Os Outros escrita por Sochim


Capítulo 17
Quase como irmãos. (editar)


Notas iniciais do capítulo

Esse cap. é dedicado aos irmãos. Que eu acho uma das relações mais bonitas e importantes, dentre as demais relações humanas. Mais importante que a relação entre amigos, que, quando é muito forte, torna-se fraternal. Adoro histórias que têm irmãos e não poderia deixar de entrelaçar meus personagens nisso também. Claro que, quando somos muito próximos de nossos irmãos os consideramos como amigos, o que iguala as condições de ambos, mas... Amigos vêm e vão... Irmãos são para sempre. Barbieeeeeeeeee Te amo!!!!!!!!!!!!



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Itachi estava sentado no capo do carro, em frente á oficina do pai, onde Sasuke acabara de entrar para falar com o homem. Ele apenas sentia o vento com o pensamento longe, no passado. Sentia falta dos tempos de escola. Não apenas pelas responsabilidades que eram consideravelmente menores, mas pelas coisas que já não se orgulhava muito. Não podia negar que era realmente muito boa a sensação de estar no topo, ser reconhecido como o melhor e, mais do que tudo isso, ter um inimigo declarado. E era divertido armar paraa Kankuro e o grupo dele se ferrarem. Especialmente quando no final do dia as famílias Sabaku, Uchiha e Namikaze se encontravam para mais um dos jantares entre amigos que adoravam fazer.

Quando a situação era inversa e Kankuro era quem aprontava para cima de Itachi, o primogênito dos Uchiha tinha um amostra de como o outro se sentia e o ciclo de vingança entre eles permanecia inalterado. Era esse jogo que fazia tudo ficar interessante.

Se parasse para pensar, era inevitável que os dois acabassem amigos. Ainda que tivessem brigado com socos e pontapés algumas vezes e levado muitas broncas dos pais, a relação deles nunca ultrapassou certos limites, como estava acontecendo com seus irmãos. Perto deles, Itachi e Kankuro não passavam de amadores.

Quanto mais pensava nisso, mais acreditava que os motivos que moviam aqueles dois não faziam sentido nem mesmo para eles. Itachi se lembrava bem de como Naruto, Gaara e Sasuke eram quando crianças. Gaara era um garoto tímido, que quase não falava. Vivia pelos cantos, apenas observando tudo e todos. Sasuke não era tão calado, ainda que se soltasse mais na presença de pessoas conhecidas. Seu problema era a insegurana e dificilmente conseguia fazer as coisas sozinho. Naruto era exatemente o oposto de uma cruiança tímida e insegura. Falava demais, quase gritando, corria sempre que dava vontade, quebrava os próprios brinquedos como uma facilidade incrível, não gostava de cumprimentar as pessoas que chegavam e quase sempre fugia do beijo das mães de Gaara e Sasuke. Era um garoto divertido, sem dúvida, mas mimado. O que mais gostava de fazer era aprontar com os colegas, não apenas de sua sala, mas da escola inteira... E com os professores, sempre que possível. Eventualmente, arrastava os amigos para a diretoria junto com ele.

À medida que eles cresciam, a influência de Naruto ficava mais evidente e as visitas dos três ao diretor mais frequentes. Fugaku Uchiha não gostava nada do caminho que seu filho mais novo estava seguindo e temia que ele ficasse igual a Itachi. Kenn Sabaku[1] ao contrário, não se importava. Dizia que era "coisa de criança" e que um dia passaria.

 

— Isso é porque você também não costumava ser o melhor aluno da escola na nossa época. - Rebateu Fugaku, sem encarar Kenn. - Você passava mais tempo na diretoria que na sala de aula!

— Não só eu, caso você tenha se esquecido. - Kenn retrucou, ainda rindo, mas Minato percebeu que seu sorriso vacilou por um momento.

— Não tanto quanto você. - Fugaku levantou-se da cadeira. - Quantas aulas você matava por semana?

