Perfeito para Você escrita por Thatah


Capítulo 22
Capítulo 22 - Declarações




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POV - JACOB

Já havia decido voltar para o restaurante quando ouvi os protesto de Bella. Virei-me e a vi, sendo segurada pelos braços. Não entendi a cena, aquela sanguessuga e ela sempre se deram tão bem, mas algo me dizia que aquela atitude estava fora do contexto, não havia ares de simpatia… Lutei para seguir em frente, mas meus instintos falaram mais forte.

Caminhei o mais rápido possível, torcendo para que dessa vez eu estivesse certo, e não levasse mais uma na cara. Havia algo errado nas expressões de Alice, e Bella parecia aflita e visivelmente contrariada.

– Solte-a – ouvi Seth grunhi.

Havia algo realmente errado naquela cena. Apressei os passos e ao ver que a sanguessuga ainda detinha Bella, não agüentei.

– Afaste-se dela… - grunhi raivosamente.

Minha voz saiu sombria. A vidente, hesitou, mas obedeceu meu comando.

– Jake… - ouvi a voz de Bella em um sussurro.

Não desviei meu olhar de Alice. Odiei mais ainda, as sensações que apenas um simples sussurro de Bella, poderia desencadear em todo o meu ser.

Vi Seth se aproximar de Bella, meus dentes trincaram, ainda não havia entendido esta conexão entre eles. Bufei de raiva ao perceber que todos possuíam um lugar na vida de Bella, menos eu. Há mim, não restava alternativa, se não seguir com minha vida, longe de tudo o que pudesse me lembrar dela…

Repreendi meus pensamentos e tentei me concentrar, me ater ao que estava acontecendo ali.

– O que está acontecendo aqui?

Alice não me respondeu, permaneceu em silêncio franzindo o cenho devido a minha proximidade.

– Ela veio se despedir… - respondeu Bella.

A voz fraca de Bella deixou-me levemente desconcentrado. Como assim se despedir? O que isso tudo significava? Tentei entender, mas apesar da tentativa, nada parecia fazer sentido.

Meus olhos sustentaram o olhar de Bella,tentei desviar mais parecia impossível. Eu queria tanto abraçá-la…

Percebi que aquele envelope realmente tinha algum significado importante, observei com cautela a alteração no rosto de Bella, ela parecia preocupada, com medo.

As palavras queriam sair da minha boca, mas encontravam forte resistência. Aquilo não me dizia respeito, eu não poderia me preocupar mais com nenhum assunto da Bella, principalmente os que envolvessem aqueles sanguessugas desprezíveis.

– Você esta bem?

Seth roubou as palavras de minha boca. Observei suas mãos caminharem em direção a Bella. Aquilo me corroeu por dentro.

– Estou… - disse ela.

Bella tentou sorrir, mas eu a conhecia muito bem para saber que aquilo tinha mexido com ela.

A amiga de Bella apareceu com o rosto recoberto de pânico, ela a olhou da mesma forma que nós olhávamos para Bella, desconfiada e sem entender nada.

– Preciso sair daqui… - Bella disse, olhando em minha direção.

Por um segundo cheguei a pensar que ela queria que eu a levasse… mesmo que fosse isso… eu não poderia. Teria que resistir. Ficar muito tempo ao seu lado, poderia me trazer sérias conseqüências emocionais.

– Eu levo vocês… - Seth disse, olhando em direção à Ângela que assentiu.

Aquilo com toda certeza me incomodou, o garoto parecia estar disposto a me tirar do sério hoje. Senti o barulho da minha mandíbula sendo contraída… Talvez fosse melhor assim, Seth se prontificando para levá-las, garantiria a segurança de Bella e além do mais, eu poderia ser informado melhor dos acontecimentos.

Era melhor, para o bem de Seth, era bom, que ele conseguisse alguma informação descente sobre aquela atitude ríspida de Alice.

Olhei em direção ao restaurante e vi que Leah já estava encostada na moto a minha espera. O que eu iria dizer a ela? Qual seria a explicação dessa vez? Bella apareceu e eu corri para ela, com o rabo entre as pernas?

Leah não merecia um idiota indeciso como eu.

– Avise-me se algo sair errado… - disse a Seth, que apenas acenou em afirmação.

– Vamos, Bella?! – Seth estava ao lado de Bella, segurando-a pela mão.

Traído por meu olhar, contemplei o rosto de Bella por meio segundo e então segui em direção ao estacionamento. Minhas pernas pareciam querer seguir outro rumo, queria estar ali, ao lado de Bella. Respirei fundo e balancei a cabeça tentando pegar foco.

– Jake… espere!

Ouvi Bella me chamar. Minhas pernas travaram, contra minha vontade, porém me mantive sem olhar em sua direção. O que quer que Bella estivesse prestes a me dizer, poderia não ajudar muito meu auto-controle.

– Você pode nos acompanhar? – perguntou ela.

Claro que posso… pensei que nunca fosse pedir. Pensei!

Hesitante, me mantive alguns instantes imóvel, mas então resolvi dar alguns passos em sua direção.

Percebi o coração de Bella acelerar com minha aproximação, apesar do que pudesse parecer, tentei me manter firme. Chega de falsas esperanças!

–Creio não ser necessário. Seth irá com vocês, alem do mais, minha namorada esta me esperando.

