Your Guardian Angel... escrita por Misu Inuki


Capítulo 8
Verdades Reveladas


Notas iniciais do capítulo

Nossa galera!O.O
Quanto tempo eu não escrevia essa fic!T.T
Por um momento, eu realmente tinha desistido..
Abria o word e nada.
Então, de repente, me baixou alguma coisa que me fez não só escrever e terminar esse capítulo, como também escrever uma one-shot, que em breve estará aqui no site.
Obrigada a todos vocês que acompanham e comentam na minha fic.
E por vocês, ela está de volta!
Espero que gostem.



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Não tive tempo nem de abrir a boca, pois o vulto, de repente apareceu atrás de Zeniba.
Um máscara branca com marcas em roxo que parecia flutuar entre um monte de fumaças.
Assustada, dei um pulo para trás.

-Calma, menina.- a senhora riu- O Sem-rosto não machucaria uma mosca. A não ser se ele estivesse com fome, é claro.

Olhei para ela receosa.
Como iria saber se aquele bicho estava ou não com fome?
Mas a mulher de vestido azul balançou a cabeça, dizendo que poderia ir em frente.
Bem devagar, me aproximei dele, que ficou imóvel, emitindo gemidos baixos.

Talvez, qualquer outra pessoa já teria saído correndo a muito tempo, mas, eu no fundo sabia que aquele ser não me faria mal.
Não porque a Zeniba me garantiu isso as também porque a olhar para aquela máscara expressiva, eu me sentia estranhamente segura...Mas do que isso, me sentia encontrando um velho amigo depois de muito tempo.

Encostei com a ponta dos dedos, no que seria o rosto dele.
A máscara era fria e lisa ao toque, exatamente como eu pensei que fosse.
Como ele não pareceu se importar, abaixei a minha mão e toquei no vulto que formava seu corpo.
Para a minha supresa, por um instante era com se fosse uma fumaça espessa e fria, e segundos depois, senti uma espécie de pele pegajosa e elástica que ao mesmo tempo me lembrava a pele de um sapo, e por outro lado parecia chiclete.

-Que engraçado...- comentei sorrindo.

A criatura era poucos centímetros maior que eu e me encarava curiosa.
De alguma forma, naquele momento que estava tão próximo dele, era como se eu conseguisse entender seus gemidos e ruídos estranhos.

-Eu também senti sua falta.- respondi automaticamente.

Então o abracei.
Ele materializou seu corpo, e eu senti os seus bracinhos finos e pegajosos me abraçando pelos ombros.

E foi um dos melhores abraços que eu poderia ganhar na vida.

Zeniba nos encrava com um sorriso no rosto, mas não disse nada.
Deixei o Sem-Rosto em paz e me aproximei da senhora.
Tinha muitas coisas para falar com ela, e não poderia esperar mais.

Por um milagre, conseguimos encontrar algumas cadeiras em bom estado, então eu e Zeniba nos sentamos ali mesmo, sem se importar com a pouca luz do recinto.

-Um lugar bem... interessante para uma reunião aluna e professora, não é?- brinquei enquanto tentava me acalmar.

A anciã sorriu, e segurou a minha mão.

-O selo fez um belo estrago em você, criança- ela disse mostrando a pequena cicatriz em forma de meia lua nas costas da minha mão direita.

-É a primeira vez que eu vi um sapo com dentes... -comentei tentando parecer natural.

Era obvio que a senhora sabia que eu estava completamente confusa e perdida nessa história toda. Mas, por mais que fosse uma atitude infantil, eu resolvi tentar fingir que tudo aquilo era normal... Apesar de que depois de tanto tempo convivendo com coisas estranhas, ver um vulto negro mascarado brincando com a roda de um projetor antigo era algo mais engraçado do que assustador.
Acho que nem a Yin teria medo dessa assombração simpática.

-O que é ele?-perguntei ainda olhando para criatura.

-Ele é exatamente aquele personagem que você desenhou no quadro. Não exatamente quem ele foi, porém de alguma forma ele foi amaldiçoado e teria que viver para assombrar a vida dos outros. Mas ele é um amor, como você verá.com o tempo.

-Pobrezinho! E não tem nenhuma forma de quebra a maldição?

-Talvez tenha. Existem coisas que nem feiticeiras de linhagem pura conhecem, minha menina.

-A senhora é uma feiticeira, não é?- perguntei num surto de coragem.

-Sim, minha querida. Mas isso você já sabia.

-Sério?!- exclamei um pouco supresa- Sabe.. Eu sinto como se já te conhecesse de algum lugar...

-Se expressou da forma correta.: nós nos conhcemos de um outro lugar.

Olhei pra ela confusa. Nunca tinha deixado o Japão antes, e ela não me parecia estrangeira. Havia me mudado apenas uma única vez, e Zeniba era uma tipo de pessoa que com certeza ficaria guardada na memória de qualquer um, portanto não a encontrei na minha antiga cidade.

-Que... outro lugar... seria esse?- perguntei receosa.

