Opera Paris escrita por Lauren Reynolds, Jéh Paixão


Capítulo 28
Capítulo 26 - A grande noite - Don Juan Vitorioso!


Notas iniciais do capítulo

Aee, finalmente o grande dia chegou! tenham uam boa leitura :D

Beijinhos



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Capítulo 26 – A grande noite – Don Juan Vitorioso!

- Espero que tudo esteja do seu agrado, senhorita. – Gerárd disse a Alice, enquanto ela colocava alguns vestidos dentro de um baú. 

- Certamente está. Não posso imaginar algo que tenha ficado melhor! – Ela exclamou, enquanto rodopiava pelo quarto recolhendo alguns de seus pertences. 

Alice e Rosalie já haviam se mudado para o chatêau Cullen, assim como Bella. As notícias que corriam era de que se casariam em breve e depois partiriam para a Inglaterra junto aos três rapazes, logo após seus pais irem. E não estavam errados. 

Em torno de três semanas atrás Edward já estivera planejando com os irmãos a viagem que os levaria de volta a Londres. Jasper e Emmett têm enviado, em carruagens, durante a madrugada, suas bagagens maiores e algumas das coisas pertencentes às três senhoritas que agora residiam por lá. Alguns poucos pertences, bem como um baú contendo algumas mudas de roupas foram enviados para a casa de Isabella, no litoral. E deveriam ficar por lá até quando fosse preciso. 

A tão esperada noite estava chegando. Assim que a noite aportou sobre a cidade luz, as pessoas começaram a ficar fervorosas sobre o que poderia acontecer nos palcos do segundo mais famoso teatro do mundo. 

O céu estava tão escuro quanto podia ficar, não havia estrelas, só a noite cumprindo seu papel. Havia uma brisa fresca e não havia uma alma viva que ousasse colocar os pés nos arredores da casa de operas. A fachada do prédio antigo estava iluminada com algumas velas em suas janelas e portas, nada mais. As pessoas começaram a pensar que aquele ambiente nunca estivera tão sombrio. 

Dentro do teatro a orquestra fazia os últimos ensaios e ajustes para ficarem de acordo com a ópera que monsieur fantôme havia lhes entregado. Eles nunca acreditaram que o fantasma pudesse ser tão exigente como estava sendo agora, na verdade, eles só achavam que o fantasma não passava de um aproveitador. Mas mais uma vez, Le fantôme provou o contrário. 

As bailarinas giravam e repetiam passos, e então faziam tudo de novo e de novo, até que Madame Renée lhes dissesse que estava bom. Alice e Rosalie ensaiavam junto às bailarinas do coro, enquanto Isabella esgueirava-se por entre as colunas das catacumbas do teatro. 

(...) 

Assim que o dia raiou, mais escuro do que os dias normais de uma quase primavera, houve movimentações no pavilhão da guarda imperial. O inspetor Lestrade havia recebido o recado de que sua Alteza Imperial queria assistir ao último espetáculo das três bailarinas. 

- Inspetor! – Um dos guardas entrou procurando pelo homem. 

- O que está acontecendo, monsieur? Não é hora para ouvirmos gritos. Estou ocupado demais pensando em o que fazer em relação a segurança de sua alteza imperial. - Lestrade afirmou, dando uma baforada em seu charuto. 

- Lord James está lá na frente e quer falar com o senhor. Ele está apressado. – Disse o guarda, fazendo posição de “sentido” logo em seguida. 

- Mande-o entrar! 

James levantou-se ereto e seguiu para dentro do escritório. Ele trajava um casaco longo, até os joelhos, de uma cor escura e tecido de toque aveludado. Suas calças eram de brim, sempre impecáveis e a camisa de algodão branco. Ele tirou o chapéu ao entrar no escritório do inspetor. 

- O que posso fazer pelo senhor nesta manhã nublada, Visconde? – Perguntou o inspetor. 

- Minhas fontes disseram-me que o Imperador quer assistir a última peça. – James murmurou. 

