Um Romance pra lá de Estranho escrita por Between the moon and the sun, Shinemoon


Capítulo 2
Bancando o bonzinho?




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Eu acordei na manhã seguinte com uma garota do meu lado.

Ok, qual é, eu conheci a Dafne ontem, você queria que eu caísse aos pés dela ou algo assim? É claro que eu tentei curtir a noite, sem muito sucesso. Qual o nome da guria do meu lado mesmo? Hã... Stephanie, Britney, Thainá, algo assim, eu acho. Ela era bonita, parecia uma princesa até dormindo. Eu estava na cama do quarto dela, um quarto enorme, a garota devia ter milhões no banco.

Eu acordei 4 da manhã, porque eu tinha que iluminar o mundo. Literalmente. Olhei pra janela e vi a lua.

-Eu assumo daqui, maninha. - Disse em voz baixa e sorri quando ouvi a voz da minha irmã na minha cabeça: "Preciso dizer que aquela pegação a luz da lua com a sua namoradinha da noite passada me irritou?"

Me levantei da cama e me vesti. Deixei um bilhete pra garota na cama dela, assim como eu deixava pras outras, me despedindo. Dizem que eu sou insensível... Tem noção do tanto de canetas e papéis eu já gastei escrevendo bilhetinhos pra dizer adeus pra essas garotas? Pois é, isso é muita consideração da minha parte, mas ninguém vê isso.

Me arrumei e fui pegar meu carro do sol. Eu dei uma última olhada pro céu noturno de relance, então entrei no carro e comecei a dirigir, trazendo o nascer de um novo dia pro ocidente e um novo fim de tarde pro oriente. Eu preciso dizer que eu amo o que faço? Isso não devia nem ser considerado um trabalho, é muito divertido.

Quando terminei a minha tarefa diária, voltei aos Estados Unidos, pra Miami, a cidade que eu tinha passado a noite passada. Cada dia eu ia pra um lugar diferente, era bem divertido. Mas hoje, eu ia devolver a carteira da Dafne e quem sabe se ela fosse mais sociável comigo hoje, eu pudesse... Consolá-la.

Eu olhei um dos documentos na carteira dela, onde estava escrito o endereço dela. Fui até a casa dela e apoiei um braço no batente da porta, esperando seduzi-la de algum modo quando ela abrisse a porta. Eu toquei a campainha e ela abriu a porta, falando no telefone.

-Aí ele me falou que queria as coisas dele de volta. E eu falei que ele podia pegar aquelas coisas e enfiar no... - Então ela olhou pra mim. -Ah. Espere um minuto, Kate. Te ligo depois, sim? Tchau. - Ela desligou o telefone e me lançou um olhar de desprezo, cruzando os braços. -O que você quer? - Algo dentro de mim quase me fez responder: "Você, eu quero você."

-Eu vim devolver sua carteira, você esqueceu ela na boate ontem à noite. - Eu disse, tirando a carteira do bolso da minha calça e mostrando a carteira pra Dafne, dando um sorriso de lado que todas as garotas amavam. Aquilo não pareceu impressioná-la.

-Obrigada. - Ela disse pegando a carteira e fechando a porta, então eu segurei a porta com uma das mãos.

-De nada, Dafne. - Esperei que ela dissesse algo que me fizesse passar pelo menos mais alguns segundos na companhia dela.

-Quer dizer que você mexeu nos meus documentos? Seu enxerido! - Ela disse, me dando um tapa no braço, sem força.

-Como assim?

-"Como assim?" Eu não te disse meu nome noite passada. Você mexeu nas minhas coisas.

-E como eu ia pegar o endereço pra te devolver a carteira se não olhasse seus documentos? - Eu disse levantando uma sobrancelha. Ela me olhou com raiva.

-Espero que não tenha fuçado em mais nada. - Então ela abriu a carteira e começou a contar os documentos e tudo mais que tinha lá dentro pra ter certeza que eu não tinha roubado nada.

