Aron Wormior,o Melhor...dos Piores!!! escrita por zora


Capítulo 40
Capítulo 37: Você não pode salvar a todos


Notas iniciais do capítulo

Nos capitulos anteriores:

O Clã New Down recebeu a missão de ir até a cidade de Yatolah averiguar a história sobre um monstro que rapta pessoas. Após um desentendimento com o Senhor Feudal da cidade, que diz que se eles continuarem a investigação serão expulsos, o grupo decide investigar a ruína mais antiga do lugar de noite.

Quando estão se dirigindo para o local, Silphia e Mace, aparentemente hipnotizadas, atacam Aron e Serenity. Obra de uma ilusionita, chamada Kaizen Kedavra. Após um rápido confronto, Billy, agora um transclasse, desafia Aron. Na luta, o Andarilho surge, uma tragédia acontece e uma aterradora revelação é feita.



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         As vezes, acho que as pessoas acham que sou idiota.          Eu nem deveria pensar nisso agora, e no lugar em que estou. Mas caramba, acho que levando em consideração tudo o que aconteceu nos últimos dias, posso me dar o direito de me sentir um pouco mal. Tenho meu jeito de ser, e admito que já fui mais desligado da realidade, mas não hoj... enfim, sei com o que estou chateado: como um amigo meu pôde matar outro, e esconder um segredo tão horrível?         

        Sempre apanhei demais de tudo e de todos, desde pequeno. Mas também lutei para mostrar o meu valor as pessoas em que acreditava que valessem a pena, nem que para isso precisasse realizar o impossível. Porque quando alguém é importante para nós, é quando podemos realizar verdadeiros milagres. Mais ou menos por aí. Não sou muito bom com as palavras, principalmente quando penso nelas...         

        Enfim, estou aqui por outro motivo. Acho que o senhor já sabe qual: fiz uma promessa que não pude cumprir.  Treinei arduamente por quase um ano para me tornar cavaleiro, tudo em vão. Billy está morto. Nada fez sentido. Então, devo me punir de alguma forma? Sei lá, não entendo muito de religião... ou será que só a culpa que sinto já é punição o suficiente?          

        Hum... Er... bem, dizem que a gente se sente melhor depois que desabafa, mas não tá sendo bem assim... e o senhor também não tá colaborando muito, por que não responde? Será que é por que sou cavaleiro, e só acólitos podem?         Putz... acho que não tô fazendo esse negócio de rezar direito...           

 

        -xxx-           

        -Onde está o Aron?           

        -Tenha calma, Silph. Ele está na capela do hospital.           

        A primeira coisa que escuto é a voz da Mace. Minha visão está embaçada, não consigo ver nada. Onde estou? Ah, estou recuperando... vejo que Mace está sentada do meu lado, com algumas bandagens pelo corpo, e Serenity está em uma cadeira pouco atrás. Por que estou deitada em uma cama, toda enfaixada? Ótimo, como se não bastasse o que eu já vinha sentindo ultimamente. E QUEM É ESSE BASTARDO DE PÉ NA FRENTE DA MINHA CAMA?           

       -Bom, estávamos esperando que acordasse. Está disposta para responder algumas perguntas?           

       -Pode fazer, bastard... quer dizer, templário.          

       -Certo, muito bem... Meu nome é Cleydon Willian, e como pôde perceber, sou templário assim como você.          

       -Como se não fosse perceber a armadura igual...          

       -He he, Silph...          

       -Tá, tá, tudo bem, Sity... Desculpe, é efeito dos remédios, Seu do nome difícil...          

       -Pelas imagens na minha armadura, pode perceber que faço parte da ordem do mais alto nível do clero. Estamos aqui para saber o que sabe sobre o incidente nas ruínas do templo mais antigo da cidade. Então, o que sabe?           Ruínas antig... claro! Foi a Mace quem sugeriu. Nos fomos de noite, então a Serenity perguntou qual era a bebida que a Mace mais gostava, eu olhei para trás para acompanhar a conversa, e então uma luz chamou minha atenção. É só o que me lembro. O que aconteceu depois? Por que o Aron tá na capela?              -Senhora?           