- Oui, isso não é novidade alguma. O imperador é um apreciador das artes. – O inspetor sorriu. 

- Ora, e eu creio que dessa vez possamos aproveitar deste episódio para pegarmos monsieur fantôme. – James afirmara, percebendo que o inspetor havia hesitado. – Vejo que minha idéia parece, no mínimo, plausível. Estou certo? 

- Sim, está certo. Certíssimo.  – O inspetor murmurou. – Não podemos nos dar ao luxo de dar chances daquele traste, seja lá quem ele for, atacar o imperador. Escute-me, Visconde... 

O inspetor aproximou-se mais do Visconde. 

- Andei investigando um pouco mais sobre o conde e fiquei sabendo que ele não estará no teatro esta noite. 

- Ele estará, como fantasma. – O Visconde fechou as mãos em punhos. 

- Ora, precisamos ter certeza, nós não podemos simplesmente abrir todos os camarotes, nem você, como patrono tem esta permissão. Só os donos dos camarotes podem permitir isso. – O inspetor dissera. 

- Estou lhe dizendo, Lestrade. Aquele ser obscuro vai aprontar alguma. E tenho medo do que possa acontecer com a senhorita Swan. 

- E aí está uma grave acusação. – Disse o inspetor. – Um usurpador ameaçando a segurança de uma dama da corte francesa. Quem diria hein? 

James e Lestrade sorriram de forma cúmplice. 

(...)

Assim que o sol se pôs as estrelas apareceram e o manto negro cobriu o céu lindamente. Não havia ventos frios e cortantes, e isso deixava as pessoas mais a vontade, dando-lhes a impressão de que aquela não era uma noite tão sombria. 

Elas estavam erradas, é claro. Pois seria uma das noites mais impressionantes que muitos veriam em sua vida, o teatro de Paris jamais seria o mesmo, e nem as suas estrelas. 

O maestro Lefevre já estava a postos coordenando a ordem de seus músicos, enquanto a cortina de veludo vermelho mantinha-se fechada para o público. Os últimos lugares estavam sendo preenchidos; damas e cavalheiros iam para seus lugares, a fim de apreciar o tão falado espetáculo da noite. Os últimos lugares a serem preenchidos eram os camarotes, destinados aos nobres da sociedade.  E o principal deles, o camarote número 10, que ficava exatamente no centro, de frente para o palco e sobre a entrada, era o camarote do imperador e da família real da França. Dois guardas entraram e puseram-se a postos em cantos opostos do pequeno aposento, enquanto outros dois mantinham guarda na porta. 

James fora um dos últimos a entrar no local, seguido do inspetor Lestrade e seu fiel escudeiro. Eles tomaram parte do camarote número seis, enquanto o camarote ao lado, o do fantasma, fora ocupado pelos Cullen. Quando todos os lugares foram ocupados e quando a casa já estava cheia, Policiais da guarda imperial entraram no grande salão e montaram guarda em vários pontos, bem como outros homens foram levados para o auditório, onde deveriam zelar pela segurança dos espectadores. 

- Quem tem a audácia de trazer a guarda imperial para este lugar, caro Visconde? Sabe que isso afastaria as pessoas daqui! – Monsieur Charlie disse ao Visconde. 

- Não. O inspetor tem uma denuncia minha, sobre o Fantasma da Opera e, além do mais, ele deve zelar pela segurança do imperador e da família real. – O visconde sibilou, ajeitando seu fraque enquanto pegava o roteiro da peça da noite. 

Os bastidores estavam um fervo! Bailarinas e bailarinos andavam para todos os lados, tomando suas posições para a entrada, enquanto Madame Renée tentava coordenar a algazarra que estava se formando. As pessoas queriam saber quando é que o fantasma iria aparecer. 

- Vossa majestade está confortável? – Perguntou uma das criadas designadas para cuidar do conforto do imperador e de sua família. 