As palavras saíram retorcidas, frias. Não transmitiam minhas reais intenções, mas era a mais profunda verdade. Eu não poderia deixar Leah, minha namorada, para acompanhar Bella até sua casa. Isso não seria certo de nenhuma maneira…

– Por favor?! – insisti ela.

Meu corpo parecia querer se manifestar, mais uma vez, contrário a minhas razões. Eu queria, cada partícula do meu ser queria se render a ela, mas eu não podia. Já estava farto de ser descartado…

Minha respiração ficou irregular, minha mandíbula mais uma vez, foi contraída. As palavras queriam, mas não podiam sair… eu não podia me entregar mais uma vez, aos caprichos de Bella. Levei minhas mãos ate a cabeça, por que era tão difícil?!

– Para que, Bella? Seth a levará em segurança…

– Preciso conversar com você a sós. – Bella acenou em direção ao restaurante.

– Nós não temos mais nada para conversar. – respondi, dando as costas à ela e seguindo em direção ao restaurante.

– Tem certeza?

O que eu poderia dizer? Eu não realmente não tinha mais nada para falar. Tudo o que sentia por ela, já havia sido manifestado das melhores formas possíveis. A única coisa que eu queria era sentir que de alguma forma, tudo havia mudado, que ela realmente havia se cansado de Edward. Que admitisse ser eu, somente eu, o seu único e verdadeiro amor. Mas como isso poderia ser possível, se eu era o único que realmente desejava que isso acontecesse? Qual eram as chances de Bella declarar seu amor por, se eu era o único que acreditava em sua existência?!

– Uma ultima chance, é tudo que eu te peço. Prometo que você não irá se arrepender…

– Impossível! - minha voz estava carregada de amargura. – Não quero dar margens para mais erros. – confessei.

Aquela era a gota d´água. Eu precisava mesmo sair de perto de Bella, antes que ela me convencesse de seus caprichos novamente.

Caminhei apressado até o restaurante. Leah não disse nada, eu mal consegui expressar-lhe um sorriso. Eu estava me sentindo envergonhado, estava me detestando. Odiava ter que magoar as pessoas, mas odiava mais ainda, não conseguir não ser magoado por Bella. Detestava profundamente não conseguir evitar os efeitos que um simples olha dela provocavam em mim… eu a amava, e estava cada vez mais impossível esquecê-la.

Coloquei o capacete, subi na moto e dei a partida. Leah subiu segundos atrás e entrelaçou suas mãos em minha cintura.

Acelerei a moto, porém tomei cuidado para não provocar nenhum acidente, haviam pessoas naquele lugar, pessoas que não possuíam culpa alguma de eu ser um completo idiota.

A volta para a casa, parecia mais longa. Meus pensamento não conseguiam se ater a outro assunto, fiquei repassando mentalmente aquele episódio, a forma com que Alice segurou Bella, como se estivesse tentando forçá-la a fazer algo, a reação de Bella a este contato e ao receber o envelope não deixaram minha mente.

Ao longe uma voz tentava romper as barreiras dos meus pensamentos, levei um tempo para perceber que era a voz de Leah.

– Pare a moto! – disse ela.

Fiz como ela pediu e esperei que ela descesse. Percebi que nós já estávamos na reserva…

Ela tirou o capacete e começou a vagar de um lado para o outro. Desliguei a moto, tirei o capacete e me recostei nela, a espera da enxurrada de insultos, que com toda certeza – e razão – Leah despejaria em mim.

Ela, porém, permaneceu mais alguns instantes em silencio. O que acabou fazendo com que eu me sentisse ainda mais culpado.

– Leah… me desculpa… - Tentei dizer, mas ela sinalizou com a mão para que eu parasse.

Ela respirou fundo, olhou rispidamente para mim desviou o olhar em direção a floresta.

Tentei me aproximar dela, pedir desculpas, mas desisti, resolvi apenas esperar. Se Leah não estivesse tão irritada, e eu não estivesse me sentindo um crápula, poderia estar rindo da situação.

Não era como ver Bella irritada, mas ainda assim, ver Leah irritada a deixava ainda mais linda.

– Isso não vai dar certo. – disse ela em um só fôlego. – Nós… eu… cometi um erro. Eu nunca deveria ter tentando tampar o sol com a peneira.

Leah esbravejava, mas não havia raiva em suas palavras, era apenas um desabafo mais ríspido – se assim eu poderia chamar.

– Eu quero fazer dar certo… - tentei responder, mas novamente fui silenciado por Leah.

– Mas não pode. Nós não podemos, por mais que nos empenhemos, ainda assim, correremos o risco de nadar… nadar e morrer na praia. Voltaremos a estaca zero, só de ouvir o nome de um deles ser pronunciado.

Não conseguiria rebater a realidade dessas palavras. Leah e eu, não nos amávamos, e nos dar bem não era e não seria o bastante, sempre haveria eles, estaríamos incompletos e infelizes. Era impossível fazê-la feliz, quando na realidade eu desejava ardentemente ter em meus braços outra pessoa.

– Você sabe bem disso. Eu vi sua batalha… somente ao vê-la, seus olhos brilham, o brilho é tão intenso que chega ofuscar a noite mais enluarada. Não tem como ofuscar esse brilho Jacob… - ela se aproximou de mim – É mais fácil reconhecermos logo, antes que tudo realmente esteja perdido.

– O que você recomenda, então? – perguntei meio desnorteado com aquelas palavras.

– Que deixemos como está. Seremos a única coisa que podemos ser… bons amigos!

