Was Never Enough escrita por Yunaangel, Sara Caetano


Capítulo 11
Forgiven


Notas iniciais do capítulo

Primeiro queria me desculpar por ter sumido sem avisar. Tive que formatar meu PC e também não ando tendo muito tempo para escrever nas férias.
Achei esse capítulo meio fraquinho, mas se possível eu posto um bem melhor ainda hoje.
Espero que gostem. ^^



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11. Forgiven

I watched the clouds drifting away

Still the sun can't warm my face

I know it was destined to go wrong

You were looking for the great escape

To chase your demons away

Olhei as nuvens se amontoarem

O sol ainda não pode aquecer meu rosto
Eu sei, isso foi destinado para ser errado
Você procurava pela melhor saída
Para espantar seus demônios

- E isso finaliza a aula de hoje. Tenham um bom final de semana. – a professora desejou com falsa simpatia para a classe.

Assim que o término da aula foi anunciado, todos se levantaram felizes, pegaram suas coisas e se juntaram com seu grupo de amigos, com os quais já combinavam algo para fazer nos dois dias livres de aulas.

- Vamos Sophie? – Arielle me chamou, tirando-me de meus pensamentos.

- Sim. – murmurei desanimada.

Passaram-se 2 semanas desde minha última briga com Matthew e as coisas estão piores do que nunca. Fiquei mais uma semana sem freqüentar a escola e com sérias crises emocionais. Meus pais me arrumaram uma psicóloga estúpida que tenho que visitar diariamente até a situação se normalizar. Em casa as coisas melhoraram muito com meus pais e com Lucy, mas vão péssimas com Alicia. Kaitlin finalmente conseguiu convencer todo mundo que estou apaixonada por Matthew e isso acabou chegando a Alicia, que vem me olhando com repulsa desde então. Minha sorte é que ela ainda não contou para meus pais, pois quando contar eu estarei realmente encrencada.

Meus pais me livraram do castigo que eu teria de ter por causa do ocorrido com Lucy e pela briga com Kaitlin. Felizmente minha psicóloga informou a eles que eu não devo me estressar, já que isso só piora meu estado emocional já conturbado.

O pior de tudo isso para mim está sendo a escola. Os alunos estão divididos em dois grupos: os que tem medo de mim por causa da briga e os que adoram me infernizar por causa da maldita fofoca de Kaitlin. Odeio ambos os lados igualmente.

Se tudo não bastasse, descobri que Matthew não vem freqüentando a escola desde o dia que fugimos. Diferente de mim, ele não voltou até hoje. Seus irmãos também não andam vindo para a escola, o que só me preocupa mais ainda. Infelizmente, Kaitlin resolveu continuar vindo na escola, mas não me perturba, nem sequer olha para mim.

Ela anda quieta e estranha já faz um tempo. Há boatos de que Matthew terminou com ela, por isso seu estado deplorável, mas não acredito muito nisso. Ele não seria idiota o bastante para fazer isso quando eu deixei bem claro que não me importo (mentira) com o namoro dos dois.

Tenho que admitir que ainda gosto do Matthew, e muito, mas tento ao máximo me esquecer de tudo isso. Depois de tudo que eu disse para ele não tenho nem sequer coragem de encará-lo novamente. Eu exagerei, e bastante.

- Sophs!- Elle quase gritou.

- O que foi? – olhei perdida para ela.

- Está me escutando?

- Sinceramente? Não.

Ela suspirou depois olhou para mim.

- No que você anda tanto pensando?

- Matthew. – deixei escapar.

Assim que percebi a bobagem que eu havia dito, tampei minha boca e tentei disfarçar, mas ela já estava rindo de mim.

- Ownt, Sophs apaixonadinha!

- Cala a boca vai. Já não basta metade da escola me zoar com isso, você não precisa ajudar também.

Elle foi rindo e fazendo piadinhas até a saída da escola, onde sorri ao avistar uma pessoa familiar.

Uma garota ruiva estava ao lado de um garoto parecido com ela, mas mais novo. Por acaso, esse garoto conversava com uma garota de cabelo loiro escuro e ondulado que reconheci como minha irmãzinha mais nova.

