Grissom chegou na sua casa naquela noite com a energia renovada.

SS: Meu marido!

GG: Minha esposa!

Disseram como uma referência sarcástica ao “conjugal.” Que não era o forte deles, mas ainda assim com carinho.

Eles se abraçaram intimamente. Depois se beijaram docemente, depois se abraçaram no sofá assistindo Star Wars.

GG: Sabe, um dos meus alunos perguntou “Ela é boa?”

SS: O que você respondeu? Deixa eu adivinhar, nada?

GG: Eu disse: “A melhor que eu já tive.”

SS: Isso foi meigo.

GG: “Melhor estudante, suas mentes poluídas...”

SS: Eu não sei se fico honrada ou insultada.

GG: Amor, eu não ia falar isso na frente de estranhos. É particular. Mas você é a melhor que eu já tive, também nesse sentido.

SS: Só uma dúvida.

GG: Fala.

SS: Nick me contou que você tinha dito pra ele que ele era o melhor estudante que você já teve.

GG: É diferente.

SS: Como?

GG: Você é muito especial, Sara. Mas quando se trata de Campo. Você se perde porque você se importa muito.

SS: Eu não ligo pro Campo. Então eu sou a melhor intelectualmente falando?

GG: Sim e olha que eu já tive minha cota de gênios. Ninguém sabe matemática ou argumenta como você.

Ele levantou a cabeça e começou a falar em seu tom de professor

GG: Eu demorava minutos pra digitar os números na calculadora e você já sabia o resultado final.

SS: Obrigada, amor.

Eles curtiram o silêncio vendo o filme.

GG: Você realmente gosta disso, não é?

SS: É! Eu também tenho meu lado geek, se você quer saber.

GG: Eu sei que você tem.

Disse como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

Grissom reparou que o rosto de Sara estava fechado. Como se ela estivesse preocupada com alguma coisa.

Ele ia perguntar o que estava acontecendo, quando a babá eletrônica que eles tinham colocado na mesinha da sala antes de sentar pra assistir o filme começou a disparar avisando que Jesse estava chorando.

GG: Eu cuide disso. Assiste o final.

SS: Eu gravo depois pra você.

GG: Obrigado.

Ele pegou o filho que estava no estágio meio-acordado. Levou pra sala. 

Entregou ele nos braços de Sara e ela sorriu. Não um sorriso inteiro que fazia qualquer lugar se iluminar.

Mas um sorriso também gracioso, mas mais apagado.

Ela brincou com ele um pouco e depois o entregou para Grissom.

Grissom pegou Jesse com carinho de volta pros seus braços.

Colocou ele no corpo e voltou pra sala. Vendo Sara sentada com os braços envoltos nas pernas.

Ele conhecia aquela expressão. Ela estava definitivamente preocupada.

Ele sentou do lado dela suspirando por pelo menos estar ali quando ela precisasse.

Sara encostou a cabeça e o corpo no ombro de Grissom.

GG: É impressão minha, ou você está chateada com alguma coisa?

Ela não respondeu nada. Só olhou pra um ponto fixo na parede. No fundo, ele sabia o que estava incomodando ela.

GG: Querida. Você pode me falar. 

SS: É... Eu... Eu estou com medo.

Ela não precisava de mais palavras.

GG: Eu também estou.

SS: Você parece tão calmo.

GG: Porque é você. 

SS: Nós... Nós não somos bons nisso. Nós já estragamos uma vez por um mal entendido. Quem não me garante que pode acontecer de novo.

Grissom não tinha resposta para aquela pergunta. Pelo menos não em forma lingüística.

Ele segurou seu rosto e reparou em algumas lágrimas que ele tratou de secar na mesma hora.

Eles se olharam por um tempo indeterminável até que ele arrumou algumas palavras que pudessem acalmar o coração de Sara.

GG: Vai funcionar. A prioridade da nossa vida agora é o nosso casamento.

GG: Nosso filho. Nosso vida juntos. Antes era trabalho e mais trabalho. Agora somos pessoas normais que mal esperam a hora de chegar em casa. Nós nunca tivemos isso. 

Eles se beijaram. Urgente e com paixão. Ela queria segurar aquele momento pra sempre.

Porque ali pelo menos tinha certeza de que nada ia dar errado. 

Grissom continuava a sentir a insegurança. Então ele pegou a mão dela segurou bem forte rompendo o beijo bem devagar. 

GG: Vai funcionar. Eu vou fazer de tudo pra funcionar.

SS: Eu também.