Sorri sem animo. Realmente seria mais fácil, mas ainda estaríamos entregues a própria sorte.

– Isso não parece resolver muita coisa… - disse automaticamente.

– Tentar curar um amor desta forma também não se provou muito eficaz. – respondeu ela, no mesmo tom.

Ficamos em silencio por um longo tempo. Puxei o corpo de Leah para mais próximo do meu, nos abraçamos, desta vez de uma forma diferente.

– Vamos para casa? Amanhã será um longo dia… - sussurrou ela, ainda em meus braços.

Concordei. Subimos na moto e então fomos em direção a sua casa.

– Amanhã agente se fala. – disse ela, selando mecanicamente nossos lábios. – Beijo de despedida! – disse ela sorrindo. – Agora, somente amigos! – completou.

– Ainda podemos ir juntos para a faculdade… - disse antes que ela entrasse em sua casa.

– Amanhã conversamos melhor sobre isso. Creio que ambos temos muito o que pensar, não é?! – respondeu-me ela.

Liguei a moto, observei Leah entrar em sua casa. Ela não parecia estar triste. Observei aquela que a segundos trás parecia ser minha única válvula de escape, minha única chance de ser feliz, mas então, pensando melhor, acabei compreendendo que jamais daríamos certo.

Coloquei o capacete, mas ao invés de ir para casa, peguei um rumo diferente. Precisava de alguns minutos sozinho.

Por alguns instantes parecia que eu não iria encontrar nenhum lugar para apaziguar a minha guerra interna, nenhum lugar parecia me demonstrar segurança de que ali eu encontraria paz. Vaguei feito um completo idiota ate finalmente perceber a direção que eu havia tomado.

La estava a casa de Bella, a menos de 5 metros de mim… as luzes da casa estavam todas apagadas, com exceção da sala, com toda certeza era Charlie assistindo a algum jogo na Tv.

Estacionei a moto, quando percebi que minha mente não se tranqüilizaria enquanto eu não a visse. Eu precisava vê-la, mesmo que fosse dormindo, precisava me certificar de que ela estava bem.

Tirei a jaqueta e a coloquei em cima do capacete, respirei fundo, coloquei as mãos nos bolsos da calça e atravessei a rua. A janela de seu quarto estava entre-aberta.

Respirei fundo, incerto olhei em volta, aquilo não parecia certo, eu não deveria estar ali. Mas eu nunca consegui ser muito racional, principalmente quando o assunto era Bella. As coisas simplesmente saiam do controle…

Como era de se esperar, não consegui vencer minha vontade… acabei entrando em seu quarto.

Ela não parecia estar nada bem. Em baixo de seus olhos havia marcas profundas de quem havia passado muito tempo derramando lagrimas. Ela estava triste e me doía o coração imaginar, ser eu o culpado.

Como uma bomba, a vontade louca de saber o que ela tinha para me dizer, me atingiu em cheio.

Burro! Estupidamente orgulhoso… Porque não dei a ela a chance de dizer o que queria? Idiota, mil vezes idiota! – Repeti mentalmente para mim.

Aproximei-me de sua cama, assim que a vi se contorcer, seus olhos ameaçaram se abrir, mas ela parecia não estar consciente. Deis mais alguns passos – involuntários – em sua direção. Meu corpo parecia ser puxado a ela, tal como ferro por um ima… Bella parecia estar tendo um pesadelo. Sua pele cintilava com o suor frio, que lhe escorria face abaixo.

Senti uma vontade enorme de envolvê-la me meus braços, sentir o doce aroma que emanava de sua pele tecendo um caminho ardente por meu olfato… aproximei-me ainda mais, quando seus lábios se moveram.

Não consegui ouvir nada!

Ajoelhei-me diante de sua cama, assim que seu rosto virou-se em minha direção. Contornei seu rosto com a ponta dos meus dedos, sentindo meu corpo todo se contorcer descontrolado pelo desejo. Queria muito poder abraçá-la!

Bella moveu-se mais uma vez na cama, como se estivesse mesmo tendo um pesadelo. Seus lábios se abriram, aproximei-me um pouco mais de seu rosto a ponto de quase beijá-la. Fechei os olhos ao sentir seu doce aroma me inebriar, mas a tranquilidade e o efeito entorpecedor que aquela aproximação me trouxe, logo se dissipou. Findou-se no exato momento em que a ouvi pronunciar o nome do sanguessuga.

– Edward... não... me... Edward...

Coloquei-me de pé tão rápido que quase perdi o equilíbrio. O ultimo fio que mantinha meu coração "unido", arrebentou-se, deixando apenas um resquicio de "vida"... não havia mais nada para ser bombeado ali... De pé, ainda, olhando-a mover-se com dor em sua cama, presenciei meu coração se desvazer em pedaços.

Sua frase não me parecia coesa, porém não tinha ânimo para tentar entender o que realmente Bella estava querendo dizer. Ouví-la pronunciar o nome do meu inimigo, mais uma vez, depois de tudo o que achei ter presenciado em seu olhar, era demais para mim.

Eu nunca teria um lugar em seu coração. Precisava me convencer de que realmente não era ela, a mulher da minha vida.

Senti meu corpo todo tremer, nao consegui olhá-la por mais meio segundo. Quando dei por mim, já estava diante da floresta, olhei em direção a moto, ameacei deixá-la, precisava correr, sentir o vento bater contra meu corpo, precisava mais ainda, estar em outra forma. Na minha forma animalesca, onde estas dores humanas, estas frustrações amorosas nao surtiam o mesmo efeito!

