A Lenda escrita por Cchan


Capítulo 30
Capítulo 30


Notas iniciais do capítulo

Gente, eu sei que desapareci, sumi, não deixei rastros. Não queria que tivesse sido dessa forma, não queria deixar os meus leitores na mão. Eu chorei muito, chorei de saudade de vocês, chorei por cogitar ter decepcionado a todos. Por isso, estou postando logo o capítulo trinta, que foi esperado por 10 meses. Sei que muitos de vocês desistiram, e não os culpo, porque eu faria o mesmo. Obrigada aos que ficaram. Espero não decepcioná-los com este capítulo.



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O que seria da vida se não existisse a felicidade duradoura?


Neste tempo marcado por grandes decepções e saudades sufocantes, Kagome mantinha-se apegada a boas lembranças. Como sentia falta de sua mãe, de seu cheiro e toque materno. Sentia falta das caduquices de seu avô e das trapalhadas de seu irmão mais novo, Souta. Até mesmo lembrar-se do ronronar de Buyo fazia o seu coração apertar.


Embora não estivesse sendo fácil lidar com esse vazio, estava feliz com tudo o que tinha conquistado na Era Feudal. Estava viva – o que já era um milagre -, saudável e seu filho estava de volta. Como tinha sentido falta dele! Sentia falta de sentir-se pesada, gulosa, alegre, ainda que um pouco mal humorada por conta das alterações hormonais. O melhor de tudo era o fato de, confiando nos conhecimentos da Senhora Kaede, a criança estava bem. Por outro lado, a anciã andava desconfiada. Observava Kagome de longe e, muitas vezes, desviava o assunto quando a gestante enchia-lhe de perguntas sobre a saúde do primogênito. Estranho, não?


Contudo, a futura mamãe não parecia preocupada com essas atitudes estranhas. Deve ter sido um grande choque para a Senhora Kaede ver Kagome grávida, outra vez, da mesma criança que havia sido retirada morta de seu útero devido às maldades de Naraku. Poderia ser apenas uma fase, quem sabe? É difícil se acostumar com as reviravoltas do destino.


Por falar em reviravoltas, a jóia de quatro almas havia desaparecido. Depois que Inuyasha a usou para conceber seu desejo, desde então, jamais foi vista. Os amigos acreditavam que havia se fragmentado e se espalhado novamente, mas não tinham certeza. Todavia, Kagome garantia: ela vai reaparecer.


Isso não é tudo. A vila estava consideravelmente diferente. Os enormes casarões que estavam sendo construídos já estavam prontos para morar. O gozado é que uma das casas tinha utensílios de uma época bem distante da que eles viviam agora. Secador de cabelo, fogão a gás, liquidificador, luz elétrica, interruptores... Invenções de quinhentos anos à frente. Sim, aquela casa fora construída por Inuyasha e, com o fruto de seu suor, poderia dar uma vida confortável a toda a sua família.


Era uma casa térrea e espaçosa. A porta era de madeira escura, como o carvalho, e a maçaneta dourada como ouro. O telhado era da mesma cor da porta, que entrava em grande contraste com o branco das paredes, as quais, por sua vez, eram feitas de tijolo e cimento. As janelas eram médias e rodeadas de madeira escura. Parecia uma casa de contos de fadas.


A casa ao lado era tão grande quanto à outra, entretanto, não possuía utensílios da modernidade; muito pelo contrário: era rústica, decorada de equipamentos de exterminadores de youkais e possuía um pequeno quarto onde armamentos eram construídos e em seguida distribuídos para os aldeões. Miroku havia caprichado naquela morada, ela, com uma beleza simples, chamava a atenção. Ele havia pensado em todos os detalhes para fazer com que Sango se sentisse bem estando lá, ao seu lado, com seus inúmeros filhos que ainda estão por vir.


Era uma casa quase toda feita de madeira. Simples, humilde, porém majestosa. A madeira da porta era um tanto mais escura que a da casa, e não possuía maçaneta, bastava empurrar ou puxá-la por um pequeno “batedor”. As janelas eram médias e a casa em si, muito bonita. Aparentemente frágil, mas Miroku utilizou um pouco do cimento de Inuyasha para fortalecer a estrutura da residência.


Ah, como aquele dia era preenchido de boas lembranças. Como Kagome se lembrava daquele dia. O dia em que ela e sua melhor amiga passaram a ser vizinhas.