-E não fucei.

-Bom mesmo. - Ela disse olhando pra mim de novo, sem tanta raiva, mas querendo deixar bem claro que eu não voltaria a vê-la. Era o que ela pensava. -E... Obrigada por não ter deixado aquele cara me pegar ontem. - Ela disse olhando pra baixo, quase que sussurrando.

-O que? Desculpe, eu acho que não ouvi bem... - Eu disse segurando uma risada.

-Não abusa da sorte, cara.

-Ok... - Eu disse levantando as duas mãos mostrando que eu estava me rendendo. Então um carro parou na frente da casa dela e um cara - o cara da foto da carteira, que estava com ela - saiu do carro, vindo em direção a porta. Ela olhou pro cara e olhou pra mim.

-Entra.

-O que? - Então ela me puxou pela camisa pra dentro.

-Não pergunta, só entra.

-Calma, gata. - Eu disse dando um sorriso malicioso pra ela. Então o cara entrou na casa dela.

-Dafne, me escuta, eu não queria... - Disse o cara.

-Blá blá blá, sempre a mesma coisa. "Eu não queria te magoar." Guarde suas desculpas pra si mesmo. Suba as escadas, você sabe onde estão suas roupas. - Ele assentiu e me olhou de cima a baixo, com raiva.

-Quem é esse? - Agora eu entendi o que Dafne queria comigo lá dentro.

-Um cara que eu conheci na boate noite passada. - E você acha que eu não me aproveitaria do momento pra ficar perto da Dafne? Ha, vai nessa.

Cheguei perto dela e coloquei um dos braços em volta da cintura dela, puxando ela pra mais perto e olhando pro aparentemente ex-namorado dela, com um sorriso de vitória no rosto.

-Ah é? E qual o nome dele? - Disse o homem, pra ver se Dafne ao menos sabia meu nome.

-Meu nome é Apolo. - Eu disse estendendo a minha mão livre, que não estava na cintura da Dafne. Ele apertou a minha mão, ainda meio relutante a acreditar que eu estava me divertindo com a ex dele. E eu não estava, o que era mesmo uma pena. Acho que ele conhecia ela o bastante pra saber que ela era difícil. Eu a conheci noite passada e já sabia disso. Então eu percebi que tinha que falar algo pra convencê-lo. Olhei bem pra Dafne, com um sorriso malicioso brincando nos meus lábios. -Dafne, esse é o otário do seu ex?

Dafne tentou segurar uma risadinha, em vão.

-É, esse é o otário do meu ex, Apolo.

O otário me olhou e deu risada.

-Apolo é? Vai dizer que sua irmã é Ártemis?

-Sim, ela é. - Eu disse, olhando pra ele sério. O que fez ele ficar meio sem graça. Apesar de com certeza ter mais uma piada pra zombar de mim, eu olhei pra ele de um jeito que ele perderia o fio da meada, mostrando pra ele alguma coisa realmente vergonhosa no passado dele, fazendo a imagem dessa coisa vergonhosa passar por meus olhos. Nem eu sabia o que era, eu só pensei que queria fazê-lo ver algo que o fizesse ficar sem jeito. Dafne sorria olhando pro ex dela, com diversão nos olhos por vê-lo como um completo idiota, sem respostas.

-Vou pegar minhas roupas lá em cima. - Ele disse por fim, subindo as escadas. Dafne olhou pra mim.

-Obrigada, te devo uma.

-Não, me deve 3. - Eu disse mostrando 3 dedos pra ela e sorrindo. Ela colocou a mão na minha outra mão que estava na cintura dela ainda. Senti a pele dela que estava gelada tocando a minha, e um leve arrepio passou pelo meu corpo. Então eu percebi o porque ela tinha colocado a mão na minha. Ela tirou a minha mão da cintura dela e se afastou um pouco.

-Sua irmã não se chama mesmo Ártemis, chama? - Ela disse rindo e indo pra cozinha. Eu a segui.

