Sleeping With The Spirit escrita por lycheegirl


Capítulo 9
Patins




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Era hoje.

Já estava em seu quarto, trocou suas roupas e colocou uma camisa gigante de esporte com um short de flanela. Tomou um copo de leite quente para poder dormir. Antes de ir para cama, abriu sua janela, apreciando a fresca brisa noturna que entrava no quarto.

O céu parecia maravilhoso, lua cheia, e o véu negro cheio de estrelas. Abriu as cortinas, fazendo o seu melhor para relaxar sua mente pensando em coisas simples, como o jogo de hockey de amanhã e pão de canela para o café da manhã, mas seu pulso continuava acelerado e se sentiu pronta.

Porque tudo em que ela pensava no momento, era em Sasuke.

Deu um profundo suspiro, e por mais cinco minutos continuou assim, tentando se mantiver calma, mas quando se virou para dormir, ele estava sentado no canto de sua cama.

Sentado desleixadamente, não parecia a figura forte que vira da última vez em seu quarto.

A blusa negra de mangas compridas estava lá, juntamente com uma calça de moletom negra, e as botas que se lembrava de ele estar usando, não estavam mais lá, os pés descalços tocavam o chão de madeira.

Engoliu em seco, a expressão calma no rosto do moreno lhe deixava mais nervosa ainda, seu coração palpitava de medo.

Ele nem parecia estar morto.

-Olá Sakura. Estava esperando por mim, não?

Ela concordou, o rosto pegando fogo.

-Que bom. Eu também estava esperando você.

O coração da rosada perdeu uma batida ao vê-lo levantar, e quando apenas alguns centímetros separavam seus corpos, ele parou, e direcionou a mão direita até o pescoço da rosada.

Ficaram ali parados, um encarando o outro, por um tempo que Sakura não conseguiu determinar.

A luz da lua adentrava pela janela, e refletia nos olhos ônix do rapaz, fazendo-a perder a noção das coisas.

-Quero te ajudar.

O toque gélido em sua nuca fazia a temperatura daquela área que antes estava tão quente, abaixar. Ele com certeza conseguia sentir seus batimentos, ela mesma os ouvia contra seus ouvidos.

-Tem certeza?

Sasuke continuava sem expressão, apenas encarando a rosada.

Reunindo coragem, Sakura concordou novamente e o seu olhar foi dos olhos negros para a testa aonde o ferimento deveria estar.

-Ainda está ai.

O moreno disse, sabendo aonde o olhar da garota estava. Os dedos escorregaram do pescoço dela e foram até sua testa, esfregando o lugar.

-Mas não é exatamente bonito, então eu meio que escondi, uma das coisas de ser fantasma.

Ele sorriu fracamente, um humor sarcástico em sua fala.

-Ainda dói?

Sakura perguntou receosa sobre o assunto.

Ele maneou a cabeça levemente e lhe encarou firmemente nos olhos.

-Ela não irá se curar até que eu fique livre.

A rosada engoliu em seco, e tentando desviar o assunto, se moveu pelo quarto até seu armário, ansiosa para mostrar o cordão.

Abriu a porta de madeira, e por um momento, perdeu a respiração.

Seus patins estavam à vista.

Deu um passo para trás, seus joelhos tremiam. A boca seca com a surpresa.

Ela sempre mantinha os patins num saco de papel no fundo de sue armário.

-Como... Como eles vieram parar aqui?

Sua exclamação fora apenas um sussurro.

-Sakura - Sasuke disse ainda parado perto da janela - Você está bem?

Ela negou com a cabeça, pensando em como aquilo aconteceu. Teria sua mãe arrumado o armário enquanto não estava? Seu pai tinha ido olhar ali?

Um toque gelado em seu ombro lhe tirou do transe, e ao olhar sobre seu ombro, viu Sasuke, sua face serena e ao mesmo tempo seria lhe fitava.

-São apenas patins.

Sua voz rouca lhe acionou algo intenso dentro dela, e não era bom.

