When The Moon Light Meets The Sun Light escrita por Between the moon and the sun


Capítulo 4
Quanto mais eu tento descobrir, mais confusa fico




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Alice’s POV.

Eu perguntei a ele se podíamos conversar, esperando ao menos um pequeno sorriso, mas tudo o que ele fez foi me olhar com cara de “O que será que essa garota quer conversar comigo?”

De qualquer maneira, ele assentiu e veio andando devagar até mim. Eu continuava a olhar pra ele, curiosa. Ele andava olhando pra frente com a cabeça um pouco abaixada. Ele parecia ser realmente tímido.

-Então, já que eu sei seu nome, nada mais justo que te falar o meu, eu acho. – Eu disse dando risada, tentando puxar assunto. Na verdade, eu não tinha nenhum assunto em mente. Eu simplesmente queria descobrir mais sobre ele, mas não podia ser inconveniente. Ele olhou pra mim.

-Eu já sei o seu nome.

-Mas como?

-Ouvi falar de você por aí.

-Ah... – Não pude esconder um sorriso. Pelo menos ele já tinha ouvido falar de mim. -Qual é o seu nome completo?

-Alexander Mars. E o seu?

-Alice Night. – Ele me olhou, dando uma risadinha baixa. –Eu sei que isso é bem irônico. Meu pai é o deus do sol e o meu sobrenome é Night, é eu sei. – Eu disse dando uma risadinha também.

-É um sobrenome legal.

-Obrigada. Então, quem é seu parente olimpiano? – Eu sabia que ele estava no chalé de Hermes como indeterminado, mas eu não ia falar pra ele que sabia. Aí que ele ia achar que eu estava perseguindo ele. Se bem que por parte eu estava.

-Hã... – Ele coçou a cabeça e desviou o olhar mais pra baixo. –Na verdade eu não sei, eu estou no chalé de Hermes como indeterminado. – Por que isso soou como se ele estivesse mentindo? Ele estava sem jeito falando aquilo. Talvez fosse porque não é nada legal ser filho de um deus que não te assume.

-Eu posso tentar te ajudar a descobrir. Eu sou boa descobrindo coisas. – Eu disse sorrindo orgulhosa por ser filha de Apolo. Eu gostava de ser filha dele.

-Não precisa se preocupar com isso. Eu estou bem assim.

-Vai dizer que nunca ficou curioso pra saber quem era seu parente olimpiano? – Eu disse levantando uma sobrancelha e olhando pra ele. Ele olhou pra mim e então eu pude olhar no fundo dos seus lindos e misteriosos olhos. Os olhos dele não revelavam muita coisa, mas pude ver que esse assunto de parente olimpiano era algo que o incomodava, apesar de ele tentar esconder isso. Eu fiquei olhando pros olhos dele um bom tempo, reparando nos detalhes, como o quão calmo e frio era o seu olhar, o quão bonito era o tom de azul claro do olho dele, que hoje estava levemente acinzentado e reparei também na cor que circulava a íris de seus olhos – um azul intenso, bem escuro, quase negro. Ele desviou o olhar e seu rosto corou. Eu acho que eu devia parar de encará-lo assim, mas eu queria continuar encarando ele, ao mesmo tempo. Eu tinha que descobrir o mistério por trás daqueles olhos.

-Eu não tenho curiosidade pra saber sobre meu parente olimpiano. Se ele quisesse me assumir como filho, já teria me assumido. Se meu parente olimpiano não me assume, ele deve ter os motivos dele.

-Ah... Mas aposto que você quer saber quem é seu parente olimpiano.

-Como pode saber disso?

-Por que eu queria muito saber, quando eu era indeterminada. – Ele não falou nada, continuamos andando, estávamos nos afastando dos chalés devagar. –Filho de Hermes você com certeza não é. - Então ele parou de andar e me olhou.

-Tem coisas que é melhor deixar pra lá, você não devia querer tanto saber quem é ou não meu parente olimpiano.

-Mas não custa nada descobrir.

-Porque você está tão curiosa sobre isso? Tem outros indeterminados no chalé de Hermes. – Ele tinha razão. Talvez eu jamais entendesse o porquê eu estava curiosa pra saber mais sobre ELE.

-Eu sei que tem outros indeterminados lá, eu também não faço idéia o porquê eu estou curiosa sobre isso.

-E porque você me chamou pra conversar afinal? – As coisas que ele falava soavam frias e eu me sentiria ofendida se viessem de outra pessoa, eu acho. Mas mesmo que ele falasse coisas que deviam soar frias, ele parecia tomar cuidado com as palavras e isso fazia tudo o que ele falava soar mais gentil.

-Eu só queria conversar com você, eu conheço todo mundo no acampamento, menos você.

-Você não perde nada em não me conhecer, acredite.

-Não sei como pode ter tanta certeza. Porque não me fala um pouco mais sobre você? Aí eu poderei dizer alguma coisa.

- Falar de mim? – Ele deu um sorriso de lado.

-É.

-Mas falar o que?

-Hm... O dia do seu aniversário, que tipo de música você gosta, o que você gosta de fazer, sei lá. – Eu disse rindo e dando de ombros.

-Você quer mesmo saber algo de mim? Assim que você descobrir, vai ver que eu não sou nada interessante. Meu aniversário é dia 7 de Janeiro, eu não gosto muito de música, mas ouço vários ritmos diferentes e o que eu mais gosto de fazer é dormir. Viu?

-Hm... Será que seu pai é Hipnos? Tipo, você gosta de dormir e ele é o deus do...

-O que eu disse sobre “é melhor deixar lá” não entrou na sua mente?

-Ai, calma. Só estava pensando, me desculpe. – Eu disse, com um certo ar de “Eu não fiz nada, que dó de mim.” Ele suspirou.

-Tudo bem, eu só não gosto de tocar nesse assunto.

-Alice! – Ouvi um dos meus irmãos chamando.

-Tenho que ir pro treino de arco e flecha. Quer vir comigo?

-Na verdade, eu...

-Você tem treino de mais alguma coisa agora?

-Não, mas hoje eu já treinei mais cedo.

-Treinar nunca é demais. Vamos! – Eu disse puxando ele pelo braço até a arena. Ele não se livraria de mim tão fácil, eu ainda descobriria quem era o parente olimpiano dele.

Quando chegamos à arena, eu tirei um grampo do meu cabelo que virava um arco e eu só treinava com aquele arco. Olhei pro Alex com um sorriso nos lábios, ele pode não ter se impressionado com a minha beleza, mas ia se impressionar com a minha habilidade como arqueira, eu era a melhor arqueira do acampamento. Ele pegou um arco e ficou ao meu lado. Eu atirei uma flecha bem no meio do alvo e olhei pra ele orgulhosa. Ele não pareceu impressionado. Ele atirou uma flecha que estava em seu arco e tirou a minha flecha do alvo, não me pergunte como. Eu fiquei olhando pra ele de boca aberta.

-Que foi? – Ele disse, olhando pra mim.

-Como você...

-Eu treino bastante. – Ele falou sorrindo de lado. Caramba, como assim?! Ninguém é bom como os filhos de Apolo com arco e flecha. Eu olhei pra ele. Agora eu realmente tinha que saber mais sobre ele.


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