A Lenda escrita por Cchan


Capítulo 20
Capítulo 20




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Shippou entrou na frente como pajem, estava usando paletó preto e gravata branca, trazidos da era atual, lógico. (N/A: Era quase impossível encontrar aquele tipo de roupa num tamanho tão pequenino na Era Feudal!) Este levava pétalas de rosas vermelhas e sakuras, que eram lançadas a cada passo seu, como confete. Ele sorria. Era seguido por gêmeas idênticas, Miyuki e Misaki, que usavam vestidinhos cor-de-rosa, quase brancos, e flores nos cabelos negros e lisos.


A cada passada das noivas, lágrimas escorriam; era o sonho de qualquer garota. Sentiam os ventres se preenchendo de alegria e vida e o rosto encharcar. Os futuros maridos as observavam desajeitados, corando cada vez mais, mas simplesmente encantados com a beleza incompreensível de ambas.


A cerimônia correu de maneira tradicional, tudo estava perfeito e a Senhora Kaede se sentia honrada por celebrar o primeiro casamento de um meio-youkai com uma humana e de um monge com uma exterminadora. Tem gente que diz que os opostos se atraem... São nesses poucos casos que devemos acreditar nisso!


- Kagome Higurashi, aceita Inuyasha como seu legítimo esposo? Prometendo amá-lo e respeitá-lo por toda a vida?


- Sim. - respondeu comovida.


- Inuyasha, você aceita Kagome Higurashi como sua legítima esposa? Prometendo amá-la e respeitá-la por toda a sua vida?


- Por que não diz o meu sobrenome também, velha? Me odeia tanto assim pra não querer nem falar o meu nome no dia do meu casamento?! Que tipo de sacerdotisa gagá é essa?! - Inuyasha falou arrogante.


- INUYASHA! ISSO É UMA CERIMÔNIA SÉRIA, RESPONDA LOGO DE UMA VEZ!


- AH, A CULPA NÃO É MINHA SE VOCÊ, VELHA, FAZ TUDO ERRADO!


- Eu ouvi um "sim". Todos ouviram um "sim"? Ótimo, prossigamos. - falou a Senhora Kaede fuzilando-o com o olhar. - E você, Sango, aceita Miroku como seu legítimo esposo? Prometendo amá-lo e respeitá-lo por toda a sua vida?


- Sim. - respondeu corando e fitando os olhos azuis-escuros do monge.


- E você, Miroku, aceita Sango como sua legítima esposa? Prometendo amá-la e RESPEITÁ-LA por toda a sua vida?


- Sim... Mas tenho mesmo de cumprir a parte do respeitá-la? Ai! Parei, parei, era só brincadeira! - respondeu tentando evitar OUTRA tapa no rosto na frente de todo o vilarejo. - Essa doeu. - sussurrou acariciando a marca vermelha em sua bochecha.


- Então, sem mais delongas, eu vos declaro maridos e mulheres! - sorriu a idosa sacerdotisa.


Kagome entrelaçou o pescoço de Inuyasha, este que segurava sua cintura, e beijou-lhe ternamente os lábios. A exterminadora pôs as mãos na face de Miroku, este que segurava seu quadril, tentando suportar a vontade compulsiva de "escorregar acidentalmente as mãos", e beijou-lhe suavemente os lábios em meio a um sorriso.


- Agora você é todo meu, pervertido. - sorriu como uma criança satisfeita.


- E você é toda minha, - disse com um sorriso maroto nos lábios - Por sinal, não acha que já está na hora de parar com as tapas, socos, chutes, batidas com o osso voador ou qualquer outra coisa? Somos casados!


- Só apanha porque merece. - bufou. - E tire a mão daí antes que eu perca a minha paciência com você.


- Ai, ai, nem com o casamento... - suspirou.


Os casais saíram de mãos dadas, recebendo os cumprimentos de muitos aldeões. Todos queriam parabenizar e prestigiar aqueles que sempre protegeram o vilarejo.


O hanyou estava bobo, esboçava sorrisos, o que já era um grande avanço com sua antipatia tradicional, apertava a mão de todos e ria a toa; mas seu sorriso logo desapareceu.


- Kagome, me espere aqui. - ordenou antes de correr em direção à floresta.