Mas um controle - inesperado - me invadiu.

Correr feito um louco, não é a solução Jake.- lembrei-me das palavras de Leah.

Respirei fundo ao perceber que as lágrimas, que tanto tentei conter, estavam rolando por minha face. Dei meia volta, coloquei a jaqueta o capacete e acelerei a moto, o máximo que pude. Mal pisquei, e já estava na reserva. Guardei a moto na velha garagem e então segui em direção ao meu quarto, mesmo sabendo que dormir seria a ultima coisa que eu seria capaz de fazer depois deste dia tão tumultuado.

Joguei-me na cama, encarando o teto do meu quarto. A casa estava um repleto silencio, para variar. Mas nada que pudesse me reconfortar. Nem mesmo as besteiras de Paul poderiam ser piores do que meus pensamentos. Nada me deixaria pior do que voz de Bella chamando por ele, novamente... por ele!

Fechei os olhos seguidas vezes, no intuito de deter as lagrimas que insistentes caiam em minha face.

Dentro daquele caldeirão de emoções eu só conseguia discernir algo do qual eu realmente precisava: seguir em frente!

Aquelas seriam as ultimas lagrimas derramadas por ela, aquela que me reinventou, mas também me despedaçou. Eu iria para longe de Forks, não porque precisasse me afastar de Bella, mas porque aquele era o momento certo para recomeçar.

Como eu havia previsto, não tinha conseguido pregar o olho. Esperei, mas o sono, simplesmente não veio, em seu lugar… uma dolorosa e atordoante insônia, cheia de incertezas e decepções.

O dia finalmente se fez ser notado, no exato instante em que o sol – ao nascer - clareou meu quarto com pequenos, ainda muito tímidos raios.

Olhei em direção a janela, desejando fechá-la, já que finalmente o tão esperado sono parecia ter ameaçado dar o ar de sua graça, mas permaneci imóvel na luta interna com meus pensamentos, minhas vontades e minhas decepções.

Fiquei repassando mentalmente tudo o que havia vivenciado noite passada. A aflição, o ciúmes… o amor… a suplica no olhos de Bella, me pareciam tão reais, que eu me negava acreditar terem sido apenas fruto da minha imaginação masoquista e sem limites.

Mas o desfecho daquela noite era para lá de esclarecedor. Bella ainda amava aquele sanguessuga, não importava o quanto isso me afetasse… não importava meus esforços, meu amor… nada que viesse de mim, seria realmente apreciado por Bella, pois não era a mim quem ela amava.

Virei na cama cobrindo meu rosto, quando um forte raio de sol clareou-me o rosto. Eu estava cansado, precisava dormir, mas sabia que não seria capaz.

Derrotado pela insônia, e ainda inutilizado pelo cansaço e pela dura realidade que roubou meus pensamentos, permaneci deitado… esperando… ser ter a certeza do que eu tanto aguardava, apenas deitado, ali fiquei.

Para maior infortúnio, minhas necessidades, meus desejos e tudo o mais que eu ousasse querer, não poderiam e não seriam respeitados, não ali, naquela casa… naquela reserva.

As risadas de Paul finalmente se fizeram ser ouvidas, e então, em questão de segundos o silencio, a paz e minha paciência se dissiparam feito fumaça no ar.

Quando estamos tristes, com raiva… feridos ou extremamente abalados, sempre procuramos – em um primeiro momento – um bonde expiatório, aquele em quem descarregamos toda nossa frustração. Para meu azar – tanto meu quanto dele – Paul – o meu querido cunhado – era um, ao menos para mim era!

Tentei ficar mais alguns instantes na cama, mas realmente seria difícil, seria impossível com Paul ali, a poucos metros do meu quarto.

Levantei bufando, fui em direção ao banheiro, tomei um demorado banho – desejando que a água pudesse levar com ela, tudo o que de ruim eu estava sentindo – depois de perder a noção do tempo, ali, debaixo do chuveiro, apenas sentindo a água bater violenta contra meu corpo, decidi sair.

Paul ainda estava em casa. Fui para o quarto, troquei de roupa e enquanto a trocava, observei próximo ao guarda-roupa as malas que havia comprado para a nova vida, ao lado de Leah.

Meu coração não demonstrava indícios de que estaria recuperado com tanta facilidade, pelo tamanho do estrago, ainda havia muito a se fazer… muito tempo – levando em consideração que é ele, a melhor sutura para os corações dilacerados – havia diante de mim, um longo caminho a ser trilhado.

E o inicio da caminhada parecia ser indicado por uma única pista: Recomeçar!

Com as malas prontas, resolvi comer alguma coisa e antes de partir, caminhar na praia.

Para minha surpresa, eu havia passado tempo demais no quarto.

– Boa tarde, dorminhoco! – disse Rachael, vindo em minha direção com os braços estendidos. – Não acredito que iremos mesmo nos separar mais uma vez. – ela completou, apertando-me em seus braços delicadamente frágeis.

– Os estudos vem em primeiro lugar – sorri sem animo, retribuindo seu abraço. – O que esta acontecendo?

Perguntei assim que percebi uma movimentação estranha. Eu não precisava perguntar quem estava em casa, era óbvio que eu os reconheceria, não pelo cheiro e sim pela dificuldade que cada um tem, de ser discreto.

O bando estava todo em minha casa.