- Holly! – gritei e fui correndo até lá, Elle foi comigo.

A garota virou-se rapidamente para mim, junto dela o garoto e minha irmã.

- Sophs! – ela me abraçou. – Há quanto tempo.

- É mesmo... Por que anda sumida da escola?

- Longa história. – ela desviou o olhar, então notei que era algum motivo grave.

Ouvi um pigarro do meu lado e olhei para Elle.

- Não vai apresentar o povinho Sophs? – ela sorriu.

- Ah, desculpa. Holly essa é Arielle, Arielle essa é Holly. O garoto com a

Lucy é Kevin. Eles são os irmãos do Matthew que eu te disse. – apresentei.

- Prazer! – Holly estendeu a mão simpática, Elle a apertou sorrindo.

- Agora, podem me explicar o que anda acontecendo? Vocês dois estão sumidos. – finalmente perguntei.

Vi Holly e Kevin se entreolharem rapidamente. Os olhos de Holly se encheram de lágrimas, o que me assustou, e muito.

- Posso falar com você em particular Sophs? – ela pediu.

- Claro. – disse nervosa.

- Você pode ir até minha casa?

- Posso. – aceitei, apesar de estar com medo de ver Matthew novamente. – Elle, me liga depois pra gente combinar de fazer alguma coisa. Lucy, avisa a mamãe que eu fui pra casa da Holly, ok?

- Pode deixar. Tchau Sophs. – Lucy deu um beijo no meu rosto.

- Tchau! Bom namoro pra vocês. – gritei.

Eu e Holly saímos correndo e rindo, mas pude ver ela corar um pouco antes disso.

Fomos caminhando em silêncio até a casa da família Carter. Eu realmente adoro aquela casa, mas minhas duas visitas lá não foram muito boas.Espero que essa seja melhor.

Logo chegamos a linda e chamativa casa. Holly e eu entramos, ainda em silêncio. Ela me levou até seu quarto e deixamos nossas mochilas lá.
Estranhei o silêncio. Da última vez que estive lá, aquele lugar era bem barulhento e cheio de vida, porém hoje parecia vazio.

- Então, o que queria dizer? – perguntei.

Holly trancou a porta de seu quarto e pediu para que eu sentasse em sua cama, obedeci.

- Você deve ter percebido nosso desaparecimento repentino... Certo?

- Sim. – afirmei.

- Em especial...

- Matthew. – completei quase automaticamente.

Ela voltou a fitar o chão, deixando-me nervosa novamente.

- O que aconteceu com ele Holly?

- Não sei. – ela murmurou.

- Como assim não sabe? – olhei confusa para ela.

Holly voltou a olhar para mim, mas dessa vez seus olhos e seu rosto estavam tomados por lágrimas. Ela desabou a chorar ao olhar para mim.

- Holly? – estava quase entrando em pânico.

- Eu tinha que saber. Eu tinha que proteger ele. Ele é meu irmão mais novo! Como pude deixar isso acontecer? – ela disse entre lágrimas.

Senti meu coração se apertar. Com certeza algo muito sério havia acontecido a ele e eu temia que fosse por minha culpa. Temia que nunca pudesse ao menos pedir desculpas a ele.

- O que aconteceu com ele? – tentei manter a calma, mas não consegui.

- Desde aquele dia no hospital ele estava muito estranho. Kaitlin vivia aqui em casa, mas ele parecia não dar atenção para ela. Parecia que vivia em outro mundo, totalmente isolado. Isso me preocupou muito, e ao resto da família também, mas achamos que isso passaria, apesar de não entendermos o motivo daquilo. – ela parou para tomar ar e enxugar o rosto, que logo já se molhou novamente.

A cada palavra que Holly dizia mais eu me sentia mal. De algum modo eu sabia que ele estava correndo perigo e a culpa era toda minha.

- Você se lembra daquele dia que você saiu correndo daqui e ele foi atrás de você... Certo? – assenti. – Você voltou alguns minutos depois para buscar Lucy. Você sabe quando ele voltou, Sophie?

- Não... Depois que eu fui embora?

Holly voltou a chorar, não entendi bem o porquê.

- Dá pra ser mais direta, por favor? – disse já entrando em pânico.

- Nunca.