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Um enorme redemoinho de folhas e poeira vinha em sua direção, este agitava as folhas das árvores, fazendo-nas cair; seu cheiro era familiar e inconfundível. Bloqueou a passagem e gritou:


- O QUE QUER AQUI, LOBO FEDIDO?


- Olá, cachorrinho. Onde está a Kagome? - Kouga falou farejando o ar e olhando em volta.


- JÁ DISSE QUE É PRA FICAR LONGE DELA, É MINHA MULHER!


- Sua? Sua?! SUA?! NÃO ME FAÇA PERDER A PACIÊNCIA, CARA-DE-CACHORRO! ONDE ESTÁ A KAGOME?


- POR QUE ESSE INTERESSE NELA, SEU IDIOTA? NÃO SE MANCOU AINDA NÃO?


- O QUE VOCÊ FEZ COM ELA?! O CHEIRO DELA ESTÁ MUITO ESQUISITO E VIM AQUI CONFERIR, SÓ ISSO! E eu estava com saudades...AGORA SAIA DA MINHA FRENTE!


- VÁ EMBORA, LOBO SARNENTO! NÃO QUERO QUEBRAR A SUA CARA AGORA!


- CACHORRINHO METIDO, SABE QUE POSSO ACABAR COM VOCÊ A QUALQUER MOMENTO, MAS AGORA ESTOU INTERESSADO EM OUTRA COISA, SAIA DAÍ ANTES QUE EU MESMO LHE PARTA AO MEIO!


- LOBO IDIOTA, A KAGOME É MINHA ESPOSA! - Kouga arregalou os olhos com tamanha revelação. - É ISSO MESMO O QUE VOCÊ OUVIU! MINHA ESPOSA! ACABAMOS DE CASAR! ELA ESTÁ ESPERANDO UM FILHO MEU, POR ISSO QUE O CHEIRO DELA ESTÁ ASSIM, SEU BURRO! AGORA SAIA DAQUI! - tentava, inutilmente, manter a calma. Aquele lobo o deixava louco da vida! Recompôs-se e disse por fim - Ah, e é SENHOR Cachorrinho de agora em diante.


O príncipe dos youkais lobo estava paralisado com o que tinha acabado de ouvir. Grávida?! Dele?! Não podia ser. Aquela miko era sua futura esposa! Como...? Não compreendia. Abaixou a cabeça, deixando a franja cobrir-lhe os olhos azuis, e partiu rumo ao seu esconderijo, onde seus companheiros, talvez, pudessem consolá-lo. A dor era sufocante.


O meio-youkai olhou com pena para o lobo. Sabia como era perder o amor de sua vida. Já tinha sofrido com isso uma vez , e sem dúvidas, não gostaria de passar de novo por essa experiência. Virou-se e voltou para a festa, onde todos o esperavam.


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- Aonde estava? - a jovem sacerdotisa perguntou ao marido que chegava com uma expressão tristonha.


- Fui... Pegar um ar. - Não queria envolvê-la nisso, ele sabia o quanto Kouga era importante, era um grande amigo dela, que sempre a protegeu e só desejou-lhe o bem.


- Inuyasha... - murmurou. - Sei que tem medo de assumir o compromisso comigo... - abraçou-o - Mas, não precisa ficar desse jeito! Nós vamos ser muito felizes! - sorriu.


- MAS... MAS... MAS... QUEM DISSE QUE EU TENHO MEDO DE ASSUMIR COMPROMISSOS!? DE ONDE VOCÊ TIROU ISSO?! AH, NÃO ME AMOLA, KAGOME!


- Inuyasha... - sussurrou sorrindo.


" Sei que está com medo, mas prometo tentar ser a melhor esposa de todas! A esposa... Que você merece. " sorriu a jovem olhando para o hanyou de cabelos prateados, este que estava com uma cara abusada devido à sua última afirmação.


Ao longe, dois grandes olhos azuis claros os observavam. É, era verdade. O casamento estava completamente montado, sua amada usava um vestido de noiva e era possível ver seu ventre proeminente, assim como sua enorme aliança.