- Sim, obrigado. Certifique-se de que o espetáculo não se atrase. – Disse o imperador. 

- Oui, monsieur. Excuse moi. – Ela fez uma larga reverência e saiu do aposento. 

Então, de repente, as luzes de todo o ambiente ficaram turvas, avermelhadas. As pessoas calaram-se e a cortina finalmente se abriu. 

O cenário era todo em tons quentes, muito laranja, vermelho, tons de preto, cordas, escadas e tochas o complementavam. Todas as vestimentas eram inspiradas em trajes espanhóis, porém, todas elas, tanto as masculinas quanto as femininas, tinham em comum as cores quentes e o negro, junto ao dourado. Várias bailarinas dançavam em torno de um poço, que fora adornado com papéis vermelhos e laranjas, para dar a impressão de fogo. 

- Aqui o senhor servirá a dama. – Dizia um dos bailarinos. – Aqui o patrão pega a carne. – Ele tornou a cantarolar, indo em direção a duas bailarinas que dançavam sensualmente num canto do palco. Um choque para a população da época. 

- Aqui o cordeiro do sacrifício emite um balido desesperado. – O pequeno homem dissera, enquanto passava seus braços em torno de uma cintura afinada por conta de um corpete negro. A mulher fez uma expressão de desejo, causando burburinhos entre a platéia. 

Pobre donzela, pela emoção em sua língua de sabores roubados, terá que pagar um preço alto entrelaçada aos lençóis da cama. – Lady Tanya cantarolava, arrastando seu vestido negro pelo palco, fazendo expressões sensuais e passando suas mãos pelo corpo. 

- Sirva a carne e sirva a dama! – O coro cantou. – Sirva ao patrão também, com mesas, planos e donzelas dispostos. Don Juan triunfa mais uma vez!

Os bailarinos iam e vinham. Quatro deles dançavam sensualmente nos cantos do palco, enquanto Tanya e Piangi rodeavam-se, cantando junto aos outros. As damas da corte sentiam uma estranha sensação ao ouvir aquela nova canção. Sentiam palpitações em todo o corpo, mente e lá nas entranhas. Elas sentiam o desejo aflorar e querer vazar pelos poros de suas peles; queriam arrancar as luvas e os vestidos longos e quentes, livrar-se dos panos que as cobriam. Todas elas temiam aquelas sensações e, principalmente, a estranha sensação úmida entre suas pernas. 

Então, os bailarinos, enquanto cantavam o refrão junto ao coro, acompanhando a orquestra do Maestro Lefevre, apontou para as escadas e para a entrada ao fundo do palco, onde uma bailarina saia saltitante e Piangi, trajando um fraque negro e uma capa vermelha em seu ombro esquerdo. A bailarina era Alice, que dançava lindamente, mesclando passos de dança espanhola e ballet clássico. 

- Passirino, fiel amigo. Mais uma vez recite o plano. – O Don Juan Piangi disse ao pequeno homem. 

- Sua convidada crê que eu sou você. Eu o patrão e você o criado...

Enquanto isso, o visconde observava de seu camarote, Victoria na companhia de seus pais e de seu primo, o Duque de Biers. Ele amaldiçoou internamente tudo aquilo, ele sempre soubera que o primo tinha artimanhas – além de um título melhor que o dele e mais, muito mais, riquezas -, mas ele jamais imaginaria que seu primo também estivesse contra ele. Lady Barbarac parece diverti-se esta noite; e o barão parece de acordo com a nova união, James pensou, ao vislumbrar um sorriso por parte de seu primo. 

Na platéia, as damas continuavam a observar, com aquela mesma sensação, as últimas falas de monsieur Piangi. Isabella, dos bastidores, na parte lateral, observava o espetáculo e toda a repercussão que estava tendo. Porém, ela sentia a mesma sensação que as damas francesas, não sabia dizer o que era, mas sabia que aquilo era o efeito que o Conde, disfarçado de fantasma, causava em sua pessoa. Seu coração parecia querer saltar do peito. 

