Aos poucos Sara se mudou com Grissom pra Paris de uma vez.

Se despediu do pessoal do laboratório que não economizaram piadinhas sobre ela estar indo atrás "de seu homem".

Se despedir de Esther e de Emily foi um pouco mais complicado.

Tinha se acostumado com a companhia constante delas, mas relacionamentos exigiam sacrifícios. Esse era o dela.

Algumas semanas depois que Sara tinha se estabilizado em Paris.

Jesse tinha um aniversário pra ir e ela não achava papel de presente em lugar nenhum.

Pediu para a babá ir com Jesse na papelaria comprar alguns.

Começou a procurar nas gavetas até que um papel com a parte da assinatura em branco chamou sua atenção.

Eram os papéis do divórcio. Estava em branco. O papel final.

“Meu Deus!”

Saiu do apartamento que ficava na Rue Mouffetard correndo pelas ruas de Paris com vontade de gritar:

“Eu Estou Casada!” “Nunca Deixei De Ser!”

Como se fosse algo de filmes... Mas era muito tímida pra aquilo.         

Olhou para as lojinhas na rua.

Elas eram tão lindas que davam vontade de comprar alguma coisa toda vez que passava por ali.

Tinha voltado a trabalhar em Sorbonne há alguns meses. Então sabia exatamente onde Grissom estava palestrando.

GG: ...Espécies catalogadas giram em torno de 10 milhões, mas existe um número muito maior do que esse ainda não conhecido, mas voltando as borboletas.

GG: Alguém pode me dizer o nome dessa? Disse apertando o botão do slide. O botão não tinha funcionado da primeira vez.

GG: Então virou-se de costas pra apertar de novo.

SS: Caligo idomeneus, com mais de 20cm de comprimento. Mais encontrada na Floresta Amazônica.

Ele sorriu com o controle na mão.

GG: Não preciso nem me virar. Sara Sidle.

SS: Sou eu...

SS: Sua esposa.

Era Entomologia 101... Então a sala estava cheia de estudantes novos.

Tinha uma sala inteira olhando pra aquela cena fofocando e fazendo caras e bocas.

Mas ele não estava ligando. Claro que eles eram casados. Só faltava oficializar.

Ela correu até ele e mostrou o papel em branco.

GG: Eu não consegui assinar. Pensei que você tinha cuidado disso depois. No litigioso. Ou algo do tipo.

SS: Não... Eu pensei que se eu mandasse o papel pra você, tudo ficaria certo.

GG: Seus advogados não te informaram?

SS: Eu não atendia telefones naquela época.

GG: Então... Nós nunca?

SS: Não.

GG: Somos casados!

SS: Sim!

Eles se abraçaram esquecendo por um segundo que estavam em público.

Sara percebendo os olharem e voltando aos seus sentidos, foi saindo de fininho.

SS: Boa sorte pessoal. É um curso bem difícil. Eu sei, eu já fui... Uma aluna... Dele... Tchau...

Disse completando antes da sua saída, morrendo de vergonha.

Uma garota levantou a mão pra perguntar.

Grissom não ia responder, porque sabia que ia ser uma pergunta relacionada ao que aconteceu.

Mas mesmo assim, achou que se negasse...

Sua fama podia ficar ruim entre os alunos. Porque era a primeira aula que eles tinham tido.

“Essa é sua esposa?”

GG: Sim.

"Quantos anos ela tem?”

GG: 38.

“E você professor?”

GG: 53.

“Ela era sua aluna?”

GG: Há muito tempo atrás... Sim.

“Ela é boa?”

Perguntou algum nerd na primeira fila. Grissom achou que o garoto era só um pervertido. Mas pela cara dele, depois que perguntou.

Ele viu que ele tava se referindo a matéria...

Uma parte da turma entendeu a confusão e começou um pequeno ataque de riso.

GG:Sim... A melhor que eu já tive.

A turma começou a rir de novo.

GG: Melhor estudante, suas mentes poluídas.

Disse Grissom brincando. É, ele tinha ganhado aquela turma por enquanto.

GG: Voltando ao assunto...

Foi difícil se concentrar durante o dia de trabalho. 

Era tudo o que ele queria. 

Estar casado com a mulher dos seus sonhos e aparentemente de sua realidade também.

Tinha tido sua cota de affairs ao longo dos anos. Algumas até tinha pensado poder amar. Mas nenhuma tinha chegado aos pés de Sara.

Tentou fortemente lutar contra o que sentia por ela.

Porque sempre pareceu como um sonho. Algo bom demais pra se tornar realidade. 

Pensou em sua ignorância como ser-humano que já tivesse amado. 

Mas quando finalmente deixou Sara entrar na sua vida.

Ele percebeu que tudo que tinha vivenciado não era nada comparado ao o que tinha com ela.

Pensava em amor como qualquer cientista...

A bioquímica no cérebro alterada por causa toda atração física e compatibilidade.

Mas nunca acreditou no que sua mãe sempre lhe falava sobre amor.

Que um dia ia chegar... E que ele ia saber desde o primeiro dia.

Ficou pensando nessas elucubrações ligou seu "Piloto Automático como professor."

Era como se ele não estivesse ali.