Marcadas escrita por carolhollydays


Capítulo 2
A Viagem




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À meia-noite, como estava combinado, os amigos de Rachel e Witche foram chegando. Conforme chegavam, as garotas punham as malas deles na carroça, mas deixando um espaço para que eles se sentassem. Depois que todas as malas estavam na carroça, eles se sentaram para conversar. Rachel ascendeu a lâmpada da sala, que não iluminava muito, mas era bem útil.

Rachel: Então? Todos prontos para a viagem? – Rachel estava preocupada, mas alegre.

Carol: Ah, eu estou! Vai ser tão excitante! Nunca havia viajado assim! Vai ser melhor ainda do que eu imaginava, porque será com vocês! – Carol estava muito alegre com tudo aquilo. Naquele momento, mesmo lembrando-se dos perigos que podiam os aguardar nas florestas ao redor de Goshtan City.

Percy: Eu também estou animado! E falando nisso que horas são? – Percy estava anciosíssimo, e mal podia esperar para que desse 2hrs da manhã para partirem.

Witche: São 5 para as 2hrs. Vamos? - Ela sorriu. Num pulo, todos se levantaram e correram para fora. Rachel apagou as luzes e subiu na carroça. Witche fez os cavalos começarem a andar enquanto isso Rachel ascendeu a lamparina que tinha na carroça. Todos estavam animados.

Arthur: Queridas, sem querer ser estraga prazeres, mas onde exatamente estamos indo? - Arthur estava curioso. Os outros concordaram.

Rachel: É mesmo. Witche, para onde está nos levando? - Rachel encarava a irmã com preocupação.

Witche: Iremos para a cidade onde mamãe nasceu. Lá ficaremos na casa de nossa avó onde te prepararei para a próxima viagem. - Witche estava séria. Sabia o que tinha que fazer. Mas não podia simplesmente contar tudo à irmã mais nova. Ia ser um choque de qualquer forma, mas a avó prepararia melhor Rachel para o verdadeiro choque. Rachel encarou a irmã sem entender o que ela queria dizer. O que Witche sabia que ela ainda não sabia? Acaso elas teriam que virar rainhas de algum lugar? Ou enfrentar algum tipo de "mal soberano"? Ela estava confusa.

Rachel: Que outra viagem Witche? - Todos as ouviam com atenção para tentarem entender algo do que estava acontecendo.

Witche: Você saberá em breve. Mas fique calma Rachel. Não é nada que vá além de sua inteligência, força ou capacidade. - Witche deu um sorriso. Assim como a mãe, Witche sabia o quanto ela e Rachel eram fortes e capazes de tudo. Ela sabia que elas eram mais poderosas do que aparentavam ser. E era com a avó que elas despertariam tal poder que as faria mudar tudo o que todos conheciam.

Rachel: Odeio quando você me esconde as coisas. - Rachel estava visivelmente curiosa. Após esse último comentário de Rachel ninguém falou mais nada. Todos tinham perdido a animação. A viagem estava parada. Ninguém tinha assunto. Eles estavam entrando na parte mais escura e fechada da mata que rodeava Goshtan City. Ainda estavam todos quietos, até que Rachel resolveu quebrar o silêncio. Mas antes que ela pudesse falar qualquer coisa, um barulho fez com que os cavalos parassem de andar. Todos ficaram atentos. Eles começaram a ouvir barulhos de dentro da mata, como se fossem bichos se mexendo, e não aparentavam ser pequenos. Witche recomeçou a andar com os cavalos, mas atenta com os barulhos que ouvia. Todos estavam prestando atenção total em tudo que acontecia em sua volta. De repente, um balanço forte na carroça. Witche achou que havia passado por cima de alguma pedra, mas não. Um animal gigantesco com cara redonda, dentes afiados, cheio de espinhos negros, pulou em cima da carroça. Witche nem precisou parar a carroça. Os cavalos alvoroçados, já haviam parado de andar, mas eles continuavam se levantando, assustados, sem saber o que fazer. Witche largou o arreio, e puxou Rachel para dentro da carroça. O animal, confuso, mas feroz, procurava por eles. Eles estavam sem saber o que fazer. Estavam todos calados ouvindo os urros e rosnados do animal. Witche se lembrou daquele homem perfeito que as havia salvado na manhã do dia anterior. Tocou o cordão que havia pendurado no pescoço. Apertou-o pensando: "Se você era realmente amigo, e se tudo o que disse era verdade, POR FAVOR anjo, nos salve novamente agora!". O animal continuava nervoso, farejando-os e procurando uma forma de tirá-los da carroça. Até que eles ouviram outro barulho. Um grito de homem invadiu os ouvidos de todos, mas ninguém ousou se mexer.

