Fascination escrita por lady riot


Capítulo 1
Menino do Sol




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Olhei para o relógio enquanto caminhava pelo saguão do aeroporto. Não tinha motivos para querer saber as horas na verdade, sabia que não estava atrasado, mas a vontade de que o tempo começasse a passar mais devagar me fazia ficar daquele jeito, olhando para o relógio a cada segundo.

Quando estava próximo demais do portão de embarque para haver uma salvação, parei, olhei em volta de me despedi da minha vida na ensolarada Califórnia.

Na península Olympic, do noroeste do estado de Washington, há uma cidadezinha chamada Forks, quase constantemente debaixo de uma cobertura de nuvens. Chove mais nessa cidade insignificante do que em qualquer outro lugar dos Estados Unidos. Foi desse lugar e de suas sombras melancólicas e onipresentes que eu fugi quando tinha 13 anos.

Fui para a escola Ojai Valley, um internato há umas 40 milhas de Santa Bárbara, nas férias meus pais, Elizabeth e Edward, vinham me visitar.

E era para Forks que eu voltava, me exilava.

Olhei para o relógio mais uma vez pensando se realmente precisava fazer aquilo. Então pensei em minha mãe, todos diziam que éramos parecidos, mas não conseguia ver nada além da cor dos olhos, talvez dos cabelos. Quando meu pai morreu, há um ano atrás, tive ainda mais ódio daquela cidade, uma vontade ainda maior de nunca mais pisar lá, mas não podia ceder ao ódio por causa dela, minha mãe. Ainda que ela nunca admitisse, se sentia sozinha, nunca esteve tão sozinha, e eu não a deixaria sofrer por uma vontade mesquinha de continuar sentindo o sol aquecendo minha pele, de jogar vôlei na praia com lindas garotas fúteis, de sentir o vento no meu cabelo molhado enquanto surfava...

Mais uma vez olhei as horas, aquilo começava a irritar a mim mesmo. Atravessei o portão de embarque lentamente, suspirei tentando lembrar que aquilo não era uma sentença de morte quando percebi o olhar que a comissária de bordo me lançava. Sorri para ela, sem muita vontade, era apenas o que ela esperava e me senti mal em não corresponder suas expectativas.

Eram pouco mais de quatro horas de vôo até Seattle, outra hora em um pequeno avião até Port Angeles, depois uma hora de carro até Forks.

Odiava admitir que o avião me incomodava um pouco, me fazia suar frio, mas saber que dali a pouco andaria de carro com minha mãe me animava, ela sempre dirigiu rápido demais para seu próprio bem e eu simplesmente adorava.

Quando a vi, ela sorria radiante com um suéter verde que chamava ainda mais atenção para seu cabelo enferrujado, o cabelo dela assim como o meu tinha uma cor diferente, lembrava cobre, mas eu sempre fiz questão de afirmar que o dela parecia enferrujado, ela não gostava, mas ria, tentando disfarçar.

- Ora, ora, mas como você está feio! – ela riu bagunçando meu cabelo, apesar de isso não mudar em nada meu estilo naturalmente desgrenhado – Nunca mais vai pentear esse cabelo?

- Não. – eu respondi a abraçando – Senti saudades.

- Eu também, Eddie. – ela sabia o quanto eu odiava aquele apelido e sorriu ainda mais quando me viu torcendo o nariz – Como vão as coisas? Faz tanto tempo desde a última vez que te vi. Está tão bronzeado!

- É o sol, mãe. Lembra-se dele? – sabia que tinha sido grosso, mas ela não pareceu notar, ou não quis se importar – Desculpe. E como vão as coisas em Forks? Molhadas? – ela riu e eu me senti melhor.

- Entre no carro antes que eu lhe bata. – foi a minha vez de rir enquanto obedecia, não tinha certeza se ela estava brincando ou não.

Me acomodei no banco dianteiro do Prius azul, odiava aquele carro. Com toda aquela história de proteger o meio ambiente mal conseguíamos sair do lugar graças a lentidão daquele carro! Internamente agradeci quando percebi o pé de minha mãe afundando no acelerador. Abri o vidro deixando o vento bater frio no meu rosto, me encolhi por um instante, percebi que tinha esperado o ar quente das minhas praias. Olhei através do para brisa e percebi que já estava chovendo, suspirei fechando os olhos. Parecia que o sol já havia me abandonado, eu deveria ter feito uma despedida melhor.

- Você vai gostar daqui. – a voz dela me tirou dos meus pensamentos e abri os olhos para encara-la – Eu sei que não parece agora, mas sei que vai gostar daqui.

- Eu sei, mãe! – respondi sorrindo falsamente, mostrando todos os dentes, ela riu para mim e eu sabia que era porque sabia que eu estava mentindo.

- Eu sempre sabia dessas coisas, sabia ler as reações das pessoas, como se soubesse o que elas pensavam no momento em que elas o faziam. Era divertido.