- Nunca o que?

- Ele nunca voltou Sophie. Ele desapareceu.

Não pensei em mais nada depois disso. Senti meu corpo praticamente congelar e senti uma tontura intensa. Apenas me lembro de perder a visão lentamente e não ter mais noção de nada que estava acontecendo.
Acordei extremamente atordoada, mas dessa vez pelo menos não estava no hospital. Logo reconheci o local como meu quarto. Como raios eu havia ido parar lá já era outra história.

- Finalmente acordou. – uma voz mal humorada resmungou.

Levantei-me e olhei para porta. Alicia estava parada me olhando, pela sua expressão totalmente contra sua vontade.

- Como eu...

- Aquela sua amiguinha irmã daquele vagabundo que você gosta te trouxe. – ela me interrompeu ríspida.

Eu estava prestes a brigar com Alicia pelo comentário, mas o que ela disse me fez lembrar o motivo de ter desmaiado: Matthew havia desaparecido.

Algumas lágrimas voltaram a cair dos meus olhos. Ouvi uma risada maldosa e olhei assustada para o lado ao constatar que era Alicia.

- Você é tão patética. Se acha tão crescida, mas ainda é uma criancinha mimada e irresponsável que só chora por tudo. – ela disse se divertindo.

- O que deu em você Alicia?

- Você é uma desonra pra essa família. Não merece nem mesmo o nosso tão estimado e invejado sobrenome.

- Desde quando você se preocupa com essas bobagens de honra da família, sobrenome importante e essas coisas ridículas? Alicia, o que aconteceu com você?

- Nada. Apenas percebi que estava sendo infantil da minha parte de me negar a seguir as regras criadas por nossos estimados pais, donos da nossa mais estimada ainda herança. – ela deu um sorriso maldoso.

- É por causa da herança? Não precisa virar puxa saco dos nossos pais.Por mim você pode ficar com ela, não to nem aí pra isso. Não queria nem sequer ter esse sobrenome ridículo.

Alicia me olhou com nojo e saiu do quarto, sem dizer mais nada. Com certeza minha irmã estava irreconhecível e aquilo me assustava, e muito.

Fiquei algum tempo tentando processar o ocorrido, mas parecia que eu mesma me negava a pensar sobre o assunto. Em especial sobre Matthew.

Fui tirada dos meus pensamentos pelo meu celular tocando. Depois de procurá-lo durante alguns segundos, atendi.

- Alô?

- Oi Sophs. – imediatamente reconheci a voz de Arielle.

- Oi Elle. Tudo bem?

- Aham. Ta melhor? A Holly falou que você desmaiou quando ela falou sobre... Você sabe.

- Acho que um pouco... Mas me sinto um lixo. É tudo culpa minha. Se eu não tivesse deixado ele lá...

- Esquece isso Sophs, não é sua culpa. Ele fugiu porque quis e você não podia impedir isso.

- Talvez... – suspirei.

- Tenho uma novidade que talvez consiga te animar! – ela disse contente.

- Que novidade?

- Falei com um amigo meu de Deltstone e ele me chamou pra uma festa na casa dele hoje a noite. Perguntei se eu podia chamar alguém e ele falou que quanto mais melhor. Você vai né?

- Elle, eu não estou com muito ânimo pra isso...

- Vamos Sophs, tenho certeza que isso vai te animar. Lá é cheio de gatinhos, você vai acabar esquecendo isso do Matthew.

- Eu não quero esquecer isso e não quero ficar com ninguém também, beleza? – disse brava.

- Ok, ok, como quiser... Mas vamos vai! Eu já falei com a Holly e ela aceitou e disse que podemos dormir na casa dela. Vai ser legal.

Pensei um pouco sobre o assunto e acabei deduzindo que mal isso não iria fazer. Elle parecia muito animada com a festa... Não podia estragar tudo só por estar de mau humor.

- Que hora começa essa droga? – suspirei derrotada.

- Esteja as 19h30 na casa da Holly, ela vai levar a gente de carro já que a mansão é meio longe. – ela riu feliz.

- Ok, até.

- Até.

Desliguei o telefone e o joguei em cima da minha cama, sem me importar.

