“Meu mesmo. Esse sim eu não tenho medo de dizer que é só meu mesmo...

O que eu poderia dizer pra você nesse momento? Meu coração esta doendo, mas eu ainda assim estou feliz. Como eu consigo isso? Bom, eu poderia começar pelo fato de que eu conheci vocês todos, mas você em particular. Você que eu sempre amei com todo o meu coração, aquele quem sempre mexeu comigo. Você aquele garoto pegador, que me mostrou ser muito mais do que isto.

Você me mostrou que pessoas mudam, e que porque aconteceu uma vez não é sempre uma regra (N/A, me refiro a eles terem se apaixonado por alguém e blah blah blah. Se não lembrarem do que aconteceu, voltem ao capitulo 13-Good Enough.), e que as vezes pode ser exceção. Você me mostrou o como você é simples, e o quanto ainda assim é aquele que eu -de certa forma- esperava encontrar. Você é um garoto único. Único por diversos motivos.

Único pelo fato de ser exatamente quem você é em qualquer lugar, embora você precise ter um pouco mais de intimidade com alguém para poder mostrar algumas coisas (como por exemplo, cozinhar).

Você toca muito bem guitarra.

Você é tantas coisas...

Mas o mais importante, você me fez acreditar que amor existe.

Você me fez crer que é possível gostar, amar alguém mesmo conhecendo a algumas horas.

Você me mudou.

Eu não deveria estar falando tanto sobre mim, mas é apenas pra te provar que você realmente –para mim- vai ser eterno.

A felicidade que você me trouxe quando disse que gostava de mim, foi imensa. Eu não pude acreditar.

Da mesma forma que eu acreditei que eu não mudaria e mudei, eu não acreditei que você faria coisas por mim, como querer abandonar a banda. Isso é loucura, você nunca mais pode imaginar isso, por favor. Mas o que eu quero dizer é que você fez (tentou fazer) uma loucura, e quase me fez fazer uma loucura também. Me desculpa se eu tive que te chantagear daquela forma para você ficar na banda, não me entenda mal, eu apenas fiquei extremamente pasma quando você disse aquilo. Eu te chantageei não porque não te amo, mas sim porque foi um ato de extrema loucura. E eu entendo que você queira fazer isso, você encontrou um amor e quer vive-lo. Eu também quero, mas existem coisas ou pessoas que sempre nos impedem. Você não pode sair da sua vida por minha causa. Você não pode muda-la por minha causa. Você não pode brigar com seu irmão por minha causa, e nem abandonar seus amigos por minha causa.

Eu fiz aquilo, para tudo não virar apenas uma loucura de paixonite. Esses meses iram se arrastar como se fossem anos, mas tudo passa. E agora não vai ser diferente.

Eu estou com meu coração na mão de te ver partir. As coisas vão ser provisórias, e eu prometo tentar aguentar enquanto isso. Eu prometo não sofrer muito, embora essa promessa seja em vão.

Eu nunca vou te esquecer. Eu nunca vou te amar menos.

Eu quero muito que esse tempo passe logo, eu quero saber como vamos ficar. Eu quero ser eternamente sua. Eu quero; eu TE quero.

Eu te amo.”

A carta terminara. Eu terminara de desabar. Suas palavras sinceras, saber que tudo aquilo era verdade.

Eu a amava mais que tudo, e sabia que quando ela me chantageou para continuar na banda, ela não tinha feito por que me amava menos. Isso nem tinha passado na minha cabeça.

Eu não conseguia mais nem pensar. Eu precisava dormir.

Deixei-me tombar no chão, e por ali fiquei.

Fernanda*

Eu dormi por dois dias seguidos.

Acordei as 3 da manha de domingo.

Sentei, no chão duro e sabia que conseguiria muitas dores musculares por fazer aquilo.

