Meu Eu em Você. escrita por Thatah


Capítulo 10
Capítulo 11 - O GRANDE DIA


Notas iniciais do capítulo

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Capítulo 11 - O GRANDE DIA  (parte 1)

POV - BELLA

Ângela fez um ótimo trabalho no rosto de Emmy que chorou a se ver no espelho com o rosto aparentemente livre da cicatriz. Para o penteado Ângela optou por cachear os lindos fios de Emmy, prendendo uma pequena parte e adornando com enfeites pequenos em forma de flores brancas que davam um aspecto semelhante ao ponto de luz. Aliado à pomada modeladora, em todo o comprimento, os fios foram levados para uma das laterais, onde permaneceram presos de maneira que proporcionassem leveza.


Foi a vez de Ângela... Emmy desfiou os longos fios de Ângela, para obter volume, os cabelos de Ângela, ficaram repartidos por uma risca vertical feita no topo da cabeça. Duas mechas laterais foram, então, puxadas para trás de maneira displicente e presas, para deixar o caminho livre para a tiara de zircônia.


Quando chegou a minha vez, as duas me colocaram de costas para o espelho. Só poderia ver, quando tudo já tivesse terminado... Foram horas de pura tortura. Secador... Babyliss...

Aquilo tudo estava me deixando com dor de cabeça. Não estava acostumada com todos esses aparelhos... O som do secador zunia por minha cabeça impedindo qualquer pensamento de se fixar em minha mente.

Charlie veio avisar que Renne já estava a caminho e quando entrou no quarto ficou boquiaberto.

- Você esta linda, Bells. - Uma tímida e solitária lágrima percorreu seu rosto. – Esta tão linda quanto sua mãe no dia do nosso casamento... Bom, acho que vou terminar de me ajeitar.

- Éh! Nós fizemos um ótimo trabalho.


Emmy e Ângela se auto-parabenizaram com um toque de mãos.

- Preparada Bella?

A curiosidade já estava me corroendo por dentro. E a expectativa me causando arrepios. Senti como se mil borboletas estivem voando dentro da minha barriga. Era tudo puro nervosismo.


Para aumentar ainda mais o suspense Ângela fez questão de virar o espelho com uma velocidade digna de uma lesma.
Quando finalmente meus olhos encontram o reflexo no espelho, percebi o quanto eu estava diferente. Realmente Ângela e Emmy fizeram um ótimo trabalho. Eu estava perplexa. Linda! Deslumbrante...


O cabelo... A maquiagem... Tudo estava perfeito! Meu penteado era simplesmente fantástico, arrisco dizer que era uma verdadeira obra prima.


Analisei com cuidado cada pequeno detalhe... No alto da minha cabeça estava um coque todo decorado com enfeites em forma de minúsculas flores que serpenteavam por baixo dele de modo a dar-lhe o acabamento sofisticado. Boa parte do meu cabelo permaneceu solta, com grandes e “esvoaçantes” cachos. Na frente uma franja lateral trouxe o toque final.


O penteado valorizou ainda mais meu rosto, pude perceber detalhes que a anos tinham sido ignorados. Minha maquiagem estava leve... Nada de destoasse de um casamento na praia.


- O Jacob ira amar! – Ângela disse me dando um leve beijo no rosto. – Vamos, agora é a hora do vestido...

Elas me ajudaram a colocá-lo com o muito cuidado para não desmancharem o penteado.


Ouvi passos na escada e então alguém entrou no quarto... Virei-me para ver quem era. Renne estava com os olhos cheio de lágrimas. Veio em minha direção e deu um terno e apertado abraço.


- Oh, minha garotinha vai se casar. Você esta linda!

Renne não agüentou e começou a chorar.

- Mãe, a senhora vai molhar meu vestido...

- Óh! Desculpe querida.

Ângela lhe entregou um lenço.

- Meninas, olhem a maquiagem!!!

Começamos a rir...
- Nunca pensei que você se casaria tão cedo meu amor. Mesmo sabendo que você sempre foi muito madura para a sua idade...
Meus olhos se encheram de lágrimas e então tentei respirar fundo e forçá-las a voltar para o lugar de onde vieram...

- Ah! Antes que eu me esqueça. Isto é para você.

Renne me entregou uma pequena e delicada caixinha branca.

Dentro dela havia um delicado colar de perolas, e uma borboleta com asas de rendas que lhe servia de pingente, a borboleta tinha uma espécie de calda formada por penas brancas e finas que viam parar em cima do meu busto.

- Nossa mãe! É lindo. – Olhei para o espelho e percorri delicadamente os dedos pelo colar.

- Vamos Bella?

Emmy me apressou.

Elas estavam lindas. Emmy estava usando um vestido de tecido leve e muito fino da cor azul bebê, o vestido era longo percorria todo o seu corpo acentuando suas formas, levemente pregueado em baixo do busco. Ângela optou por um vestido mais curto, á altura do joelho, a saia era levemente rodada. O vestido era de uma tonalidade rosa, suave e branda.

- Nossa Bella, este vestido ficou lindo em você!