Kenn não respondeu, apenas encontrou o olhar de Minato e suspirou. Os três estavam no escritório da oficina, durante o horário de almoço. Um dia antes, seus filhos receberam suspensão por três dias, por quebrar os vidros da sala enquanto jogavam com o estojo de uma menina como num jogo de "bobinho". As esposas ficaram realmente furiosas e os maridos tiveram de levar os garotos para o trabalho junto com eles. Enquanto os adultos discutiam a educação dos filhos dentro da sala, os três garotos brincavam com as ferramentas de trabalho.

— Já pensou se a gente herdar esse lugar? - Disse Gaara, fingindo mexer no motor de um carro.

— Eu não quero ser mecânico. - Protestou Naruto, largando as ferramentas que mal sabia o nome de lado. - Eles vivem sujos...

— E você fedendo. - Disse Sasuke.

— Eu não! Você é que fede!

— Os dois fedem! - Gaara riu, recebendo os olhares dos dois. - O que é?

— Se a gente fede, você também.

— Todo mundo fede para você, Sasuke.

— Cala boca Naruto.

Dentro da sala, Minato tentava manter o humor dos dois amigos num nível aceitável. Fugaku e Kenn tinham temperamentos fortes muito parecidos, o que provocava longas discussões e exaultação das duas partes. Era difícil dizer quem perdia a cabeça primeiro e quem voltava ao normal antes do outro. Mas era fácil perceber quem sempre se ferrava quando eles discutiam.

— Gente, por favor... Vamos discutir isso depois. - Disse, antes que Fugaku abrisse a boca novamente. - Temos trabalho a fazer.

Fugaku encarou-o, mas não se moveu.

— Você sabe que é esse seu filho que está influenciando o Sasuke, não sabe?

— Ah, por favor. - Intrometeu-se Kenn. - E o Itachi com certeza não tem nada a ver com isso, né? Pelo amor de Deus, Uchiha. Sasuke adora o irmão. O imita o tempo todo. Se o Naruto fez alguma coisa, foi apenas dar uma chance para o seu filho fazer o que ele queria.

— Isso já é o suficiente! - Retrucou Fugaku, voltando-se para Kenn e de novo para Minato. - Você tem que ser mais firme com esse garoto, Namikaze. Ele não pode fazer o que quer desse jeito.

— Você tem razão nesse ponto, Uchiha, mas deixe que eu mesmo cuide da educação do meu filho.

— Você é mole demais.

Minato respirou fundo. Tivera uma longa briga com a mulher na noite passada pelo mesmo motivo e aquele não era o melhor momento para acusá-lo de ser um mau pai.

— Se você continuar a se meter na minha família, eu vou me meter na sua e eu sei que você não quer isso. - Falou pausadamente, encarando Fugaku nos olhos, sendo assistido por um surpreso Kenn. - Se existir algum especialista em educação de criança, eu pedirei conselho a ele e não a você.

— Namikaze... - Chamou Kenn, mais calmo, achando melhor não insistir naquele assunto. Se chegara ao ponto de tirar Minato do sério, as coisas poderiam ficar realmente feias. - Vamos... Temos realmente muito trabalho hoje.

Minato e Kenn sairam do escritório, deixando Fugaku sozinho com seus nervos.

 

Itachi não sabia muito sobre a amizade daqueles homens. Porém, pelo que via nas fotos antigas que Fugaku tentara se livrar, seu pai sempre sorria quando estava perto deles, o que dificilmente acontecia agora. Parecia outra pessoa.

"Kenn se diz inocente... E acusou meu pai. Mas por que meu pai faria uma coisa daquelas com um amigo? Não faz sentido. Apesar que foi o Kenn que ensinou tudo para meu pai e o Minato. Cometer um erro assim seria ridículo. Mas mesmo assim... Tem alguma coisa estranha."

— Pensando no quê?