      -Por mais que eu tente, não lembro de nada. Sinto muito.           

      -Viu? Eu avisei a você! Silph machucou-se mais do que eu no que aconteceu, é normal que não lembre!           

      -Com todo o respeito, senhora ferreira, mas vocês só foram tratadas nesse hospital, e não expulsas da cidade como foram alertadas caso continuassem investigando sua missão, porque a conspiração que contou as autoridades, junto com essa Acólita, é real. EU estive no incidente que quase vitimou o Bispo. Maldito Andarilho! Como pôde criar magias de nível tão arcano para nos fazer aquelas armadilhas?            

      -O que está acontecendo? Por que o Aron não está aqui?            

      -Calma, Silph. Vamos explicar tudo em seu devido temp...            

      -CALMA É UMA BUDEGA!!! COMO ASSIM? Sity, o que está acontecendo?           -Fica calma, pombas! Eu não disse que depois explicamos? Você ainda não está pronta pra saber que o Billy morreu!!!              

      -O Billy... morreu?            

      -MASSA, SITY! ESSA FOI DIGNA DO ARON!            

      -Poxa, foi mal...            

      O Billy morreu... Essa não, o Aron! Quer dizer, não que não esteja triste, afinal ele era meu amigo, mas por Odin, Aron deve estar arrasado! Ele não falava em outra coisa, até enchia o saco com isso... não meu Odin, isso não pode ser verdade...            

      -Certo Senhoras, será que mais alguém pode acrescentar mais alguma coisa ao relatório?            

      -Senhor Otár...Templário, com o devido respeito...            

      -Não Mace, deixa comigo. Já dissemos tudo o que sabíamos, senhor Willian.  Lhe contei o perfil da ilusionista,  do homem que foi morto, e que estavam sendo manipulados. O que mais ainda quer saber?            

      -Mais alguns detalhes que seriam importantes, como sempre. Por exemplo...       -Com licença, desculpem entrar sem bater. Sou a médica da paciente Silph. Poderiam me deixar um pouco a sós com ela?            

       He he, toma essa otário...            

       -Tudo bem. Mais ainda preciso conversar com vocês duas, se me permitem.        -Ok. Já voltamos. A gente já volta, tá Silph?            

       -Fica bem, Silph.            

       -Valeu Mace, valeu Sity. Acho que vou aproveitar pra dormir um pouc...           -Espere... pronto, agora que elas saíram, podemos conversar.  

            -xxx-             

       Puxa, ainda bem que aquele Templário se foi. Que cara chato!                   -Como os companheiros desse bicho conseguem aturá-lo?             

       Pelo jeito, a Mace concorda comigo.             

       -Não é! Fica se achando o pomposo. "Dããã, eu sou da ordem dos templários chatos da igreja, hãããã..." Caramba... E que negócio foi aquele de trocar o nome da profissão dele, você e a Silph? Batardo e otário? Cês tão pegando isso com o Aron?             

      -Nem vem que você deu o maior vacilo do dia, e ele ainda nem começou direito!             

      -Poxa, já me desculp...O que é aquilo?             

      Tem uma sombra vindo pra cá... Peraí, é um pássaro! O que ele tá fazendo dentro de um hospital!? Um daqueles que entregam papéis de missões. Pelo jeito, é pra mim.              

      Não pode ser...              

      -Sity? V-você tá tremendo? O que houve? Tá chorando?              

      Não acredito! É bom demais pra ser verdade! Nem consigo falar. Vou tentar ler.              

      -"Serenity Holycrusers, grupo de aventureiros encontrou sua irmã Felicity. Ela está bem. Sua mãe quer você com urgência em Prontera".                                     -O que, como assim? Quando foi que sua irmã sumiu?              