- Tenho uma surpresa para você! – ela disse quase cantando, não gostei nada daquilo.

- Ai.

- Não confia em mim, Eddie?

- Não. – ela riu de novo, sempre se divertia as minhas custas – O que é?

- Achei um carro para você, baratinho! – ela anunciou e eu tremi, ela parecia divertida demais com essa história.

- Que tipo de carro?

- Bom, na verdade é uma picape, um Chevy.

- Mas isso não é um carro. Não um de verdade, pelo menos. Onde achou essa coisa?

- Lembra do Billy Black de La Push? – La Push é a pequena reserva indígena no litoral.

- Não.

- Você costumava ir pescar com ele costumava pescar e seu pai quando você ainda era criança e não tão implicante.

Isso provavelmente explicava muito, não conseguia me lembrar de uma época em que eu fosse menos implicante. Gostava de ir pescar com meu pai, apesar de odiar ir pescar. Nunca disse isso a ele.

- Ele agora está numa cadeira de rodas – ela continuou não me dando tempo para pensar em algo para responder que não soasse irônico – não pode mais dirigir então ofereceu a picape por um bom preço.

- De que ano é?

- Billy trabalhou muito no motor, sabe? – desviando do assunto, isso não era bom sinal – Na realidade só tem alguns anos.

- É deste século? Quando ele comprou?

- 84.

- Há 24 anos atrás era nova?

- Acho que era nova no início dos anos 60. 50 no máximo. – o sorriso maldoso nos lábios dela me fez girar os olhos – Funciona bem, eu prometo!

- Não deve nem andar, mãe! – eu sei que pareci mimado, mas queria tanto um carro que andasse.

- O troço anda, pare de reclamar! Já está praticamente paga de qualquer maneira.

- De graça? Bom... Eu poderia me acostumar com aquilo.

- Obrigada pela fonte de problemas sobre rodas, mãe.

- De nada, Eddie. Eu disse que você ia acabar gostando daqui.

Não respondi. Uma picape velha era muito pouco para me fazer gostar dali. Mas daria o melhor de mim. Sorri para ela e ela abriu um enorme sorriso de volta, formando pequenas linhas em volta de seus olhos, mesmo assim ela não parecia ter idade pra ser minha mãe.

Não conversamos muito mais, eu estava cansado por causa da viagem de avião e não sentia muita vontade de falar, ela estava feliz demais por eu estar ali para colocar em palavras. Fiquei olhando as árvores passarem rápidas demais enquanto a chuva salpicava meu rosto, só podia ver o verde. Muito verde. Tão diferente do azul do meu mar, do branco das minhas areias.

Finalmente chegamos em casa e eu parei de me lamentar. Procurei a monstruosidade que minha mãe apelidara de carro, mas não conseguia encontrar e lugar nenhum. Comecei a me preocupar porque era de se esperar que uma picape fosse grande, e foi então que a vi. Parada na rua na frente da casa em que eu cresci, até escapar para a Califórnia, uma moto azul, uma Yamaha YZF600R. Não vi como desci do carro. Deslizei os dedos no banco molhado da moto e me virei pra minha mãe, minha louca e inconseqüente mãe. Achei até um pouco assustador o que ela estava disposta a fazer simplesmente para me deixar feliz.

- Está brincando? – foi o que consegui formular.

- O que eu vim te dizendo durante todo o caminho?

- Que eu iria gostar daqui? – ela concordou com a cabeça, cruzando os braços, satisfeita com a minha expressão boquiaberta.

Segurei o guidão só pra ver qual era a sensação e pensei em como seria perigoso pilotar aquela beleza naquelas ruas molhadas. Ótimo. Balancei a cabeça para afastar o cabelo ensopado pela chuva dos olhos e percebi que o tempo nunca estaria bom o bastante para eu pilota-la. Talvez esse fosse o plano da minha mãe. Se fosse, não iria funcionar.

- Obrigada – eu murmurei a abraçando, ouvindo seu riso enquanto ela me abraçava de volta.

- Vamos pra dentro antes que você pegue uma gripe, menino de Sol.

- Como você conhecia essa moto?

- Só achei ela bonita... – ela disse encolhendo os ombros.

- Ei, espera – foi então que percebi do que ela havia me chamado – Menino de Sol? – olhei para ela me sentindo sua filha, não seu filho.

- Me desculpe – ela disse rindo da minha cara – mas olhe para você! Você é dourado! Até o último fio desse seu cabelo despenteado.

- Não me trate como uma menina, mãe.