O vestido era realmente lindo. Era um vestido tomara que caia. O tecido do busto era levemente pregueado. O vestido era longo a parte de baixo do vestido era de seda branca com estampas de rosas douradas. O charme todo ficava por conta do tecido que vinha sobrepô-lo. Era uma espécie de organza branca, porém muito mais sofisticado, o tecido tinha inicio logo em baixo do busto percorrendo todo o comprimento do corpo, finalizando-se em uma pequena e glamorosa calda.

Era o vestido perfeito para utilizar em meu casamento. Ele era SIMPLES, MAS SOFISTICADO. E o colar que Renne me deu, deu um charme a mais a minha produção.
Como o casamento será na praia, optei por não usar sapatos, pelo menos não durante a celebração. O detalhe dos pés que dificilmente apareceriam, ficaria por conta de uma tornozeleira que Emmy e eu encontramos no último dia de compras em Port Angeles, ela era toda em pedras brancas, e percorria o corpo do pé, sendo “presa” ao segundo dedo. Depois do casamento eu usaria uma rasteirinha dourada para combinar com o vestido!


Descemos as escadas. Emmy e Ângela foram na frente enquanto Renne não largava meu braço. Charlie estava inquieto e andava de um lado para o outro na sala, parecia que ia perfurar o chão.

- Mãe, onde esta o Phil?

- Ah, ele deve estar lá fora no carro...

Charlie finalmente percebeu nossa presença na sala e então parou mais uma vez boquiaberto.
- Minha ga... Nossa, fi... – Charlie lutava com as palavras, mas parecia impossível completar uma frase. – Bella, minha filha. Você esta linda! Esta perfeita.

--Vamos logo Bella! Estamos em cima da hora.

A voz de Emmy estava grave, era como se ela tivesse pressentindo algo.

Charlie assumiu a posição ao meu lado e me deu um leve e demorado beijo no rosto. – Bella, posso te dar um abraço?

- Claro pai, porque não poderia?

- Não quero amassar seu vestido.

- Não seja bobo pai. - Ri com a cara que Charlie fez e não agüentei... puxei ele para um apertado abraço. O abraço mais apertado que consegui lhe dar.

Ângela, Emmy e eu fomos na minha caminhonete. Charlie levou Renne e Phil na viatura. No início o clima ficou meio estranho entre eles, mas já estava mais do que na hora de Charlie superar, e o momento não poderia ser mais perfeito.

Quando Charlie passou por mim, estava até rindo!

Emmy pediu para Ângela ir dirigindo... Me fez ficar entre elas. Isso até poderia ter sido uma atitude normal, se não fosse pela forma como Emily estava agindo. Tentei perguntar-lhe o que a estava incomodando, mas meus olhos reconheceram um movimento estranho entre as árvores na floresta.

Emmy rapidamente tentou levantar os vidros do carro, mas não foi rápido o suficiente. Aquele cheiro doce atravessou rapidamente pela janela do carro. Meu olfato não era tão apurado quanto de um lobisomem, mas ainda sim fui capaz de senti-lo.

- Ângela, pare o carro! – Gritei para Ângela que levou um susto e acabou perdendo o controle da picape.

O som do pneu sendo arrastado com velocidade no asfalto foi quase ensurdecedor, todas nós entramos em pânico o carro se aproximou de uma enorme árvore, mas Ângela conseguiu frear a tempo. Ficamos a milímetros de distância da árvore, a posta onde Ângela estava chegou a encostar na árvore.

- Você está maluca, Bella?

Ângela estava com os olhos arregalados e suas mãos apertavam com força o volante.

- O que você esta fazendo, Bella?
Emmy me perguntou tentando impedir que eu saísse do carro.

- Emmy, tenho que conferir algo. Acho que...

- O que Bella? Acha o que???

Emmy estava com um ar inexpressivo, sua boca estava levemente cerrada.

- ... que vi algo. Acho que vi alguém.

-Alguém? Resposta errada... A primeira opção é mais adequada.

Finalmente decifrei as emoções de Emmy, ela estava com a voz levemente alterada. Ela sabia perfeitamente do que eu estava falando.

- Emily deixa eu sair... Por favor! Eu preciso...

- Mas do que é que vocês estão falando? Algo... Alguém...

Ângela parou de falar e nós a olhamos.

- Shiii... Silêncio! Escutem isso...

Ângela começou a tremer mais ainda e Emmy não me deixou sair do carro. Um barulho de galhos se quebrando nos sobressaltou. Algo estava vindo em nossa direção com muita velocidade. Ângela estava apavorada, mas por algum motivo Emmy relaxou.
Um uivo alto e muito feroz. Foi tudo o que ouvimos! Mais galhos foram partidos e de repente algo pulou na carroceria.

Gritos agudos invadiram minha mente e quando percebi um deles pertencia a mim. Ângela e eu gritávamos feito loucas. Meu coração pulsou mais forte, minha respiração falhou... Aquele uivo pertencia a um lobo, isso eu não tinha dúvida, mas aquele cheiro não pertencia a um lobo. Meu Deus! O que estava acontecendo?
Emmy não nos acompanhou com os gritos, ao invés disso, começou a rir.

