Em Busca das Almas Perdidas escrita por vivaopato


Capítulo 3
Descubro como almas matam mantícores


Notas iniciais do capítulo

aviso importante no final!



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            No meu sonho, eu estava parado de pé numa biblioteca imensa. Imensa mesmo, parecia conter todos os livros já escritos. À minha frente, havia uma escrivaninha escura de madeira, com um abajur em cima e duas pilhas de livros grossos. Sentada numa cadeira atrás da escrivaninha, estava Atena.

            Ela usava um terninho preto feminino e uma blusa cinza de lantejoulas. Seu rosto era inexpressivo, mas eu podia ver a tensão em seus olhos. Ela me estudou intensamente e disse:

            - Olá, Nico. Não tenho muito tempo, então ouça com atenção. É preciso que você recupere rápido as almas, porque elas estão... perturbando os mortais, causando certo distúrbio e bagunçando as mentes dos humanos.

            “Eles conseguem vê-las, porque as almas não são mágicas e por isso não são encobertas pela Névoa. Eles estão achando que estão loucos, e como algumas mortes não são muito... pacificas, os cadáveres destroçados assustam terrivelmente os mortais.

            “Mais uma coisa, Nico, Mors não é eterna, você precisará viajar nas sombras em certo ponto de sua busca. Pode ser que se perca, porque as sombras estão confusas com a soltura das almas. Encontrará em sua mochila mais uma coisa. Um presente meu. Use-o com cuidado e apenas em casos de extrema urgência, onde sua vida corra real perigo.

            “Tenho um pedido também, Nico. Meu filho Dédalo também foi evocado. Melinoe arrancou do Mundo Inferior apenas as almas mais amarguradas. Apesar de tudo, Dédalo carrega muita revolta. Ele tentará reconstruir o Labirinto. Não deixe que ele o faça. Recupere-o rapidamente. Vá para o Acampamento. Encontrará 2 outras almas evocadas a caminho de lá. Você entenderá depois.

            “Adeus, filho de Hades. Boa sorte.

            Então eu acordei e vi Mors me olhando. Provavelmente, ela havia tido o mesmo sonho que eu.

            Sim. Isso só torna as coisas mais sérias ainda, Nico. Temos que nos apressar.

            Sei disso, Mors.

            Retruquei ríspido. Me levantei e fui até minha mochila. Tinha um apito de gelo estígio lá dentro. Devia ser o presente de Atena.

            Pra que serve?

            Não sei. Parece que vamos ter que descobrir sozinhos.

            Então eu fui até o banheiro e tomei um banho rápido. Eu e Mors descemos e encontramos Afrodite e suas filhas ainda rebolando. Ao redor delas, havia uma multidão aplaudindo e assobiando. Fui atravessando com dificuldade e quando elas me viram, pararam de dançar e pareceram tristes. A multidão se dispersou e Afrodite me olhou perguntando:

            - Está na hora?

            Eu assenti. As três começaram a chorar e se abraçar. Então as 2 almas vieram até mim e assentiram. Afrodite continuou chorando mais atrás. Abri a garrafa e as almas foram sugadas. Olhei para Afrodite e disse:

            - Sinto muito. Até mais. – então ela me abraçou e ficou ali, chorando no meu ombro. Depois ela me soltou e disse:

            - Tchau, Niquitcho. Nos vemos em breve. Prepare-se. – ela sorriu e piscou pra mim, depois desapareceu em névoa rosa. Sério, essa deusa é bipolar.

            Completamente.

            Vem, Mors, vamos pro Acampamento.

            Montei nela e nós voamos um pouco. Então descemos numa cidadezinha deserta para comer.

            Fomos até uma pequena lanchonete e tomamos café-da-manhã. Talvez as pessoas achassem meio estranho um garoto de 14 anos todo de preto com um cachorro ruivo com laços verdes nas orelhas comendo na mesa, mas eu não ligava.

