No Amount Of Masks... escrita por Shinobu


Capítulo 5
Fifth Lesson – Angst.


Notas iniciais do capítulo

Pfft, ainda está para nascer uma pessoa mais "procrastinator" que eu. OTL
Depois de milénios desde o meu desaparecimento, aqui está um capítulo novo.
http://www.youtube.com/watch?v=kzoRPSu3O4E -> Fonte de inspiração para esta fic. Já devia ter passado o link antes, mas acabo por me esquecer sempre...OTL
Enfim, boa leitura ♥



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Será que te sentes angustiado no momento?

Já se havia passado uma semana desde a proposta de casamento que a Miku me havia feito. Como é obvio, recusei mal esta me foi feita. A minha mãe, desde então, deixou de me falar. E é escusado dizer apenas desci mais ainda na consideração do meu pai.

Mas eu não quero saber disso. Pelo menos Kaito ficará bem, e a nossa amizade não será abalada.

Ouvi passos pesados no corredor que vinham em direcção à minha porta, que logo identifiquei como os do meu pai. Sem aviso, abriu a porta do meu quarto e olhou para mim, zangado.

– Já estás atrasado! Se queres ter a hipótese de te casares nesta vida, é bom que te despaches.

Peguei na minha máscara que se encontrava em cima da cama e saí do quarto, sem lhe dirigir a palavra. Ouvi-o murmurar algumas coisas a meu respeito, mas não lhe dei importância.

Quando cheguei ao corredor para sair, encontrei Meiko a falar com a minha mãe. Assim que notaram a minha presença, Meiko voltou-se para mim e acenou. Já a minha mãe, despediu-se dela e saiu do corredor.

– Eh…passa-se alguma coisa?

– Não, não te preocupes. Mais importante…o que é que estás aqui a fazer? – Arqueei uma sobrancelha.

– Não me apetecia ir sozinha, e assim tenho a certeza que vais! – Ela fez beicinho e olhou para o lado. – E talvez assim te distraias…

– Porque é que eu me preciso de distrair? Eu não quero ser influenciado por ti! – Disse, com um sorriso matreiro.

– Ahh~ que rude! – Ela aproximou-se e fingiu que me ia agredir, mas apenas começou a rir. – Vá, vamos! Não quero chegar atrasada!

– Que ironia. Não queres chegar atrasada mas queres sair de lá 5 minutos após teres entrado. – Comecei a rir e ela apenas me empurrou para a saída. – E-Ei!

– Cala-te e anda! – Ela riu novamente, e empurrou-me até à saída.

~x~

– Já te disse que és irritante? – Disse, arqueando uma sobrancelha.

– Já. Mas ambos sabemos que não é verdade, não é? Confessa que não sobrevivias sem a minha amizade. – Meiko piscou o olho, e eu apenas suspirei.

Estávamos aqui há cerca de meia hora e nada de interessante havia ocorrido ainda. Meiko, apesar de não o admitir, estava preocupada com Kaito. Durante o caminho para cá eu contei-lhe tudo sobre a proposta de casamento da Miku. Por um lado, sinto-me culpado por a fazer sentir-se preocupada desta maneira, mas por outro sinto-me bem por ter falado com ela. Foi capaz de me fazer compreender que eu realmente havia tomado a escolha acertada.

“Se aceitasses eu agredia-te até não te conseguires levantar!”

…ou algo do género. Mas claro, vindo da Meiko, é como se fosse uma espécie de conselho. Mesmo que pareça que ela apenas estava à procura dum motivo para acabar com a minha existência.

Vi a expressão de Meiko ser tomada por raiva e segui o seu olhar.

– Len?

Sabem o que eu disse, de nada interessante ter acontecido?

Quem me dera que esta noite estivesse ficado assim.

– Miku.

– E-Eu…eu realmente queria que tu aceitasses a minha proposta. Porque, bem… – Ela começou a juntar as pontas dos dedos e desviou o olhar para o chão, sorrindo. – E-Eu acho que realmente gosto de ti.