-Pelo visto você não fez a lição de casa- ela riu de uma piada que eu não entendi e prosseguiu- Exite um mundo que estrá bem perto dos humanos e ao mesmo tempo distante. Um lugar onde vivem todas as criaturas lendárias como feiticeiras, fantasmas, dragões..-fiquei arrepiada quando ouvi o ultimo nome mas ignorei- Estamos perto porque convivemos no mesmo planeta, mas nenhum humano consegue nos ver ou sentir, se nós, as criaturas místicas não quisermos. Você já esteve em nosso mundo.

-Mas porque eu não me lembro de ter encontrado com você? Não me lembro de ter ido pra essa lugar?

-Infelizmente é o tipo de coisa que você terá que descobri sozinha. Todo o seu passado terá que ser descoberto por você, querida.

-Mas...Porque você não pode me contar?

-Porque existem leis que até mesmo a magia deve obedecer. Mas não se preocupe, vou fazer tudo que for possível para ajuda-la a se lembrar e vou contar tudo o que posso.

Acenei com a cabeça concordando desanimadamente.
Eu queria tanto entender os meus sonhos. Saber de tudo o mais rápido o possível.
Sempre fui muito ansiosa, e isso para mim era uma tortura do pior tipo.

-Vou esclarecer tudo por partes. Primeiro, o selo do sapo que te mordeu é meu.
E por isso que ele te atacou. Cada feiticeira só pode usar o seu próprio selo. Como uma farinha de condão das fadas nos contos infantis. No selo está contido os feitiços que você aprendeu em todo o seu caminho místico. Se o selo de uma feiticeira for para nas mãos de um inimigo, não só sua vida, mas toda uma linhagem estaria em perigo, pois uma vez quebrado, não há mais retorno e todos os feitiços, contratos com aprendizes absolutamente tudo que envolva a vida da feiticeira desaparece ou fica sob controle de quem destruiu a relíquia.

Ela fez uma pequena pausa para que eu pudesse absorver todas as informações com clareza.
O que não foi muito fácil, pois tudo isso era uma grande loucura.
Mas eu estava decidida a ignorar tudo o que era considerado lógico e embarcaria de vez nessa história.

-Agora vem uma das partes mais complicadas nisso tudo. Eu deixei o selo com você, assim como o livro, como uma forma de teste. E você passou nele.

-Como assim?-perguntei

-O livro que eu lhe entreguei é um manual, um livro que mostra todas as espécies mágicas do meu mundo... aliás o nosso mundo.

-Nosso?

-Sim, minha menina- ela me olhou nos olhos fixamente- Objetos mágicos só funcionam com criaturas igualmente mágicas. Do contrário as páginas ficariam em branco. Mas eu não fiquei satisfeita só com esse tipo de teste. Então deixei o meu selo com você, e armei de uma forma pra que você encontrasse. E o selo não só despertou como te atacou!

-Zeniba, você me perdoe, mas eu não estou entendendo nada.

-É simples. Todo selo possui um sistema de segurança. Uma espécie de sistema anti-roubo.

Imaginei aquele sapinho com um alarme de carro piscando e dizendo: “Aviso, este selo está sendo roubado”.
Tive que me controlar para não rir.

-Para humanos,-ela continuou- como qualquer outro objeto mágico, ele simplesmente não funciona. Mas atacaria qualquer outra criatura mística.

Congelei no lugar.
Discretamente olhei para a cicatriz na minha mão.

-Então- engoli seco- Você quer dizer que...

-Que você não é humana, Chihiro. Você é uma feiticeira como eu.

*****************************************************************************

Eu não sei quanto tempo passou desde que eu fiquei estancada no lugar.
Era impossível para mim pensar que eu, não era um ser humano.
Zeniba não soltou a minha mão em momento algum, o que foi muito bom, pois eu me sentia como se fosse desmaiar a qualquer momento.

-Ma-mas como?!-perguntei tremendo- Eu tenho uma família humana, eu vivo no mundo dos humanos. E-eu sangro, me alimento, como qualquer outro ser humano!

-Isso não quer dizer nada. Criaturas de uma grau elevado de magia conseguem viver como qualquer humano normal. Eu, por exemplo, crio um corpo humano toda vez que tenho que cruzar a fronteira. É uma questão básica de sobrevivência. Mas, não se preocupe criança.
Seu corpo humano é verdadeiro e você não foi adotada.

-Então, como eu posso ser uma feiticeira?

-Só existem duas formas de ser uma criatura mística. Primeira: -ela levantou um dedo- através de maldições, como no caso do Sem-Rosto. Ou- ela levantou outro dedo- tendo sangue místico, sendo descendente de alguém que é um ser mágico. É preciso que ao menos um parente seja para que se desenvolva. 

Fiquei calada completamente sem saber o que dizer ou pensar.

-Fale com a sua mãe hoje, querida. Pergunte sobre alguém da sua família que você não conhece, e ela ira lhe dizer.

Então, antes que eu pudesse me levantar da cadeira, ela desapareceu.
Sem-Rosto acenou para mim, e sumiu em seguida.


Me deixando naquele depósito, sozinha com as minhas descobertas...


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