            Na saída, porém, a coisa se complicou. Tinha uma mantícore no meio da rua. E ela não parecia estar ali pra tomar café. Então, de repente, antes que eu pudesse sequer sacar minha espada, a mantícore virou pó, como acontece com os mortos quando morrem. Então surgiu, entre a poeira, uma alma. E ela estava louca e enfurecida. Tinha em mãos uma faca de bronze celestial e a sacudia freneticamente. Foi quando eu reparei de verdade nela. Ela estava totalmente carbonizada, do tipo completamente negra. Exceto os olhos intactos, que eram azuis.

            Ela com certeza tinha sido evocada do Mundo Inferior, porque nenhum recém-morto era furioso assim. Então a alma começou a correr em minha direção, e se você nunca teve uma alma carbonizada de olhos azuis correndo em sua direção com uma faca e uma expressão homicida, vou te falar:  1- reze pra que você nunca veja uma.

                                                                           2- não é a mais bela das visões.

            A única coisa que pude fazer foi pegar a garrafa térmica, esperar a alma se aproximar e abrir a garrafa para ver o pobre revoltado ser sugado. Ok, eu acabo de descobrir como almas revoltadas podem ser mortais.

            Ah, meu Hades, que horror! Quem teria coragem de carbonizar o pobrezinho?

            Pobrezinho? Mors, ele tentou me matar! Ah, vamos logo!

            Então eu montei a égua e ela decolou. Nós voamos até as 6 da tarde sem parar, até que eu mandei Mors descer numa floresta ali perto. Eu achei uma barraca de acampar grande o suficiente para nós dois e mais alguém (uma pessoa, claro) na mochila e a estava armando quando ouvi um barulho suspeito.

            Me virei e dei de cara coooommmm.... ADIVINHEM! O grande traidor, o cara sensacional que causou a 3ª Grande Guerra Semideusa, filho de Hermes, detentor da assassina espada Mordecostas... LUKE! Quando viu quem eu era, sorriu e disse:

            - Nico! Oi!

            - Oi. Luke. O que... o que faz aqui? Por que foi evocado? Achei... que você... não guardasse ressentimentos...

            - E não guardo! – seu sorriso ficou meio... amarelo... envergonhado...

            Ele hesitou por um instante, então continuou:

            - Eu... eu queria voltar... ver... o... acampamento e... o povo, sabe... Quíron, Percy, Annabeth... Thalia... – ele adimitiu! UHUUU! Ele admitiu que ama a Thalia! Nossa, finalmente!

            Sim, porque depois de morto vai fazer toda a diferença.

            A voz de Mors ironizou em minha mente. Eu a ignorei.

                - Como você saiu, então?

                - Eu fingi!

                Ok, pause no filme. O fantasma enganou a deusa dos fantasmas? Uau, eu quero esse cara do meu lado!

                - Então... você estava indo ao Acampamento? – perguntei.

                - Sim. – ele respondeu.

                - Eu estou indo pra lá também. Escute, eu proponho um trato. Eu te levo comigo ao Acampamento sem te prender, como um parceiro. Você promete que não vai fugir, faz o que quer e depois volta comigo ao Mundo Inferior. Topa?

                - Topo! Obrigado, Nico!

                - Tá, tá, mas agora vão dormir. Eu faço a primeira vigia. – falei.

                - Hm... certo... – Luke respondeu.

                Ele e Mors entraram na barraca e eu me sentei encostado a uma árvore. Não me lembro de ter dormido, mas me lembro do sonho.

                Havia duas pessoas numa gruta. Um garoto e uma garota. A garota parecia discutir com o outro e este negava fortemente com a cabeça. Então a garota desistiu de argumentar e beijou o garoto com força. Ele retribuiu o beijo. Então eu precebi que o garoto... era... era eu. Acordei e vi Mors me olhando. Ela sonhara a mesma coisa, com certeza. Nos entreolhamos assustados. Ai meus deuses, segurem Afrodite, por favor.


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Notas finais do capítulo

Gente, eu preciso de opiniões, quem vcs acham que poderia ser a menina do sonho do Nico? Se for alguem que ja existe, ponham o nome, se vcs quiserem que ela seja uma menina nova, façam fichinhas tipo essa:

Nome:
Idade:
Semideusa?
Pais:
Características fisicas e personalidade:

e ponham uma foto, pode ser um desenho