–---------------- FLASHBACK ---------------


– Não vale espiar! – Miroku dizia empolgado.


– Nem se eu quisesse, Miroku! Meus olhos estão vendados, esqueceu? – Sango dizia sorrindo.


– Calma, Sangozinha, já estamos chegando!

– Espero que sim... Você não sabe o quão difícil é andar pra lá e pra cá com esse barrigão.


– Eu tenho ideia! – Kagome dizia sorrindo. Tinha acabado de ter o seu filho de volta através do desejo de Inuyasha a Inu no Taishou. – Nem reclama, Sango! Faz uma falta tão grande...


– Vocês querem calar a boca só um minuto? – Inuyasha reclamou. Detestava lembrar-se da agonia que foi ter perdido o seu filho, portanto, sempre desviava do assunto quando o mesmo vinha à tona.


– Ai, ai, ai, Inuyasha, acho bom que essa surpresa seja muito boa!


– Pode ter certeza que é. – o hanyou assegurou orgulhoso.


Andaram mais um pouco, até que Miroku anunciou que haviam chegado. As vendas foram removidas e, imediatamente, os maridos tamparam os ouvidos. Que grito elas deram!


– São... São nossas? – Sango balbuciou. Miroku confirmou com a cabeça.

– AGORA SOMOS VIZINHAS! – e outro grito.


– Vocês são os melhores maridos do mundo! – disseram em uníssono.


– Ah, isso é porque vocês ainda não viram a parte de dentro, não é mesmo, Inuyasha? – o monge budista deu um sorriso torto.


– Acho que eu vou embora só pra não ouvir mais um grito... – O meio youkai protestou. – Entrem logo! A casa é de vocês.


Exploraram cada cantinho de seu novo lar. Em cada cômodo, uma surpresa. Kagome estava atônita: como Inuyasha conseguiu tudo aquilo?


– Digamos que a sua mãe tenha me ajudado um pouco... – disse Inuyasha coçando a nuca com a palma da mão.


– Vocês são inacreditáveis – ela sorria como uma criança, o que o fez sorrir também.


Inuyasha contou timtim por timtim de todo o seu plano e parceria com a sogra para tornar este sonho possível. Tudo havia sido perfeitamente arquitetado, até mesmo os horários de construção: à noite. Quando todos já estavam dormindo.


Passaram o resto da tarde conversando e descobrindo as surpresas dos novos lares. Estavam satisfeitos, mas acima de tudo, felizes por terem a companhia um do outro.


–---------------- FIM DO FLASHBACK -----------------


Kagome abriu um largo sorriso com a lembrança. Decidiu olhar mais uma vez o quarto de seu filho, que ainda não tinha nome certo, diferentemente do primogênito de Sango e Miroku.


Depois de muita discussão, decidiram os nomes. Ah, aquela também é outra memória para se apegar.



----------------- FLASHBACK ---------------


Estavam sentados debaixo de uma árvore, fazendo um piquenique. Shippou fazia enorme falta naqueles momentos; o pequeno kitsune sempre alegrava o ambiente e brincava com Kirara. A gata youkai, naquele dia, entrara na floresta e passara a tarde brincando com Nekohi, o guardião.


Especificamente naquela manhã de sol, Inuyasha fez questão de fazer a pergunta que encerraria a paz:


– Qual vai ser o nome do pirralho?


– Que pirralho, Inuyasha? – Sango piscou.


– Como assim que pirralho?! O pirralho de vocês! – respondeu sem paciência – Respondam logo. Não é possível que ainda não tenham pensado nisso.


Miroku e Sango se entreolharam. É, parece que ainda não tinham escolhido aquele “pequeno” detalhe.


– Na verdade, queríamos a opinião de vocês! Eheheh... Gostariam de nos ajudar? – Miroku disse sem jeito, tentando escapar da situação constrangedora.


– E que escolha nós temos... – Inuyasha bufou.


– INUYASHA, OSUWARI! - Kagome se recompôs e concluiu – Claro, adoraríamos ajudar!


– Eu ainda destruo essa coisa... – murmurou o hanyou.


– Ahm, comece, Sango. – Miroku incentivou.


– Por que eu?


– Você tem ideias melhores! E você é a mãe, não lembra?


– Mas eu não quero começar...