Quando Piangi entrou, finalizando suas falas, ele fechou a cortina e virou-se, deparando-se com um salto do Fantasma da Ópera, que vinha das passarelas acima de sua cabeça. Ele fez uma longa e larga reverência para o fantasma, deixando-o passar à sua frente, para poder contracenar. 

- Nenhum outro pensamento na cabeça dela, a não ser os de alegria. – Isabella entrara no palco cantarolando, dando passos curtos e retos. Ela trajava um lindo corpete num tom carmim, que começava logo abaixo dos seus seios, cobertos por uma renda branca, que se estendia até o braço, formando pequenas mangas. O corpete terminava logo abaixo de sua cintura, delineando-a; na barra dele havia pequenas moedas douradas. A saia era em tecidos brilhantes, dourados, cheio de moedas. Seus cabelos estavam cacheados, presos, lateralmente, com uma rosa vermelha. 

Isabella – Don Juan

- Nenhum outro sonho dentro do coração, - Ela cantarolava, andando pelo palco e procurando por aquele que ansiava ver. – a não ser o de amor. - Ela estava sozinha no palco. O silêncio reinou na platéia. 

De repente, de trás do palco surgia um ser de capa escura e cabelos penteados para trás. Ele usava luvas negras e uma máscara, também negra, cobrindo parte de seu rosto. As pessoas ficaram tensas. 

- Patrão.

- Passirino. – Disse o fantasma. 

- Pode ir que a armadilha está pronta e aguarda sua presa. – Passirino cantarolou ao fantasma. As pessoas sentiram a revolta dentro de si. Algumas chegaram até a temer o destino da jovem espanhola, outras, pensavam até no destino da jovem bailarina Swan.

- Você veio até aqui, em busca do seu mais profundo anseio... – O Fantasma barítono cantava, encantando e cativando cada uma das damas daquele recinto. – Eu a trouxe até aqui, para fundir e incorporar nossas paixões... – Cada uma daquelas damas espectadoras da ópera, pegavam-se tendo pensamentos impróprios, que nunca deveriam ser mencionados a qualquer outra pessoa. – Em sua mente, você já se rendeu a mim. Baixou todas as suas defesas, rendeu-se completamente a mim. Agora, você está aqui comigo. Não há mais nada em que se pensar. Você já decidiu, não há mais volta!

Isabella levantou-se vagarosamente, inebriada por aquela voz que acalentava qualquer um de seus pensamentos e que espantava qualquer um de seus pesadelos. Ela levantou-se, hipnotizada por aquele que obscurecia qualquer outra visão ruim, por aquele que lhe provocava estranhas sensações. 

- Não pode mais olhar para trás. – Ele cantarolou, indo em direção a ela, ao passo que bailarinos vestidos de negro entravam no palco. – As nossas brincadeiras de faz de conta, agora terminaram. É inútil resistir. – Ele fazia um caminho circular em torno dela. – Abandone todos os pensamentos e deixe o sonho entrar. Que fogo furioso pode fazer transbordar minha alma?!

O Fantasma exclamou, indo rapidamente em direção a ela e correndo uma de suas mãos pela cintura, pousando-a sobre o ventre e, a outra, acariciando o pescoço. Isabella, que nada tinha dito até agora, tombou a cabeça e soltou um suspiro baixo. 

- Que farto desejo pode destrancar essa porta? Que doce sedução nos aguarda? – Ele afastou-se, tomando toda a atenção dela para si. 

- Você me trouxe àquele momento em que palavras se esgotam, - Isabella afastou-se dele e pareceu, realmente, se dar conta do espetáculo. – Àquele momento em que a fala desaparece, ao silêncio. Eu vim até aqui sem saber ao certo o motivo. Na minha mente já havia imaginado nossos corpos entrelaçando-se, sem defesa e silêncio... Agora estou aqui com você. – ela virou-se bruscamente e encarou-o, exibindo um sorriso maroto nos lábios. 

