Bring Me To Life escrita por Nicole


Capítulo 23
Descobertas parte 2


Notas iniciais do capítulo

O ministério da saúde adverte: se você já teve ou tem tendência de ter um infarto não leia isso.



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Finalmente o intervalo, pensou Annabeth. Ela ainda não conseguia acreditar no que Rachel havia feito para ela. Ela podia ser má, mas nunca chegou aquele ponto. A loira andou calmamente até o banheiro e se olhou no espelho. Estava lá. Uma marca roxa em seu olho, o soco tinha sido forte. Annabeth se segurou para não chorar. Como iria explicar aquela marca? Ela arrepiou-se de medo ao pensar em dizer a verdade. As coisas só iriam piorar se ela fizesse isso.

Ela não iria volta para a sala hoje. Iria para casa, precisava descansar. Já tinha pegado a bolsa e levado para o banheiro, assim que o intervalo acabasse iria embora.  Abriu a bolsa e começou a procurar algo para comer, era inevitável. A moça precisava comer, e logo. Só isso poderia para de doer um pouco. Acho um chocolate no fundo da bolsa e começou a devorá-lo como se fosse o ultimo.  Foi quando Bianca entrou no banheiro, olhou com desprezo Annabeth e reparou que ela estava comendo

-Agora sei por que você é essa baleia. Fica o recreio todo comendo escondida, não? – disse a morena maldosamente- Quer saber? Eu vou ao banheiro dos professores, não quero ser contaminada por você.

Annabeth assistiu ela sair da sala. Olhou-se de novo no espelho e viu o que Bianca via. Ela estava gorda, o seu reflexo mostrava os braços gordos, e a cabeça redonda.  E rapidamente se meteu em uma das cabines, esqueceu de fechar a porta. Ninguém iria entrar mesmo. Levou os dedos a garganta e começou a provocar vomito.  Nem reparou no sinal anunciando o fim do intervalo

Percy andava pelos corredores atrás de menina de olhos cinza.  Não a achou, em lugar nenhum. Ele queria saber para onde ela estava indo, a viu sair da sala com a mochila e ficou preocupado.  Rodou o colégio todo durante o intervalo, mas o tempo acabou e por fim desistiu.

Resolveu passar pelo pavilhão dos banheiros que era o barulho mais curto para a sala. Ao passar na frente do banheiro das meninas, ouviu um som estranho. De primeira não reconheceu tal som, mas sabia que lhe era familiar. Esperou para ver se o ouvia de novo e ao ouvir pela segunda vez lembrou-se.  Era barulho de alguém vomitando. Era estranho com o barulho lhe era familiar, mas quem cresce em meio de um hospital sabe dessas coisas.

Entrou no banheiro mesmo sabendo que é errado, não havia mais ninguém no corredor mesmo.  No chão ao lado da pia estava a mochila de Annabeth.  Reparou que todas as cabines estavam fechadas com exceção de uma.  Abriu-a delicadamente para não incomodar Annabeth. E viu uma coisa que tão cedo não esperaria ver.  Ela estava colocando um lápis na garganta, ela tinha alguns arrepios e sua pele parecia mais branca do que nunca, e como se não pudesse piorar a menina vomitou. E mesmo depois disso recolocou o lápis na boca e Percy entendeu o que ocorria. Deu uma súbita vontade no garoto de gritar com ela e acabar com tudo, outra parte dele queria chorar. Mas ele apenas fez um barulho com a garganta para que a menina o percebesse

Annabeth estava tão concentrada em eliminar o chocolate de seu estomago que nem reparou no momento que Percy abriu a cabine. Os olhos dele pareciam sem expressão, mas se você olhasse bem para dentro de sua alma veria que ele estava sentindo uma enorme dor. A menina estava assustada, não sabia o que fazer muito menos o que falar. Os olhos do rapaz se moveram do de Annabeth direto para o seu braço. A loira seguiu seu olhar e reparou que suas marcas estavam à mostra.  Ela olhou para ele com um olhar de “agora você entende?” e o menino apenas assentiu.

Annabeth olhou para o vomito, depois fez uma trilha com um dedo nas marcas, e olhou diretamente para os olhos de Percy. Ele não demonstrava nada, parecia uma estatua.  A moça levou os dedos para o roxo nos seus olhos, e começou a chorar. Não era hora para isso e ela sabia, mas não tinha nada mais que pudesse fazer. Entre todas as pessoas ela não queria que justamente ele fosse o primeiro a descobrir.

Percy não acreditava no que tinha visto primeiro a menina vomitando e segundo as marcas de cortes em seu braço. Parecia surreal, ele sempre a tinha visto como uma pessoa forte que não se deixa abalar por nada.  O menino sabia que tinha que demonstrar alguma reação, porem não conseguia se mexer direito.  Quando a loira começou a chorar que ele se tocou que precisava ajudá-la de qualquer jeito. Sentou-se ao lado dela e a abraçou

-Fique calma, eu estou aqui- sussurrou no ouvido dela

Percy a tirou de dentro da cabine colocou o casaco dela para as marcas não aparecerem e ela não sentir frio.  Deu descarga no vaso para levar embora as marcas desse momento. Annabeth não conseguia para de chorar, eram muitas emoções para ela. Nada faziam sentido dentro dela, não demorou muito e o moreno já estava do lado dela novamente não só abraçando-a, mas protegendo-a

Ficaram lá por quase uma hora, ate que finalmente a menina dos olhos cinza se acalmou. Ela levantou-se pegou sua mochila, lavou o rosto. Tudo sem dizer uma palavra. Depois que já estava prestes a sair, andou devagar até onde Percy a observava e lhe estendeu com a face mostrando um pequeno sorriso.