Ela abriu a porta ainda rindo de mim. Não foi preciso que ela me ajudasse a carregar minhas coisas para cima, eu só tinha uma mala com as poucas roupas de frio que consegui juntar e uma mochila um pouco velha com algumas poucas fotos de pessoas que foram importantes, cds, outras tranqueiras que não tive coragem ou vontade de me desfazer e um par de chuteiras. Agora parecia besteira pensar em praticar esportes ao ar livre, mas até aquele momento vivi para praticar esportes e fazer qualquer coisa que envolvesse velocidade. Não é muito modesto de minha parte, mas sou bom em todo e qualquer esporte que decida tentar, era a única parte que me animava um pouco em ir para essa nova escola, pelo menos teriam uma quadra coberta.

Entrei em meu quarto, não havia mudado em absolutamente nada, e eu torci o nariz. O que era constrangedor agora, aos 17 anos de idade, não era aos 10. Comecei a tirar os modelos de avião pendurados no teto, jogando-os no chão e agradeci por ter ao menos convencido minha mãe a tirar a cama em formato de carro e a substitui-la por uma cama normal, de casal, espaçosa, depois de tantos anos dormindo em um beliche, queria poder realmente me esticar. Aproveitei pra estrear o colchão, me jogando sobre ele e encarando o teto azul, apoiando a cabeça nas mãos, fiquei feliz por minha mãe não tentar me oferecer ajuda e me deixar sozinho. Especialmente porque eu não pretendia desfazer as malas tão cedo.

Cobri os olhos com o braço, não queria pensar em mais nada. Amanhã seria muito pior.

O colégio Forks High inteiro tinha o tamanho de uma sala de aula da minha antiga escola, e o total impressionante de 357 alunos era provavelmente o mesmo número de integrantes do corpo docente. Patético. Fiz uma careta para mim mesmo, não podia chegar com essa atitude terrível, suspirei pelo que pareceu a duocentésima vez na última hora, sentei na cama e decidi que deveria ao menos abrir a mala, nem que fosse para tirar a roupa molhada.

Joguei as meias molhadas num canto, logo acompanhadas pelas calças, e pela camiseta, coloquei um calção largo e confortável, não queria nada mais me incomodando, segui descalço para o banheiro e me pus a escovar os dentes, só então olhei meu reflexo no espelho. Horrível. Meu cabelo enferrujado estava uma bagunça completa, pior do que eu costumava deixar, caia molhado e torcido por cima de meus olhos, que estavam escuros demais, nem pareciam ser verdes. Esquisito. Apesar de eu ser mais bronzeado que qualquer um num raio de 40 quilômetros, eu não parecia assim, parecia doente, como se tivessem jogado alvejante em meu peito.

Talvez assim eu pudesse me misturar melhor, não queria chamar qualquer tipo de atenção. Mas em um lugar onde todos se conheciam e cresceram há pelo menos 4 gerações, acho que eu serei a nova atração turística.

Resolvi deixar a auto-analise para mais tarde, quando eu não tivesse nada mais urgente para me torturar. Nossa, como eu estou chato!

Voltei para a cama, decidido a dormir, mas o vento não parava de soprar, me incomodando, tentei cobrir a cabeça, mas percebi que o frio me incomodava mais que o barulho. Levantei e coloquei uma blusa de moleton velha, minha favorita, a que minha mãe mais odiava e voltei para a cama, deitei a cabeça por baixo do travesseiro e cobri o corpo inteiro com o cobertor vermelho ainda mais velho que meu moleton e torci para que conseguir dormir.

No dia seguinte achei que as cortinas ainda estavam fechadas, mas era a neblina que cobria tudo o que eu podia ver. Escovei os dentes e lavei o rosto antes de descer as escadas.

- Descalço, hein? – foi a versão de minha mãe de “Bom dia” – Aqui não é a Califórnia você vai ficar doente.

- Não sou mais criança, mãe... – eu esfreguei os olhos sentando em uma das 4 cadeiras em volta da mesa da cozinha, nem uma combinava com as outras, nem com a mesa.

- Acorda mal humorado como uma criança, se veste mal como uma criança...

- É só um pijama, mãe! – tentei interrompe-la, mas ela continuou como se eu não tivesse dito nada.

- Anda descalço como uma criança e tenho certeza que vai querer essas panquecas com mel, como uma criança. – o prato a minha frente era tão imenso que pensei que não era de verdade.

- Você está pensando em me engordar para o Natal? Mesmo gordo eu vou correr muito mais rápido que você, vou ser a ceia mais difícil de se preparar!

- Você pode ficar quieto e comer? – ela ria enquanto jogava mel em meu prato – Vai se atrasar pro primeiro dia de aula!

Girei os olhos e ela riu mais. Não falei muito durante o café porque não conseguia parar de comer, não tinha percebido até aquele instante como sentira falta da comida dela, o pouco que ela sabia cozinhar era muito bom, e ela também não pareceu se importar com o meu silêncio, falava por nós dois, animada demais por ter companhia. Sorri de boca cheia, olhando pra ela, só para faze-la rir.