Nos camarotes, a guarda já ficava a postos. O Inspetor já se preparava para sua abordagem ao Fantasma da Ópera. 

- Eu já decidi. Não há como voltar atrás. – De certa forma, a canção tinha seu toque de realidade. Os dois andaram, em lados opostos, porém na mesma direção. – A nossa peça sobre paixão, finalmente começou. – Os dois subiram as escadas caracóis que haviam dos dois lados do palco. Quando chegaram ao topo, encararam-se. – Superando todo pensamento de certo ou errado, uma pergunta final: Quanto tempo nós dois temos que esperar para nos tornamos um? Quando o sangue começará a correr e o botão adormecido florescerá? Quando as chamas finalmente nos consumirão?

- A partir de agora não tem mais volta...

Os dançarinos que estavam no palco, naquele momento, começaram uma dança lenta e sensual, ao passo que o Fantasma e Isabella encontravam-se no meio da pequena passarela sobre o palco. Ele correu suas mãos para a cintura dela, encostando suas testas. Ele pegou-a pelo braço, rodopiando-a e abraçando-a pela frente, ao passo que os bailarinos reproduziam tudo. 

- A ponte foi atravessada. Fique e observe-a queimar. – O Fantasma cantou, correndo suas mãos, sobre as de Isabella, pela frente do corpete e descendo, descendo e descendo até a altura do ventre. Ela e todas as outras queimavam por dentro, ansiavam por algo que lhes apagasse aquele fogo interno. – A partir de agora, nós não temos mais volta.

O fantasma ergueu um dos braços dela e correu seus lábios, distribuindo beijos, enquanto ela arfava, realmente. As pessoas olhavam, absortas a qualquer outra coisa, a cena dos dois atores principais. Elas mal sabiam que aquela era só uma armadilha, mas todo o resto não sabia que o fantasma já tinha tudo preparado. Porém, num átimo, não agüentando mais a cena, James tirou a pistola de seu fraque e disparou, assuntando a todos no recinto. Mas o tiro não atingiu nenhum dos dois. A bala, seguida por outras duas, atingiram as correntes próximas a lateral do palco. Mal sabiam eles que aquilo seria fatal. 

O Fantasma rosnou alto e encarou a todos com ódio, assim, enlaçou Isabella e desembainhou sua espada, e a fez passar pela corda próxima a ele. Ele agarrou aquela corda e pôs o pé sobre uma alavanca, que abriu um alçapão, fazendo-o cair pelo poço. Mas no teatro, algo pior acontecia. As correntes soltavam-se aos poucos, até que os estalos tornaram-se maiores e ela finalmente se desprendeu da parede, destruindo do chão até o teto e até o centro dele, fazendo o imenso lustre de cristal se desprender e começar a cair.

- Este será o fim! – Ele exclamou.

Aquilo foi o estopim. 

Como tudo, em sua maioria era de madeira, e como todas as luminárias eram a gás com a chama sobre o bocal, tudo seria facilmente destruído. O lustre arremessou-se em direção ao palco, fazendo tudo ali pegar fogo. As pessoas saiam às pressas, caindo e tentando correr para salvar suas vidas. Rapidamente tudo era consumido pelas chamas. Tanya correu para salvar Piangi, porém encontrou-o morto próximo ao palco, com uma corda enrolada em seu pescoço. Ela escutou um barulho ensurdecedor e, quando se deu conta, viu pedaços da passarela caindo sobre ela. 

Nunca mais ouviram falar de Lady Tanya Denali, a famosa Carlotta.

Triste fim o da bailarina de voz esganiçada, merecia ela aquela condenação vil? Em seus últimos instantes, quando percebera que a morte já estava a sua espera, ela percebera que sua rebeldia e raiva foram em vão. Tanya lamentou por Isabella.

Este fora seu último pensamento.

Nunca mais ouviram falar de Lady Tanya Denalia, a famosa Carlotta.

