Yume no Kakera (2.0) escrita por Misu Inuki


Capítulo 7
Reencontro inesperado




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Abri os olhos lentamente.
O dia amanhecia, e já podia ouvir os pássaros cantando.
Tirei os lençóis de cima de mim, levantando de uma vez.
Hoje seria um dia muito agitado....

Enquanto ajeitava meu kimono, comecei a me lembrar da ultima vez que havia dormido tanto.
Há quase exatos cinco anos atrás...
Até hoje, não sei dizer o que a Kikyo vez naquele fim de tarde.
Sango me disse que ela apenas se aproximou de mim, tocando em minha testa.
E depois foi embora.

Só acordei na manhã seguinte... E soube que tanto a sacerdotisa quanto Inuyasha não estavam mais no vilarejo. Não precisava ser um gênio para concluir que eles haviam ido juntos...

- Só não entendo...-falei comigo mesma- o porque que deixaram isso comigo...

A jóia incompleta brilhava no meu pescoço. A mesma pedra que causou tanta confusão desde o começo dos tempos, por conta de seu imenso poder.
A única coisa que poderia trazer a Kikyo de volta a vida.

Balancei a cabeça tentando afastar esses pensamentos.
Hoje era um dia muito especial, e eu não podia ficar parada pensando em coisas sem importância.
Saí da minha cabana pronta para iniciar minhas tarefas.

As pessoas me cumprimentaram enquanto eu caminhava pelo vilarejo.Todos felizes cumprindo seus deveres. Não importa aonde Kaede, esteja nesse momento, com certeza ela estaria orgulhosa dos nossos feitos na vila.

A senhora havia me ensinado tudo: Desde como curar á como matar em segundos.
Havia me tornado a sacerdotisa responsável pelo vilarejo.E estava muito feliz de ser tão bem aceita.
No começo, achava que teria certos problemas... Afinal, uma sacerdotisa deveria ser pura, e eu já tinha dois filhos. Mas isso não fez diferença para eles.
Nem mesmo quando eu decidi permitir que yokais pacíficos e hanyous poderiam viver aqui.

O vilarejo agora, era próspero, tão grande ao ponto de ser considerado uma mini-cidade.
Todos se ajudavam e viviam em harmonia. Independente de sua natureza.
É lógico, que tantas coisas boas, também atraiu maiores inimigos.
Mas com um exército poderoso, e formado em sua grande maioria por yokais e outros seres com poderes espirituais fortes, conseguíamos manter nossas vidas tranqüilamente.

Só sentia falta da pequena Rin, que há um ano havia regressado a seu Lorde, como ela chamava Seshoumaru.
Quando eu voltei para a Era Feudal soube que a menina estava vivendo aqui, e sendo instruída pela Kaede. Durante uma conversa com a senhora sacerdotisa, acabei descobrindo que o próprio Seshoumaru trouxe-a , alegando que ela precisava aprender a como viver entre os humanos para então poder decidir que caminho seguir.

Achei extremamente nobre da parte dele. Rin era sem dúvida alguma a pessoa mais importante na vida dele, mesmo que jamais admitisse. Freqüentemente, o daiyokai visitava o vilarejo, para assegurasse de que sua protegida estava bem. Conversamos poucas vezes, e me surpreendi com suas mudanças.
Apesar de extremamente distante, ele era um bom “tio” para as crianças.
Não dúvido que isso não seja por culpa de Rin, que amava meus filhos como se fossem irmãos mais novos dela.

Queria muito que ela conseguisse vir hoje, o que não duvidava que acontecesse.
Ela não perdeu nenhum aniversário dos gêmeos e não acho que esse seja o primeiro.

Nesses últimos cinco anos, essa data era bastante esperada por todos principalmente os pequenos.
Havia transformado esse dia numa espécie de “Dia das crianças”.
Cheio de brincadeiras, e quitutes voltados especialmente para elas.
As mães terminavam de costurar kimonos coloridos para seus filhos, enquanto os pais se esforçavam para terminar a colheita rápido.
Tudo para agradar essas pequenas pessoas, tão importantes em nossas vidas.

-Cheguei.-falei um pouco antes de entrar na cabana.
-Kagome-chan!- a garoto sorriu para mim.

Sorri em resposta. Sango e eu éramos inseparáveis. Em todos os momentos estávamos unidas.
Definitivamente, ela era mais que uma irmã para mim.
A exterminadora estava amamentando o pequeno Hiroshi.
Seus olhinhos estavam fechados, mas tava para ver os fios negros de seu cabelo.

