Os Outros escrita por Sochim


Capítulo 7
Uchiha e Sabaku


Notas iniciais do capítulo

A batalha campal termina de forma inesperada.



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Atrás das grades que cercavam o campo, escondidos da vista dos alunos, dois rapazes assistiram a cena com atenção. Um deles parecia se divertir com o que via, embora soubesse que não era a melhor hora para rir. Ele olhou para o companheiro, tentando adivinhar seus pensamentos e o que fariam a seguir.

Eles tinham visto a confusão começar e agora estavam parados, esperando o melhor momento para intervier, caso fosse preciso. Cada vez mais impaciente, Kankuro olhou para seu companheiro e perguntou, ansioso:

— E aí, vamos ficar aqui a tarde toda?

— E o que você pretende fazer? — perguntou o outro. — Entrar lá e bater em todo mundo?

— Claro que não — respondeu Kankuro, olhando mais uma vez para a batalha que era travada a poucos metros deles. — Eles são só garotos, mas são muitos.

— Exatamente.

— Eu só quero tirar o meu irmão de lá — disse Kankuro, vendo quando Sasuke chutou as costelas de Gaara. — Eu vou matar o seu irmão.

— Preocupe-se com o seu irmão, que eu me preocupo com o meu.

— E então?

— Por que eu tenho que decidir tudo? — perguntou Itachi, achando graça.

— Porque quando eu decido, quem se ferra é você.

Itachi riu, porque era verdade.

— Vamos, então.

— Finalmente!

Naruto olhou para o outro ado do campo, pensando ser a única pessoa, no meio de todos aqueles alunos, que percebeu a chegada de convidados de última hora. No entanto, Shino e Lee pararam ao lado dele, olhando na mesma direção. Foi Lee quem falou primeiro:

— Quem são eles?

— Os irmãos… — respondeu Shino, pegando a câmera da mão de Lee e tirando foto dos dois recém chegados.

Lee olhou para Naruto, procurando por mais informação, mas o garoto estava chocado demais para falar.

Kankuro e Itachi tinham dado a volta na cerca e entraram no campo, indo direto para onde estavam seus irmãos mais novos. Pararam por um momento na lateral do campo, um pouco impressionados com algumas cenas grotescas da confusão.

— Vamos depressa — Itachi bateu no ombro de Kankuro e os dois seguiram em frente.

Dentro de campo, a batalha já estava parcialmente controlada, sobrando apenas os dois astros principais, que permaneciam absortos em sua própria disputa, sem perceber o que se passava ao redor. Gaara cuspiu sangue e limpou o nariz com a mão, levantando-se para encarar Sasuke. No entanto, viu a expressão de seu rival mudar, antes de sentir uma mão tocar seu ombro e o puxar para trás.

— Há quanto tempo, Gaara! — disse Kankuro, rindo da expressão do caçula. — Você não mudou nada.

— Sabe, olhando assim… — ia dizendo Itachi, surgindo detrás de Kankuro. — Ele me lembra de você.

— Nem vem com essa! — rebateu Kankuro. — O seu irmãozinho parece uma miniatura de você!

Itachi riu e, só então, virou-se para Sasuke, que o olhava com uma expressão que era uma mistura de confusão e raiva.

— É, você tem razão — disse Itachi, aproximando-se do irmão mais nov. — Ele se parece muito comigo.

Minutos depois da interferência de Kankuro e Itachi, alguns carros da polícia apareceram e resolveram o problema com o restante dos alunos. O pessoa do jornal, que estava no meio do campo, junto com os Populares e os Impopulares, tiveram que explicar mais de uma vez o que estavam fazendo ali, mas foi somente com a ajuda de Tsunade que conseguiram convencer os policiais de que não tinham envolvimento na confusão.

— Certo — disse o policial, por fim, liberando o grupo. Ele se virou para  os carros da polícia, onde alguns alunos estavam detidos e se voltou para a diretora. — Vamos levar aqueles para a delegacia. Precisamos entrar em contato com os pais.

— Será que não há outro jeito? — perguntou Tsunade, advogando a favor dos alunos.

— Não senhora — disse o policial, sem se abalar pelo apelo da mulher. — Eles serão levados para a delegacia e cada caso será estudado individualmente.

Tsunade ainda tentou argumentar, mas não teve jeito. Shino aproveitou que o policial se afastou.

— Diretora…será que nós podemos ir para a sala do jornal, agora? Nós precisamos preparar a edição de amanhã…

— Tudo bem, Aburame — respondeu ela, parecendo exausta. — Podem ir.

Os garotos entraram na sala sem trocar uma única palavra. Shino, logo que entrou, tratou de ligar o computador e dar ordens aos companheiros.

— Tenten, prepara o vídeo. Dependendo do que você tiver aí, a gente nem edita, coloca na íntegra.

— Não vamos editar? — perguntou Tenten, confusa, Shino era o rei da edição.