Itachi olhou para o lado de onde viera aquela voz. Uma garota alta, de cabelo castanho e olhos da mesma cor, aproximava-se sorridente. Ele a olhou por um momento, pois não a via há muito tempo, desde que fora embora para morar no centro da cidade. Desde o sorriso que ela dirigia a Itachi, até o modo como se vestia agora não lembrava em nada a menina que ele conhecera há muitos anos. Estava bonita e parecia de bem com a vida. Hana Inuzuka mudara bastante. Não parecia mais a presidente do grupo de jornalismo dos tempos em que estudavam juntos e que fazia da vida de Kankuro e Itachi um pequeno inferno.

— Oi. Quanto tempo. Você está mudada.

— Você também. Gostei do cabelo comprido. O ar rebelde pelo visto continua intacto com o passar dos anos.

— Ah... É. Mas não faz tanto tempo assim.

— Tempo o suficiente para muita coisa mudar. - Hana sorriu ainda mais. - Fiquei sabendo que você e o Kankuro ficaram amigos.

— É. - Itachi lembrou-se de alguns momentos passados na antiga escola e riu. - Quando eu me mudei para o centro, ele se mudou na mesma época e acabamos como vizinhos em um prédio do centro.

— Duas pessoas que se odiavam dividindo o mesmo prédio deve ser horrível! - Hana caçoou.

— Quem sabe não possamos nos tornar amigos também. - Disse Itachi, referindo-se a ele e Hana.

— Eu jamais seria amiga dos dois garotos mais idiotas da escola! - Respondeu Hana, rindo. - Mas posso pensar no assunto, se acreditar que vocês mudaram.

— Eu não sei quanto ao Kankuro... Mas eu mudei! - Respondeu Itachi depressa.

— Não sei se posso confiar em você.

— É um risco.

 

*

 

Kankuro devolveu o refrigerante à geladeira, quando Temari lhe lançou um olhar assassino e arrancou o carrinho de supermercado das mãos dele.

— Temari, eu não posso entrar em abstinência de refrigerante só porque você está de regime.

— Não estou de regime. Eu não preciso de regime. - kankuro revirou os olhos enquanto ela continuava. - mas isso não significa que eu não possa e não deva cuidar da saúde da minha família. Aliás, o que você comeu esses anos todos em que esteve fora?

— Nossa... Quer a lista completa? Tudo bem... Mas, posso começar de trás pra frente, é mais fácil para lembrar...

— Engraçadinho. Aposto que só comeu besteira.

— Não. Pizza com refrigerante. Macarrão com refrigerante. Pipoca com refrigerante. Aqueles salgados de festa com refrigerante, mas sem a festa...

Temari ignorou a brincadeira pelo seu próprio bem e empurrou o carrinho lotado até a fila dos caixas.

— Cadê o nervosinho? - Perguntou o mais velho, olhando em volta.

— Ah... Ali. - Temari apontou para um corredor mais distante, em que Gaara estava conversando com uma menina de longos cabelos loiros, presos em um rabo de cavalo e uma mexa na frente do rosto. - Bom gosto. - Comentou. - Acho que perdemos ele.

— Será que aquilo vai demorar muito? - Kankuro perguntou impaciente.

— Não. - Temari deu de ombros.

— Como sabe?

— Olha para a menina. - Kankuro obedeceu e Temari continuou. - Estou te dizendo ela já está na dele. O Gaara é bom nisso.

— E a gente vai esperar o galã ou...?

— Vamos dar um tempo para ele. - Temari sorriu, entrando em uma fila que não era nem a menor, nem a maior.

— Você sabe que ele jamais faria isso por você, não é?

— Eu sei. Mas eu só preciso que ele não atrapalhe e isso ele tem feito muito bem.

Kankuro sorriu, mas imaginar sua irmã namorando quem quer que seja não era uma visão muito agradável. Também era estranho ver Gaara com aquele sorriso no rosto, conversando tão próximo de uma garota que mal conhecia, mas era bom ao mesmo tempo, poder vê-lo com um garoto normal.

— E você? Namorando?

