Um Romance pra lá de Estranho escrita por Between the moon and the sun, Shinemoon


Capítulo 10
Queria fazê-la entender a intensidade desse amor




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Dafne’s POV.

Depois que ele se foi e eu desliguei o telefone, eu fiquei olhando pra porta e encostei a ponta dos dedos nos meus lábios. Eu me odiava por ter gostado tanto daquilo, por querer mais e mais. Era sempre igual, eu só destruía a mim mesma com esses romances.

Eu sabia que ia acabar tudo igual, que ele ia se divertir comigo e me deixar. Mas eu não sei se aguentava mais resistir aos seus encantos. Não sei se conseguiria evitá-lo, algo dentro de mim não queria continuar tentando. Bom... Talvez eu pudesse jogar o jogo dele. Eu me machucava fingindo não sentir nada por ele e me machucaria do mesmo jeito perto dele. Acho que era melhor... Apenas tentar curtir como ele enquanto tinha tempo, enquanto ele ainda me queria. Eu podia tentar não me magoar quando ele me deixasse. Isso soa idiota e desesperado e não era pra menos. Depois daquele beijo... Eu tinha que falar com ele e tentava encontrar as palavras certas pra isso. Tudo aconteceu tão de repente e me abalou tanto, era inacreditável.

Apolo’s POV.

Eu passei a tarde toda trabalhando, mas na verdade eu estava concentrado em outra coisa. Quando o dia acabou, saí da minha sala e até pensei em ver a Dafne, mas achei que ela estaria meio irritada comigo, então não seria uma boa idéia. Eu saía um pouco antes dela na maioria das vezes, ela era muito ocupada. Porém quando eu cheguei à recepção, lá estava ela, perto do bebedouro. Ela olhou pra mim e eu olhei pra ela, eu não tinha idéia do que falar, acho que eu me senti... Espera, então esse é aquele tal sentimento, vergonha? Não me levem a mal, é que eu não tinha necessidade de conhecer tal sentimento, um sentimento tão humano. Ela ainda me olhava, como se pensasse no que dizer ou em como me matar, vai saber. Eu fui andando até a porta da frente, que estava perto do bebedouro. Ela tocou meu braço delicadamente com a ponta dos dedos.

-Espera, temos que conversar. – Ela sussurrou pra mim quando eu olhei pra ela. Eu assenti e fomos pra fora. Estava frio, tão frio que eu podia ver a fumaça branca saindo pela boca de Dafne enquanto ela respirava. Eu cheguei mais perto dela e aumentei a temperatura da minha pele pra ela não ficar com tanto frio, mas eu não a toquei, apenas fiquei olhando pra ela.

-Pensei que você não fosse mais falar comigo depois de hoje...

-Talvez eu não devesse mesmo. – Disse ela olhando pra mim e chegando mais perto, olhando nos meus olhos com um olhar triste. Eu tentei me conter, mas não consegui quando ela terminou de falar. –Apolo, eu quero ficar com você. Por mais que isso doa, por mais que eu vá me arrepender por dizer isso... – Eu selei os nossos lábios e dessa vez ela não hesitou em retribuir o beijo. Ela aprofundou o beijo, enroscando os braços em volta do meu pescoço e me puxando pra mais perto, passando os dedos pelo meu cabelo. Eu coloquei as duas mãos em volta da cintura dela, acariciando a pele dela devagar enquanto continuava a beijá-la. Sua língua tocou os meus lábios gentilmente e logo as nossas línguas estavam dançando juntas em sincronia. Eu sentia desejo, tristeza, raiva, paixão, satisfação e delicadeza, tudo no mesmo beijo.

Foi diferente do beijo que eu dei nela hoje mais cedo, só sei que eu não queria parar de beijá-la, era algo viciante, o doce sabor de seus lábios. Eu a puxei pra mais perto, pressionando o corpo dela contra o meu. E lá estava outra Dafne que eu não conhecia, como uma adolescente inconsequente, sem medo do futuro, não era mais a Dafne responsável. E eu não sei como, mas eu amava as duas. Ela só interrompeu o beijo quando estava praticamente sem ar. E que fôlego ela tinha pra uma mortal. Ela interrompeu o beijo delicadamente, diminuindo o ritmo e a intensidade do beijo. Sua respiração estava um pouco pesada e seu coração estava acelerado. Ela ainda roçava os delicados lábios nos meus. Ela me deixou sem palavras.

Então ela olhou nos meus olhos com insegurança no olhar, ainda com os braços presos no meu pescoço e eu olhei nos olhos dela, atônito, mal lembrava o meu próprio nome. Eu já tinha beijado tantas mulheres, até mesmo deusas, ninfas, semideusas... Mas nunca senti toda essa intensidade. A pele dela estava arrepiada e eu pensei que talvez ela tivesse sentido um pouco da mesma intensidade que eu senti ao beijá-la. Eu beijei seu lábio inferior, gentilmente.

-Dafne, eu te amo. – Eu sussurrei com os meus lábios ainda nos lábios dela.

-Apolo, amor é uma palavra muito forte.

-Eu sei. Por isso mesmo que eu disse que te amo. – Ela corou por um momento. –Você não vai se arrepender por confiar em mim, eu prometo.

-As pessoas mudam e quebram promessas o tempo todo.

-Eu não sou mortal, promessas pra mim são um pouco mais sérias que pra vocês, mortais. Posso viver séculos me lembrando das minhas promessas.

-Eu não quero promessas, não quero que me diga o que não é verdade só pelo calor do momento. As coisas mudam bem rápido. Você por ser imortal, deveria saber disso. – Ela me olhava com intensidade.

-Sem promessas então... – Eu estava sorrindo. Ela estava em meus braços, àquela sensação era boa demais. E o perfume dela... Era algo divino, o melhor perfume que eu já havia sentido. Eu estava viciado nela, estava preso a ela, mesmo que ela não acreditasse. Aquilo era muito intenso e assustador, mas eu não me importava. –Mas eu vou te provar que eu não estou brincando quando digo que te amo.

-Sem promessas. – Disse ela, beijando o meu pescoço e descansando a cabeça no meu ombro, respirando profundamente, com os braços em volta de mim. Eu a abracei e acariciei os seus cabelos enquanto ela ainda descansava a cabeça no meu ombro.

-Eu realmente precisava disso.

-Disso o que?

-De ter você mais perto de mim, te segurar em meus braços. O que te fez mudar de idéia em relação a mim?

-Um ato totalmente egoísta e idiota. Hoje quando você me beijou, eu... Eu queria estar mais perto de você. Eu queria te ter mesmo que por pouco tempo.

-Pensei que eu era um playboy idiota. – Eu disse rindo.

-Pois é, eu também. – Ela disse rindo também. O som as risada dela e da voz dela era delicado, acalmava e melhorava o meu humor.

Ficamos ali no estacionamento na frente da imobiliária, naquela noite extremamente fria, mas ela já não sentia mais o frio, já que estava em meus braços. Ficamos abraçados em silêncio por algum tempo e eu estava bem assim. A cada momento que eu passava com Dafne, ela me surpreendia mais e mais e todos os momentos que eu passava com ela, eu sabia que seriam eternos na minha memória. Tudo o que eu queria agora era fazê-la sentir o que eu sentia por ela.


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