— Não. Vamos ver o que você tem aí.

Tenten se pôs a trabalhar. Shino esperava o computador ligar, com uma das pernas agitando-se freneticamente.

— Chouji, você tem o áudio…?

— Não precisa pedir duas vezes — disse Chouji, ligando outro computador.

— Como é que vocês dizem? Eu não peço, eu mando — disse Shino, em tom de brincadeira, fazendo com que todos o olhassem surpresos.

— Você está gostando demais dessa situação, né, Shino? — perguntou Kiba.

Shino olhou para ele e, pela primeira vez, notou a garota Hyuuga parada ao lado do garoto.

— Hinata, não é? — perguntou, olhando-a por cima dos óculos escuros.

— É.

— Você não pode ficar aqui, desculpe — disse, sem cerimônia.

— Ah, tudo bem — disse a menina, sem graça. — É melhor eu ir.

— Não, Hinata. Espera — interveio Kiba, fazendo sinal para que ela ficasse.

— Ela está com a gente, Shino — ajudou Naruto.

— Não tem problema, eu posso ir — Hinata virou-se para a porta, mas Shino a chamou.

— Espera — quando Hinata olhou-o, Shino continuou, com um sorriso que nele parecia estranho. — Eu soube que você não se dá bem com o seu primo.

Hinata arregalou os olhos para ele, tão ou mais surpresa que os outros presentes.

— Como você sabe disso?

— O seu pai foi viajar, não foi? Você vai ficar com a gente na República também, não é?

— Eu…

— Sim? Não?

— Para com isso, Shino — Naruto irritou-se com o comportamento do garoto. — Por que você tem que ser tão desagradável com todo mundo?

Shino olhou-o sem responder. Virando-se novamente para Hinata, ele tentou sorrir.

— Desculpe-me, Hinata — era impossível saber se aquele sorriso era sincero ou não, mas funcionou para deixar a garota mais relaxada. — Já que temos algo em comum, talvez você queria se juntar a nós. Afinal, vai precisar de ajuda para lidar com o Neji.

— Eu nunca precisei de ajuda para lidar com ele — retrucou Hinata. — Mas eu gostaria de me juntar ao jornal.

Naruto não tinha certeza se aquilo era uma boa ideia e, pela expressão de Kiba quando seus olhares se cruzaram, ele soube que o amigo pensava a mesma coisa.

— Então pode começar agora mesmo — disse Shino, dando as costas para todos eles. — Vamos ao que interessa. Shikamaru, Naruto… vocês fizeram o que eu pedi?

— Você não pede, você manda… — disse Shikamaru, entregando as anotações junto com as de Naruto, que não queria se aproximar de Shino, provavelmente com medo que ele o atacasse com suas crises de mau humor.

Shino deu uma passada de olhos pelas anotações de Shikamaru e sua expressão séria foi suficiente para que o garoto soubesse o que aquilo significava.

— Eu decifro isso — disse Shikamaru, pegando as anotações de volta.

Shino passou então para as anotações de Naruto. Sempre que ele pegava seus textos para ler, Naruto ficava apreensivo. Ele sabia que cometia erros gramaticais, escrevia muitas coisas redundantes e às vezes comia palavras, na pressa de chegar onde queria. E Shino reparava em tudo. As criticas irritavam um pouco, mas Naruto sabia que elas o ajudavam a melhorar sua redação.

No entanto, tudo o que ele tinha eram anotações vagas sobre coisas que tinha visto e coisas que sabia sobre os envolvidos. Shino lhe devolveu o papel.

— Consegue transformar isso em um texto até às seis?

— Sim — respondeu Naruto e foi se sentar em um computador, para começar a escrever.

— Hinata, posso te pedir um favor? — perguntou Shino, olhando para a menina, que ainda não sabia o que fazer. Ela confirmou com a cabeça. — Pode passar isso aqui para o computador? — pediu, entregando a ela seu caderno de anotações e se levantando.

— Tudo bem.

Shino deu espaço para ela e saiu da sala, sem falar nada com ninguém.

— Esse cara é muito estranho — disse Kiba, sentando-se numa mesa próxima de Tenten.

— Ele sabe ser desagradável — concordou Shikamaru, apertando os olhos para a própria letra. — O que eu escrevi aqui? — perguntou para si mesmo.

— Aonde ele vai? — perguntou Chouji. — E onde está o Lee?

Ninguém sabia, mas Naruto não se importava. Ele tentava pensar no que iria escrever. Aquela tarde tinha sido cheia de eventos absurdos e lamentáveis. Não sabia por onde começar. E também não tinha certeza se queria colocar no papel tudo o que sabia, porque parecia haver uma ignorância geral entre os seus colegas sobre o motivo de Gaara e Sasuke serem rivais. Quando abriu o editor de textos, Naruto se perguntava até que ponto valia a pena mexer naquele assunto.


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Notas finais do capítulo

(Editado em 19/03/2024)



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