Quando percebi já estava atrasado, subi correndo, coloquei a única calça jeans que eu trouxe estava um pouco folgada, acho que eu não era tão magro da última vez que usei aquela roupa. Será que eu estava magro demais?

Coloquei uma camiseta preta que nunca pareceu tão justa quanto naquele momento, agora eu parecia gordo demais... Cidade infernal. Coloquei uma camisa azul de mangas compridas por cima da camiseta justa demais e do jeans largo demais, calcei as meias e os coturnos que meu pai me dera e que eu nunca tive chance de usar. Aquele lugar me trazia lembranças demais, eu precisava sair. Desci as escadas correndo.

- Estou saindo! – gritei para a sala e fui atingido no rosto por uma jaqueta preta de couro.

- Pra andar na moto. – foi a explicação de minha mãe – Era de seu pai, mas eu usava muito mais do que ele.

- Precisava falar isso? – eu me olhei no espelho estreito ao lado da porta, arrumando a gola da jaqueta e recolocava a mochila no ombro.

- Claro! De que outra forma eu poderia estragar uma jaqueta tão legal?

- Tchau, mãe... – eu disse rindo enquanto batia a porta e subia na moto mais legal de todo o planeta.

- Não se esqueça de colocar o capacete! – ela gritou e só então reparei no capacete preto pendurado no guidão.

Girei os olhos, mas não desobedeci, não lembrava mais daquelas ruas e não pretendia quebrar a cabeça antes mesmo de ter a chance de matar a primeira aula. E eu precisava matar alguma aula, estava obedecendo todas as ordens de minha mãe e isso estava começando a me deixar preocupado.

Já começava a chover mais uma vez enquanto a moto deslizava pelas ruas sempre molhadas, entre as árvores verdes demais. Fiquei surpreso com a facilidade com que encontrei a escola, eu já estive lá várias vezes, mas tinha sido há tantos anos atrás...

Encontrei a secretaria, e parei a moto perto da porta, como ninguém mais tinha estacionado ali, achei que demoraria até alguém vir reclamar. Soltei os guidões e tive dificuldade em dobrar os dedos gelados, precisaria de luvas. Tirei o capacete e o vento bagunçou meu cabelo, muito melhor que qualquer pente, eu queria correr para dentro e fugir do frio, mas percebi que quanto mais demorasse para entrar, mais demoraria para ir para a classe, pareceu uma troca justa, mas mesmo arrastando os pés pelo caminho de pedras, cheguei rápido demais na porta. Girei os olhos enquanto girava a maçaneta.

A sala era bem iluminada e tinha um calor agradável, não era muito grande, com algumas cadeiras dobráveis acolchoadas, um carpete alaranjado manchado e prêmios por todas as paredes, quase camuflando o relógio barulhento. O ambiente era dividido por um balcão abarrotado de cestos de metal cheio de papéis. Havia três mesas atrás do balcão, uma delas ocupada por uma ruiva enorme que não levantou o olhar para mim.

- Posso ajudar?

- Sou Edward Mansen. – falei colocando o capacete sobre o balcão e vi seu olhar se voltar em minha direção, curioso. Aparentemente eu era esperado, o filho pródigo, fugitivo, finalmente voltava para casa.

- É claro... – disse ela, mas seu olhar agora brilhava. Reprimi um sorriso, ela gostava de mim. Vasculhou uma pilha instável de papéis se esforçando demais para não tirar os olhos de mim – Aqui está! – exclamou quase me assustando – Seu horário está bem aqui e tem também um mapa da escola – ela trouxe várias folhas para me mostrar no balcão, ficando o mais próxima que pode. Aparentemente as fofocas que ela andara escutando não estavam tão atualizadas, afinal. Eu conhecia aquela escola, não precisava de mapa.

Deixei que ela me mostrasse minhas salas e a rota mais fácil para chegar em cada uma delas no mapa, até mesmo retribui o sorriso quando ela me encarou nos olhos. Olhos castanhos sem graça. Sem qualquer profundidade. Recebi uma caderneta que cada professor teria que assinar e que eu deveria levar de volta no final do dia.

Ela me desejou um bom dia e, como minha mãe disse até a exaustão, que eu gostaria de Forks. Sorri ironicamente de volta, mas ela se derreteu. Eu realmente não esperava aquela reação.

Quando voltei para a moto, outros alunos começavam a chegar, só então percebi que devo ter pilotado realmente rápido para chegar antes que todos mesmo tendo saído tarde de casa. Nem isso planejei direito. Enfiei todos os papéis na mochila e resolvi não mudar a moto de lugar, já chamava atenção demais só por estar parado perto dela, se todos naquela cidade me achassem tão impressionante como a ruiva da secretaria, caso houvesse algum problema com minha vaga recém criada, eu só precisaria bater os cílios e tudo estaria resolvido. Ri de minha piada sem graça e caminhei debaixo de alguns olhares curiosos de estudantes para dentro do prédio.

