Capítulo 19 - O Espelho de Ojesed

No dia seguinte, às oito horas da noite eu estava novamente em meu dormitório. Mais uma vez com os professores.

Era hora de levá-los para conhecerem Helga Hufflepuff e Rowena Ravenclaw. Estava na dúvida se deveria ou não falar para eles sobre a "sala de reuniões" dos fundadores. Teria que me decidir nos próximos 30 minutos.

Levei eles pela excursão que era mostrar as bibliotecas das duas fundadoras. Eles ficaram quanse tão surpresos quanto quando eu mostrei as bibliotecas de Slytherin e Gryffindor.

Por fim, quando voltamos para meu dormitório, depois de uma bela discussão dentro da minha cabeça com os quatro fundadores, eu resolvi contar para os professores sobre a "sala de reuniões".

Levei eles até a frente do quadro. Deixei meus poderes tomarem conta de mim e McGonagall e Sprout deram um grito quando viram o quadro abrir.

- É isso. Vocês não podem entrar. - eu falei. - Não é culpa minha.

Mesmo sem poderem entrar, Dumbledore ficou admirado e totalmente abobado quando eu falei o que a sala era capaz de fazer.

*******

Os dias passaram, tivemos o primeiro jogo de Quadribol da temporada, que a Grifinória ganhou. Porque o Potter pegou o pomo. Nada contra, é claro. A Sonserina, pelo que eu sei, já está com a Taça de Quadribol e a Taça das Casas por muito tempo. Já é hora de passarmos as Taças para as outras casas também.

Falando do Quadribol, que não sou exatamente fã, mas tenho que falar o que aconteceu.

Meu pai deve ter ficado muito tempo na Albânia, e acho que entrou água do pântano na cabeça dele, só pode!

Ele, ou melhor, o Quirrell tentou matar o Harry, em pleno jogo de Quadribol. Se perguntam como? Azarando a vassoura do garoto e tentando derrubá-lo. Snape estava murmurando o contra feitiço, mas o garoto Potter só se salvou por causa da Hermione.

O que me leva de volta para o dia das bruxas. O retardado do Quirrell deixou um trasgo montanhês adulto entrar na escola. Sim, um trasgo. Não interessa se ele possui afinidade com os trasgos ou sei lá o quê. Mas foi uma irresponsabilidade da parte dele. O motivo? Ele queria tentar passar por aquele cão de três cabeças do Hagrid. É, aquele que está guardando a Pedra Filosofal, coisa que nenhum aluno deveria estar sabendo. Mas no momento, como eu sei do Fofo, o cachorro de três cabeças do Hagrid, não interessa.

As coisas não saíram como ele planejava. Para começar, o Snape desconfiou dele e foi até o terceiro andar atrás do Quirrell. Em segundo, o trasgo atacou a Hermione, por ela estar no lugar errado e na hora errada. Felizmente, o Harry e o Rony salvaram ela da morte certa, e desde então, eles são amigos.

Voltando ao assunto Quadribol. A Hermione botou fogo na capa do Snape, sim do Snape. O besta estava tentando salvar o Harry, mas murmurando, é mexendo a boca e além do mais, estava sem nem piscar. Significado, ele poderia ser muito bem, quem estava azarando a vassoura, já que o sobrenome Potter não é exatamente um sobrenome que o Snape estime.

Mas não vem ao caso. Bem, daí o Quirrell perdeu o contato visual  e o Harry conseguiu se recuperar pegando o pomo e ganhando o jogo para a Grifinória.

Para a minha surpresa, o trio grifinório sabe sobre o Fofo. É, eu não sou a única que sabe demais nessa escola. E acham que o Snape, sim novamente o Snape, quer pegar, seja lá o que for, já que eles não sabem o que o Fofo guarda. E eles falaram para o Hagrid sobre isso. E o boca grande do Hagrid, foi falar o nome de Nicolau Flamel. Agora eles vivem na biblioteca tentando descobrir quem é Nicolau Flamel, já que eu disse que não me lembrava de nada relacionado com esse nome.

Agora vocês se perguntam, como eu sei disso? Fácil. Eu estava junto com eles quando aconteceu. Menos na parte do dia das bruxas.

Os dias em Hogwarts estavam cada vez mais frios. Em menos de uma semana começaria a nevar. Resolvi continuar em Hogwarts durante as férias de inverno. Draco iria voltar para casa. Todos da Sonserina voltariam para casa. Talvez apenas um ou dois alunos do sexto e sétimo ano ficariam.

Querem saber o que eu fiz durante as férias em Hogwarts? Nada. É isso mesmo. Eu não fiz nada. OK. Eu fiquei quase uma semana desaparecida. Onde eu estava? Na biblioteca de Slytherin, desmaiada.

Aprendi da pior maneira que devo tomar cuidado ao abusar da ligação mental que tenho com meu pai.

Fiquei por quase 5 horas sondando a cabeça dele, para tentar descobrir o que ele estava planejando. Consegui descobrir muito mais coisas sobre meu pai do que eu gostaria. Muito mais coisas do que uma garota de 13 anos gostaria de ficar sabendo sobre o pai.

Quem sabe eu não conte mais para frente o que eu descobri sobre Lord Voldemort? Mas por hora, eu vou tentar esquecer o que eu descobri.

Uma semana antes de as férias terminarem, eu descobri que o Harry tinha ganhado uma capa da invisibilidade anonimamente e tinha usado a capa para tentar descobrir alguma coisa sobre Flamel na seção reservada.