-Não. - Sentiu seus olhos se encherem. - Você não entende.

-Eu entendo. - Ele suspirou, e Sakura se virou para vê-lo. - Entendo muito mais do que pensa. São apenas patins. Não são ela, eles não representam ela.

O encarava através da visão turva pelas lagrimas. Continuava tão calmo quanto antes.

-Você fez isso?

E para ela, pareceu que ele finalmente entendeu o quanto aquele assunto era sério, e respirando fundo, se aproximou um pouco.

-Não fique chateada.

Enxugou delicadamente as lágrimas com a barra de sua manga, encostou-as no canto de seus olhos, e as gotas que estavam se equilibrando ali foram absorvidas pelo tecido.

-Esconder o passado num saco de papel não é a solução. Não será feliz com isso, sua Irmã não gostaria disso. Iria querer que fosse feliz, tanto quanto eu quero.

Sakura olhou no fundo dos olhos dele.

-Não pense nos patins.

-Como sabe o que minha Irmã quer?

-Experiência própria.

Queria ficar furiosa com ele, mas não conseguiu. E quanto mais louco soava, mais sentia que precisava chorar. Depois da morte de Rin, não podia mostrar qualquer emoção, e agora parecia grande demais para guardar.

Naquele momento, mandou tudo pelos ares, e se jogou contra o rapaz, seus braços circulando com força o tórax definido, e seus dedos se entrelaçavam com dificuldade nas costas de Sasuke, ele era realmente forte.

O garoto ficou sem reação por alguns segundos, mas logo circulou a cintura da rosada, e seu outro braço circulou os ombros expostos pela camisa larga.

Sasuke a segurou por todo o tempo que ela precisou, até todas as lagrimas por Rin secarem.

-Obrigada.

Sakura disse, fungando e se afastando um pouco do maior, tentando se recompor.

-De nada.

Deu um pequeno sorriso e soltou a garota, se movendo até o armário, ele pegou o cordão prateado dos seus antigos tênis.

-Eu vi que você escondeu aqui.

Sasuke estava de costas para Sakura, os ombros largos perderam a postura, e sua cabeça abaixou, enquanto encarava o pingente em sua mão.

-Eu dei isso para minha mãe no dia das mães. Ainda lembro. Tentei fazer torradas francesas, mas deixei queimar e ficaram mais como roscas estranhas. Acabamos comendo sucrilhos.

Ele riu, e passou o polegar pelo pingente em formato de coração, se virou, Sakura conseguia velo agora.

-No dia em que fui assassinado, o bastardo arrancou o cordão do pescoço dela e jogou pelo banheiro. Ele ficou preso no radiador, mas ela nunca foi capaz de achá-lo.

-Sinto muito pelo que aconteceu com você.

Sasuke deu de ombros, ainda encarando o pequeno objeto.

-É a vida, eu acho. Não há garantias. Como meu pai. Pelo que todo mundo sabe, ele estava em perfeita saúde. Mas, um dia, ele apenas nunca mais voltou para casa.

Ela concordou, pensando em como tinha acontecido com Rin também.

-Você gostou da sua vida apesar de tudo?

-Teve seus momentos. - Ele sorriu de canto, seus olhos se prendendo aos da garota. - Só tive um pesar.

-Qual foi?

-Não ter vivido o bastante para dizer a minha mãe que o que aconteceu não foi culpa dela, eu parei para ajudar ela, para distrair aquele idiota, porque eu queria. Foi minha escolha.

-Mas você só tinha dezessete.

-Eu sei.

-E você não está com raiva afinal?

Ele deu de ombros novamente.

-Que bem isso faria? Minha mãe fez o melhor que ela pode, mas não era uma mulher forte, eu sabia disso. O namorado dela sabia também. Por isso a tratava tão mal. Mas você podia mudar totalmente as coisas e dizer que foi minha culpa. Se minha mãe fosse capaz de fazer a coisa certa, talvez, eu poderia ter feito algo com ele antes que qualquer coisa acontecesse.