Homem: Deixe-os em paz animal sujo! Eles não te fizeram nenhum mal. - naquele instante aquele "porco-espinho" gigante, de olhos vermelhos, desviou a atenção das suas presas iniciais e se voltou para aquela figura alta, de olhos negros, cabelos loiros que o olhava com ódio mortal. o monstro pulou da carroça. Caindo no chão logo na frente daquele homem. O homem não hesitou nenhum momento. Pulou nas costas daquele mostro. Ele simplesmente abriu a boca, como os leões fazem quando estão em caça. Bastou uma mordida no pescoço do monstro e ele estava morto. Quando veio o silêncio os amigos ficaram preocupados. Quem haveria de ter morrido? O monstro ou o homem que misteriosamente apareceu para salvá-los?

Arthur: O que será que aconteceu? Quem tem coragem de sair agora? - Disse o garoto cochichando. Witche não pensou duas vezes. Pulou da carroça e deu de cara com seu anjo. O monstro estava caído e morto aos pés daquela figura perfeita. Witche não se agüentou. Começou a chorar e foi abraçar aquele homem.

Witche: Obrigado! Obrigado! Não posso acreditar! Você veio, e salvou a minha vida! A nossa vida! Obrigada! - O homem retribuiu o abraço agradecido. Sorriu para Witche com um sorriso terno e protetor. Quando Witche se afastou dele e olhou para si, viu na blusa branca uma mancha grande de sangue. Mas ela não havia se machucado. Ela afastou o casaco do "anjo". Viu um corte gigantesco na lateral de sua barriga. - Por favor! Gente me ajude aqui, ele está ferido! - Na mesma hora as Rachel e Carol correram em direção a Witche, que estava ajoelhada juntamente com o ferido tentando ajudá-lo a se equilibrar.

Arthur: Ué! Ele não estava bem até agora? - O garoto estava confuso. Carol, Rachel e Witche estavam carregando o homem em direção a carroça. Ele era pesado.

Witche: Arthur, eu te explico daqui a pouco. Por favor, abram um espaço dentro da carroça para que eu possa deitá-lo. E peguem a lamparina para iluminar o local do curativo! Vai! Vai! Rápido. - Arthur não esperou o terceiro "vai". Correu para a carroça e começou a abrir um lugar, juntamente com Percy, para que Witche pudesse cuidar do ferido. Witche, Carol e Rachel deitaram aquele homem na carroça. Witche pediu que eles começassem uma fogueira, afinal teriam quer ficar ali até o dia raiar. Eles obedeceram. Arthur e Percy foram atrás da lenha pesada, enquanto as meninas tentavam iniciar o fogo com algumas folhas secas e pedras. Witche ajudou o homem a tirar o casaco e a camisa. Pegou um quite de costura, afinal o corte era muito grande. Esterilizou a agulha no fogo da lamparina e começou a dar os pontos no machucado. O homem deu um grito e fez um movimento brusco. Witche o segurou.

Witche: Por favor não se mecha, posso acabar te machucando mais do que você já está machucado. Eu sei que dói, mas não tem outro jeito de te fazer um curativo. - Ela estava com dor no coração de ter que costurar sem nenhum tipo de anestesia o machucado de seu anjo. Mas ela estava, acima de tudo, preocupada com o que poderia acontecer se ela deixasse tal ferimento à mercê de infecções que podiam matar. Nesses casos ela sempre pensava o pior para só se alegrar quando as coisas não acontecessem tão ruim e nem se desesperar quando acontecessem do jeito que ela havia imaginado. Witche olhou para seu anjo com preocupação. Ele estava tão debilitado, e estava assim por ter se arriscado para salvar a ela e seus amigos.

Homem: Queria te agradecer. Não me importo com a dor, e quero mesmo te agradecer por estar me ajudando. - Ele tentou sorrir mas a dor era muita. Witche entendeu e sorriu para ele. Então Witche se lembrou. Ela não sabia o nome dele ainda. Era a segunda a vida que ele lhe salvava a vida e ela não sabia seu nome. Ela arriscou perguntar.

Witche: Você já me salvou duas vezes, e eu não sei seu nome. Você pode me dizer? - Ela nem olhou nos olhos dele. Continuou prestando atenção no curativo.

Homem: Bom, concordo que você tem o direito de saber o meu nome, afinal eu sei o seu. - Pela primeira vez desde que Witche começou a fazer o curativo, ele sorriu sem fazer careta. Ela sorriu junto. Ela finalmente cortou a linha e terminou os pontos.

Witche: Preciso que você se sente. - Ele tentou se levantar e Witche lhe deu apoio. Ele teve dificuldade por causa do ferimento, mas sentou-se e ela pegou um rolo pequeno de gaze de pano, para enrolar a barriga dele e isolar o ferimento. - Ah, desculpa te interromper. Ainda quero saber seu nome. Por favor, continue.