James e os guardas começaram a correr ao passo que os Condes também. Todos seguiam a mesma direção. 

O Teatro era consumido rapidamente. Suas janelas de vidro estouravam com as chamas e os cantis de azeite estouravam e inflamavam cada vez mais. As pessoas que estavam na rua, observavam a ruína do segundo melhor Ópera do mundo. 

- Oh Deus, oh deus. – Bella sibilava, atônita, com tudo o que acontecera. 

- Eu não imaginava que aqueles bastardos fossem atirar, você não está ferida, está? – Edward perguntava, enquanto corria. 

Na superfície, as pessoas juntavam-se e pegavam tochas, garfos grandes e foices, gritando que pegariam o Fantasma. Todos corriam em direção à sala de súplicas, onde viram os condes e o visconde, junto aos guardas, entrarem. Alice e Rosalie corriam em outra direção, porém, para o mesmo lugar. James descera tanto as escadarias em caracol, que percebeu que tudo ia muito mais abaixo do que imaginava. Ele pensara que aquilo não teria fim. Quando se deu por conta, estava sozinho. 

- Foi um lindo espetáculo, Edward. – Bella sibilou quando chegaram. 

- Oh Deus, milady. Preciso tanto de você. Tanto. – Ele puxou-lhe para um beijo urgente, enquanto as grades da entrada da caverna abaixavam-se. Suas mãos correram pela cintura dela, dessa vez, não havia aquele sentimento sombrio e aquele clima tenso e sensual que havia sido criado no palco. Ali, naquelas profundezas cavernosas, eram só eles, Edward e Bella, e seus sentimentos mútuos. 

- Eu também preciso de você, milord. Preciso. Oh Deus. – Ela alisou a máscara preta que cobria metade da face dele. – É tudo o que eu peço a você. – Ela cantarolou, porque se sentia bem ao lado dele, não importando se falavam ou cantavam. Bella sentia, do fundo de seu coração e, de uma forma avassaladora, que era com ele quem devia ficar. Era ele quem ela devia amar. 

Porém, Edward interrompeu o beijo quando ouviu alguns passos rápidos aproximando-se do covil. Ele ajeitou sua máscara e manteve Bella atrás de si, porém, quem estava vindo era somente Emmett, Jasper, Alice e Rosalie. 

- Oh Deus, estás bem, Bella? – Rosalie perguntou. – Eu não achava que armas estavam no plano. 

- E não estavam. – Edward sibilou. – O Visconde precipitou-se. Se fosse apenas para esperar as atitudes da guarda imperial, nós apenas fugiríamos. Mas agora, temos, realmente, que sair daqui. E tudo tem que dar certo. 

- Vai ser o fim do Opera. – Alice sibilou. 

- Sim, Allie. Tudo o que conhecemos vai ruir junto com essas paredes. Toda a música ficará confinada para sempre nessas ruínas. – Bella sibilou, juntando-se a pequena bailarina. 

- Estás com medo, milady? – Jasper perguntara. 

- Sim. Sim, porque passei minha vida toda aqui e não sei viver para nada além da música. – Alice dissera. – Eu sei me portar e sou estudada, mas tudo o que conheço está aqui. Está no meu sangue. 

- Vai dar tudo certo. – Emmett assegurou-lhes, enquanto trazia consigo um embrulho enrolado em estopas. 

- O que é isso? – Bella perguntou. 

- Isto, é o que vai dar um fim nessa história. – Emmett murmurou, entregando o embrulho a Bella, enquanto Edward e Gerárd entravam em algumas das passagens para repassar o plano.

(...) 

Cerca de um nível acima da caverna, onde o rio começava, James entrava no pequeno bote, junto a Lestrade, seu fiel escudeiro e dois guardas. Eles remavam rapidamente pelo canal, observando cada mínimo detalhe das fundações da ópera. As pedras esculpidas em forma humana sustentando uma grande estrutura, os entalhes em algumas colunas, as marcações em outras. 