- Sophie! – a voz irritante da empregada batendo na porta havia voltado.

- O que? – respondi brava.

- Desça logo para almoçar, você deve estar no consultório da Srta.

Harrison daqui à uma hora. Você sabe muito bem que ela não tolera atrasos.

- Ótimo. – bufei irritada, odeio ter de ir a essas consultas estúpidas.

Levantei-me de má vontade e desci as escadas junto com a empregada que incrivelmente não sei o nome.

Assim que cheguei na sala de jantar, meus pais e meus irmãos já estavam sentados me aguardando, com exceção de um.

- Cadê o Kaio? – perguntei curiosa.

- Provavelmente se drogando por aí. – bufou meu pai irritado.

- Kaio não mexe com drogas.

- Ainda, mas com esse tipo de comportamento é só uma questão de tempos. – Jack começou a colocar comida em seu prato e se calou.

- Mãe? – olhei para ela em busca de informações.

- Querida, Kaio não volta para casa já faz alguns dias. Não percebeu? Não faço idéia de onde ele está. – ela respondeu um pouco preocupada.

- Ninguém vai nem sequer procurá-lo? Ele pode estar com problemas! – disse nervosa.

- Para que procurá-lo? Melhor que nem volte para casa mesmo. Aquele garoto, assim como você Sophie, é apenas um problema para nossa tão adorada família. – Alicia disse com desdém.

Senti meu sangue ferver ao ouvir aquilo. Minha vontade foi de avançar em Alicia, mas tentei me controlar e sentei-me no meu lugar.

- Não vejo porque eu ou ele seriamos um problema para a família. – disse com o mesmo tom de desdém.

- É mesmo? Bom, quanto ao Kaio todos sabem de seu comportamento extremamente repugnante, agora, quanto a você Sophie... Será que terei de contar seu pequeno segredinho para nossos pais? – ela provocou.

- Que segredinho? – Samantha voltou-se para nós, curiosa.

- Para seu bem Alicia, eu sugiro que você almoce em silêncio e pare de dizer bobagens. – eu disse séria.

Alicia deu uma risada forçada e horrível, mas silenciou-se. Eu sabia que depois da briga com Kaitlin ela já me via de um modo distorcido, pior ainda depois que descobriu sobre Matthew, mas isso pelo menos fazia com que ela me temesse.

O resto do almoço passou rápido e chato. A família toda se calou para evitar mais discussões desnecessárias.

Após o almoço, subi para meu quarto, troquei-me (tendo de colocar uma das minhas roupas ridículas de princesinha) e desci até a sala, onde encontrei minha mãe tentando ler um livro enquanto Lucy assistia TV.

- Mãe. – chamei.

- Sim? – ela virou-se para mim, Lucy fez o mesmo.

- Sabe a Holly?

- Sei sim querida. É sua nova amiga, certo? – ela sorriu.

- Isso. Ela e a Arielle me chamaram para ir na festa de aniversário do primo da Holly. Posso ir? – menti.

- Que horas?

- Começa as 20h00, mas a Arielle falou que é pra eu estar na casa da Holly 19h30.

- Sophie, essa festa vai acabar extremamente tarde. Seu pai não vai poder te buscar essa hora e será muito tarde para você voltar a pé! – ela me olhou preocupada.

- Holly disse que eu posso dormir na casa dela. – olhei quase suplicante para minha mãe.

- Bem, nesse caso... Acho que tudo bem. Mas se comporte mocinha. – ela sorriu.

- Obrigada mãe! – dei um beijo no rosto dela.

- Posso ir com você? – Lucy perguntou.

Eu e minha mãe nos voltamos para ela. Obviamente Lucy já havia percebido minha mentira e nem devia saber para onde iríamos, mas faria qualquer coisa para ficar perto de Kevin.

- Mãe? – perguntei.

- Se você e Holly não se importarem, não vejo problema.

- Então, pode ir Lucy. – sorri.

- Legal! – ela sorriu e veio correndo me abraçar.

- Sophie, você não devia estar no consultório da Srta. Harrison?

Olhei para minha mãe tentando pensar em alguma resposta, mas ela apenas sorriu divertida.

- Não precisa ir hoje se não quiser.

- Sério? – meus olhos devem ter brilhado.