" É, o Cachorrinho estava mesmo falando a verdade... Eu vou lá agora mesmo! Droga, com a Kagome ali não posso fazer nada!... Maldito... Algum dia, Kagome, você ainda vai ser minha. " pensou Kouga antes de fugir enfurecido.


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 A festa corria sem nenhum problema. A comida estava ótima, peixe, doces, salgados e frutas fizeram um enorme bufê. Música lenta e agradável, criando um clima perfeito, muitos casais dançaram valsa. Crianças corriam brincando de um lado para o outro, pega-pega, esconde-esconde debaixo das mesas, entre outras brincadeiras. Estava tudo perfeito.


As mesas eram cobertas por toalhas brancas, com arranjos de flores variadas, as cadeiras eram brancas, tudo estava combinando. O doce aroma de rosas estava espalhado pelo ar. A Senhora Kaede fotografava cada momento (Kagome havia trazido uma máquina fotográfica de sua era e havia lhe ensinado a usar. Como não fotografar seu casamento?).


A valsa dos recém-casados foi linda, a música escolhida fora "My heart will go on", da trilha sonora de Titanic; a colegial que escolhera. Miroku mostrou ser um grande pé-de-valsa, diferentemente de Inuyasha, mas Kagome não se importara. Não muito.


- Inuyasha, isso é o meu pé! - murmurou.


- A culpa não é minha se você dança tudo errado! - protestou o hanyou.


- Eu não danço errado, você que não pára de pisar no meu pé!


- Maldição, quer calar a boca, sua baka?!


- Não! Peça desculpas! - seu timbre de voz começava a crescer.


- Não! - rebateu no mesmo tom.


- Peça!


- Não!


- PEÇA.


- NÃO.


- INUYASHA, ME PEÇA DESCULPAS AGORA! - gritou enfurecida, o que atraiu a atenção de todos os convidados da festa.


- Tá vendo o que você fez, sua boboca? - reclamou o marido sentindo as bochechas corarem.


- Foi você que não me pediu desculpas! - revirou os olhos. Era tão engraçado vê-la irritada.


- Baka. - riu.


- Grosso... - suspirou sorrindo.


Os sorrisos não saíam por nenhum segundo, digo, não por muito tempo dos lábios dos casais.


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Já era fim de tarde, o céu estava tingido de vermelho, laranja e tons derivados de amarelo. Os convidados que restaram assistiam o pôr-do-sol no horizonte, enquanto as crianças suplicavam para ir embora. Havia sido um dia cansativo, mas sensacional. Era sempre bom "quebrar a rotina", especialmente porque não haviam muitos casamentos no vilarejo. A festa havia sido um sucesso!


A mesa de comes e bebes estava praticamente vazia, tudo estava bagunçado, sujo ou um pouco danificado, mas todos estavam bastante satisfeitos. Não só satisfeitos, como também cansados:


- Sango, vamos? - a miko chamou a amiga, convidando-na para descansar um pouco na choupana.


- Vamos! - respondeu sorrindo aliviada. - Nossa, nunca pensei que um casamento pudesse dar tanto trabalho!


- É mais fácil acabar com youkais! - completou rindo.


- Nem todo o youkai é fácil de ser destruído, mocinha. - comentou uma voz masculina e sinistra, vinda de trás das moças. - Ora, ora, ora, quer dizer que já estão nesse estado deplorável? Uma grávida de um monge e a outra de um hanyou... Tsc, tsc, deixe-me acabar com o sofrimento de vocês!


- NARAKU! - gritaram apavoradas.


Como não haviam sentido sua energia sinistra? Como?! Naraku estava com Kanna em sua barreira, talvez aquele tenha sido o motivo. O miasma começou a invadir o ambiente, tomando o lugar do cheiro de rosas. Inuyasha e Miroku estremeceram ao ver aquele maldito tão perto de suas esposas e filhos que ainda nem haviam nascido. Pessoas corriam apavoradas de um lado para o outro. Mães e pais aflitos recolhiam as crianças, levando-nas para dentro das casas.


Era tarde demais para descansar ou pensar numa estratégia de luta. A batalha final havia, finalmente, começado.


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Notas finais do capítulo

Gente, estou dando o meu melhor, mas sinto que fica cada vez pior. >< desculpem.



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