No Amount Of Masks... escrita por Shinobu


Capítulo 1
First Lesson – Solitude.


Notas iniciais do capítulo

Badabum, mais um Lenka para chatear o povo, e desta vez é uma longshot. Espero que gostem :º



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Pelo menos, revela-me o teu nome.


Caminho agora sozinho pelo jardim cheio de rosas, impregnado pelo seu odor. Retirei lentamente a minha máscara e pousei-a no chão. Sentei-me na relva e olhei para a lua cheia que brilhava no céu daquela noite. Antes que desse por mim, estava a suspirar e a recordar-me dos momentos que havia passado à instantes atrás.

Eu, como parte da nobreza, era obrigado a ir aos bailes de máscaras sempre que estes ocorriam. No entanto, como havia completado os meus 18 anos à pouco tempo, os meus pais queriam que eu arranjasse uma pretendente da nobreza. Na altura, a ideia de vir aos bailes de máscaras e dançar com várias garotas havia sido interessante, mas agora não me trazia interesse algum. Todas se dirigiam a mim com um sorriso falso no rosto, à espera duma oportunidade para me retirar a máscara e descobrir como eu era, para decidir se eu era a pessoa ideal para elas.

Futilidade.

Ou pelo menos, eu achava. Até encontrar a pessoa que me despertava o interesse que elas tinham em mim. De retirar a máscara dela e ver quem é que ela era.

Recordo-me perfeitamente de me sentar numa das cadeiras, entediado. Já estava cansado de dançar com as donzelas das outras famílias. Fiquei lá durante alguns minutos a observar os outros a dançar, até que reparei na varanda daquele palácio enorme. O céu estava limpo, o que permitia ver as estrelas perfeitamente. Levantei-me, com um sorriso no rosto, e dirigi-me para a varanda.

E quando lá cheguei, estranhei não ter visto ninguém lá. Afinal de contas, aquele era sem dúvida o melhor sítio do palácio. Como o baile de máscaras dava-se no último andar do castelo, a vista era óptima. Mesmo assim, dava para ver que o jardim estava coberto de rosas que eram iluminadas pela lua.

– Gostaria de poder caminhar entre as estrelas.

Voltei-me e vi uma garota de cabelos rosas com um longo vestido preto com detalhes brancos, com uma máscara nas mesmas cores que somente lhe tapava os olhos. Pisquei os olhos várias vezes enquanto ela se aproximou da varanda. Por algum motivo aquela pessoa parecia-me familiar de algum modo, mas não conseguia relacioná-la com ninguém. – Pelo menos elas nunca estão solitárias.

– Porque não? – Perguntei desinteressadamente, desviando o meu olhar para as estrelas.

– Porque elas têm-se umas às outras. Por muito longe que elas estejam umas das outras…basta lembrarem-se que todas estão na mesma galáxia e que, como tal, nunca irão estar sozinhas.

– Isso não faz muito sentido. – Desviei o meu olhar para ela novamente, um pouco mais curioso. Pude ouvir uma pequena risada sarcástica vinda dela, enquanto ela ajeitava os seus cabelos que se encontravam soltos.

– Está bem. E se eu te demonstrar um exemplo?

– Está bem… – Respondi, meio inseguro. Antes que desse por mim, ela pegou na minha mão e arrastou-me para o salão de dança novamente. E mal ela parou, voltou-se para mim e começou imediatamente a dançar. Fiz o mesmo, fazendo uma expressão confusa.

– Ora vejamos. Das pessoas que estão aqui, quantas delas tu conheces?

– Várias, claro. Há a Gumi, a Miku, o Kaito e–

– Não me estou a referir às pessoas que tu sabes que estão aqui. Estou a referir-me aqueles que tu sabes quem são por baixo da sua máscara.

Ficámos em silêncio durante alguns instantes enquanto dançávamos. – Não sei. Acho que ninguém.

– Ora vês. E como te sentes exactamente?

– Normal…?

– Não, não. Sozinho, ou acompanhado?

– Acompanhado. Com tantas pessoas ao meu redor–

– Não, Len. O que eu te estou a perguntar é o que tu sentes, não o número de pessoas ao teu redor.

A música que estava a tocar acabou e iniciou-se outra. Aproveitei o momento para ir novamente até à varanda, sendo seguido por ela.

– Está bem, talvez me sinta sozinho por não conhecer ninguém e não saber a quem me dirigir.

– Vês?

– Então…querias caminhar entre as estrelas para nunca te sentires sozinha?

– Exactamente. – Pela primeira vez naquela noite ela esboçou um sorriso, fazendo com que eu virasse a cara. – Fico feliz que tenhas percebido o que é solidão.

– Sentires-te sozinho e que não pertences a lado nenhum.

Antes que ela tivesse tempo de responder, a música cessou e os anfitriões do baile foram fazer os seus discursos de despedida. Quando eles terminaram e voltei o meu olhar para ela, apercebi-me que ela já lá não estava. Olhei em redor à procura dela e encontrei-a a caminhar lentamente pelo jardim. Por algum motivo, saí a correr o mais que podia até ao jardim.

– Ei, espera!

– Voltaremos a ver-nos eventualmente, Kagamine Len.

Abri a boca para falar, mas foi então que me apercebi de uma coisa estranha. – Eu não te disse o meu nome. Como é que sabes quem eu sou?

Ela riu baixinho e retirou um leque preto da sua mala. Abriu-o delicadamente e posicionou-o à frente da sua boca. – Quem sabe.

– Pelo menos diz-me o teu nome. Quer dizer, como é que é suposto eu saber quem tu és sem ele?

– Não é suposto saberes. Eu saberei quem tu és, não te preocupes. Mesmo que, como eu, utilizes uma máscara diferente todos os dias…eu ainda te conseguirei identificar.

E tão depressa quanto ela havia vindo até mim, ela desapareceu pelo meio das rosas.

Preto significa a ausência de luz. Vide...a solidão.



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Notas finais do capítulo

Para quem não tem afinidade com o inglês, o suposto título da fic significa "nenhum número de máscaras é capaz de demonstrar a minha verdadeira emoção". Talvez mais para a frente na fic percebas OTL
Anyway...reviews para me dizer que eu devia tomar vergonha na cara e parar de escrever porcaria? Q