– E ai está, a Bela Adormecida, finalmente acordou! – disse Embry.

Todos riram com a piadinha de mau gosto do Embry, eu não me manifestei, segui indiferente até a geladeira, peguei uma garrafa de leite e despejando em cima do cereal fui até a varanda comer.

As brincadeiras seguiram-se por mais um bom tempo, eu tentei – o máximo possível – me manter alheio a todas as provocações, era natural, isso sempre acontecia entre nos, mas hoje eu não estava afim de entrar na bagunça, minha cabeça estava remoendo tudo o que havia acontecido na noite anterior… pesando todos os meus erros, todos eles estavam amontoados diante de mim, exigindo uma atitude.

– Jake, posso falar com você em particular. – Seth aproximou-se de mim.

Dei de ombros, não me voltei para ele, apenas esperei que ele falasse.

– Não, é meio particular o que tenho para te dizer. – Seth insistiu.

– O que quer que seja, não ficará em segredo por muito tempo… - olhei amargamente em direção a floresta – é questão de tempo, até nossos pensamentos se conectarem.

– É sobre a Bella. – disse ele, colocando-se firmemente na minha frente.

– Não estou interessado, nada que venha dela me interessa mais. – grunhi irritado, e colocando-me de pé ameacei entrar em casa.

– Não seja infantil cara. Isso é sério. Você precisa saber, antes que seja tarde demais. – Seth deteve-me pelo braço.

O que o Seth tinha para me dizer? Que ele estava apaixonado por ela? Bufei de raiva… Nada mais me surpreenderia…

Seth olhou-me e então seguiu em direção à floresta. Todos nos olharam, sem entender o que estava acontecendo, mas permaneceram onde estavam, fingindo não nos seguir com seus olhares curiosos.

Entreguei a tigela de cereal à Rachel e segui Seth até a floresta, no caminho encontrei Charlie saindo de sua viatura. O cumprimentei rapidamente e então segui em frente.

Meus olhos percorreram a viatura na esperança – já doentia – de que talvez ele a tivesse trazido…

Como controlar os pensamentos? Como impedir o que sinto por ela?

– Vamos logo com isso, o que você tem a me dizer? O que pode ser tão importante? – perguntei sem demora.

– Bella está sofrendo, Jake. Estes últimos meses tem sido mais do que castigo para ela…

– Estes últimos meses? – o interrompi – Há quanto tempo exatamente vocês tem se encontrado.

Seth se atrapalhou um pouco, ficou levemente desconcertado com minha pergunta, mas como se tivesse sido chicoteado voltou-se para mim irritado.

– Isso tudo é ciúmes? Cara, para… eu não vejo Bella dessa forma. E mesmo que a visse, não teria chance, ela o ama…

– E você pensa que eu não sei? – Lembrei-me da noite anterior, a qual desencadeou em minha mente todos os momentos que presenciei deles juntos.

– Você sabe? – Seth me perguntou desconfiado – Então o que esta fazendo ainda com minha irmã? Porque você não corre para Bella?

Fiquei completamente alheio as palavras de Seth. O garoto parecia estar divagando, não falando coisa com coisa…

Fiquei completamente alheio as palavras de Seth. O garoto parecia estar divagando, parecia não estar falando coisa com coisa…

– Eu cansei, Seth… Apenas cansei! – disse já tomando a direção de casa. Não queria tocar mais naquele assunto, muito menos o faria com Seth.

– Do que você está falando? – Seth gritou em minha direção.- Bem isso não importa, eu só sei que você foi muito rude noite passada com Bella, e acho que ao menos deveria ter dado a ela a chance de te dizer pessoalmente… - Seth disse passando por mim.

– Isso não te diz respeito – respondi mecanicamente.

– Você é muito cabeça dura, parece que não compreende. Sua sorte mudou cara. Se liga!

Sorri sem animo, imaginando que Seth havia pirado.

– Ah Bella te ama, cara. – Seth soltou a bomba, sem nem ao menos me olhar.

Minhas pernas cravam no chão, feito uma mula empacada, lá estava eu, sendo massacrado pelo tsunami de emoções que me invadiu. As perguntas se embaralharam em minha mente, meus pensamentos desconexos pareciam não fazer sentido.

Bella me ama? Ela disse isso à ele? Era isso que ela queria me contar? É isso que ela vem tentando me dizer, esses meses todos? O casamento não saiu, por minha causa?

Olhei em minha volta desorientado, Seth não estava mais ali. Estava mais uma vez perdido… há instantes havia decidido completamente o rumo que queria tomar… Isso tinha que ter um fim. Reconstruir-me… e me despedaçar no mesmo dia não era saudável.

Levei as mãos até minha cabeça, querendo … desejando por ordem em meus pensamentos, meu coração pulsava acelerado e a frase de Seth rodopiava em minha mente Bella te ama, cara!

Bella te ama, cara!

Minha cabeça parecia que ia explodir a qualquer instante. Aproximei-me de uma árvore e a acertei, irritado, fazendo-a se quebrar com um soco. Porque eu não era capaz de me controlar, quando o assunta era Bella? Porque eu me perdia… tudo ficava incerto?

Meu corpo tremeu. Alegre, esperançoso com as palavras de Seth, entrei em movimento – ainda sem rumo certo. E se ele realmente estivesse falando a verdade? Será que finalmente Bella tinha entendido aquilo que sempre, pacientemente, tentei fazê-la enxergar?

