Em Busca das Almas Perdidas escrita por vivaopato


Capítulo 2
Duas almas rebolam até o chão com Afrodite


Notas iniciais do capítulo

ta aki o outro capítulo, eu ri mto com ele



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      Mors voava entre as nuvens, não muito alto, mas o suficiente para Zeus me carbonizar se quisesse. Ele não o fez, então provavelmente as almas o estavam incomodando também. Mas não me importa. Zeus é um tanto quanto estressado, não? Quer dizer, imagine se meu pai quisesse tostar cada semideus que pisasse em Los Angeles. Ou se Poseidon quisesse afogar todo semideus que fosse pra praia. Seria um terror. Não haveria mais semideuses no planeta.

            Pouco depois de sairmos do Mundo Inferior uma mochila preta apareceu de repente nas minhas costas. Provavelmente meu pai a tinha preparado, porque ela tinha de tudo: de dinheiro e néctar a roupas e chocolate *-*. Alem disso, tinha uma garrafa térmica com uma mensagem que dizia na letra do meu pai: “Guarde as almas aqui dentro (são 20, a propósito). Abra a garrafa quando chegar perto da alma em questão.”

            Nós voávamos em alta velocidade e já eram altas horas da noite quando a voz de Mors soou em minha mente.

            Senhor, vamos parar, por favor, só um pouco.

            É. Vem, Mors. Desça ali, naquela rua. Alias, pare de me chamar de senhor. Me chame de Nico.

            Certo, Nico.

            Então ela pousou onde eu havia dito. Tinha um hotel ali, e uma boate onde a musica era muito alta. Ei, que ABSURDO! Onde está o respeito à lei do silêncio? Já passaram das dez!

            Calma, Nico, você está muito acostumado ao silêncio do Mundo Inferior.

            Eu a ignorei. Descemos. Na boate tocava algo entre Green Day e Black Eyed Peas. Talvez estivessem fazendo uma parceria. *-*

            Então eu reparei em 3 vultos no asfalto. Só que eles dançavam. Na verdade, nem sei se aquilo era chamado de dança. Porque os vultos, obviamente femininos, simplesmente rebolavam até o chão. Até o chão mesmo.

            Eu desmontei de Mors e nos aproximamos. Ok, a cena era bizarra. 2 almas femininas, muito bonitas por sinal, requebravam loucamente ao ritmo da música. E, ao lado delas, requebrando ainda mais loucamente, vestida com um top rosa purpurinado sem alças e um short de couro preto bem curto, estava Afrodite.

            Tá, eu babei por elas. Quer dizer, não é todo dia que você encontra a deusa do amor em roupas megacurtas requebrando no asfalto com 2 almas lindíssimas. Ou talvez seja, mas eu nunca vi.

            As almas repararam na minha presença e pararam de dançar, mas Afrodite continuou até perceber suas companheiras paradas me olhando. Então ela se virou e sorriu pra mim.

            - Nico! – ela exclamou radiante e me deu um abraço de urso.

            Então ela me soltou e disse:

            - Como vai meu eminho favorito? O que faz aqui? Essas são minhas filhas semideusas Thabata e Bianca. – ela gesticulou para as almas.

            Ok, pause no filme.  1- eminho? Eu tô tão pro emo assim?

                                             2- “o que eu faço aqui?”? Ela tá tão nem aí pro mundo que não sabe que tem almas loucas desenfreadas por aí?

                                            3- filhas? Ela sabe que as meninas fazem parte da lista de almas loucas desenfreadas por aí?

                                            4- Bianca? AWWWWNNN *-*

            - Afrodite, você sabe que elas estão mortas, certo?

            Sua expressão se tornou sombria.

            - Ah, Niquitcho, eu sei. Mas elas não foram pro Mundo Inferior, por alguma razão.

            - Afrodite – eu expliquei – Melinoe prendeu almas recém-mortas aqui em cima e eu estou em uma missão pra recolhê-las e levá-las ao lugar certo. Agora, se me permite eu... – mas ela me interrompeu e barrou minha passagem.

            - Mas Niquitcho, deixa elas aquii, tá tããão boooom! – ela disse fazendo um grande-implorante-olhar-azulado.

            Ok, se ela me chamar de Niquitcho mais uma vez, vai ganhar uma passagem só de ida pro Tártaro fazer companhia pro irmãozinho Cronos.

            Ouvi o riso de Mors invadir minha mente.

            Nossa, Niquitcho. Que estresse, relaxe!

            Ela acrescentou numa imitação bem mal feita da voz fina de Afrodite.

            - Afrodite, não. – falei seco.

            - Pooor favoooor!

            Nico, deixe elas aí até amanhã, quando formos sair.

            Ok, então. Eu ia deixar 2 almas e uma deusa rebolando no asfalto até amanhã. Beleza, bom plano, Mors.

            Obrigada, querido.

            Olhei pra elas.

            - Ok, Afrodite, vocês tem até amanhã, quando formos embora.

            Os rostos delas se iluminaram. Afrodite deu um grande sorriso e me sufocou em outro abraço, me dando de brinde um beijo estralado na bochecha. Suas filhas se aproximaram e fizeram a mesma coisa.

            - Tá, tá, chega! Boa sorte, se divirtam, até amanhã. – disse levemente irritado.

            Depois eu e Mors entramos no hotel. Meu pai devia ter posto algum tipo de Névoa em Mors, porque os mortais não pareciam enxergar nada além de uma cadelinha Cocker Spaniel de olhos verdes e laços da mesma cor nas orelhas. Sei disso porque pra mim ela tremeluzia entre o cachorro e um glorioso pégaso cor de sangue. Só os olhos continuavam da mesma cor em ambas as formas.

            Uma garotinha de uns 5 anos que saiu do elevador para o saguão, onde eu fazia o check-in, olhou pra Mors e disse:

            - Olha, mãe, pônei vermelho com asas! – beleza, já temos o próximo Oráculo, Rachel não precisa se preocupar.

            A mãe da menina a repreendeu e elas saíram.

            Eu e Mors fomos até o nosso quarto, que tinha uma cama king-size, nos jogamos e adormecemos. E como sempre, eu sonhei.


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Notas finais do capítulo

gostaram? no proximo capítulo eu vou precisar de vcs
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