- Certamente uma fundação muito forte. Talvez resista a destruição. – Um dos guardas comentou. 

- Oh, se vai. A corte francesa terá prejuízo, visto que isso é um patrimônio público. Mas creio que para o imperador não será muito. – Lestrade confirmou. – Devemos estar nos aproximando senhores... 

O Visconde olhou para frente e vislumbrou uma grade, larga e grande, que descia sobre o grande arco que era a entrada para uma caverna mal iluminada e, aparentemente, apinhada de coisas. James não hesitou e saltou do barco. A água batia em sua cintura, mas isso não o impediu de continuar, até conseguir chegar a grade. 

Ele vislumbrou Isabella nos braços do fantasma. 

- Solte-a canalha! – James exclamou. 

- Ela é a minha dama. A dama do fantasma. Ainda não aprendeu? – O Fantasma alisou a pele de Bella, que respirou profundamente. 

- Você está cego de ciúmes, James. – Isabella murmurou, quando percebeu que mais pessoas chegavam a grade. 

- Ele é um aproveitador, enfeitiça-a toda vez que profere palavra alguma! – James rosnou. – É inadmissível, milady. Precisa vir para cá agora. Solte-a Fantasma! 

O Fantasma apertou-a – gentilmente – contra seu corpo. 

- Nunca!

James, furioso, abaixa-se na água gelada e tateia o chão, a procura de uma fresta para que pudesse passar. E, com sucesso, ele passa, rapidamente, pois a grade chegava apenas até a metade da profundidade. Ele sai respirando pesadamente da água e vai em direção ao fantasma, que manda Isabella para longe. Neste momento, as pessoas forçam a grade, que continua oferecendo resistência. 

- Finalmente, monsieur Fantôme. – James diz com falsa cordialidade. – Darei fim a sua vida de aproveitador. 

- Não tenha tanta certeza. – O Fantasma retruca e tira o florete da bainha. 

As lâminas chocam-se com velocidade, os dois são bons espadachins. Ora as lâminas deslizavam e ora chocavam-se uma com a outra. Faltavam apenas sair faíscas. James tinha dificuldade em lutar na água, a profundidade impedia que ele se movimentasse mais rápido do que estava conseguindo ali.

O Fantasma, um habilidoso espadachim, empunhava a lâmina para frente e então dava um passo, usando sua perna direita como apoio. O visconde erguia a fina espada na posição horizontal, defendendo-se dos ataques contínuos do Fantasma. James percebera que o monstro não hesitava, atacava continuadamente, enquanto mantinha Isabella atrás de si, que parecia querer ficar ali.

Os policiais, quando chegaram, tomaram a frente e continuaram forçando a grade, enquanto os dois travavam uma pequena batalha. Bella, a todo instante, temia pela vida de seu fantasma, de seu Edward. E foi num pequeno deslize de lâminas, que a ponta do florete de James acertara diretamente a lateral do braço do fantasma, porém, não era um corte profundo e não era no braço direito.

O fantasma rosnou e avançou sobre o Visconde, desferindo-lhe um golpe em direção á lateral de seu tronco. O Visconde curvou-se e gemeu de dor, mas no instante seguinte, avançou com fúria em direção ao fantasma planejando cravar aquela lâmina fria em seu abdômen. Porém, Isabella agiu antes.

- Não!!! – O Fantasma gritou ao ver a pequena mancha vermelha tingindo a água. 

A guarda imperial conseguiu, finalmente, entrar no lugar. Mas não antes que Edward, ao lado dos irmãos, correm para o lago. O fantasma solta um murmúrio baixo e triste, ao passo que Edward solta um grito de dor. Todos param para observar a cena. 

- Canalha, bastardo, visconde maldito!! – Edward grita. – Levem-no daqui! Eu o acuso de matar a minha noiva. Eu o acuso de destruir o último espetáculo de sua carreira. Eu o acuso, Visconde James de Chagny, de assassinar Isabella Swan, a primeira bailarina do Opera Populaire, a filha do violinista! 