- Sim. Você anda sendo bem legal com sua irmã. Gosto do fato de você estarem se dando bem. Essa é sua recompensa.

- Obrigada mãe! Então, vou para casa da Holly agora combinar umas coisas com as meninas, ok?

- Sim, mas me avise quando estiver indo para a festa.

- Certo. Lucy, depois venho te buscar.

Despedi-me das duas e sai de casa. Pensei em pegar o carro emprestado novamente, mas resolvi ir a pé. A casa não era muito longe.

Assim que cheguei na frente da casa, dei de cara com uma mulher de cabelos longos, arruivados e cacheados. Ela parecia ter uns 30 anos, mas de algum modo eu sentia que ela devia ser mais velha.

- Ah, perdão querida! – ela se desculpou ao quase se esbarrar comigo.

- Não, tudo bem... Eu que estou muito distraída. – forcei um sorriso.

- Não está tendo um bom dia? – ela perguntou triste.

- Já tive melhores. – desviei meu olhar para o chão.

- Entendo... Meu dia também não vai muito bem. Sinto que minha família está se destruindo aos poucos. – ela suspirou triste e pude ver uma lágrima caindo de seus olhos.

Fiquei observando a mulher disfarçadamente até que percebi que seus olhos verdes eram do mesmo tom lindo e intenso dos de Matthew e seu cabelo e seus traços lembravam muito os de Holly.

- Você é a mãe de Matthew. – eu disse mais para mim mesma do que para ela.

A mulher me olhou confusa e com uma expressão de dor ao ouvir o nome do filho. Arrependi-me um pouco, ela devia estar sofrendo pelodesaparecimento dele.

- Você conhece meu filho? – ela me olhou triste.

- Sim... – desviei o olhar novamente.

- Oh, Deus... O que ele fez para você?

- Como? – olhei confusa para ela.

- Entendo que ele às vezes é extremamente irresponsável e faz muitas coisas sem pensar, mas no fundo ele é um bom garoto. Não sei o que ele te fez, mas com certeza ele jamais quis te prejudicar, eu... – ela disparou a falar.

- Ele não me fez nada. – cortei confusa.

- Não? – os olhos dela ficaram arregalados.

- Não. Eu sou... Amiga dele.

- Amiga? Pensei que a única amiga dele fosse Kaitlin.

Senti um sentimento estranho ao ouvir isso, não entendi bem o que. A única amiga dele era Kaitlin? Como assim? Sabia que algumas pessoas se afastariam dele por causa do seu jeito meio estranho, mas tanto assim?

- Hm... O quanto você gosta de Kaitlin? – perguntei incomodada.

- Pelo seu comentário você não gosta muito dela, não? – ela deu uma risada. – Não se preocupe, também não acho que ela seja uma boa companhia para meu filho. Seria você a garota que entrou em uma briga com ela na escola?

- Na verdade sim... – dei um sorriso fraco. – Sou Sophie Foster. – estendi minha mão.

- Helena Carter. – ela a apertou, sorrindo. – Fico feliz que meu filho tenha arrumado uma nova amiga.

- Já tiveram notícias dele? – perguntei preocupada.

- Uma nova amiga e bem mais informada do que eu imaginava. – ela riu triste. – Infelizmente não. Holly e Kevin estão tentando ligar para o celular dele, mas Matthew não atende.

- Sei que é meio inútil, mas posso tentar ligar do meu celular. Ele não conhece meu número. – sugeri.

- Seria ótimo! – vi um brilho de esperança em seus olhos.

Helena me levou até dentro da sua já tão conhecida casa e me levou até uma linda sala no fundo das casas onde estavam Holly, Kevin e um homem, provavelmente o pai de Matthew, sentados em um sofá.

- Sophie! - Holly e Kevin disseram juntos, logo que eu entrei na sala.

- Oi... - dei um sorrisinho fraco para eles.

O homem ficou me observando discretamente, depois sorriu.

- Acho que não nos conhecemos, certo? - seu sorriso era estranhamente calmo, em vista que seu filho havia sumido.

- Creio que não. Sou Sophie Foster, amiga dos seus filhos. - tentei parecer tão simpática quanto ele, sem sucesso.