– ANDEM LOGO, DEIXEM DE MIMIMI! – Inuyasha protestou.


– OSUWARI!


– Que tal... Satoshi? – Sango sugeriu.


– Satoshi? – Miroku pareceu não gostar.


– É, significa inteligência.


– Por que não Aiko? Significa filho do amor.


– Er... Não. Que tal Kazuhiko? Significa harmonioso príncipe.


– Como alguém pode ser harmonioso com esse nome?! Por favor, Sango. Ele vai ser apedrejado se seu nome for Kazuhiko. Eu prefiro Tatsuya, que significa tornar-se dragão. Possuir sabedoria, longevidade.


– Você não gosta de Kazuhiko e gosta de Tatsuya? Miroku, você tem um tremendo mau gosto. Masaru é muito melhor. Inteligente, vitorioso.


– Eu poderia elaborar muitas piadas com esse nome, mas prefiro simplesmente dizer que não gostei. Que tal Riki? Significa poder.


Muito tempo se passou. Inuyasha e Kagome foram esquecidos, nem sequer chegaram a dar sua opinião. Quando o casal pareceu estar sem opções, Kagome sugeriu:


– Por que não Ichiro?


Eles se entreolharam em acordo.


– Ichiro! Claro, porque não pensei nesse antes? Significa primeiro filho. – Miroku sorriu e levou a palma de sua mão à testa.


– Ichiro; ele vai se chamar Ichiro. Um belo nome – Sango concordou.


– Tá, e se for uma menina, alguma ideia? – Inuyasha perguntou com desdém.


Aquele momento em que uma pergunta destrói toda a alegria mútua e tal situação poderia ter sido totalmente evitada... É, Inuyasha, você conseguiu.

– Inuyasha... OSUWARIIIIIIIIII!


----------------- FIM DO FLASHBACK -----------------



Inuyasha, você é um bobo” Kagome sorriu. “Não poderia pedir um marido melhor”.


Entrou no quarto de seu filho. Sentiu-o chutar com força. Parecia sentir o quão era desejado naquele ambiente e por aquela mãe. Kagome aproximou-se do berço de madeira e tocou-o. Inuyasha que fizera aquele berço. Era lindo. Possuía pequenos detalhes muito suaves em formato de cães. Na lateral do cercadinho, havia uma meia-lua, marca dos Taishous.


Kagome já não conseguia mais imaginar sua vida sem Inuyasha. Não conseguia suportar a ideia de perdê-lo, substitui-lo, mudar qualquer detalhe de sua vida. Não queria, não gostaria, não iria. Tudo estava finalmente dando certo, coisa que não aconteceu alguns meses atrás. Não para Kouga.



----------------- FLASHBACK ---------------



Era o casamento de Kouga e Ayame. Tudo estava pronto e devidamente decorado, a cerimônia começaria logo. Claro que não se parecia nem um pouco com os casamentos da atualidade, mas era especial da mesma forma. Os convidados esperavam pacientemente a chegada da noiva.


A cerimônia seria ao ar livre, numa campina de vegetação rasteira. O tio avô de Ayame e líder dos youkais lobos de terras longínquas celebraria o casório. Era um imenso lobo cor de cobre, de pelos brilhantes e macios. Possuía olhos verdes penetrantes, o que intimidava um pouco os outros. No fundo, era um doce.


Kagome trajava um vestido azul-celeste solto, esvoaçante. Seu ventre ganhava destaque naquelas vestes. Inuyasha recusou-se a usar algo diferente de seu quimono rubro. Miroku e Sango não foram convidados.


A miko cumprimentou os conhecidos da alcatéia de Kouga, enquanto Inuyasha foi procurar alguma coisa para comer – muito embora alegasse ficar enjoado e enojado com o cheiro de lobo.

De repente, a gestante foi pega de surpresa pela cintura e levada para um local bastante reservado, onde ninguém os avistasse.


- O que você pensa que está...


- Cale a boca e me escute! – Kouga rosnou – Escute, Kagome, eu não quero me casar com a Ayame. Eu sei o que tenho por você, é algo forte demais. Eu jamais me perdoaria se não confessasse tudo isso. Eu te amo, Kagome. Não quero passar o resto de minha vida do lado de outra pessoa se não você. Eu não quero a Ayame, eu a nego no altar se for necessário. Por favor, seja minha. Eu faço tudo, tudo, tudo! Até aceito esse verme que você carrega no ventre.