Assim que cheguei ao refeitório foi fácil lembrar onde ficava o prédio 3, e mesmo se não tivesse lembrado um grande “3” estava pintado em preto num quadrado branco no canto leste. Senti a dor de estômago típica de um primeiro dia de aula enquanto seguia algumas pessoas para dentro da pequena sala de aula. Abri a jaqueta devagar, imitando aqueles que chegaram antes de mim e penduravam os casacos em uma longa fileira de ganchos junto a porta. Reparei em duas garotas pálidas, uma loira e outra com cabelo castanho claro. Se aquele fosse o tom de pele natural por ali, eu, mesmo com a péssima aparência que vi ontem no espelho, demoraria para me misturar.

Fui até a mesa do professor e lhe entreguei a caderneta, “Sr. Mason” dizia a placa sobre sua mesa. Ele me encarou surpreso quando viu meu nome, e eu esperei uma demonstração pública para que todos soubessem que eu era o aluno novo, mas para minha agradável surpresa ele me mandou sentar no fundo da sala. Eu gostava de ser o centro das atenções, mas apenas quando eu queria. Mas quando caminhei até o fundo da sala, passando a mão pelo cabelo, vi a loira com pele de porcelana me encarar boquiaberta e me sentei um pouco satisfeito. O show acabou, não era tão fácil me encarar sentado lá no fundo. Voltei os olhos para a bibliografia que o professor me deu, fiquei feliz por já ter lido tudo. Menos trabalho. Teria que manter isso oculto de minha mãe, ela acharia que eu deveria ler novamente e isso era obviamente um esforço desnecessário.

Nem percebi que a aula tinha acabado até ouvir o sinal, levantei me espreguiçando quando uma garota muito baixa mas com cabelos encaracolados e tão rebeldes que chegavam a disfarçar sua pouca altura se aproximou, olhando para cima para falar comigo.

- Você é Ed Mansen não é? – ela parecia pronta a me devorar com os olhos, instintivamente dei um passo para longe dela.

- Edward – corrigi e metade das pessoas ainda presentes se voltou para me olhar.

- Qual a sua próxima aula? – ela sorriu enquanto enrolava uma mecha de cabelo no dedo.

Tentei me lembrar sem ter que olhar no papel, mas vencido, puxei a mochila rapidamente para não me aproximar muito da garota interessada demais em me puxar para perto.

- Educação cívica. Jefferson, prédio 6.

- Vou para o prédio 4, se quiser, te mostro o caminho! – o sorriso dela aumentou. O jeito de ela demonstrar interesse me deixou intimidado – Sou Jéssica!

- Prazer. – estendi a mão e ela pareceu decepcionada. Achou que eu iria beija-la?

Pegamos nossos casacos e saímos para a chuva, eu estava preparado para jogar a jaqueta por cima do ombro, quando os primeiros pingos me atingiram, então mudei de idéia e a vesti. Jéssica dava passinhos rápidos ao meu lado, me fazendo diminuir o passo para que ela pudesse me acompanhar. Nesse instante ouvi duas garotas bufando ruidosamente, e olhei espantado por cima do ombro a tempo de perceber a troca de olhares entre elas e a menina a meu lado.

- Então, - ela sorria triunfante, acho que ela não pensou que conseguiria me acompanhar, ou coisa assim – a Califórnia deve ser bem diferente disto, não é?

- Muito.

- Não chove muito lá, não é?

- O bastante.

- Que demais! – disse maravilhada – Como é isso?

- Ensolarado – dei de ombros.

- Deve ser, você é bem bronzeado... – o olhar malicioso dela percorreu meu rosto, e apesar de essa ser a única parte bronzeada que ela podia enxergar, continuou examinando meu corpo.

- Sempre gostei de esportes ao ar livre. – odiava ser sempre tão educado mas não conseguia evitar, tentei ao menos não parecer interessado em prolongar a conversa.

Mais uma vez, atravessei o refeitório e Jéssica me acompanhou até a porta da sala, apesar de eu não só saber aonde estava indo, como também já ter visto a placa bem evidente.

- Boa sorte! Te vejo mais tarde! – ela exclamou enquanto eu girava a maçaneta – Talvez a gente tenha outras aulas juntos – ela parecia esperançosa demais.

O resto da manhã praticamente repetiu os mesmo rituais e ocasionalmente alguma pessoa vinha falar comigo, ninguém tão entusiasmado quando a primeira garota, ainda bem.

O professor de trigonometria, Sr. Varner, fez questão que eu me apresentasse diante da turma e eu conclui que todo aquele com coragem para ensinar matéria tão chata deve agir feito um idiota. Contrariado com as mãos nos bolsos, fui para o fundo da sala.