Eles saíram escondidos da escola, matando aula novamente. Andaram até a lanchonete que ficava em frete a escola sem dizer nada. Não tinha quase ninguém lá, eles escolheram uma mesa afastada das outras. Ambos nem imaginavam o que falar

-Eu não queria que você estivesse visto aqui- confessou Annabeth

-Há quanto tempo está acontecendo?- perguntou ele apontando para o braço dela

-Desde o ano passado, depois do acampamento, quando Rachel me... Bom, acha que você se lembra, não? – o menino assentiu lentamente

-Eu acho que pedir desculpa não vai funcionar – a menina negou com a cabeça – imaginei que não.

-Por que você foi lá?- perguntou a menina pensativa

-Eu fiquei atrás de você durante o recreio, mas não te achei. Eu estava voltando para sala

-Me procurando?- perguntou ela incrédula

-Sim. Eu vi quando Rachel lhe fez isso – apontou para o hematoma no olha dela – eu que devia ter levado, não você.

-Você deveria levar por quê?

-Eu terminei com a Rachel ontem, e ela acha que foi por sua causa – e com essas palavras os dois ficaram em silencio até que depois de um tempo Percy voltou a falar – em alguma coisa ela estava certa

-Como assim? – perguntou, ou melhor, gaguejou Annabeth

-Eu terminei com ela por sua causa.  – a menina desviou do olhar do menino – eu sei que você não acredita, mas é verdade. Eu não consigo para de pensar no que você falou naquele dia, nem um só momento. Eu mal durmo. Por isso eu fui atrás de você hoje, eu precisava te falar que nunca mais vou falar uma palavra ofensiva para você. Ainda mais depois do que eu vi hoje – parou e pegou o virou o rosto da garota obrigando-a olhar para seus olhos – deixa eu te ajudar? Por favor?

-Me dê um motivo para acreditar em você

-Eu acho que já te dei no momento em que te achei no banheiro hoje

-Eu não vejo o que você pode fazer por mim. Eu sou caso perdido- disse baixinho desejando que ele não tivesse ouvido, mas como nem todo desejo se torna realidade

-Não é – ele fez uma pausa escolhendo as palavras - eu prometo estar do seu lado quando você chorar, te ajudar a levantar quando você cair e juro não te abandonar por nada

-E se você me abandonar? Como eu posso realmente confiar em você? – a menina queria acreditar, contudo já foi abandonada muitas vezes de mais não podia arriscar

-Eu também não posso confia completamente em você, sabia? Então estamos juntos nessa!

-Em que você precisa confiar em mim? Não é você que vai me ajudar?

-Eu quero que prometa que ira tentar para de vomitar e eu prometo nunca lhe abandonar

-Eu não sei se consigo

-Eu só vou prometer se você prometer, então você promete? – ele estende a mão para a loira

-Eu prometo tentar, mas se eu não conseguir quero que você não me abandone – ela começou a chorar pensando em estragar tudo com ele por causa da sua maldita bulimia

-Se você não conseguir, eu não vou te abandonar, eu vou te ajudar mais ainda. Até você conseguir para

Promessas. Uma simples promessa. Promessas podem salvar vidas, transformar um brejo num lugar maravilhoso, trazer luz onde só existe escuridão, trazer um sorriso aonde só há tristeza. Mas ao mesmo tempo uma promessa pode afundar alguém, tirar uma parte da alma de uma pessoa. Promessas são perigosas quando mal manuseadas. Será que esses dois jovens vão poder cumprir as suas, ou todas essas palavras foram em vão? 

Annabeth teve uma viajem tranquila para nova York, o vôo não atrasou. A turbulência foi mínima. E a noite estava brilhante para ela.  Lembrava-se de sexta à tarde, da promessa. A sua promessa até agora não havia sido quebrada, e a menina esperava que tão cedo não fosse

Ao chegar ao deparou-se com os seus irmãos segurando uma placa escrita “Seja bem vinda de novo” sorriu com toda essa demonstração de amor da parte deles.  Do lado dele estava sua madrasta.  Nenhum sinal de seu pai. Por que ela não estava surpresa?

-Anne querida – sua madrasta a abraçou – Frederick não pode vim, ele queria mesmo vim, mas ele estava ocupado

-Eu entendo

-Tem alguém que quer ver você – informou Bob

-Quem?

-Eu – disse uma voz atrás da menina que ela reconheceria em qualquer lugar. Annabeth se virou e exclamou:

-Thalia o que diabos você pensa que está fazendo aqui?


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Notas finais do capítulo

Meus amados leitores e amigos, vocês sabem que eu amo você, né? Sim, eu quero alguma coisa!!! É simples, eu PRECISO de musicas dramáticas para entrar no clima do próximo capitulo. Se alguém que eu amo tanto me der uma eu vou ficar tããããão feliz :)