- hauhauhauhua – Vocês estão hilárias! Sério...

Olhei para Ângela e então percebi que estávamos de mãos dadas, agarradas uma a outra.

- Seu idiota! Huhauhhau... Saia já daí.

Emmy fez menção de descer do carro, mas eu a detive.

- Você esta maluca. Se for... um... – Tomei cuidado para tocar no assunto, porque Ângela não fazia idéia do que poderia estar prestes a nos acontecer – Jacob já deve estar a caminho.

- Não se preocupe, Bella. Já vieram ao nosso “socorro”.

Não compreendi muito o que ela quis dizer, e olhei para Ângela que parecia ainda mais perdida e confusa.

Foi quando vi Embry ao lado da janela onde estava Emily.

- Depois vocês ainda reclamam quando dizemos que mulher no volante é um perigo... é como dizem “mulher no volante per...”

Ele parou no meio da piada? Deve ter percebido que era sem graça. Opa, pêra lá!
Olhei para Embry com mais atenção e então percebi que seus olhos ganharam um brilho mais intenso do que o normal.

Nossa, fala sério a piada nem foi tão boa assim, porque Embry estava tão...
Embry olhava Ângela com contemplação, seus olhos estavam compenetradas nela.

Seu queixo vacilou e em poucos segundos Embry estava quase “babando”. Olhei para Ângela percebendo um leve rubor nas maças do seu rosto, ela tentava desviar o olhos de Embry, mas era impossível. Para os dois!

- Wow. Não acredito Emmy!

- Bem vinda ao nosso mundo.

Emmy deu um sorriso enorme, e então empurrou Embry para poder abrir a porta.

- Vamos meninas, saiam do carro para que Embry possa manobrá-lo direito.
- Meninas?? –Embry gentilmente estendeu a mão para nos ajudar a descer do carro.

Nossa quando foi que Embry havia ficado tão gentil e gentleman assim?

Quando chegou a vez da Ângela, o olhar que eles trocaram foi ainda mais envolvente. O rubor no rosto de Ângela se intensificou e a respiração de Embry ganhou um ritmo nada conveniente.

- Não quero ser desmancha prazeres. Mas já deveríamos estar na RESERVA!

Embry entrou no carro e com cuidado o retirou de lá. Dessa vez invertemos as posições. Ângela estava recuperada do susto, mas devido ao segundo acontecimento, ainda não estava em condições de dirigir.

Então Emmy assumiu a direção, enquanto Embry foi na carroceria.

Foi estranho ver o imprinting em ação. Ângela estava completamente ligada a Embry em uma fração de segundos.

Seguimos em silencio até a cerimônia. O momento havia chegado. A hora da verdade! Finalmente eu iria unir meu destino ao de Jacob. Em algumas horas seriamos uma só carne... Uma só alma.

Eu havia feito a minha escolha. O meu destino estaria ligado agora ao de Jacob. E eu havia decidido dessa forma...

Lembrei-me de uma das tardes em que Jacob e eu estávamos em casa, assistindo a um filme de lobisomens. Eu ainda estava sofrendo com a ausência de Edward, não havia tomado a decisão em relação ao pedido de Jake, de levarmos a nossa relação a um ponto mais auto.


Estávamos sentados no sofá da sala, o queixo de Jake estava apoiado em minha cabeça. Nossos corpos estavam muito próximos. Ele brincava com uma mecha do meu cabelo, enquanto eu alisava os pelos do seu braço. Passando lentamente os dedos por sua pele, fazendo-o se arrepiar volta ou outra.


Não me lembro qual filme estávamos “assistindo”, mas lembro-me perfeitamente do que aconteceu naquela tarde.

As caricias que eu estava fazendo nos braços de Jacob, tinham se tornado a gota d água. Ele tinha me prometido um tempo, mas toda aquela proximidade dos nossos corpos, foi demais para o seu “autocontrole”.
Jacob lentamente ajeitou meu corpo em uma posição estratégica para suas intenções, porém confortável para que eu pudesse manifestar qualquer posição que fosse contrária a elas.



Uma de suas mãos assumiu a posição atrás da minha nuca, como garras, mas garras macias; seus olhos me fitaram com desejo e determinação e então ele foi inclinando seu rosto, sem desviar o olhar.



Eu o interrompi expondo em voz alta o que estava em meus pensamentos “Esse não é meu destino.” Jacob parou seu rosto a centímetros dos meus, pude sentir seu hálito quente. Ele fechou os olhos e sussurrou em meu ouvido “O destino é a ponte que construímos até a pessoa que amamos!”, eu fechei os olhos sentindo leves arrepios ao ouvir sua voz, arrepios que se intensificaram quando seus lábios tocaram levemente o lóbulo da minha orelha, os lábios de Jacob forram percorrendo com leves mordiscadas o meu pescoço subindo novamente até meu queixo; quando os seus lábios finalmente encontraram os meus eu tive certeza do que queria.


- A noiva chegou!!

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