— Estou bem assim.

— Não tem ninguém em vista?

— Tenho claro... Mas ele é tão lento. Acho que tenho que chegar nele logo.

— Quem é ele? - Kankuro tentou usar um tom despreocupado e, para isso, evitou olhar para a irmã, para não se entregar.

— Um garoto do colégio... - Temari interrompeu-se e encarou-o. - Você não combina com o tipo ciumento, Kank.

— Não estou com ciúmes! Estou apenas... Perguntando quem é o infeliz, desgraçado, desocupado e inútil que anda roubando minha irmã de mim.

Temari deu uma gargalhada.

— Pára com isso!

Os dois irmãos estavam quase chegando no caixa, quando Gaara juntou-se a eles, ainda com um resquício de sorriso no rosto.

— Quero nome, sobrenome, telefone e endereço dessa fulaninha. - Temari foi logo falando, mas perdeu o riso com o olhar que Gaara lhe lançou.

— Ino, Yamanaka, telefone eu não tenho e endereço menos ainda. Mas sei que mora no centro.

— Não pegou o telefone? - Kankuro perguntou quase sem querer.

— Não. Peguei o e-mail. - Gaara mostrou um papel sobrado para eles, mas não deixou que fossem mais longe no assunto. Olhou para as coisas no carrinho. - Não tem refrigerante?

Kankuro riu, olhando para Temari.

— O que vocês tem com esses malditos sucos industriais, superficiais e gasosos?

— Também conhecido como refrigernante. - Kankuro provocou.

— O que você tem contra eles? - Devolveu Gaara, afastando-se. - Vou pegar lá.

— Unidos pelo refrigerante! Que patético! - Temari reclamou.

— Melhor que nada.

— Tente não atropelar as coisas com o Gaara. Se for rápido demais, ele se esquiva.

— Estou indo o mais devagar possível, mas é lento demais para mim.

— Lento? Você mal chegou e já bateu nele duas ou três vezes!

— Isso porque ele é idiota! E foi tão bom!

— Imagino. E te invejo, mas não foi um bom começo...

Kankuro não respondeu, pois Gaara logo chegou. O assunto não foi muito mais longe que isso, embora o clima entre os três irmãos estivessem melhor. Até quando duraria?

 

*

 

Naruto estava na cozinha, preparando um macarrão estantâneo para comer, com os poucos recursos que tinha disoníveis na casa, quando ouviu alguém bater na porta. Ainda era meio dia, mas mesmo assim seu estômago deu uma revirada. Deixou o macarrão no fogo e foi para a sala. Deu uma olhada rápida pelo vidro da porta, na altura de seus olhos e soltou o ar aliviado. Abriu a porta.

— Pensei que você preferia visitar a Hinatinha. - Brincou, deixando Kiba entrar.

— Eu fui lá ontem, mas para falar com o Shino. Ele está estranho.

— Ele está legal. - Corrigiu Naruto.

— Então. Justamente. O que aconteceu para termos esse milagre?

— Tenten. - Naruto informou, voltando para a cozinha.

— Ela falou com ele? - Kiba perguntou distraído, olhando para a casa. - Legal sua casa.

— Você não percebeu? Eles estão de rolo.

— Quê? - Kiba sentou sobre a pia, ao lado de Naruto. - Desde quando?

— Não sei. Não sei nem se já rolou alguma coisa, mas, está na cara.

— Que nojo.

— Por quê? - Naruto riu.

— Sei lá. É meio estranho. A Tenten é... Não sei explicar... E ele também...

— Como diria o Shino... Você não é muito eloquente, né?

— Acho que não.

— Já almoçou?

— Já.

Naruto olhou para ele e refez a pergunta.

— Quer comer mesmo assim?

— Quero.

Minutos depois, Kiba foi o primeiro a terminar a comida. Naruto estava com a mente longe, o que fazia com que mal tocasse o prato.

— Cara. Está um sol muito quente lá fora, como há muito tempo não tinha. Como consegue ficar dentro de casa?