Bem, eu não preciso de uma capa para andar escondida por Hogwarts, principalmente nessa época do ano, já que a escola fica quase vazia.

Para minha surpresa, poucos dias antes de as férias acabarem, eu encontrei o garoto Potter em uma sala vazia, a não ser por um espelho. O famoso Espelho de Ojesed.

Fiquei curiosa para descobrir o que ele via no espelho, e acabei invadindo sua mente para descobrir. Me surpreendi ao descobrir que ele via a família dele, a família que ele nunca tinha conhecido por causa do meu pai.

Fiquei curiosa para descobrir o que eu veria, mas acabei mudando de idéia ao ver Dumbledore entrando na sala. Harry nem notou a presença do diretor, que se sentou em uma das mesas no canto da sala, até ele finalmente falar algo.

- Outra vez aqui, Harry?

- Eu... eu não vi o senhor.

- É estranho como você pode ficar míope quando está invisível. - disse Dumbledore sorrindo e Harry pareceu ficar aliviado.

- Então, - continuou Dumbledore descendo da mesa e indo se sentar ao lado de Harry - você, como centenas antes de você, descobriu os prazeres do Espelho de Ojesed.

- Eu não sabia que se chamava assim professor. - Harry falou.

- Mas espero que a essa altura, você já tenha descoberto o que ele faz?

- Bom... Ele mostra minha família...

- E mostrou o seu amigo Rony como chefe dos monitores.

- Como é que o senhor soube?

- Eu não preciso de uma capa para me tornar invisível. - disse Dumbledore. - Agora, você é capaz de concluir o que é que o Espelho de Ojesed mostra a todos?

Harry balançou a cabeça negativamente.

- Deixe-me explicar. O homem mais feliz do mundo poderia usar o Espelho de Ojesed como um espelho normal, ou seja, ele olharia e se veria exatamente como é. Isso o ajuda a pensar?

Pude ver Harry pensando e ele começou a falar lentamente.

- Ele nos mostra o que desejamos... não importa o que seja.

- Sim e não. - disse Dumbledore. - Ele nos mostra nada mais nada menos do que o desejo mais íntimo, mais desesperado de nossos corações. Você, que nunca conheceu sua família, a vê de pé ao seu lado. O senhor Weasley, que sempre teve os irmãos a lhe fazerem sombra, vê-se sozinho, melhor do que todos os seus irmãos. Porém o espelho não nos dá nem o conhecimento e nem a verdade. Já houve homens que definharam diante do espelho, fascinados pelo que viram, ou enlouqueceram sem saber se o que o espelho lhes mostrava era real ou sequer possível.

- O espelho será levado para uma nova casa amanhã, Harry. E peço que você não volte a procurá-lo. Se algum dia você voltar a encontrá-lo, estará preparado. Não faz bem viver sonhando e se esquecer de viver, lembre-se. E agora, por que você não põe essa capa magnífica outra vez e vai dormir? - Dumbledore perguntou.

- Senhor, professor Dumbledore? Posso lhe perguntar uma coisa? - Harry perguntou já de pé.

- Obviamente você acabou de me perguntar. - Dumbledore falou com um sorriso brincalhão. - Mas pode me perguntar outra coisa.

- O que é que o senhor vê quando se olha no espelho? - olhei para Dumbledore pensando no que ele iria responder. 

- Eu? Eu me vejo segurando um par de grossas meias de lã. - Dumbledore respondeu e eu tive que segurar a risada ao ver o olhar de espanto do Harry.

- As meias nunca são suficientes. Mais um Natal passou e não ganhei nenhum par. As pessoas insistem em me presentear com livros. - ele explicou.

Harry assentiu e saiu da sala após colocar novamente a capa sobre os ombros e sobre a cabeça, ficando novamente invisível.

- Olá, Katherine. - Dumbledore falou calmamente olhando fixamente para mim.

- Olá professor. - eu respondi retirando o feitiço de mim. - Eu perguntaria como o senhor sabia que eu estava aqui, mas sei que o meu feitiço de desilusão não é tão forte quanto o do senhor. - eu comentei.

- Na verdade o seu feitiço é bem forte. Mais um pouco e você ficará quase que invisível. - ele comentou sorrindo.

- Vou praticar mais então. - eu falei sorrindo e andando até onde o Harry estava a poucos minutos. Olhei para o espelho pensando no que eu iria ver. Fiquei espantada ao ver uma mulher. Ela parecia assustadoramente comigo. Uma mulher e um homem. Ambos assustadoramente parecidos comigo. Deveriam ser apenas alguns anos mais velhos do que eu. Estava pensando em quem eles seriam quando a voz de Dumbledore me tirou dos meus pensamentos.

- Eles são Tom Servolo Riddle e Luna Liwener.

- Meus pais? - eu perguntei para confirmar.

- Sim. Pelo o que eu vejo na sua cabeça, é uma imagem da época de Hogwarts. - ele falou. - Você assim como o Harry, não conheceu  seus pais. Mesmo que inconciente, você deseja mais do que tudo conhecê-los.

- Eu conheço meu pai, Dumbledore. - eu falei expulsando ele da minha mente.

- Não na época da escola. Na época em que ele era um pouco menos maligno do que se tornou. - ele falou. - Agora, acho melhor você também ir dormir.

Fui até a porta em silêncio sem falar nada.

- Boa noite, professor Dumbledore. - eu falei antes de sair.

- Boa noite, senhorita Riddle. - ele respondeu.