Eu estava extasiado com aquilo que acabara de ouvir dos lábios do pequeno Seth, mas tudo parecia tão perfeito, que não parecia ser real. Eu precisava amenizar toda aquela euforia, não podia, mais uma vez, me precipitar. Precisava conversar com alguém… ficar sozinho… precisava por meus pensamentos em ordem, antes de tomar alguma atitude.

Leah. Ela poderia me ajudar, ela tem sido um ótimo ombro amigo. E somente ela seria capaz de compreender o que eu estava passando.

Caminhei a passos rápidos em direção à casa de Leah, mas para minha decepção não a encontrei. Minha segunda opção... ficar sozinho com meus próprios pensamentos, com minhas emoções tumultuadas. Apesar de parecer minha ultima opção, esta parecia ser a mais perigosa.

Acabei por ir em direção a um lugar, que nos últimos meses, evitei se quer chegar perto, devido às inúmeras lembranças que ele me trazia. Lembranças sobre as quais eu não tinha controle, lembranças que me deixavam ainda mais sedento da presença de Bella.

Acabei por ir em direção a um lugar, que nos últimos meses, evitei se quer chegar perto, devido às inúmeras lembranças que ele me trazia. Lembranças sobre as quais eu não tinha controle, lembranças que me deixavam ainda mais sedento da presença de Bella.

Ao chegar mais próximo à grande árvore, pude ouvir o pulsar compassado de um coração. Poderia até parecer loucura, fruto da minha imaginação atordoada e sedenta por ela, mas eu podia jurar que conhecia aquele ritmo em particular.

Dei mais alguns passos na esperança de que estivesse certo, e em perfeitas condições mentais. Para minha perdição e alegria, era realmente Bella quem estava ali, sentada despreocupada no tronco caído e recostada na enorme arvore.

Ela parecia pensativa… Fiquei contemplando aquela visão, ouvindo o barulho maravilhosamente ensurdecedor da frase de Seth Bella te ama, cara! Aquela era a hora da verdade, o destino finalmente havia se encarregado daquele momento, o momento que nos últimos meses imaginei que jamais iria acontecer.

Como se já não tivesse vivido batalhas emocionais, fiquei a alguns passos de confirmar aquilo que tanto desejei, mas pensamentos nebulosos me invadiram, e a incerteza entrelaçada ao sofrimento que Bella me causou, fizeram com que eu voltasse atrás.

Meus pensamentos divagavam entre incertezas, enquanto meu corpo era puxado até ela, por um fio invisível e extremamente forte.

Tive inveja do vento ao presenciá-lo acariciar sua pele, e passear displicente por seus cabelos… Distrai-me em minha contemplação e acabei pisando em algo. Bella abriu os olhos imediatamente, não consegui raciocinar direito, fiquei atordoado e acabei saindo de perto dela.

– Jake… - havia surpresa em sua voz.

Minhas pernas queriam, mas não mudavam de direção, eu ainda estava me distanciando dela.

Os batimentos de Bella, ao me ver, aceleraram. Não podia ser loucura da minha cabeça, eu mexia com ela, não podia apenas ser como ver um amigo. Era como se nossos batimentos entrassem em um só ritmo… acelerado.

– Jacob, por favor! – pediu ela.

Mal tinha percebido que ainda estava andando, mas não reduzi os passos.

Não conseguiria manter a direção oposta aos meus desejos. Eu queria vê-la, e agora que ela estava ali, diante de mim, era inaceitável que o orgulho me invadisse.

– Jake… espere.

Atendendo ao seu chamado, virei-me prontamente. Desastrada – como sempre- Bella esbarrou em meu corpo. Ela perdeu o equilíbrio, como um reflexo, impedi que seu corpo encontrasse o chão. Perdi-me em seus olhos castanhos e acabei soltando-a.

– Pensei que o lugar estivesse vazio… - disse friamente.

Pensei em dizer algo completamente diferente, mas o rancor e o meu atual estado de completo idiota atrapalharam-me.

Permanecemos em licencio por um tempo, pude perceber em seu olhar que havia muito a ser dito. Bella parecia estar tentando criar coragem para me dizer algo, a curiosidade dentro de mim ganhava proporções alarmantes a ponto de alertar-me contra eventuais decepções.

Cada segundo em silencio aumentava ainda mais minha aflição, eu queria saber o que Bella tinha a me dizer, eu ansiava loucamente confirmar a informação dada por Seth minutos atrás.

Meu desespero por ouví-la dizer que me amava era tanto, que eu corria o risco de fundir minha cabeça com este pensamento. Pensamentos estes que se chocavam com outros tantos, os quais gritavam pela auto-preservação de meus sentimentos.

ella ameaçou dizer algo, mas fui mais rápido. A curiosidade em saber o que acontecera entre ela e a vidente bizarra, sobressaiu em minha mente, deixando a curiosidade principal em segundo plano.

– Pensei que estaria com sua amiga… - precisava saber porque ela não tinha ido a festa,porque ela ainda estava aqui, mas atrapalhei-me com as palavras que acabaram sendo envolvidas por acidez e orgulho – vocês não tinham uma festa para ir?

Os olhos de Bella ficaram levemente desfocados, ela parecia ter sido pega de surpresa, mas então recuperando o semblante, respondeu-me da mesma forma hostil.

– Pensei que estivesse de partida… - retrucou-me ela – Ansioso para recomeçar a vida ao lado de Leah?