Suspirei. Quando me senti pronto para falar, Meiko levantou-se rapidamente. Com medo que ela fosse fazer alguma coisa à Miku, levantei-me também. Mas apenas depois de seguir o olhar dela é que percebi porque é que ela se havia levantado com aquela expressão surpresa.

Kaito.

– Ah…e-então…a pessoa que a princesa escolheu é…

Miku apenas olhou para o chão com uma expressão culpada.

– Kaito! Eu não–

– Pelo menos poderias ter-me dito…eu faria de tudo para engolir os meus sentimentos para te ver feliz. Mas afinal de contas, és realmente o pior. – Kaito forçou um sorriso e fez uma vénia. Antes que eu tivesse tempo para dizer o que quer que fosse, ele foi-se embora.

– Kai–

– Deixa-o ir, Len. – Meiko segurou no meu braço e olhou para mim intensamente. – Eu vou conversar com ele e explico-lhe tudo o que tu me explicaste. E quanto a ti… – Ela voltou-se para Miku, que olhou para ela surpreendida. – Ouve bem aquilo que o Len tem para te dizer.

Assim que terminou, Meiko seguiu na mesma direcção de Kaito, deixando-me a mim e à Miku sozinhos.

– Len…desculpa…

– Miku. Eu…mesmo que eu quisesse aceitar, eu não o iria fazer pelo Kaito. Por muito que te esforces para que eu…goste de ti, não iria resultar. Espero que compreendas. – Passei a mão pelos cabelos e olhei para o lado. Este tipo de coisas não era algo a que eu fosse bom, já que normalmente as propostas eram todas feitas por cartas. Responder por cartas e responder à frente da pessoa são coisas totalmente diferentes.

Voltei a olhar para ela e notei que tinha o olhar no chão mais uma vez. Ela levantou a cabeça e forçou um sorriso. – Sim, compreendo. Espero que ambos sejam felizes, então. – Pude notar que as lágrimas se formavam no canto dos olhos dela antes de ela se virar para ir embora.

– …Miku? – Ela ficou parada de costas para mim, sem dizer nada. – …porque é que rejeitaste o Kaito?

– Eu…assim como tu, quero casar-me com alguém de quem eu goste. Por muito que eu ache que o Kaito é uma pessoa maravilhosa, não gosto dele dessa maneira. – Ela continuou a caminhar, deixando-me sozinho.

Suspirei e olhei ao meu redor. Não havia sinal de Kaito, nem tão-pouco de Meiko.

Talvez estivesse na hora de os procurar.

Voltei a suspirar e segui na direcção onde os dois haviam ido, saindo da sala principal do castelo. Fui dar a um corredor que apenas era iluminado pela luz da lua que entrava pelas janelas. Olhei à minha volta e não encontrei nenhum dos dois ali. Continuei a caminhar pelo corredor que parecia vazio, até que encontrei uma pessoa encostada à parede.

– Ah…!

Ela olhou para mim e forçou um sorriso. – Ah, boa noite Len. Não deverias estar a preparar-te para o teu casamento ao invés de estar aqui? Estas festas são maioritariamente utilizadas para casar jovens solteiros.

Casamento? Espera…será que ela sabia da proposta da Miku?

Não, era impossível. Ninguém sabia além de Kaito, Meiko, e a minha família e a de Miku.

– Do que é que estás a falar? – Arqueei uma sobrancelha e ela riu baixinho. Ela levou o leque azul-escuro que tinha na mão à cara, como de costume.

– Da proposta da princesa de verde. Aceitaste-a, não?

Pisquei os olhos várias vezes, para ter a certeza do que ela tinha dito.

– Como é que sabes disso?

– Já havia reparado nisso há algum tempo. A maneira como ela punha os olhos em ti o tempo todo era suficiente para eu perceber.

– Então, toda a conversa do último dia……

– Ah, conseguiste compreender que tens que dar valor às coisas ao teu redor? Bom, como aceitaste a proposta, conseguiste dar o devido valor a Miku sem a perderes–

– Eu não aceitei a proposta.

Ela deixou o leque cair e olhou para mim, confusa. Ficámos em silêncio alguns segundos até ela se pronunciar. – C-Como assim, não aceitaste?