Comecei a prestar atenção nos rostos dos meu colegas de classe e o mesmo garoto que estava na minha sala em trigonometria, sentou ao meu lado na aula de espanhol me acompanhava até o refeitório na hora do almoço. Loiro com o cabelo espetado, não muito mais baixo que eu. Não conseguia lembrar seu nome e como ele falava animadamente sobre o que jogaríamos na aula de Educação Física, deixei que ele falasse, estava mesmo interessado naquilo e era bom falar com alguém com os mesmos gostos naquela cidade estranha.

Ele me levou a uma mesa com vários de seus amigos, mas eu não decorei o nome de nenhum deles, esqueci todos quando Jéssica acenou para mim do outro lado do salão.

E foi nessa hora, em meio há tantos estranhos curiosos que eu os vi pela primeira vez.

Eles não me olharam de volta, mesmo enquanto os encarava, o que me deu mais liberdade para analisa-los. Estavam sentados no lado mais afastado do refeitório e as mesas em volta deles estavam vazias, eram cinco, eles não conversavam e não comiam, apesar de cada um ter uma bandeja cheia de comida intocada a sua frente. Um deles era grande, muito grande e bem musculoso, como os garotos do time de futebol americano que tomavam anabolizantes em Santa Barbara, o com o cabelo curto e enrolado, o outro cara era mais alto, mas não tão musculoso, com o cabelo loiro.

Quando percebi as garotas, não entendi porque passei tanto tempo encarando os dois fortões. A mais alta não parecia nem ser real, era uma daquelas modelos da Sports Illustraded que você vê mas tem certeza de que não é assim na realidade. Mas ela era. Os cabelos loiro desciam perfeitamente ondulados até a cintura. A morena tinha olhos absurdos, grandes, escuros. Castanhos talvez? Apesar de eu nunca ter imaginado que olhos castanhos pudessem ser tão profundos, os dela eram, os olhos mais quentes e envolventes que eu já tinha visto, ela não era muito alta, o cabelo castanho escuro era liso e denso, deixava a pele dela ainda mais pálida, linda. A menor delas me fazia pensar na Sininho do Peter Pan, me senti ridículo com esse pensamento, mas ela era igual a uma fada. Pequena, de traços miúdos, o cabelo castanho cortado curto, as pontas desfiadas, viradas para todos os lados, ela se movia tão leve que parecia dançar. Uau.

Eles não tinham nada a ver um com o outro, mas ainda assim eram parecidos nessa beleza sobrenatural. Eram todos pálidos, mais do que era normal por aqui, todos tinham olheiras em volta dos olhos, como se não tivessem dormido por, sei lá, uma semana, e todos eram perfeitos demais. Inumanamente perfeitos.

Enquanto eu não conseguia desgrudar os olhos deles, a garota menor, se levantou como uma bailarina deveria fazer com sua bandeja intocada, e a jogou no lixo, voltando para seu lugar tão rápido que eu mal consegui acompanhar. Aquilo foi louco. Eu já tinha visto pessoas rápidas, mas aquilo...

- Quem são eles? – perguntei estarrecido e o garoto que estava a meu lado, que me acompanhara até ali e que eu havia esquecido o nome seguiu meu olhar, mas ele já sabia de quem eu estava falando.

Antes que ele pudesse responder um grupo de alunos atrasados abriu a porta e uma grande lufada de ar fez todos se encolherem até a porta voltar a se fechar.

Quando voltei o olhar para a mesa, a morena de olhos incríveis me encarava com... raiva? Desviei os olhos parra a mesa, completamente sem graça. Arrisquei um novo olhar e ela ainda torcia o nariz na minha direção, mas olhava para as próprias mãos, tentando se distrair. Meu vizinho havia percebido e ria sem graça, ainda olhando a mesa.

- São Isabella e Emmet Cullen, Jasper e Rosalie Hale. A que levantou com a bandeja é Alice Cullen. Todos moram com o Dr. Cullen e a esposa – ele sussurrou para mim, com um medo meio irreal de que eles nos ouvissem, estavam longe demais.

Olhei novamente para a morena e vi que apesar de estar parecendo distraída, jogando uma maçã de uma mão para a outra, seus lábios perfeitos se moviam muito rapidamente, mal se abriam, mas eu tive certeza de que ela falava com os outros.

Nomes bem incomuns, pensei. Talvez fosse uma regra de cidade pequena ter o mesmo nome que seus avós. Foi nesse instante em que finalmente lembrei que o nome do meu vizinho era Mike. Um nome perfeitamente comum.

- Eles são... Bem. Chamam muita atenção, não é? – eu comentei tanto parecer displicente.

- É. – ele riu – Mas nem se anime, eles estão todos juntos! Emmett e Rosalie, Jasper e Alice, quero dizer. – ele parecia um pouco triste com aquele fato – Moram junto também, sabe? – ele arqueou as sobrancelhas – Juntos.

Informação completamente desnecessária, mas tive que admitir que era bem curioso.