     Certo, já me recuperei um pouco. Acho que Mace merece saber.              

     -Por que não contou? Como não teve coragem de dizer isso antes, Sity? Jamais teríamos aceitado essa missão! Teríamos ido procurar sua irmã, com você!              

     -Eu sei... m-me desculpa...              

     -Tudo bem, não é hora pra isso. Que bom que ela foi encontrada, estou muito feliz por você, sério. Vamos fazer o seguinte: assim que a Silph melhorar, vamos para Prontera ver o que sua mãe quer, está bem?              

     E-eu... poxa...              

     -Obrigada Mace. Desculpe mesmo não ter contado antes, mas fiquei tão assustada!              

     -Eu sei amiga, tá tudo bem. Assim que possível a gente fala com o Aron e a Silph, tá?              

     -Certo.. chuif... Então, a gente não comeu nada ontem. Vamos tomar um café? Eu pago!              

     -Ok, vam...              

     -Um Super café muito regado com cerveja, vodka e Whisky, lá na taberna da esquina! Uhúúúú!!!! Eu quero é "bebemorar"!              

     -...certo, hum... Desculpa Sity, mas vou ter que recusar. Mas faz assim: vai lá beber que eu vou tomar um café de verdade lá na lanchonete, ok?                   -Você quem sabe! Sayonara!              

     -Tchau!              

     He he, estou muito feliz! E nada como piadinhas non sense para melhorar os ânimos. Felicity. Esse é um dos dias mais felizes da minha vida! Vou beber até perder o fígado!              

     -xxx-                               

     A Sity é mesmo uma "alcóolita" maluca. Beber a uma dessas? Tô fora! Nem curto muito esse tipo de bebida.               

     Mas tenho que admitir que estou morrendo de fome. Quando recebi alta anteontem e resolvi comer na lanchonete, vi uns doces e salgados com a aparência boa. Espero que ainda estejam lá. Ok, ok, sei que não é muito saudável, mas é melhor do que Whisky no café da manhã...               

     Espera, que entrada é essa aqui, do lado do corredor? É a capela do Hospital.      -Com licença...               

     -Ah, Oi Mace!               

     -Oi Aron. Você estava aí tão compenetrado. Desculpe ter interrompido sua oração.               

     -Que nada, eu tava só dormindo mesmo.               

     -Sei... bem, eu tava indo pra lanchonete comer alguma coisa. Você já tomou café?               

     -Tá tudo bem, não estou com fome.               

     -Não quer que traga nada?               

     -Tudo bem, sério.               

     -Tá bom.  A gente não teve muita oportunidade de conversar nesse tempo. Você está bem?               

     -Estou triste, né. Sinto que falhei com o Billy.               

     -Aron... onde ele... o corpo... foi enterrado?               

     -Em Morroc. Parece que o Billy era importante por lá, fizeram homenagem e tudo.               

     -Ahã. Sabe, se quiser conversar...               

     -Obrigado. Mas preciso de um tempo.               

     -Tá certo. Só queria que não se sentisse mal. Todos nós sabemos que você fez o que podia para ajudar o Billy.               

     -Eu sei. Valeu.               

     -Bem, quando precisar...               

     -Se me der licença Mace, eu preciso conversar com o Aron.               

     -Hã, Silph? O que cê tá fazendo aqui?               

     -Acabei de receber alta.                         

 

     -xxx-                

 

     Enquanto isso, em outro lugar, uma médica nervosa ralhava com uma enfermeira.                

     -Como assim ninguém viu a paciente do quarto 412? Onde você estava quando ela saiu?                

     -Senhora, eu estava arrumando a cama do quarto 415! Não vi nada!                -Pois trate de parar o que está fazendo agora e alerte as outras enfermeiras! Temos que encontrá-la, ela não pode sair por ai no estado e caso em que se encontra!                

     -xxx-                

     -Então isso foi tudo o que aconteceu?                

     -Foi, Silph.                