- É um prazer Sophie. - ele sorriu novamente. - Não quero parecer grosseiro, mas... Helena, por que a trouxe aqui?

- Encontrei-a na porta. Ela disse que é amiga de Matthew e se ofereceu para tentar ligar para ele do celular dela. Achei que não custa nada tentar. - Helena tentava parecer mais contente e calma do que estava, isso me fez ver que o marido dela fazia o mesmo.

Ao ouvir isso, Holly e Kevin praticamente me puxaram até outro sofá e sentaram-se cada um de um lado. Tirei meu celular de meu bolso e comecei a ligar para o número que Kevin ia dizendo. Apertei o botão verde para realizar a ligação e fiquei tremendo, extremamente nervosa, enquanto esperava ansiosa alguém atender.

Depois de alguns segundos, que de tão perturbadores pareciam mais horas para mim, finalmente atenderam o celular.

- Alô? - a voz do outro lado era extremamente estranha. Parecia ser de alguém que não dormia há dias e vivia perturbado constantemente. Como se tivesse um problema insolucionável e ninguém entendesse ou se importasse com isso. Era até mesmo um tanto depressiva.

- Quem está falando? - por sorte minha voz estava distorcida pelo nervosismo, o que tornaria mais difícil para Matthew reconhecê-la. Isso se fosse mesmo ele do outro lado.

- Você liga no meu celular e pergunta quem está falando? - a voz se tornou irritada e impaciente.

- Já passou pela sua cabeça que tem a possibilidade das pessoas ligarem para o número errado? Esse para mim já é um bom motivo para perguntar quem é você.

- Então esse parece ser o caso. Não conheço seu número e você parece não me conhecer, então acho que isso encerra nossa conversa.

- Matthew... É você? - finalmente criei coragem e perguntei, temendo a resposta.

A voz não respondeu nada do outro lado durante alguns segundos. Cada simples instante sem resposta fazia com que eu sofresse intensamente.

- Quem é? - dessa vez pude com certeza identificar a voz dele, mas totalmente arrasada e desanimada.

- Uma pessoa... Uma pessoa que está extremamente preocupada com você. - segurei minhas lágrimas. Estava cansada de só chorar o tempo todo.

- Não existe ninguém nesse mundo infeliz que deva se preocupar comigo. Seja quem for, não perca seu tempo. - percebi um certo deboche na sua voz, o que fez com que eu me perguntasse se ele já havia me reconhecido e queria que eu me sentisse mal ou realmente sentia isso.Eu torcia muito pela primeira opção.

- Você já sabe quem sou eu, não sabe? - tentei forçar uma risadinha.

- Na verdade não. Sua voz não parece nem com a de Kaitlin, nem com a de Holly. Pelo que sei, não existe mais nenhuma garota no mundo que me ligaria. Será que pode fazer o favor de se identificar? - ele parecia realmente sincero.

- Se eu fizer isso você vai desligar o celular. Fala onde você está e daí você descobre quem sou eu.

- Não sou idiota de falar onde estou. Não quero que ninguém me encontre e isso não vai mudar. Se só ligou para me perturbar com isso pode desistir, você nunca vai me achar.

Ouvi ele desligando do outro lado e simplesmente soltei meu celular e deixei que caísse em cima do tapete. Não sabia se o havia quebrado ou não, mas não importava.

- Sophie?

Olhei para o lado sem emoção e vi que Holly me olhava com lágrimas nos olhos. Comecei a observar lentamente a sala e percebi que todos estavam com a mesma expressão dela. Sentido-me um lixo e totalmente sem esperanças, desabei a chorar e acabei praticamente caindo no ombro de Holly. Ela me abraçou e ficou tentando me acalmar, totalmente em vão.

Eu sabia que havia decepcionado eles e arruinado a última chance de que Matthew voltasse. Apesar de não ter feito isso de propósito, não podia ignorar o sentimento de culpa. Sentia meus olhos arderem de tanto chorar e minha cabeça começou a doer.

Helena me observou um tanto preocupada e rapidamente me trouxe um calmante. Tomei-o e acabei adormecendo no sofá, ainda chorando.


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Notas finais do capítulo

Reviews? ^^



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