Ele... ele chamou o meu filho de verme? O Kouga enlouqueceu?

- AGORA QUEM VAI ME ESCUTAR É VOCÊ! QUEM VOCÊ PENSA QUE É? ESTÁ MALUCO? COMO PODE PROPÔR CASAMENTO A UMA PESSOA QUE NÃO AMA? OLHA, ELA PODE ACABAR SE MACHUCANDO FEIO, TÁ ME OUVINDO? E NÃO ME INTERESSA O QUE VOCÊ SENTE POR MIM! EU AMO O INUYASHA, ENTENDEU? O INUYASHA! E PRO SEU GOVERNO, O MEU FILHO NÃO É VERME ALGUM! TENHA CERTEZA QUE ELE É MUITO, MUITO MELHOR QUE VOCÊ! AGORA VÁ LÁ NAQUELE ALTAR E FAÇA O QUE TEM DE SER FEITO!


- Kagome, por favor...


- Faça-me um favor, Kouga e desapareça da minha frente.



Foi difícil dizer tudo aquilo. Acima de tudo, Kouga era um amigo muito nobre e um companheiro nas horas difíceis. Contudo, Kagome segurou a barra, não derramou uma única lágrima até chegar a sua casa e trancar-se no quarto, afogando-se em prantos. Inuyasha nunca soube dessa declaração.


----------------- FIM DO FLASHBACK -----------------



Aquele fato a machucava profundamente. Gostaria de apagá-lo da memória, mas não conseguia. Era inútil tentar. O que Kouga dissera abalou toda a imagem positiva que um dia se formara na mente e coração da miko. Foi decepcionante e doloroso demais.


Doloroso também foi quando perdera o controle.


–---------------- FLASHBACK ---------------

A miko entrou no banheiro correndo depois de uma discussão com o marido. Estava suando frio, tremia. Calafrios lhe percorriam a espinha, o corpo. Sentia tonturas, náuseas. O pânico tomava conta de si.

O... o que está acontecendo?” pensava angustiada. E o seu filho, como estaria?


- KAGOME! O QUE ESTÁ ACONTECENDO? – Inuyasha esmurrava a porta.


- SAIA DAQUI! – ouviu em resposta. Não era a voz de Kagome, estava alterada. Parecia... parecia um youkai.


- QUEM É VOCÊ E O QUE FEZ COM ELA?


- SAAAIAAAAAAAA!


- AGUENTE FIRME, KAGOME, EU VOU BUSCAR AJUDA! – “Maldição! A Kagome deve ter sido possuída! Preciso da velha Kaede, só ela poderá me ajudar agora!


- Inuyasha... – num murmúrio quase inaudível, Kagome suplicou que o marido ficasse.


- Kagome, abra a porta.


A moça abriu. Seu corpo estava deformando-se, tornando-se cada vez maior. Sua dentição alterara-se e se transformara em presas. Garras brotavam de suas mãos, antes tão delicadas. Inuyasha assistiu aterrorizado, enquanto via os olhos de sua esposa tornarem-se vermelhos.


Ela não tinha controle sob seu corpo, perdera o sentido, perdera a razão. Tudo o que pensava era o quanto deveria ser prazeroso ter sangue humano impregnado em suas garras.

----------------- FIM DO FLASHBACK -----------------


A moça não recordava-se do que havia acontecido em seguida. Só soube que quase destruiu todo o vilarejo. Aquilo acontecera, pois a discussão a havia irritado e, por estar lidando inexperientemente com o sangue youkai em seu ventre, transformou-se num youkai. Desmaiou de exaustão após ter extravasado a raiva, mas foi uma destruição surreal. Havia colocado a vida de seus amigos em risco.

Kagome coçou os olhos âmbares e evitou chorar mais uma vez. Não, não iria chorar. Tinha tantos motivos para sorrir. Tantas lembranças gostosas. Lembrava-se da reação de sua mãe ao saber que seu neto voltara, do primeiro chute de seu filho – o que provocou uma queda e o consequente desespero do futuro papai. Foi um senhor chute!


Mas havia um dia em especial que adorava lembrar...


–---------------- FLASHBACK ---------------


– Aonde vamos? – Kagome perguntou curiosa.

– Você vai ver.