- Não! Foi ele! – O Visconde gritava, ao perceber que Isabella atirara-se a frente do corpo do Fantasma.

- Levem-no! É uma ordem! Eu sou um Conde! Filho de um dos maiores nobres ingleses! O que estão esperando, isso não serve para nada? – Os olhos de Edward estavam semi-cerrados. Sua mandíbula travada e ele abraçava o corpo de Isabella. 

- Andem! Levem-no! – Emmett foi em direção a James, que tentou correr, mas foi pego pelo fantasma. 

- Meu anjo da música se foi. Minha vida acabou. Minhas duas paixões se foram. – O fantasma sibila, deixando uma rosa vermelha sobre o corpo da jovem. Logo em seguida, ele sobe e entra em uma das passagens. 

O corpo de Isabella jazia nos braços de Edward pálido, com uma imensa mancha vermelha nos trajes. Toda a água ao seu redor já estava ficando turva, ganhando, primeiro uma coloração marrom e depois avermelhada. Ninguém ousava se aproximar. Edward ergueu os olhos para o Fantasma, que olhou por sobre o ombro e correu para dentro de uma passagem.

Desde aquele dia, o Fantasma da Ópera nunca mais foi visto, nem ouvido. A expressão, ainda que coberta por uma máscara, do fantasma, era de dor. O inspetor não moveu nenhum tipo de busca para o tal bastardo, porque ele sabia que jamais iria existir outra história como aquela, porque jamais existiria outro fantasma da opera e outra Isabella Swan. As pessoas que estavam por ali, observando tudo, sentiam pena do jovem conde e das bailarinas. Quando o fantasma se foi, Edward levantou-se e carregou-a nos braços, para a superfície.

As pessoas afastavam-se, sentidas, com lágrima nos olhos. Algumas ousavam murmurar que o Fantasma realmente a amava e que não fizera mal algum para ela. Mas Edward sofria. Seus pensamentos giravam em torno de seu plano, que havia falhado, tudo por causa dos tiros do Visconde. Mesmo Gerárd ajudando-o, tornando-se o Fantasma em seu lugar, pela última vez, não fora possível obter sucesso. Isso estava acabando com ele.

Desde aquele dia, o Fantasma da Ópera foi esquecido. Por muitos e muitos anos a história da bailarina do fantasma seria contada, até que as pessoas a esquecessem ou, até que elas não quisessem mais ouvir. Mas uma coisa era certa. Jamais existiria, em todo o mundo, tal história de romance, sedução e sombras. As pessoas chegaram a própria conclusão que Isabella amara os dois; que o fantasma não lhe fazia mal e que Edward saberia lidar com isso. No final, todos passaram a ter raiva do Visconde, pois o julgaram ser o assassino de Lady Swan.

O resto da madrugada sucedeu-se frio e sem estrelas, porque as nuvens negras de foligem cobriam o céu estrelado. O amanhecer, entardecer e as próximas noites, seriam sombrias e cheia de dor.

Nunca mais o teatro fora o mesmo. Nunca mais Paris foi a mesma e Nunca mais ouviu-se falar do Fantasma da Opera.

Triste fim tivera aquele teatro, e triste fim o da linda bailarina.

Era justo aquela punição vil por amar a dois homens?

Era justo aquela punição vil, por ter o amor de duas pessoas?

Triste fim o da bailarina...


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Notas finais do capítulo

Oiiii.

E ai, o que acharam desse capítulo GIGANTESCO?
Modéstia a parte, foi um capitulo que siau perfeito. Da forma como eu queria e da forma como pensei, sem perder o tom do filme e do livro Fantasma da Opera.

Comentem, podem me xingar se quiserem, reocmendem porque a fic é legal e vocês são pessoas legais que leem, certo?? :D

Hihi, tenham um bom domingo e não esqueçam..
Quero comentários, ou o Edward e os Cullen vão morrer também...

beijinhos ;**