Quando Akemi olhou para mim no porto de embarque no pude mais segurar, as lgrimas que tanto sofri pra no derramar escorreram dos meus olhos naquele momento. Akemi que estava prestes a virar as costas a mim encarou-me assustada, l ficou paralisada me olhando com os olhos largos. Estamos juntas h um ano, hoje ela embarcaria a trabalho Europa, ficaria l um ms talvez at mais dependendo do que rolar l.

Akemi e eu nos conhecemos exatamente h um ano, vim a So Paulo pela primeira vez h um ano e meio atrs. Eu j a conhecia apesar de nunca nos virmos antes. Ela uma tatuadora conhecida, uma mulher linda, independente, lutadora e encantadora. Akemi um exemplo de mulher que deixaria qualquer um encantado, sua beleza sedutora, ela uma mulher que deixaria at mesmo uma garota suspirando, foi o meu caso.

Quando cheguei a So Paulo, primeiramente a passeio, quis fazer uma tatuagem, sabia com quem iria fazer. Quando fui ao estdio onde ela trabalha conversamos sobre a tatuagem, nada de especial aconteceu, ela me tratou respeitosamente como uma profissional, eu por vez me portei direito, apesar de estar claramente encantada por ela.

Mas em resumo, depois que fiz a tatuagem voltei para minha cidade, tempos depois retornei a So Paulo para ficar de vez, tinha arrumado um emprego bom, um lugar pra morar, tudo caminhava para que minha vida enfim tomasse jeito.

Akemi e eu tornamos a nos ver algum tempo depois, ela por coincidncia (ou seria destino?) amiga do meu chefe, porm quando nos reencontramos ela estava passando por um momento difcil em sua vida pessoal, ela nunca me disse isso, alm de eu ter percebido meu chefe tinha me contado. Foi questo de dias para que ns ficssemos amigas.

Ela quando estava em So Paulo vinha at onde eu trabalho para almoarmos juntas, ela sempre diz que adora ficar perto de mim, pois ela sente-se mais leve e feliz, mesmo naquela poca a qual ela passava por dificuldades, ela sempre me disse isso, sempre olhando nos meus olhos e sorrindo docemente.

Foi quando num dia em que ela pediu para conhecer onde eu morava percebi que ela estava diferente, que havia algo no jeito que ela estava me tratando, normalmente quando estvamos juntas perto ou no de pessoas nunca fizemos nada de diferente entre ns, sempre houve um grande respeito, nada de intimidade ou coisa do tipo. Porm nesse dia quando ela pediu para lev-la no meu apartamento, percebi em seus olhos um brilho diferente, ela estava um pouco tmida, pois no conseguia olhar diretamente a mim, Akemi sempre foi daquelas que conversava olhando nos olhos, neste dia no tinha nada disso.

Chegando minha casa ficou mais que evidente que ela queria me dizer algo, pois ela no quis dar um passeio pelo apartamento, Akemi foi diretamente para o sof e l sentou meio cabisbaixa.

Tem alguma coisa errada? Disse sentando ao lado dela, Akemi olhou pra frente e acenou positivamente com a cabea. Foi algo que eu fiz?

No... Ela se virou e me encarou, dessa vez ela olhou nos meus olhos. Voc no fez nada, que hoje eu estou um pouco cansada...

Foi quando outra coisa de diferente aconteceu, Akemi segurou minha mo com as suas, ela acariciou minha mo to ternamente que minha face ficou vermelha na hora, alm claro do meu corao bater acelerado.

Akemi encarava nossas mos com um sorriso fraco nos lbios, eu que estava olhando pra ela imitei-a, agora nos duas estvamos encarando nossas mos.

Voc quer tomar alguma coisa? Tirar um cochilo? Perguntei depois de um tempo curto de silncio. Voc disse que no tem nada hoje, dorme um pouco at a hora do nibus - Eu coloquei minha outra mo sobre a dela. Akemi deu um sorriso um pouco feliz.

Eu aceito... S se voc ficar comigo Akemi olhou pra mim ainda sorrindo, eu por vez fiquei mais vermelha do que j estava, eu desviei meu olhar outra vez para nossas mos.