-Na verdade, chama.

-Sua mãe gosta de deuses gregos.

-Você não tem idéia do quanto. - Então ela ficou na ponta dos pés, tentando pegar uma caixa de cereais que estava além do seu alcance. Eu fui até o lado dela e peguei a caixa de cereais, coloquei na mesa e olhei pra ela. Nossos rostos estavam bem próximos.

-Nem pense nisso. - Disse ela, virando o rosto e indo pro outro lado da cozinha, abriu a geladeira e pegou uma caixa de leite.

-Pensar em quê? - Ela olhou pra mim como se fosse óbvio.

-Não é só porque você me ajudou algumas vezes que eu vou te chamar de herói ou ficar aos seus pés. Você ainda parece um playboyzinho idiota pra mim.

-Nossa, obrigado. - Eu disse rindo.

-Você se acha o próprio Apolo, pensa que manda no sol e tudo mais, não? - Ela disse rolando os olhos.

-Na verdade, sim. - Eu disse rindo de novo. Isso era tão irônico. -Então, gosta de mitologia grega?

-Não muito. É tudo tão... Irreal, coisas impossíveis, quem escreveu aquelas coisas fumou muito eu acho. - Ok, até você riria dessa frase se fosse um deus grego. Ela olhou pra mim, séria. -Cara, Por que você está rindo?

-Só lembrei de umas coisas... - Olhei pros olhos dela e então parei de rir, apenas sorri pra ela. -Deixa pra lá.

Então o cara que era ex dela entrou na cozinha com uma caixa de roupas nos braços e Dafne veio andando até o meu lado, colocando a mão em cima da minha mão, que estava em cima da mesa. Ela estava me olhando, fingindo que não tinha visto o cara ali na cozinha. E eu estava olhando de volta, no fundo dos olhos dela. E que olhos...

-Apolo? - Disse ela, ainda me olhando.

-Sim? - Eu só esperava que eu não estivesse babando.

-Vai querer cereais também?

-Ok. - Eu disse sorrindo.

-Dafne, eu vou indo. - Disse o cara, ainda olhando pra nós dois, totalmente sem jeito. Dafne olhou pra ele com desprezo.

-Já vai tarde. - Então ele saiu da cozinha e Dafne ficou olhando, até ele sair pela porta da sala. Então tirou a mão da minha rapidamente e voltou pro outro lado da mesa, perto da caixa de leite.

-E os meus cereais? - Eu disse sorrindo pra ela com sarcasmo.

-Vai comprar. - Ela disse pegando uma tigela e colocando o cereal e o leite, pegando uma colher e se sentando na cadeira, comendo calmamente. A luz do sol entrava pela janela da cozinha e iluminava o rosto dela. Ela estava muito mais linda e natural que na noite passada, com todas as luzes da boate e tudo mais. E eu achando que ela não podia ser mais bonita. Ela olhava pro cereal e reparou os meus olhos atenciosos, presos, olhando pra ela. Ela me olhou e levantou uma sobrancelha, engoliu o cereal que estava na boca dela. -O que foi?

-Nada.

-Você não vai embora?

-Eu vou te ver de novo?

-Talvez.

-Então, você poderia fazer um favor pra mim, já que me deve alguns?

-Depende. - Ela me olhou entediada.

-Um almoço, por favor? Só pra conversar, sério. Eu pago. - O que eu tinha acabado de dizer? SÓ PRA CONVERSAR, SÉRIO. E eu QUIS dizer isso. Nossa. Além de pagar o almoço, eu iria apenas conversar com ela.

-Pra conversar então. - Ela disse rolando os olhos.

-Eu venho te pegar aqui meio-dia.

-Ok. Agora dá pra ir embora?

-Como quiser. - Eu disse indo em direção a sala e saindo rapidamente.

Garota estressadinha... Não sei o porquê eu estava tão interessado nela. Eu ia levar um papo sério com Afrodite depois.


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