— Se eu for lá fora as crianças que tem aqui, vão me alugar. Não podem me ver que grudam em mim.

— Oh... Que fofo. Daí você vira babá deles, é? Que lindo. Não acredito que estou perdendo isso.

— Você adoro rir da desgraça dos outros.

— Só quando é engraçado.

— Só quando é patético, você quer dizer.

Kiba passou o resto do domingo na casa de Naruto, com a condição de deixar todas as janelas possíveis abertas. Falaram dos mesmos assuntos, voltando sempre para Hinata, Shino e Tenten.

— Você preferia estar nos Impopulares, né? - Perguntou Naruto, depois de Kiba contar algumas de suas histórias no grupo.

— Não, cara...

— Não? Eu preferiria. - Naruto confessou, dando de ombros. - Não fala pra ninguém cara, mas... - Kiba ajeitou-se no sofá. - Eu queria estar lá. No meio daquela bagunça. Batendo, apanhando, não importa. Às vezes eu penso nisso. E se eu tivesse entrado para um dos grupos logo que cheguei?

Kiba suspirou, voltando a se largar no sofá.

— Esquece isso, Naruto. Não vale a pena.

— Vai dizer que não era emocionante fazer o que você fazia.

— Era. Era incrível. Era demais. Eu estava no topo. - Kiba encarou-o sério. - Mas tinha gente mais alto que eu. E mesmo assim a queda doeu. - Naruto não teve resposta. - A sua única chance seria estar no lugar do Sasuke ou do Gaara. Porque entrar no grupo deles não era uma opção para você.

— Como assim?

— Eles... - Kiba hesitou, desviando os olhos. Depois, fitou Naruto e continuou. - Eles não queriam te bater. O Gaara e o Sasuke inventavam desculpas para que você não apanhasse de ninguém. Não queriam ser os culpados por acabar com você.

— Por quê? Eles me odeiam.

— Disso eu não duvido. Mas você não entende como aquilo funciona.

— Então me explica.

Kiba suspirou, mas concordou em explicar e contar o que sabia. Incluindo o modo como Naruto foi "jogado" no grupo de jornalismo e a trégua dos Populares e dos Impopulares durante o último campeonato, em que "não bater no Naruto" fazia parte do acordo. A cada palavra que falava, sentia-se mais leve com a culpa, mas sentia-se envergonhado por ter participado daquilo e por ter demorado tanto para falar a verdade.

— Eu demorei para entrar n'Os Outros, não por querer voltar para os Impopulares. Em parte por isso, sim. Mas principalmente porque eu não tinha coragem de te falar isso. Só que naquela época eu não sabia da relação de vocês. Eu nunca imaginaria que você e eles foram amigos.

Naruto ficou calado, repassando as informações. Aquilo era sujeira demais. Que tipo de pessoas...?

"Mas porque eu fazia parte do acordo? Só porque fui amigo deles? Se fosse assim, eles nem se enfrentariam desse jeito... Merda! Não consigo entender esses caras."

— Naruto...?

— Oi...

— Está tudo bem?

— Não. - Naruto levantou os olhos para ele. - Mas eu vou fazer com que fique tudo bem essa noite.

— Do que você está falando?

— Naquele dia, em que o Gaara mandou você dizer que ele queria falar comigo, eu encontrei com ele e o Sasuke no banheiro...

— Na aula da Anko? Mas... No banheiro?

— É. Eu não sabia que eles estavam lá. Estavam discutindo e... Enfim... Ficamos de resolver as coisas essa noite.

— Como assim? Resolver as coisas onde?

— Eu não sei. Coisa do Gaara. Aqui em casa.

— Não sei se é uma boa idéia, cara.

— Não quero saber se é ou não uma boa idéia. Já chegou num ponto ridículo. Eles podem acabar comigo essa noite, que eu não estou nem aí. Mas eu não vou ser a escada para eles chegarem no topo. Não mesmo.

