Felicidade escrita por angelinthesky


Capítulo 3
Capítulo 2 - Inverno




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-Cinco meses atrás-

Era uma manhã fria de inverno quando minha tão sonhada liberdade tinha sido conquistada, mas o preço que paguei por ela jamais pensei que pudesse ser tão alto.

“Você não tem o direito de pensar que pode tudo! Não é como se o mundo fosse algo que você pudesse controlar, ninguém que segue por esse caminho terá uma vida normal!” – dizia aos berros uma senhora.

Ela andava de um lado para o outro num modo frenético, balançado os braços, mexendo incessantemente nos curtos cabelos pretos, tirava o óculos de grau para esfregar seus olhos azuis e cansados.

“Nunca imaginei que você fosse me dar esse tipo de decepção... Você só tem 18 anos, pode até parecer algo surpreendente, mas você ainda é uma criança...” – ela enfim tinha parado de andar pela sala. Na frente da filha ela encarava a pobre coitada que não ousava em olhar para a cara de julgamento da mãe. – “Se é isso que você queria parabéns!” – dizia sarcasticamente.

A menina não levantou seu olhar, ela permaneceu a encarar o chão, segurando o choro que ameaçava a cair.

“Eu que pensava que poderia enfim sossegar um pouco nessa vida...” - a senhora sentou no mesmo sofá que estava à filha, só que manteve uma fria distância. – “Nunca pensei que o fato de você enfim ter conquistado a sua independência, ter arrumado um emprego, um lugar pra viver em uma cidade distante fosse tudo fachada para algo realmente sujo”

“Não há nada de sujo nisso!” – a menina enfim se manifestou. – “Não trate os sentimentos dos outros como se fosse lixo!”

“Não ouse a levantar a voz! Eu sou sua mãe!”

As duas se encaravam agora, o clima estava carregado de mágoas, decepções e dor. O silêncio que prevaleceu por alguns instantes machucava mãe e filha que não se reconheciam mais.

“Me explica o que eu fiz de errado” – diz a mãe quebrando o silêncio. Sua filha olhou fora não querendo acreditar que começaria tudo outra vez.

“Você não fez nada de errado”

“Então por que essa vergonha meu Deus?”

“Pare! Não se trata de quem está errado ou certo! Não se trata de julgar!”

A menina se levantou, ela caminhou até o lado oposto da sala para perto da janela, e de costas para mãe ficou outra vez em silêncio.

Sua mãe a encarava, ela sentia seu olhar perfurando seu corpo, doía muito, aquele sentimento doentio, tudo nela estava dolorido, sua garganta, sua cabeça, seus olhos, tudo, absolutamente tudo, nem seu coração tinha escapado da dor que esse momento estava proporcionando a ela.

Não se trata de julgar... Sentimentos não se julga. Pessoas não deveriam se ferir por algo tão pequeno, até mesmo o amor entre mãe e filha que deveria ser forte o bastante para todos os obstáculos não se prevalece perante tal revelação.

“Vem cá...” – Akemi que ouvia tudo em silêncio, atônita não sabia o que fazer. Ela somente puxou a menina desamparada para junto dela, protegendo-a num abraço apertado, esperando agoniadamente o choro silencioso cessar. – “Eu prometo que tudo vai ficar bem” – dizia baixinho enquanto afagava os cabelos castanhos e desordenados da namorada.

Akemi somente sentiu a menina acenar com a cabeça. A japonesa soltou um suspiro. Sua face era preocupada, seus olhos tinham um ar desolado, perdido. Ela não sabia o que fazer, o que elas fariam agora? Elas se prepararam tanto pra que? Tanto preparo não foi o bastante pra evitar a dor.

Desire se retirou do abraço que namorada lhe dava segurando suas mãos firmemente.

“Obrigado...”

Akemi a encarou sem entender o motivo do agradecimento.

“Prometo que darei o melhor de mim para que tudo dê certo” – Desire dizia olhando para baixo, encarando suas mãos.

“Eu sei disso” – Akemi deu um sorriso, porém ao ver a face triste de sua namorada seu coração permaneceu a doer. O que faria ela para diminuir a dor de sua amada? Ela não sabia... – “Ah! Eu tenho uma surpresa!” – a jovem disse num tom feliz se levantando e correndo para o quarto retornando segundos depois. –“Pra você!”

Akemi segurou na frente da menina uma caixa embrulhada com papel vermelho e um pequeno laço preto.

“O que é isso?” – Desire perguntou curiosa.

“Abra!”

Desire olhou pra namorada que sorria pra ela. Enxugou as lágrimas de seu rosto antes de pegar a caixa. Ao terminar de abrir viu o que era, encarou boquiaberta o que estava lá dentro.

“Isso... Isso aqui é...” – dizia toda boba.

“Feliz aniversário!” – Akemi abraçou apertado n menina que ainda estava perplexa. – “Ei! Não precisa exagerar!” – ria ela da cara de boba da namorada fazia.

“Eu sei... Mas é que esse aqui é o vinil Never Mind the Bollocks dos Sex Pistols!” – ela pegou o vinil com todo cuidado e devoção de uma verdadeira fã.

“É, segundo o cara que me vendeu é uns dos últimos exemplares em venda aqui em São Paulo, só resta esse e mais um!” – dizia orgulhosa.

“Deve ter custado caro...”

“Custou sim!” – diz cruzando o braço e fazendo uma cara séria. – “Mas nada se compara vendo você com essa cara toda derretida...” – dizia ela com um sorriso feliz nos lábios.

“AHHH!!! OBRIGADO!” – abraçava a namorada japonesa toda feliz e contente como uma criança. – “Akemi?”

“Sim...” – Akemi manteve o abraço apertado.

“Meu aniversário é só daqui uma semana, sabia?”

Akemi ficou em silencio somente com um sorriso doce em seus lábios. Ela sabia disso, claro que ela sabia.

“Obrigado...” – agradecia outra vez Desire mantendo o abraço que aquecia ainda mais seus corações.


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Notas finais do capítulo

mais um capitulo! obrigada pela leitura, quem quiser comentar fique avontade! nem q seja uma crítica! eu aceito tudo oq vier! sim sim ^^
até a proxima.



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