Apesar da resposta ter mantido o mesmo tom acido do meu, havia dor e angustia por trás de suas palavras, Bella estava sofrendo, só me restava descobrir o porque.

Porém não consegui olhá-la nos olhos, não queria me certificar de que era eu o causador de seu sofrimento. A esta altura, depois de tudo o que sofri por ela, não era justo que eu me tornasse o vilão da historia.

– Então este é assunto tão importante que você tinha para tratar comigo, o meu relacionamento com Leah? – perguntei com o olhar fixo no horizonte.

Observei a respiração de Bella ficar mais intensa e então ouvi seus passos desastrados, "firmarem-se" em minha direção. Bella ficou de frente para mim, me encarando profundamente nos olhos. Abaixei a vista, para sustentar a intensidade daquele olhar, desejando que dessa vez seus lábios estivessem em perfeita harmonia e me transmitissem a mesma sinceridade de seus olhos… afastei-me um pouco e esperei pela resposta.

– Não é sobre este relacionamento que eu queria falar…

– Claro que não. Nada interessa a você, a não ser seus próprios problemas… Mas então Bella… diga, estou aqui agora, bem na sua frente. Surpreenda-me… o que você tinha para me dizer? Do que eu não irei me arrepender?

– Eu só queria dizer que…

– Que o que, Bella? Que está entediada e quer seu tolo “amigo” de volta?O que aconteceu? Edward foi caçar e você está cansada de brincar de casinha com a vidente bizarra?

Eu precisava deixá-la falar, algo me dizia que seria melhor, mas não conseguia me manter calado. Eu pensava, tentava, mas quando percebia já estava falando, sendo rude… mantendo-me na defensiva.

– Não é nada disso… eu só quero dizer que…

Bella se esforçava, se atrapalhava, e eu a impedia a interrompia…

– Vim dizer que senti a sua falta que…

Esta não era a primeira vez que Bella sentia minha falta, mas ouvir isso me deixava preocupado, muito mais preocupado do que feliz, pois sempre havia um porém… o depois nunca me era gratificante.

Eu queria poder dizer a ela o quanto sofri estando longe, queria poder confessar quanta falta seus olhos, seu sorriso… confessar que eu também sentia sua falta, mas a razão me impedia, e as palavras que saiam por minha boca só destoava dos meus reais sentimentos.

– Sim, estou mesmo entediada… - confessou ela.

Meu coração se apertou.

– Sinto não poder ajudá-la, dessa vez terá que se virar sozinha… - retruquei.

Tinha consciência de que minhas atitudes não estavam facilitando as coisas, mas essa falta de objetividade da Bella estava começando a me irritar, ameacei me retirar, mas Bella me deteve.

– Me escuta, por favor?! – pediu ela.

– Eu não entendo porque você é assim, Bella? Porque você gosta de fazer isso comigo? Porque você simplesmente não segue o seu caminho e me deixa em paz?

– Porque eu não consigo seguir em frente, não consigo porque não sei viver sem você…

Meu coração acelerou, minhas mãos começaram a soar… Aos poucos a mágoa dentro de mim se dissipou, finalmente meu desejo havia se realizado, Bella estava dizendo aquilo que eu sempre quis ouvi-la dizer.

Fiquei parado diante dela, observando seu semblante queria ter toda e qualquer resquício de duvido sendo hostilizado.

– Isso não está certo… não… porque, Bella? Logo agora que tudo parecia ter dado certo? Logo agora que tudo havia se encaixado? Estava tudo dando certo. Tudo estava se encaixando… eu estava conseguindo. Por quê?

Os olhos de Bella se estreitaram, parecia ter compreendido minha reação de forma diferente.

– Você a ama? - As palavras engataram em sua garganta. - É isso que está se encaixando agora, você e ela?

Idiota. Feche essa maldita boca grande e a deixe terminar! – grunhi mentalmente.

– Não se trata de amar Leah, Bella.

Se trata de ouvi-la dizer que me ama, de vê-la lutar com unhas e dentes pelo meu amor da mesma forma que presenciei você lutando por ele, por Edward. Pensei!

– Me diga se é isso… Se for isso, se você a ama eu juro quero não irei atrapalhar… - falou-me ela entre lágrimas. – Quero que apenas que você seja feliz e quero principalmente saber se você não sente mais nada por mim...

Minhas mãos tremeram, senti meu coração se contorcer descontente dentro do meu peito. Hesitei, mas não consegui me manter frio e indiferente as suas lágrimas, não depois de ter causado um mal entendido. Odiava vê-la sofrendo. Mesmo contra a razão, aproximei-me dela. Senti suas pernas perderem levemente o equilibrio, assim que percorri uma de minhas mãos por sua face, secando-lhe as lágrimas.

– Eu estava enganada…

Sua voz fraca, por pouco não pode ser ouvida.

– Sobre o que?

– Sobre Edward… sobre o casamento, sobre tudo… Estava errada principalmente sobre você.

Permaneci em silencio, desta vez minha boca se fechou a espera de suas palavras.

– Eu te amo, Jacob. Sempre foi você, eu é que não quis admitir. Eu fui uma burra achando que podia viver sem você, mas não posso… Esses últimos meses em que ficamos afastados, foi um tormento, nada mais fazia sentido, eu só conseguia pensar em você. Era só lembrar do seu rosto, do seu sorriso, que tudo mudava. Meu mundo só tem sentido se tiver você, Jacob. Eu não posso mais cogitar viver sem você… por favor… me diz que ainda me ama e que não irá embora com a Leah. Me diz que ainda sou a sua Bella…

Surpresa. Extase... Lá estava eu, parasilado com a grande e a sinceridade de suas palavras. Bella realmente me amava, não era mentira, eu não estava imaginando coisas, ela realmente me ama.