- Quem são os Cullen? – não me lembrava desse nome, e com certeza me lembraria dessas pessoas se tivesse os visto antes – Eles moram aqui há muito tempo?

- Uns dois anos, vieram do Alasca, acho. O Dr. Cullen é bem novo, não tem muito mais de trinta anos mas ainda assim ele e a mulher adotaram todos eles.

- Nem um deles é parente?

- Os Hale, Rosalie e Jasper, os loiros, são irmãos gêmeos mesmo. Mas são todos adotados.

Quando olhei novamente para eles, a morena tentava não me olhar, mas ainda assim seus olhos faiscavam de ódio. Desviei o olhar por um instante, sem entender o porquê daquilo, mas espiei novamente quando ela quase derrubou a maçã que jogava de uma mão para a outra. Foi bem estranho, a maçã caiu, mas antes mesmo que eu pudesse processar o fato, a garota já havia segurado a fruta de novo. Eu não devo ter prestado tanta atenção, mas ainda assim ela se moveu rápido demais.

- Quem é a morena? – perguntei ainda olhando de canto para ela – A mais alta.

- Ah, é a Isabella. Maravilhosa, né? Mas nem adianta tentar nada porque ela definitivamente não namora. – eu quase ri da frustração dele e tive que me controlar para não perguntar quando é que ele levou um fora dela.

Depois de alguns minutos eles se levantaram e caminharam levemente para fora do refeitório. Até o grandalhão musculoso parecia dançar ao invés de se mover. Muito estranho. A tal Isabella não me olhou mais, deliberadamente. Qual era a dela?

Fiquei sentado com os amigos de Mike por mais tempo que teria ficado se estivesse sozinho, na verdade, mais tempo que em qualquer outra situação, mas não estava nem um pouco ansioso para voltar as aulas. Eu já tinha visto toda aquela matéria, e já havia sido bem chato da primeira vez.

Uma das garotas, Angela, parece tinha Biologia II comigo e me acompanhou em silêncio até a sala, mas não parecia incomodada por eu não falar. Gostei dela. Entramos na sala e ela se dirigiu para a própria mesa, e já tinha uma dupla. Na verdade todos já tinham suas duplas e só havia uma cadeira vaga, reconheci quase que de imediato os olhos raivosos de Isabella Cullen. Tentei não prestar muita atenção enquanto o professor assinava minha caderneta, mas não pude deixar de reparar como ela ficou rígida quando eu me aproximei. Os olhos dela não eram castanhos, eram pretos, pareciam carvão. Peguei o livro que o professor Banner me estendia e fui caminhando em direção a cadeira ao lado dela, andava mais devagar do que deveria, mas o ódio que transbordava em minha direção era impressionante.

Quase tropecei nos livros de uma garota no meio do caminho, e quando reparei que a dona dos livros ria, tive vontade de pisar em cima deles. Me controlei e passei sem dificuldades, sentando e imediatamente me voltando para a frente. Percebi quando Isabella mudou a postura, se inclinando o máximo para longe de mim, a mão na frente do nariz, como se eu estivesse fedendo. Encolhi os ombros constrangido e puxei a gola da camiseta algumas vezes, fingindo me abanar e não senti nenhum cheiro fora do normal. Às vezes eu até mesmo usava algum perfume, e talvez eu pudesse ter exagerado, mas hoje eu não havia passado nada.

Quando o professor começou a falar sobre anatomia celular, fiquei feliz por pelo menos não ter que anotar a matéria que eu já sabia, então comecei a desenhar em meu caderno, sempre olhando para baixo. Mas ela mesma se inclinou, apoiando os cotovelos na mesa, deixando o cabelo formar uma cortina entre nós e me deixando relaxar os ombros tensos. Sempre que reunia coragem para espiar a via na ponta mais distante da mesa, completamente rígida, sem mover um músculo sequer, os cabelos cobrindo o olhar cheio de ódio. Seu braço branco atravessava a mesa, e sua mão agarrava o tampo preto, apesar de seus traços serem bem delicados, ela não parecia nada fraca.

Voltei o olhar mais uma vez para seu rosto e me arrependi. Mais uma vez ela me encarava cheia de repugnância. Qual era o problema dela? Nem me conhecia! Será que ela agia assim com todos os garotos do colégio? Pobre Mike.

O ódio dela era quase palpável, era como se ela quisesse me matar. Contive o calafrio que percorreu minha espinha, tentando não deixar os ombros tremerem.

Nesse instante o sinal tocou, me assustando ainda mais, e antes q eu pudesse fechar o caderno, ela já estava passando pela porta. Ela era menor do que eu havia pensado, mas isso não melhorou em nada a minha situação.

- Você não é Edward Mansen? – uma voz feminina me perguntou.

Olhei para cima e vi uma garota magrinha, pálida como todo o resto da cidade, o cabelo loiro claro e olhos verdes me olhando com um sorriso simpático. Bonitinha. Não saberia explicar porque não gostei dela.