– Vamos, Inuyasha, por favor!

– Já estamos chegando...

Fazia tempo que os dois não saíam juntos, a sós. A sacerdotisa estava adorando o passeio nas costas do marido, embora esse estivesse indo bem devagar por conta do pequenino que ela carregava. A brisa beijava-lhe o rosto corado e brincava com seus cabelos negros. Era uma noite bastante agradável.

– É aqui.

Depararam-se com uma árvore frondosa, sagrada. Devia ter séculos de idade. Levava consigo um amor que quebrava as barreiras do tempo e transcendia as eras. A Goshin Bokun podia ser reconhecida mesmo sendo iluminada unicamente pela lua.

– O que viemos fazer aqui?

Não houve resposta. Inuyasha levou-a até um dos galhos mais altos e largos da planta e fitou a esposa.

- Inuyasha, você está me assustando...

– É muito difícil dizer isso...

– O que houve, Inuyasha? – seu coração estava acelerado.

– Eu... eu queria lhe dizer uma coisa.

Ele respirou fundo e disparou.

– Eu não sei porquê te protegi da Yura no nosso primeiro encontro. Não sei por que continuei te protegendo em todas as outras aventuras. Tenho certeza de que não foi pela joia de quatro almas, não foi para me tornar um youkai completo e, sim, por você.

Kagome ouvia atentamente e apertava o quimono do marido. Tinha medo de não ouvir tudo o que ele tinha para dizer. Inuyasha respirou fundo mais uma vez, como se cada palavra lhe faltasse naquele momento.

– No começo, eu estava tomado por um desejo de ser forte, de ser invencível. Depois percebi que só não queria ser uma mistura, uma metade. Queria ser completo. Demorei muito para entender. Não era o poder que me faria feliz, mas você faria e me tornaria mais forte. Você, sua idiota, é a minha força e o minha maior fraqueza.

A essa altura, ela já estava debulhando-se em lágrimas. Ele se preparava para continuar. O hanyou parecia mais confortável batalhando com qualquer youkai do que tendo de dizer tudo aquilo.

– Kagome, você foi a minha única amiga por um bom tempo, minha companheira. A cada dia que se passa, fico mais honrado por te ter ao meu lado como esposa e mãe do meu filho. E fico ainda mais satisfeito por saber que ele vai ter os traços da mãe, uma pessoa bonita por dentro e por fora.

– Inuyasha...

– Você me entende como só a minha mãe um dia conseguiu entender. Eu só queria dizer que... se eu tivesse de refazer a minha vida, faria tudo exatamente igual. Talvez tentasse não te magoar tantas vezes. Obrigado por me aceitar do jeito que sou e... desculpe por muitas vezes não conseguir te proteger. Vou melhorar, eu prometo. Eu quero ser o melhor que posso ser, porque você me ensinou a ser assim. Quer dizer, você me ensinou a viver e eu te agradeço muito por isso.

– Eu não sei nem o que dizer... obrigada, Inuyasha – abraçou o marido com força e sorriu.

– VOCÊ SÓ VAI DIZER OBRIGADA? EU DISSE TUDO ISSO E ESPERAVA QUE VOCÊ PELO MENOS RETRIBUÍSSE! – reclamou com o costumeiro mau humor. Voltara a ser o velho Inuyasha.

– Você é um bobo! – disse entre uma gargalhada.

– Cuidado para não cair, sua baka! – Segurou a esposa com mais força.

– Não tenho medo. Tenho certeza de que estará lá para me segurar, como sempre esteve. Eu te amo, Inuyasha.

Tudo o que poderia ser visto naquela noite eram duas silhuetas unindo-se em um beijo sob a luz do luar.

----------------- FIM DO FLASHBACK -----------------


Aquela com certeza era a mais doce de todas. Kagome abriu um largo sorriso só de lembrar-se das palavras do marido. Aquilo sempre a animara nos momentos de dor.

Por falar em lembranças, quase havia se esquecido do propósito de ter ido em casa. Andou o mais rápido que pôde até a cozinha e retirou a chaleira do fogo. Encheu uma bacia de madeira com a água fervente e caminhou até a casa vizinha. Céus, não poderia ter demorado tanto!

Ao longe, podia ouvir os altos gemidos e gritos de Sango. Ichiro estava chegando.


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Notas finais do capítulo

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