– Diz que ainda há tempo, que eu ainda tenho chance de fazer tudo dar certo. – insistiu ela.

Desejei sair do transe o mais rapido possivel, mas as palavras ainda rodopiavam dentro da minha mente. Senti meu peito flamejar de felicidade.

Aos poucos e lentamente inclinei-me em direção a ela, envolvi seu rosto entre minhas mãos, sustentando seu olhar... seu coração pulsava tão violentamente que parecia ser capaz de rasgar-lhe o peito a qualquer momento.

– Você não está brincando comigo novamente? - perguntei, hesitante.

Bella suspirou.

– Eu te amo, Jacob. Acredita em mim… nunca estive tão certa assim na minha vida!

Seus lábios, seus olhos... todos eles pareciam estar em perfeita sintonia. Não havia duvidas de que suas palavras eram verdadeiras.

Desejando unir nossos lábios, a trouxe ainda mais perto do meu corpo, sentido cada celula do meu corpo reagir a ela. O mundo parecia ter se calado, nada mais parecia estar ali, a nossa volta. A única coisa que eu conseguia ouvir era o som do pulsar acelerado dos nossos corações.

Sem perder mais tempo decidi fazer com que nossos lábios fossem levemente selados, antes, porém, que o beijo pudesse ser concretizado algo quebrou o silencio.

– Jake...

Era a voz de Leah, virei-me automaticamente em sua direção, queria poder dividir com ela esse momento. Dizer a ela o quanto eu finalmente poderia ser feliz, agora que tudo parecia estar se resolvendo com Bella.

Fui em sua direção apressado. Leah estava linda, suas feições alegres a deixaram com um ar leve. Sem pensar duas vezes a tomei em meus braços, uma abraço apertado, de agradecimento por todos os dias em que trocamos confidencias, agradecimento por ela ter colaborado para que este momento finalmente se tornasse realidade.

Se Leah não tivesse sido insistente, talvez hoje, eu não poderia ter a chance de ouvir Bella se declarando para mim.

Eu devia muito a Leah. E precisava agradecê-la antes que ela fosse embora.

– Mamãe me disse que querias falar comigo - disse ela, com um olhar estranho. Provavelmente por causa da presença de Bella. - Você foi rápido, heim?

– Não corri atrás dela, se é isso que estás insinuando. Nos encontramos por a caso na praia.

– Olha, se não é o destino mexendo seus pausinhos. - disse ela, sem animo. - E então?

– Ela finalmente disse que me ama, que não consegue ficar longe de mim... - disse em um só folego.

Os olhos de Leah percorreram os meus e desviaram-se brevemente em direção a Bella.

– E você acreditou?

Antes que eu pudesse responder, Leah ameaçou ir em direção a Bella.

– O que você está fazendo?

– Preciso de um instante, um breve instante com ela, posso? - respondeu-me ela.

Fiquei indeciso, a olhei nos olhos em busca de qualquer rancor, raiva ou outro sentimento que pudesse ser despejado sobre Bella, mas então percebi que não era esta a sua intenção.

– É em particular. - Leah sorriu e caminhou em direção a Bella.

Fiz o que ela pediu, me mantive afastado o suficiente para que minha audição não capitasse nada além do som do mar. Fiquei ali, parado, apenas como um mero observador.

Bella me olhou insegura, parecia não compreender o que Leah queria com ela, mas então mantendo um semblante firme esperou que Leah lhe dirigisse a palavra.

No inicio ambas se trataram com hostilidade, Bella ameaçou encerrar o assunto e se distanciar de Leah, que a impediu. Dei alguns passos a frente, precisava me certificar de que tudo estava bem.

A conversa retomou um ritmo mais amistoso, mas por não aguentar mais ficar longe de Bella acabei me aproximando.

Não ouvi com clareza o que Leah disse a Bella, mas me pareceu ser recomendações. Sorri ao perceber que Leah estava querendo me defender de Bella...

– Bom garoto, acho que já vou.

Leah disse olhando para mim. Trocamos um rápido abraço.

– Se cuida! - sussurrei em seu ouvido.

– Bom, isso serve mais para você… - respondeu-me ela, olhando friamente para Bella.

Observei Leah partir, mas rapidamente minhas atenções foram dirigidas a uma única pessoa.

A conversa com Leah, parecia ter surtido mais efeito que a nossa própria conversa. Bella estava mais radiante, seus olhos brilhavam intensamente e havia um sorriso - ainda timido - em seus labios.

Sustentando seu olhar, envolvi seu fragil corpo em meus braços, colando seu corpo junto ao meu. A respiração de Bella se intensificou, seu corpo amoleceu.

– Você está fria - sussurrei ao perceber o quão frio estava seu corpo.

Bella não me respondeu, apenas balançou a cabeça em afirmação. Desci uma de minhas mãos até sua cintura, cravando-a ali, no pouco pedaço de pele que sua roupa permitiu que minhas mão tocasse.

Cada terminação nervosa do meu corpo reagiu a este toque. Uni nossos lábios sentindo seu doce sabor me inebriar. Uma explosão de felicidade me invadiu.

– Eu te amo... - sussurrei.

Bella finalmente era minha!


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