- Isso. – sorri de volta. Maldita educação.

- Quer ajuda para encontrar sua próxima aula?

- É Educação Física, não acho que vou ter dificuldade em encontrar.

- É a minha próxima aula também! – ela parecia impressionada e orgulhosa, realmente incrível termos a mesma aula naquele colégio enorme.

Me levantei e ela me acompanhou até a quadra, olhava para todas as garotas pelo caminho, sorrindo convencida. Aparentemente eu era o mais novo objeto do desejo feminino de Forks High. Nada mal.

Ela falava pouco, mais preocupada em me exibir do que me conhecer, mas quando entrávamos no ginásio ela me perguntou:

- Mas então, você furou a Isabella Cullen com um lápis ou o que? Nunca tinha visto ela agir daquele jeito!

Franzi a testa, preocupado. Enquanto ninguém comentasse, eu ainda poderia estar enganado. Achei melhor disfarçar.

- A garota sentada no meu lado em biologia, certo?

- Isso. Estava ainda mais estranha que o normal, parecia com dor.

- Na verdade eu não sei. Nem falei com ela.

- Ela realmente é muito estranha. Se eu tivesse a chance de sentar do seu lado, com certeza falaria com você. – ela entrelaçou o braço no meu.

Sorri, me desvencilhando antes de entrar no vestiário masculino. Ela se esforçava tanto para parecer agradável que ficava falso. Poderia ser implicância, mas será que ninguém era normal nessa cidade?

O treinador Clapp me arrumou um uniforme, mas disse que eu não precisava participar hoje. Por mais que eu gostasse de esportes, não estava com cabeça, de qualquer maneira. Me sentei na arquibancada e assisti a 4 partidas de vôlei que aconteciam simultaneamente, lembrei das partidas de vôlei que eu mesmo participava na praia e ao pensar no clima lá fora, fiquei desanimado.

Já estava impaciente quando o último sinal tocou. A chuva tinha parado, mas ventava muito, encolhi os ombros e meti as mãos nos bolsos enquanto caminhava em direção a secretaria para entregar minha caderneta. Abri a porta distraído e quando percebi quem estava no balcão, quase dei meia volta.

Já conseguia reconhece-la mesmo de costas. A tal da Isabella Cullen conversava com a recepcionista e eu me encostei na parede esperando que ela fosse embora. Pelo menos ela não havia percebido a minha entrada.

A sala estava tão silenciosa que consegui pegar algumas partes da conversa baixa entre as duas. A voz dela era macia, melodiosa, parecia uma bela canção tocada em um violino, só não gostei das palavras que aquela voz deliciosa proferia. Ela pedia para mudar o horário de biologia para... Bem, qualquer outro.

Como ela podia me odiar tanto assim? Eu nem havia chegado direito e já a incomodava o bastante para mudar o horário das aulas. Ainda não havia descoberto o que eu fiz.

E então a porta foi aberta, e uma rajada de ar frio invadiu o pequeno escritório, bagunçando ainda mais meu cabelo. A menina que entrava, se limitou a ir até a mesa e depositar um bilhete na cesta de arame e saiu novamente. Mas Isabella Cullen se enrijeceu de novo e se virou lentamente para olhar para mim, visto de perto seu rosto era absurdamente lindo, seus olhos penetrantes e cheios de ódio. Por um momento, senti um arrepio de puro medo que eriçou os pêlos de meus braços. O olhar só durou um instante, mas me gelou ainda mais que o vento frio. Ela se voltou para a recepcionista.

- Então deixa para lá. – disse com sua voz de violino frustrada – Estou vendo que é impossível. Obrigada pela ajuda. – virou-se sem olhar para mim e saiu.

Não sei se corei, mas meu rosto estava definitivamente quente. Fui até a mesa e entreguei a caderneta.

- Como foi seu primeiro dia, querido? – perguntou a recepcionista num tom que tentava demonstrar sensualidade. Realmente eu era objeto de desejo feminino naquele lugar.

- Peculiar – foi o que consegui responder encolhendo os ombros. Ela não entendeu, mas ainda sorriu.

Voltei para minha moto, ninguém havia reclamado por eu ter estacionado em local proibido. Um pouco decepcionante. Aproveitei que não chovia e voltei para casa sem capacete, o vento frio surpreendentemente me acalmou. Mas quando cheguei em casa, ainda me sentia completamente entorpecido.


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Notas finais do capítulo

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Olá, girassóis! Bom, isso é minha tentativa de adaptação do Crepúsculo se o humano fosse o Edward, óbvio... Emprestei a maioria dos diálogos e pretendo manter a mesma linha de acontecimentos, mas algumas coisas vão ter que mudar por eu não querer mudar as personalidades dos personagens, o que mudar, vai ser o mínimo possível!

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