     -Bem, eu sinto muito mesmo pelo que aconteceu com o Billy. Mas a vida continua, não?                

     -Como?

     -Você me ouviu. Sei que foi horrível, mas já se passou algum tempo e precisamos seguir em frente.                

     Aron cemicerrou os olhos, como se estudasse o que Silph queria dizer.            -Silphia, Billy está morto. Você entende isso?                

     -Entendo. E sei que está mal, mas sinceramente já não aguento mais essa situação. Por um ano Aron, UM ANO, você se dedicou para "salvar" o Billy do Andarilho, e nem ao menos se perguntou se ele queria ser salvo!                 -M-mas ele não entendia que...                

     -Aron... a quanto tempo não saímos juntos, só eu e você?                

     -Amor...                

     -Desde que começamos a namorar... sei lá... sinto que você gosta de mim, mas não temos dado muito tempo para o nosso relacionamento.                     -Tivemos problemas! E, e, teve todo esse problema agora com o Bulk, o Andarilho...                

      -Eles sempre estiveram presentes. Não falo disso. Se não fosse o Billy, seria outro. Tipo, eu sempre sonhei em me casar algum dia, ser feliz. Mas como posso fazer isso, se a pessoa que amo sempre está disposta a morrer o tempo todo por outras pessoas?                

      -Eu faria o mesmo por você, sabe disso! e...

      -Ele para, quando finalmente as palavras da Templária atingem seu significado: -Você me ama?                

      -É lógico! Você não me chama de "amor" as vezes? Acha que aceitaria ser chamada assim se não sentisse o mesmo? Sim, eu te amo, Aron Wormior! Mas, sinceramente...

      -E enquanto diz isso, ela se levanta, caminhando em direção a saída

      -...não estou vendo muito futuro em nosso namoro.                

      -O que? Não...                

      -Aron... já sabe o que sinto por você. Sinceramente, acho que você sente o mesmo. Mas, mas...                

      -Não Silph... por favor...                

      -Enquanto não for capaz de colocar nosso relacionamento em primeiro lugar, e de entender que não pode ajudar e salvar a todos...                

      -Por favor, não amor...                

      -...Estou dando um tempo em nosso namoro. Sinto muito.                

      E com isso, ela sai da capela, deixando um perplexo e angustiado cavaleiro para trás.                

      -xxx-                

      Aron volta para o quarto de hotel que estavam hospedados antes, e encontra as três amigas em silêncio. Sem nada dizer, ele retira uma bolsa e coloca suas coisas dentro.                

      -Aron, o que está fazendo? -Pergunta Mace. Obviamente, ela e Sity já estavam a par da situação.                

      O cavaleiro, no entanto, apenas olha para Silphia, com um olhar de raiva controlado.                

      -Preciso de um tempo para mim. Me desculpem, mas vou precisar me ausentar um pouco do clã.                

      Ele prepara sua bolsa, se desculpa novamente e prepara-se para sair.            -E-espera, Aron!-Gaguejou Sity. -Por favor, fique.                

      Ela então conta a história de sua irmã, como se perdeu e foi encontrada.        -Sei que nunca disse isso antes, mas você é meu melhor amigo. Eu realmente queria que você estivesse lá quando eu me reencontrasse com Felicity.                Aron a fitou sem nenhuma emoção por alguns segundos. Finalmente, soltou um longo suspiro.                

      -Eu prometo que estarei lá, certo? Mesmo que me atrase um pouco. Mas agora, nesse momento, preciso desse tempo para mim. Então, vejo vocês lá. Até.               

      Ele fecha a porta atrás de si, dexando duas amigas e uma triste ex-namorada para trás. Tentando mostrar-se indiferente e segurando o choro desde que Aron entrou no quarto, Silphia apenas permitiu-se pensar uma coisa, enquanto o cavaleiro a deixava para trás:               

      "Oh Aron, se você soubesse... mas não posso contar a você. Não ainda..."                        


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