A Lenda escrita por Cchan


Capítulo 10
Capítulo 10




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Começou a entardecer. Aos poucos, Inuyasha recobrava os sentidos. Sua vista começou a clarear e quando percebeu que não sentia mais o cheiro de Kagome tão forte quanto antes, levantou-se rapidamente e olhou em volta. Viu apenas Miroku e Sango paralisados e Nekohi e Kirara acordando vagarosamente.

Correu, ainda um pouco zonzo, para ajudar seus amigos. Eles precisavam de um estímulo muito grande para que o feitiço parasse.

- Uau, uma mulher linda está tomando banho ali. - fingiu o hanyou como se estivesse tentando observar algo além dos arbustos.

- O QUÊ? ONDE? QUANDO? CADÊ? - Miroku moveu-se rapidamente em busca da falsa mulher.

- ORA, SEU MONGE PERVERTIDO! - Sango se levantou pronta para esmurrá-lo.

- EI! EI! EI! PAREM! - gritou Inuyasha impedindo que a exterminadora batesse no monge. - SÓ FIZ ISSO PARA VOCÊS SAÍREM DO ENCANTAMENTO!

- Quer dizer que não tem mulher nenhuma? - choramingou Miroku.

- Miroku... - Sango o fuzilava com o olhar.

- MAS NENHUMA É TÃO LINDA QUANTO VOCÊ, SANGOZINHA! Eheheheheh...

- PAREM LOGO DE UMA VEZ! VOCÊS SABE ONDE ESTÁ A KAGOME? - perguntou Inuyasha frustrado, interrompendo a briga.

Não houveram respostas, o casal olhou para o chão e permaneceu em silêncio, mas uma voz infantil respondeu:

- O exército de Ryuki a levou! Aaah, aleluia! Consigo me mexer novamente! Por que vocês sempre se esquecem de mim?

Era Shippou, que se não tivesse um desejo tão grande de salvar a amiga, não haveria se livrado do encantamento.

- O quê?! - falou o hanyou incrédulo - NÃO POSSO ACREDITAR!

- Sentimos muito, Inuyasha. - lamentou Sango - Nós vamos encontrá-la.

Ele se virou sentindo os olhos arderem e olhou para baixo. Ao o fazer, percebeu que a rosa vermelha, que estava nos cabelos da menina da última vez que tinha a visto, estava diante de si. Apanhou-a, sentiu seu cheiro, pôs dentro de seu quimono, não se importando com os espinhos, apertou-a em seu peito e suspirou:

- Não se preocupe, eu vou lhe encontrar. - fez um gesto com a cabeça como se estivesse chamando os outros. - Vamos! Não temos tempo a perder!

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Enquanto isso, Ryuki, como todo o bom vilão, explicava seu plano malévolo à moça que já não estava mais paralisada.

- Lhe mergulharei num líquido que sugará sua juventude, caso desobedeça alguma de minhas ordens. Se seu "amiguinho" demorar demais, morrerás e teus poderes espirituais passarão para mim.

- Mas onde ficarei mergulhada?

- Nesta enorme esfera de cristal, é claro.

- Não estou vendo nada. - respondeu aborrecida.

O feiticeiro fez um gesto com a mão, afagou os cabelos e lançou um raio, que fez aparecer magicamente a esfera de cristal na qual ele havia falado anteriormente.

Era uma enorme bola, de cor transparente, que era erguida por um enorme cilindro de material indeterminado, parecia aço, que vinha do chão. Parecia que havia sido instalada, mas não. Era pura magia negra.

- E agora? - disse erguendo uma sobrancelha. 

- E qual seria a sua primeira ordem, meu... - a palavra soava mais difícil que qualquer outra em seu vocabulário, cerrou os punhos e finalizou com a voz um pouco irritada - meu MESTRE?

Ele a encarou como se a resposta já não fosse óbvia, mas nada comentou, apenas decretou seu mandado:

- Mate o Inuyasha.

Ela gelou. Empalideceu. Não podia fazer aquilo! Não com Inuyasha!

- O que pode ser mais doloroso do que morrer pelas mãos de quem se ama? - indagou o feiticeiro.

- NUNCA! PREFIRO A MORTE!

- Não seja estúpida. Aquele hanyou não te ama! É uma farsa! Só lhe aguenta por perto, pois tu és uma réplica da Kikyou, a mulher que ele verdadeiramente gosta.

- É MENTIRA! - lágrimas escorriam de seu rosto.

- Olhe. - com um estalar de dedos, Ryuki implantou as cenas de Kikyou e Inuyasha, todas nas quais ela havia presenciado. - MATE O MEIO-YOUKAI OU ENTRARÁS NAQUELA ESFERA, PERDERÁS A TUA JUVENTUDE, TUA VIDA E SUAS ÚLTIMAS RECORDAÇÕES SERÃO ESTAS QUE PASSAM NA TUA MENTE! NÃO SEJA BURRA, MULHER, JUNTE-SE A MIM!