Olhei para o espelho que tinha atrás da porta. Eu estava um lixo: eu ainda usava a roupa que tinha colocado quinta-feira de manha, meu cabelo estava todo bagunçado e sujo; e eu achava que minha pele estava grossa de tanto tempo sem banho.

Peguei minha toalha, e fui para o banheiro.

Tomei um banho de quase uma hora, e quando estava saindo vi minha mãe sentada no sofá, a “coisa” chegara. Que maravilha! Ironizei

Eu nem me daria o trabalho de ir falar com ela, entrei logo para meu quarto em silencio, e tranquei a porta não queria intromissão.

As lagrimas que tinham secado, agora voltavam com toda a força. Eu não tinha forças, também, três dias sem me alimentar direito...

Vesti-me com um shortinho de algodão, e uma camiseta laranja. e percebi que dentro do meu guarda-roupa, tinha algumas coisas que não tinha nela antes: o DVD Schrei Live, o CD Schrei, o Zimmer 483 DVD, o Zimmer 483 CD, o Caugh On Camera, o Scream, o Humanoid, o Humanoid City Live DVD, e o CD. Todos autografados.

Isso me surpreendeu. Mas o que mais me chamou a atenção foram dois CDs: um tinha o símbolo do Tokio Hotel, era o Best Of Deluxe; o outro era um todo em japonês, era todo estranho. Eu abri esse segundo e la dentro tinha um bilhete:

“ Esse ainda é um total segredo.

      Por Favor, cuide dele.

                                     Bill Kaulitz”

Eu sorri. O Bill era muito fofo.

Eu olhei, para aquela coleção toda. Eu agora tinha tudo, e eu que jurava que no dia em que conseguisse tudo seria o dia mais feliz da minha vida. Agora eu os tenho, mas meu amor esta longe... Doce amarga vida.

Aquela coleção era digna de colecionador. E merecia foto. Peguei minha câmera, e tirei uma foto de tudo junto.

Peguei meu IPod, e coloquei na pasta do Tokio Hotel. Coloquei os fones, liguei meu ar-condicionado no mais frio possível, e peguei meu edredom preto, e fiquei ouvindo as musicas, e chorando., chorando, chorando.

Eu não conseguia fazer mais nada, nem tinha forças pra isso.

Eu só sabia que meu coração doía muito, muito.

Esperei mais algumas horas passarem. Olhei o relógio: eram 7 da manha, minha barriga roncava de fome.

Levantei-me, coloquei o IPod no bolso do shorts e fui arrumar algo pra comer.

A minha sorte, que minha mãe não estava em parte alguma da casa, e mesmo que tivesse, eu iria ignora-la.

Peguei algo rápido: sanduiche de micro-ondas. Fiz 3 de uma vez, e peguei uma garrafa de coca-cola, voltei para meu quarto. Sentei no chão e comi feito uma mulher-das-cavernas os três sanduiches, e tomei quase metade da coca-cola.

Decidi pegar aquela bolsa que eu estava usando na quinta-feira. Me aproximei da bolsa devagar como se fosse um objeto sagrado. E realmente era.

Dentro daquela bolsa, estavam dois objetos que provariam que eu não estava louca. E que tudo não foi apenas um sonho.

Abri a bolsa, e procurei no bolso da frente. Logo encontrei o celular e o cartão de credito. Meu deus! Tudo foi real mesmo. Fiquei analisando aqueles dois objetos, será que eu teria coragem? Será que eu conseguiria falar com Tom sem chorar? Quem mandaria o primeiro sinal de vida? Eu não sei... não sabia. O celular começou a vibrar em minha mão: uma nova mensagem.

“ Oi... é tão estranho fazer isso... Como esta você? Estou morto de saudades, vamos nos comunicar por e-mail pode ser? É mais fácil e mais acessível, estou mandando um e-mail pra ti agora. Beijos, eu te amo”

Ler aquilo foi estranho, não sei por que, mas foi.