— Que horas?

— Às oito.

— Então eu vou ficar. - Garantiu Kiba. - Não vou deixar você sozinho com aqueles caras.

Naruto riu, quebrando um pouco a seriedade daquela conversa..

— Fala a verdade, você está doido para socar alguém de novo.

— Eu tenho umas contas para acertar com o Gaara. - Kiba riu também.

— E eu com o Sasuke. Dessa vez ele estará sem os amiguinhos dele.

 

*Três horas*

— O tempo demora para passar quando a gente está ansioso, né?

— É.

— Não tem nada mesmo para fazer por aqui, né?

— Não muito.

— Aposta quanto que um deles não vem?

— Aposta quanto que nenhum deles vêm?

 

*Seis e meia*

— Quem você acha que não vem?

— O Sasuke.

— Por quê?

— Por que foi o Gaara que propôs isso aqui.

— Você me conta tudo pela metade.

— Fica mais interessante assim. Um bom contador de história sempre deixa o ouvinte querendo mais.

— E não sabe calar a boca também.

 

*Sete e quarenta e cinco*

— Quinze minutos para a verdade. Huahahahaha...

— Que risada é essa?

— Quando o tédio chega no seu limite, a gente chega no auge da idiotice.

— Pensei que você já tinha chegado no seu auge há muito tempo.

— A gente sempre pode se superar.

— Você é o meu exemplo, Kiba Inuzuka.

Uma batida na porta chamou a atenção deles. Kiba ajeitou-se no sofá, espreguiçando-se lentamente, enquanto Naruto ia sem pressa atender à porta.

— Entra. - Disse, abrindo espaço para Gaara. - Não fique a vontade e tente não esbarrar em nada.

— Como se tivesse alguma coisa valiosa aqui.

— Tem. A memória dos meus pais!

Gaara não retrucou, apenas olhou para dentro da sala, encontrando Kiba sentado no sofá, encarando-o.

— Espero não estar atrapalhando.

— Sem piadas, okay?

— Okay. Imagino que ele já saiba. - Gaara apontou para Kiba.

— Sabe o suficiente.

— Então... O Sasuke ainda não chegou?

— Não. Nem sei se ele vem.

— Ele vem. - Garantiu Gaara. - Na última vez que eu achei que ele daria para trás ele apareceu.

— Com um pouco de sorte, dessa vez acontece o contrario. - Comentou Naruto. Pelo visto, somente ele tinha certeza que tanto Gaara quanto Sasuke apareceriam naquele campo.

— Sorte demais para mim.

 

*Oito e quinze*

Naruto levantou novamente para atender a porta e deixou Sasuke entrar. O garoto trazia uma garrafa de bebida, que Naruto olhou com desconfiança e vontade.

— Cortesia do meu irmão.

— Entra.

— Um convidado de última hora? - Perguntou Sasuke, encarando Kiba.

— Eu não sei o que você está planejando para hoje, mas... Essa garrafa fica comigo. - Cortou Naruto, pegando a garrafa e tirando a tampa sem cerimônia.

— Quer ficar bêbado, Sasuke? - Perguntou Gaara.

— Assim fica mais fácil te aguentar.

— Eu digo o mesmo. Para os dois. - Concordou Naruto, dando um gole na bebida e passando para Kiba. - Podemos começar?


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Notas finais do capítulo

[1]Kenn Sabaku - Pai de Gaara, Temari e Kankuro. (sei que o nome dele não é esse, mas eu não posso ficar chamando o cara de "sr. Sabaku" o tempo todo, posso? Se alguém souber o nome verdadeiro, por favor.. O nome da mãe também ajudaria.

Gente, detesto fazer isso, mas será que podem ler também a minha OneShot de ShinoXTenten e NejiXTenten - Suspiros na escuridão?
http://fanfiction.nyah.com.br/historia/16264/Suspiros_na_escuridao
Por favor!!!!!!!!!!!!!!!! XP

Beijão......... E desculpem a demora...