-Ele estava ficando muito parecido com o pai.-afirmei sentando-me ao lado dela

-Só espero que não se torne tão pervertido quanto ele!

Rimos juntas, apesar de Miroku não agir mais como antes.
A paternidade realmente mudou muito nele... Ou as pancadas da Sango deram conta do recado.
Poderia apostar na segunda opção.

- Aonde estão as meninas?- perguntei me dando conta da ausência das mesmas.

-Aiko e Akemi saíram agora pouco com Miroku para brincar com a Kirara.

As meninas tinha um pouco mais de 3 anos, mas eram muito espertas para a pouca idade.
Era extremamente juntas, e raramente brigavam. Mas quando faziam...
Ficavam quase uma semana sem se falarem. Ambas havia puxado a personalidade forte da mãe.
Sango era o tipo de pessoa que eu nunca quero ver com raiva... Não sou suicida.

-E quando seus meninos vão vir?-Sango perguntou tirando de meus pensamentos.

-Vou buscá-los daqui a pouco. Minha mãe insistiu para que eles ficassem mais um pouco, então não pude contrariá-la e trazê-los ontem.

Minha mãe era extremamente apegada aos netos. Ao ponto de praticamente mimá-los.
Sempre os levava para a era atual desde que nasceram. Não me surpreende quando eles conseguiram atravessar o poço come-ossos comigo.
Afinal, tanto eu quanto Inuyasha conseguíamos passar por entre as eras.

Me despedi de minha amiga, e caminhei na direção da floresta.
Kouga chegaria a qualquer momento, e estava ansioso para encontrá-los.

-E eu também...-pensei com um sorriso no rosto.

Ficar quase um dia inteiro sem meus anjinhos era demais para mim.
Pulei no poço antigo, sem hesitar.

**************************************************************************************

Andava pelo vilarejo rapidamente, com apenas uma direção.
A menina sempre ia para o mesmo lugar quando estava irritada.
Eu não era por menos dessa vez... Kiba havia destruído sua boneca favorita.
E nem adiantava o garoto se desculpar.

Quando chegamos na nossa cabana, coloquei os dois sentados, e pedi que me explicassem o que havia acontecido. Mas mal o irmão começou a explicar sua versão da história, a garota se levantou e saiu correndo.

 -E como essa menina corre...- pensei alto

Ambos eram hanyous, mas de formas diferentes. Enquanto Kiba passa a maior parte no tempo na forma hanyou, Mayu ficava com sua forma humana. A situação só mudava no período de lua cheia, que durante aproximadamente sete dias, Mayu assumia seu outro lado e Kiba também.
Mas mesmo em seu estado humano, ambos eram um pouco mais fortes e rápidos que crianças normais.
E eu precisava ser uma maratonista em momentos como esse.

Demorei mais tempo que esperava para chegar na árvore sagrada.
E para minha surpresa, um yokai estava parado ali.

-Kouga, você viu a May...

-Mãeeee!- a garota gritou de cima da árvore.

Olhei para cima, e vi suas longas tranças negras balançando com o vento.
Seus olhos castanhos sorriam para mim.
Então, a menina pulou do galo mais alto. sem se importar com a altura.
Nem Kouga, nem eu nos mexemos enquanto ela pousava suavemente no chão.

-Estou vendo que você está bem mais calma, minha filha. -agachei-me para ficar na mesma altura que ela.

Ela balançou a cabeça afirmando.

-Meu amigo me ajudou.

Olhei para Kouga, que não havia que não estava nem um milímetro da posição que eu o encontrei.

-Que amigo, minha filha?- perguntei olhando na mesma direção que o yokai olhava.

As folhas não permitiam que eu enxergasse além do galho em que a menina estava a segundos atrás.
Mais isso não parecia fazer diferença nem pra Mayu nem para Kouga.

-Ele é legal. Ele disse que meu irmão deve ter quebrado a Nami sem querer. É verdade, mamãe?

-Sim, minha querida.

Quando eu começava a cogitar a hipótese de ser um amigo imaginário, Kouga falou por entre os dentes.

- Achei que nunca mais te veria por aqui.

Levantei-me num salto, voltando a olhar para árvore.
Das sombras das folhas um vulto vermelho, pulou no chão, bem a nossa frente.
Os longos cabelos prateados brilhavam na luz do sol, enquanto seus olhos dourados me encaravam fixamente.
Mayu puxou a bainha de meu kimono.

-Mamãe, esse é o meu amigo Inuyasha.


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