Minha primeira reação foi ligar o maldito do meu computador, como ele era lento (tudo bem que as coisas sempre ficam mais lentas quando a gente ta com pressa, mas né? Ele era REALMENTE lento). Eu fiquei impaciente ali, andei de um lado pro outro, sentei e levantei centenas de vezes até o maldito computador –pré-histórico- terminar de ligar. Assim que ele ligou, corri e abri meu e-mail. Adivinha? Demorou séculos pra carregar. Que novidade!!! Quando algumas garotas dizem: Eu sou fluente em 3 Línguas: o Português, o sarcasmo e o palavrão; eu discordo. Eu sou fluente em 3 outras línguas: o alemão, o sarcasmo, e a ironia. Eu não me considerava fluente em português, porque eu realmente assassinava o português sempre, ou quase sempre. Em compensação, o alemão eu adorava tanto que eu já cheguei a responder exercícios de português em alemão. Vai entender... mas eu não entendo porque, um ser em sã consciência, queira aprender a maldita da língua portuguesa! Porra, pra cada regra, há uma ou mais exceções; tem dezenas e dezenas de coisas dentro de coisas (?). Explicando... Tem lá assim: adjetivos. Ai tem o conceito, mas ai tem mais de um conceito. É, mais ou menos isso.

Eu odeio português! Porém...(isso sempre fode com tudo) eu adoro ler e escrever. Não tente me entender

Três séculos depois...- impressionante, passou tão rápido. Olá ironia...

Vi um e-mail, deduzi ser o de Tom já que não reconheci o user –ele estava escrito todos em código- e que o titulo estava escrito em alemão. Cliquei ali e logo comecei a ler: era mesmo Tom.

“ Bom, você me mudou! Me fez criar até um e-mail descente. Não sei se você reconheceu: a data que nos conhecemos; o CD; e a sua idade mais a minha; e TK, pra não parecer tão estranho. Simplificando: 22111048338TK@...

Fernanda, estou com muitas saudades. O tempo aqui esta infernalmente lento. Tudo o que eu faço aqui, dura uma eternidade. Eu tento dormir, e quando eu acho que dormi por muito tempo consulto o relógio, e nem duas horas se passaram. Passo horas tocando guitarra, pensando em você. Não sei se sou capaz de ficar tanto tempo longe de você. Porque você me chantageou? Isso foi injustiça.

A proposito, que cartas foram aquelas? Porque você não me contou? Como assim? Por que você não me avisou que faria isso? Você escreveu as cartas na hora em que pediu pra mim ir com o Georg né?

Eu estou com saudade.

E agora me deu uma descarga de adrenalina. A gente vai voltar pra America do Sul, mas não pro Brasil. Que pena... vamos fazer shows no Chile, México, Peru, e não lembro mais aonde. O Bill já falou e repetiu mas minha atenção esta muito ruim ultimamente. Só consigo pensar em você.

Agora eu preciso ir, nosso voo sai em alguns minutos.

Muitos beijos,

Eu já disse que te amo?

Bom, eu te amo.”

Eu soluçava. Eu não conseguia me conter. Como ele se tornara tão fofo?

Eu soluçava quando ele dizia que me amava, e mais ainda quando ele disse que vinha para a América do Sul. E ele dizendo que não prestava atenção em nada, porque a atenção dele estava muito ruim... aquilo era loucura! Tom Kaulitz realmente apaixonado. EU totalmente apaixonada por ele. O melhor, ficaríamos juntos. O pior, vai demorar pra isso acontecer.

Vou responder a esse e-mail, vou chorar. De novo.

“ Tom,

Meu namorado que eu tanto amo! ....”

Cliquei em “enviar”.

E meu tedio voltou. Meu tedio, minha dor, e –consequentemente- minhas lagrimas.

Aquilo ainda estava começando.

Faltavam alguns dias (lê-se muitos dias)

Dias que eu já tinha certeza: intermináveis