rumores sobre a aposentadoria de monsieur Lefevre serem verdadeiros, ocasionando novos donos para o teatro.

- É muita sorte, não acha, milady?

- Ah, sim é. Poderei estrelar por muito mais tempo. – Ela disse. – O espetáculo de amanhã a noite será perfeito. E vão saber que sou a melhor soprano de toda Paris.

- Então pare de se gabar, mademoiselle, temos um ensaio a fazer! – Maestro Lefevre repreendeu-a.

Uma das bailarinas estava parada no canto de sua barra, admirando a beleza do Visconde, que também a encarava. Os trocavam olhares por curtos períodos de tempo, até que ele desceu e sentou-se em uma das poltronas.

- Quem é aquele? – Perguntou uma bailarina de cabelos curtos e ondulados.

- Visconde de Chagny. James. – A outra respondeu. – Nós brincávamos juntos quando éramos crianças, Alice, isso foi antes do meu pai morrer.

- Ah sim, no litoral, certo Bella?!

- Sim.

Bella era Isabella Swan, filha de um violista sueco, naturalizado francês que viveu no litoral. Ela era branca, tinha cabelos longos e ondulados, que caiam pelas costas. Esbelta e não muito alta.

- Quem é aquela beldade esguia e habilidosa? – Charlie perguntou a madame Dwyer.

- Minha afilhada. – Ela disse para ele.

Alice Brandon era afilhada de Renée Dwyer. Seus pais haviam deixado-a aos cuidados da madrinha quando era pequena. Alice tinha cabelos curtos e ondulados. Era miúda, mas uma bailarina muito habilidosa.

- E diga-me, madame Renée. Quem é aquela beleza sem dono?

- Isabella Swan, Monsieur.

- A filha do violinista?

- Oui. – Ela respondeu. – Oh sim, esta é Tanya Denali, nossa soprano há cinco temporadas.

Madame Renée apresentou Tanya, que andava em direção ao Visconde com uma mão esticada, para que ele a beijasse. O Visconde cumprimentou-os e então deixou que o maestro continuasse os ensaios.

Enquanto Madame Renée mostrava aos novos donos alguns de seus bailarinos e explicava sobre a extrema habilidade que o balé do Opera possuía, Lady Tanya voltava ao seu ensaio. Os músicos voltaram a tocar e o coro a cantar animadamente.

Tanya girava pelo palco. Seu vestido vermelho, com franjas douradas e todos os adornos de seu figurino balançavam, conforme os movimentos. Sua voz ecoava pelo teatro vazio. Se fosse mais aguda, faria uma taça de cristal se partir em mil pedaços.

- Chega! – Tanya exclamou. – Estão sempre interessados na dança! – Ela bradou, quando os novos donos elogiavam o balé. – Não vou cantar enquanto não me derem o reconhecimento que preciso monsieurs.

 Tanya virou-se e foi indo em direção aos bastidores.

 - O que faremos? Ela é a estrela, não pode sair!! – Um dos donos murmurou.

- Bajule! – Phillip, o mais baixo, saiu correndo em direção a ela. – Mademoiselle, não precisamos de tanto. Você é a nossa estrela.

- Talvez se incluirmos mais um ato...

- Talvez... Se a Madame nos fizer uma apresentação privada! – Charlie exclamou.

- Oui, o farei porque me pedem. Porque meus administradores me pedem! – Ela exclamou.

Tanya começou a cantar baixo, porém extremamente afinado. Suas mãos balançavam como se seguissem as ondas sonoras. Charlie e Phillip ficaram impressionados com a beleza da voz da soprana, que percebeu e subiu em um tom, deixando sua voz mais aguda, conforme a música pedia.

Mas, nas estruturas mais altas do teatro, bem acima do palco, uma sombra corria por ali. Suas mãos ágeis desenrolavam as cordas de um dos cenários, que logo, caiu sobre a cantora.

Houve alvoroço.

- Milady!! – Gritaram todos, alarmados com a situação.

- É ele, o fantasma! – Alice murmurou para Bella.

- Signor Bennet, espero que não seja sua culpa! – O maestro gritou ao homem no alto da escada.

- Por favor, não olhe para mim. – O homem respondeu. – Não se exalte, madame, estas coisas acontecem.

- Mas tem acontecido demais, Monsieur. Demais! – Ela exclamou e virou as costas para os donos do teatro. – À bientôt*, monsieurs!!

- Oh!! – O maestro bateu uma mão em sua cabeça. – Estamos perdidos!

- Ela não vai voltar?

- Creio que não. Mas olhe... – Charlie apontou para um envelope que flutuava até o chão, próximo a eles. – Que ser coloca uma caveira como selo? – Perguntou ele, incrédulo.

- Oh céus, leia, então. Oh, Dieu!! – Resmungou Phillip.


- “Bon soir, monsieur.

 Dou-lhe boas vindas ao meu teatro. Porém, tenho pequenas exigências que – devem – eu gostaria que fossem cumpridas.

 Peço-lhes que o camarote número cinco fique vazio, para meu uso. E, claro, o meu salário, de vinte mil francos por mês.

 Grato,

O Fantasma.”

--

N/B:* À bientôt - até breve


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Notas finais do capítulo

EEEE!!!! *--*
Gostaram??
já garanto que os capítulos dessa fic são enormes o/ (ontem mesmo escrevi um com quase 3 mil palavras O_o)

Só um detalhe: A fic é INSPIRADA no filme O Fantasma da Opera, nao significa que o final seja o mesmo (para quem assistiu o filme). o/ hihi

Comentem!
Beijinhos