Voc percebeu n?

Sim... Akemi disse, no sei se ela estava me olhando ou no, j que meus olhos estavam em outro lugar.

Est to bvio assim? soltei um risinho s pra aliviar um pouco do nervosismo que estava sentindo. Nessa altura do campeonato no temia perder a amizade dela por tal sentimento que sentia, Akemi disse que queria que eu dormisse junto com ela, no tinha como isso ser um mau sinal.

Um pouco...

Percebi que Akemi tinha tirado uma mo para agora segurar meu rosto, ela o acariciou vagarosamente, e eu afagava minha face na mo dela.

Posso te abraar? Perguntei um pouco baixo, minha voz estava entalada na garganta, meu corao estava batendo rpido demais, minha face estava quente, eu tinha vontade de chorar.

Vem c... Akemi me puxou pra si, seus braos me abraaram em um abrao forte mais ao mesmo tempo muito carinhoso, senti suas mos acariciarem minhas costas, afagar meus cabelos, massagear minha nuca... era a primeira vez em que nos abraamos, isso me fez sentir to bem, algo que nunca senti antes.

Eu simplesmente a abracei, minha cabea encostada em seu ombro, meus olhos fechados, meus lbios roando seu pescoo tatuado. Akemi tinha um cheiro to delicioso, sua pele era to macia, acho que por mais de um minuto fiquei naquela posio, respirando o perfume dela, sentindo a pele dela contra os meus lbios, aproveitando as caricias que ela estava fazendo em mim.

Voc deixa eu dormir aqui hoje?

Demorei alguns segundos para deixar aquele abrao quente e olhar pra ela.

Eu acenei com a cabea, Akemi sorriu pra mim.

Certo... Disse pra depois abra-la outra vez. Akemi riu.

No sabia que voc era to manhosa... Akemi me balanava de um lado para o outro.

Eu gosto de abraos...

Humnn... ento voc uma pessoa afetuosa? Akemi disse, percebi pelo tom de voz dela que ela estava sendo irnica.

S com quem eu amo...

No ouvi ela dizer mais nada depois disso. Talvez eu tenha sido precipitada demais dizendo que a amo, mas era a mais pura verdade, ela j percebeu que eu gosto dela, ela no me rejeitou ou algo do tipo, no podia mentir, quis ser sincera.

Voc est cansada! Eu me retirei do abrao e segurei a mo dela. Voc quer tomar uma banho? Comer alguma coisa?

No eu to bem... Akemi sorriu, eu a puxei em direo ao meu quarto, fui ao guarda-roupa ver se tinha algo pra ela vestir. Aqui, acho que deve servir Dei a ela um short e uma regata branca.

Obrigada Akemi pegou e comeou a desabotoar sua cala, ela me olhou e me pegou olhando ela tirando a cala.

Vou trancar a porta! Fugi de l com a cara parecendo um tomate.

Se quiser eu posso fazer um strip! Ouvi ela dizendo do quarto, ri obvio.

Sua pervertida! Disse trancando a porta do apartamento.

Ora... Quem que tava olhando minha calcinha, heim?

Calcinha? Se continuar atazanando voc vai dormir na sua casa hoje viu? Caminhei at o quarto quando ela estava terminando de vestir a regata.

Akemi deu um sorriso e puxou para outro abrao.

Assume, voc me deseja n? Senti ela me fazer ccegas, sai do abrao e pulei na cama, Akemi veio e pulou encima de mim, nos encaramos.

Akemi comeou a acariciar meu rosto, ela olhava nos meus olhos fixamente. Percebi que o momento em que estvamos s tinha um desfecho, eu no quis jogar gua fria, mas eu no estava preparada, Akemi percebeu isso.

Posso? Akemi perguntou a mim, eu que no tinha entendido somente acenei com a cabea.

Nosso primeiro beijo, de inicio, meio e fim tmido, lento e cheio de amor... Sentir os lbios da pessoa que voc ama contra o seus a melhor sensao do mundo, os lbios dela tinha um sabor especial, um sabor que eu jamais esquecerei.