Kagome estava com as mãos no ouvido, como se não quisesse ouvir mais nada, seus olhos estavam fechados, mas lágrimas escorriam desses, aos soluços, sua resposta foi dita:

- Nunca matarei o Inuyasha! Eu o amo, mesmo que esse sentimento... Mesmo que esse sentimento não seja correspondido. - disse com a voz abafada.

Ryuki não demonstrou emoções, apenas sorriu maquiavelicamente e levou a menina até a esfera de cristal, empurrando-na com força, ainda xingando-na; ela nada dizia, apenas sentia a dor das batidas e das péssimas recordações que passavam em sua cabeça como um filme.

" Que menina estúpida, não acredito que pôde abrir mão de sua vida por causa de um sentimento tão singelo que é o amor..." pensou. " Poderia ser minha assistente e aprender a magia das trevas, mas preferiu abrir mão de tudo por causa de um meio-youkai..."

Ele a empurrou por uma última vez, dentro de um orifício que se abriu misteriosamente no topo da esfera. Ao entrar na esfera, cheia de um estranho líquido verde, sentiu seus músculos adormecerem, sua vista nublar e a incapacidade de se movimentar a incomodava muito, mas não ficou inconciente, era como se estivesse dormindo, sonhando, o pior de todos os pesadelos, mas deste, infelizmente, não conseguia acordar.

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O hanyou sentiu que algo terrível estava acontecendo, começou a correr ainda mais rápido; já conseguia avistar o castelo:

- VENHAM MAIS RÁPIDO, SEUS LERDOS!

- Inuyasha, calma! - disse Miroku que estava montado em Nekohi - Nós vamos salvá-la!

- SE FOSSE COM A SANGO, VOCÊ JÁ ESTARIA ENTRANDO NO CASTELO! - respondeu rudemente.

- Mas é claro. - o monge deu um sorriso amarelo e respondeu num cochicho - bom argumento...

- Não temos tempo a perder! Vamos, Kirara! - gritou Sango que apressava a youkai gata, na qual ela e Shippou estavam montados. - Por sinal... - soltou um beijo para o namorado, que logo o retribuiu.

- PAREM DE NAMORAR! - protestou Shippou.

- Concordo, não temos tempo para tolices! - concordou o meio-youkai.

- Inuyasha...

- O que é, Shippou?

- Você acha que a Kagome está bem?

Ele encarou o castelo que estava cada vez mais próximo, o cheiro da menina já podia ser sentido com maior intensidade. Apertou suavemente a rosa que carregava dentro de seu quimono, próximo ao peito, e respondeu:

- Eu não sei... Mas estou com o pressentimento de que algo muito ruim está acontecendo... E eu não posso deixar isso assim... PRECISO FAZER ALGUMA COISA!

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Enquanto isso, Kagome estava envelhecendo rapidamente, já perdera alguns meses de sua vida. De repente, seu pesadelo cessou, ela estava num extenso campo de girassóis, sozinha, olhando ao redor, procurando por indesejadas ou desejadas companhias. Uma voz misteriosa pergunta:

- Você está bem?

- Inuyasha? - interrogou - "Mas essa não é a voz dele..." pensou a menina.

- Não respondeu a minha pergunta.

- Acho que estou bem sim, mas não sei direito... Quem é você?

- Ora, não reconhece a voz do seu salvador?

- Salvador? - indagou.

- EU que lhe salvei da morte no penhasco, EU que rugi alto espantando o youkai de Kanna, EU que lhe protegi, EU sou seu protetor, eu e o Inuyasha.

- Muito obrigada! Mas... er... bem... QUEM É VOCÊ?!

- Sou o seu salvador. - respondeu ironicamente.

- O seu nome...?

- Sou Nekohi, o lendário youkai gato de fogo.

- Neko... hi?

E nada mais foi dito.

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Inuyasha corre e, com um forte impulso, chuta as portas do castelo; elas se abrem num grande estrondo.

O hanyou estava ofegante, um tanto cansado de toda aquela correria, mas nada faria-o parar. Olhou dentro da imensa sala. O piso era uma espécie de linóleo preto, a parede era vermelho sangue e haviam algumas estátuas de gárgolas espalhadas pelos cantos, pareciam encarar-lhe aonde quer que estivesse, mas isso não o intimidou.

Shippou tentou fugir apavorado, mas Miroku segurou-lhe pelo rabo e convenceu-o a ficar delicadamente.

- VOCÊ QUER OU NÃO QUER SALVAR A KAGOME?! - gritou o monge.

- Quero...

- ENTÃO FIQUE AQUI OU EU ABRO O KAZAANA!

- CERTO! CERTO! CERTO!

E a paz reinava. Mas, Inuyasha interrompeu a discussão e deu as coordenadas:

- Eu e Nekohi vamos na frente, cuidem dos guardas, tenho umas contas para acertar com aquele desgraçado.

Todos assentiram com a cabeça, sem hesitar. Logo, entraram velozmente no castelo e por fim, o hanyou pensou aflito: " Kagome, por favor, aguente firme, eu já estou chegando!"


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Notas finais do capítulo

espero que gostem! *.*