Fazia quase duas horas que Annabeth andava, embora soubesse exatamente para onde ir estava um pouco perdida por ter ficado tanto tempo sem andar pelas ruas de Nova York. A garota já tinha se sentido sozinha, mas nunca foi tão forte com naquele momento. Até que o celular tocou ao ver quem era seu coração de um pulo, atendeu nervosa

-Percy, eu fiz uma besteira – Annabeth disse rapidamente

-O que aconteceu? – o garoto ficou instantaneamente preocupado

-Eu fugir da casa do meu pai - a menina contou tudo que aconteceu desde que chegou e até o lugar que ela iria

-Calma. Você ainda está muito longe?

-Não – ela parou para olhar em volta – acho que mais quinze minutos, talvez menos

-Tente chegar até lá. Eu vou te ligar daqui a pouco para saber – Percy falou sem esconder sua preocupação

-Tudo bem. Beijos

Quando ele desligou Annabeth quis ligar de novo só para ouvir sua voz mais uma vez, porem conteve-se.  Pediu algumas informações para saber exatamente quantos quarteirões ela ainda teria que andar. Depois de poucos minutos reconheceu onde estava: em frente a sua antiga escola.

Lembranças a atacaram de todos os lados, a maioria eram boas. De uma Annabeth feliz e risonha que não existe mais.  Também tinha daquela menina que ficava com medo da hora do intervalo, pelo menos ela sabia que não estava sozinha. O canto da escola estava escuro, ela podia ouvir algumas vozes vindas de lá, mas não se preocupou. O que tinha a perder? Mesmo assim andou mais depressa. Depois de achar que já estava longe o suficiente, relaxou

-Annabeth, você por aqui? Eu não acredito. Pensei que nunca mais fosse ver você, parece que tive sorte – a loira virou-se lentamente para encontrar uma menina alta, esbelta, olhos verdes escuros penetrantes e para completar o mesmo sorriso irônico que Annabeth se lembrava. Sarah Ludwig continuava a mesma. Má, impiedosa, era o tipo de pessoa que sempre tinha tudo e nunca aceitava um não como resposta.  Perto dela Rachel era uma gatinha sem garras e indefesa

-Não vai falar? Que coisa feia. Depois de todos esses anos eu não esperava isso de você. – a menina se fez de ofendida, depois olhou em volta – onde está aquela sua amiga punk?

-Eu pensava que Thalia fazia parte do seu grupo agora. Ela não passou no teste? – as palavras saíram acidas da boca da loira, contudo tudo que conseguiu arrancar foi uma risada sarcástica de Sarah

-Então ela não te contou? Sim, ela foi admitida, porque, bem, o que ela fez a você foi perfeito. Na frente de todo mundo, tinha que ver sua cara. Mas depois de um tempo Thalia começou a ficar muito sentimental. Quando o aniversario ela chegou então, ficou dias em casa. Eu soube que ela teve até que visitar um psicólogo. Ela me mandou uma mensagem avisando que ia sair, desde lá nunca mais tive noticias suas.  – ela parecia que ainda ia dizer mais, porem parou de falar - por que mesmo eu estou perdendo meu tempo com você? – ela começou a andar – dessa vez eu fui boas por causa desses anos todos separadas, mas não se atreva a se meter no meu caminho de novo

Annabeth ficou alguns minutos parada na rua tentando digerir tudo o que ouviu.  Será que era verdade? Ela se arrependeu?  A menina voltou a andar mais rapidamente agora. Não demorou muito para avistar o lugar que estava procurando desde que chegara. Antes de entrar mandou uma mensagem avisando a Percy que estava bem, precisava de paz; pela primeira vez em muito tempo estar sozinha era uma opção.  

Mas uma coisa Annabeth aprendeu naquela noite.  Não se deve julgar ninguém antes de saber a história completa, por mais maligno seja o que ela te fez. Às vezes existe um motivo, não se deve perder amizades pela raiva.