-Talvez.

Sakura desejou que ele pudesse esquecer.

- A vida é muito curta para ela viver com toda essa culpa, já faz vinte anos, e é o que você também esta fazendo com Rin não é?

Sakura desviou o olhar.

-Como sabe tanto sobre mim?

-Estou dentro de seus sonhos, lembra? Sei tudo sobre você.

Ela concordou, percebendo que tudo aquilo era um sonho, e que teria que acordar em algum momento.

-Então, ainda vai me ajudar? - Sasuke perguntou, colocando o cordão em sua mão.

-Poderia entregar isso a ela? Dizer a ela não se culpar pela minha morte?

- O que acontece depois?

Sasuke semi-serrou os olhos, e tocou seu rosto, seus dedos pareciam mármore contra sua pele.

-Estarei pronto para passar.

-Que bom.

Sakura disse, sua voz soando com desapontamento.

-Mas quero passar mais tempo com você antes. - Os dedos calejados correram por sua mandíbula. - Quero ver você o quanto puder antes do tempo acabar.

-E quando ele acaba?

Sasuke respirou fundo, se aproximou e tirou uma mecha de cabelo de seu rosto.

-Faça o que fizer.

Ele sussurrou, ignorando a pergunta.

-Não acorde agora.

Sakura ia perguntar o que significava, mais viu o moreno se abaixar, e seus lábios se juntaram, ele fez pressão na boca de Sakura, fazendo seu corpo todo se arrepiar.

-Não temos muito tempo.

Ele disse, se afastando devagar.

-Você vai acordar a qualquer momento, posso sentir isso.

-Então o que acontece agora?

-Vou ficar enquanto puder.

Ficaram na cama da rosada, Sasuke a mantendo em seu abraço. Tentou se manter sonolenta,para prolongar o momento enquanto pudesse, mas sons de pássaros lá fora a despertaram.

Rolou pela cama procurando por ele. O cordão de Mikoto estava no travesseiro ao seu lado. Mas Sasuke não estava em lugar nenhum.

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Notas finais do capítulo

RECADO: muito bem jogadores. conseguiram completar a missão. mas o jogo não acabou. quero jogar um novo jogo. e essas são as regras: esse cap tem que atingir a marca de 25 reviews.o que n vai ser muito dificil, ja que o 8o atingiu a marca de 17. a recompensa: 1 cap a mais na fic, com cenas exclusivas sasuke e sakura. boa sorte.
notas da autora: gente, quero comentar algo que meio que me encomodou no sasuke, esse jeito de falar dele que eu fiz tipo ´Tentei fazer torradas francesas, mas deixei queimar e ficaram mais como roscas estranhas. Acabamos comendo sucrilhos´ esse jeito ai, acho que algumas pessoas vao estranhar,mas é que estou muito ligada com as fics do watchmen, em especial com um personagem,walter covacs xD ele fala assim, ou pior.2o: olha, eu ria alto na hora em que eu respondia os reviews do 8o cap, o povo desesperaaaado que o 9o cap nao saia, e olha so, demoro 27 horas des do horario do post do 8o cap pra completar os 80 reviews xD3a: esse deve ter sido o maior cap da fic até agoraNO PROXIMO CAP:soltou um chiado quando a ponta de seu lapiz quebrou.Suspirou e pegou o apontador que estava solto em sua bolsa, e ao voltar para escrever,levou um susto ao ver que o lugar no caderno aonde havia esquecido a ponta quebrada, estava escrito algo pequeno com letras tremidas.Oi.Olhou ao redor, procurando alguem que poderia ter feito aquilo mas não havia ninguem perto o suficiente.Encarou a palavra desconfiada, e dezenhou uma interrogaçao em baixo ,se achando louca por fazer isso.Devagar, a ponta se movimentou,desenhando uma seta que apontava para a cadeira que estava junta a sua mesa, a que ino tinha esquecido ali na aula anterior de matematica.Sasuke.