– Não tenho a menor intenção de me casar com uma pessoa que sei que nunca virei a gostar. Miku é um desses casos.

Ela pôs a mão à frente da boca e fez um olhar pensador. – Eh…acho que também sou um pouco assim. – Delicadamente, baixou-se para apanhar o leque que havia deixado cair. – Mas Len, isso não te angustia?

– Claro que sim. Estou a magoar a Miku, no final de contas. E Kaito, também…

– Oh, ele vai ficar melhor, não te preocupes. – Pela primeira vez naquela noite, ela sorriu verdadeiramente. – Meiko está com ele, não é?

– Eu não percebo. Como é que até sabes o nome da Meiko se eu nunca to disse?

Ela riu baixinho e olhou para uma das janelas. – Isso é algo que não te posso contar. Pelo menos não por agora.

– Então quando é que o tencionas fazer? – Fiz uma expressão aborrecida como as crianças costumam fazer quando não lhes dão o brinquedo que querem. Ela, ao ver a minha cara, começou a rir e caminhou até à janela.

– Não sei.

– É incrível como sabes tantas coisas e não sabes algo tão simples. – Caminhei até ao lado dela e olhei para a lua.

– Nenhum ser humano sabe tudo no mundo. Tu, mais que ninguém, deverias saber isso.

– Claro que sei. Não preciso que me digas algo tão óbvio. – Forcei um sorriso e suspirei, em seguida.

– Oh, será que sim? Então diz-me, Len…o que é que sabes sobre angústia?

Olhei para ela, confuso. E ao reparar que o vestido dela era azul-escuro é que me apercebi que ela hoje estava a representar algo diferente do que ela me havia ensinado nos outros dias.

– É representado pelo azul.

– Ora ora, Len. Isso não é o óbvio. Eu quero que me digas o óbvio sobre a angústia.

– Está ligada com a indecisão, porque enquanto não te decides sentes-te angustiado. – Voltei a olhar para a lua, seriamente.

– Bom ponto de vista. Será que te sentes angustiado no momento? – Ela olhou para mim e sorriu duma maneira preocupada.

– Um pouco. Mas acho que Kaito deve estar mais angustiado que eu…

– A angústia, Len, é algo que os humanos não merecem sentir. Mas faz parte da vida que esta exista, assim como a indecisão. Mas tal como a indecisão, quando esta desaparece…

– Tudo fica bem outra vez. – Olhei para ela e retribuí o sorriso que ela me deu. – Acho que compreendo. E…

– Hm?

– A indecisão de ti e dos teus pais já passou? Se não, deves sentir-te angustiada.

Apesar de eu já a ter visto corar várias vezes, acho que esta foi a pior delas todas. Ela começou a olhar para vários pontos no chão e a murmurar “er…”, até que se voltou para a janela. – Ah, u-um pouco. N-Na verdade, a minha indecisão é outra.

– Outra?

– Talvez eu deixe isso para outro dia. Agora está na hora de voltar. Ah, e Len…a angústia não é representada pelo azul. É representada pelo azul-escuro.

Antes que eu tivesse tempo de dizer alguma coisa, ela fez uma vénia e caminhou pelo corredor. Fiquei parado a observá-la até que ela desapareceu do meu campo de visão e suspirei.

Apesar de ela me ter dito que não iria ver algum problema com Kaito, pergunto-me o que é que ela quis dizer com o facto de tudo estar bem por Meiko o acompanhar.

Mais tarde teria que conversar com ela, para saber como Kaito se encontrava. Ele não me quereria ver, sem dúvida alguma.

Azul-escuro é o azul que se magoou tanto que acabou por quase cair na escuridão. Vide…a angústia.



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Notas finais do capítulo

Capítulo meio chato, eu sei. Mas era necessário para haver um desenrolar das coisas ;o;
Enfim. Obrigada por todas as reviews e recomendações, ne~ o vosso apoio tem significado imenso! Não tenho palavras suficientes para vos agradecer a todos ♥
Well...reviews? Q