Homem: Não, tudo bem. Enfim, meu nome é Seath. Seath Mc’kingsley. Tenho 22 anos e mudei para Goshtan City quando eu tinha 5 anos. Sua mãe e seu pai já tinham você e haviam tido sua irmã havia pouco tempo. Eles já moravam lá. Sua mãe ficou muito amiga de meu pai. E eles sempre conversavam. Eu nunca brinquei com você ou sua irmã por que eu tinha vergonha. Então vivi a maior parte do tempo só observando vocês. De certa forma eu tinha um carinho por vocês. Quando houve o acidente eu tinha 13 anos. Vi que vocês ficariam sozinhas. Então decidi que iria proteger vocês. Por três anos eu fui para uma escola de magos e guerreiros para treinar. Treinei duramente durante aqueles três anos e depois voltei. Eu estava com 16 anos e queria cada vez mais proteger vocês e daquela vez eu estava preparado. No dia que o predador apareceu pela 1ªvez na cidade, ele passou pela minha casa. Eu fiquei a espreita para ver se ouvia algo. E ouvi. Ouvi que o predador é um elfo espantalho. Os Elfos espantalhos são coletores de poder. Eles tiram de você todo o poder que você tem e infelizmente levam junto a sua vida. E ele estava falando com alguém, devia ser algum informante dele. Ele disse que estava à procura de um tipo de magia chamada "Laetifamarae". É uma magia muito forte que se parar nas mãos do rei dos Elfos levará o mundo que conhecemos ao caos total. Eu comecei a pesquisar em milhões de livros sobre esse poder. Vi que essa magia só existe no sangue das 8 primeiras gerações de uma única família. A família Fuller. Você e sua irmã nunca foram treinadas para usar magia ou armas, e por serem a última geração a nascer com o poder, eu fiquei assustado e quis ajudar vocês a fugirem. Impedi por milhares de vezes que o elfo chegasse a casa de vocês, mas dessa última vez não deu para impedir. Por isso que eu disse para que vocês fossem viajar. Porque esta noite ele iria atacar novamente. Nesse momento vocês estariam mortas e os elfos estariam com a magica mais poderosa de nosso mundo sob o controle deles. Eu não podia deixar que nada acontecesse á vocês. - Witche estava maravilhada. Não podia acreditar no que ouvia. Aquele homem, Seath, desde pequeno havia se dedicado à salvar a vida dela e da irmã! Não dava para imaginar tal esforço. Ela não conseguia acreditar em tudo aquilo. Ao ver a cara de Witche ele abriu um leve sorriso. 

Witche: Eu... Eu mal consigo acreditar! Mas obrigado! Você é um verdadeiro anjo! - Seath sorriu. - Eu queria lhe pedir, que ficasse conosco nessa viagem... Você conhece tudo sobre luta, armas, e não sei mais o que, e, além disso, está ferido, não é bom que fique sozinho. Por favor, fique conosco. - Seath a olhou preocupado. Não achou a melhor idéia do mundo, seguir com eles, mas a face preocupada daquela garota loira, de olhos azuis claros, o olhando... Era algo impossível de resistir. 

Seath: Ficarei com vocês, e ajudarei no que precisarem, mas ao que percebo - Seath olhou um momento para fora, olhou os amigos da loira que conversavam sonolentos. - seus amigos estão muito cansados, devemos todos dormir, amanhã vocês deverão continuar a viagem. - Witche concordou com ele. Deu um pulo para fora da carruagem, e foi chamar os amigos.

Witche: Ei! Garotos, vamos arrumar as camas e vamos aumentar a fogueira. Passaremos a noite aqui. - todos a olharam com as carinhas sonolentas e se levantaram dos troncos grandes que estavam envolta da fogueira. Percy colocou mais lenha na fogueira enquanto os outros, juntamente com Witche, pegavam seus sacos de dormir. Todos finalmente se deitaram e se viraram para dormir. Seath dormia na carruagem e Witche, que não conseguia dormir, ficou ali, sentada na porta da carruagem vigiando. Seath abriu os olhos e viu a loira sentada pensativa.

Seath: Witche, entre, tente dormir. Você precisa descansar para amanhã. - ela o obedeceu. entrou na carruagem e se deitou ao lado do anjo ferido. Ele acariciou a sua face - Você é muito corajosa, protege sua irmã como se fosse filha.

Witche: É o minimo que devo fazer como irmã mais velha. Protegê-la é meu dever. - Witche falava com frieza. Ela estava com medo do que viria. Ele a puxou mais para perto e olhou nos olhos dela. Olhou para aquele azul profundo e lindo dos olhos da loira que ele tanta protegia.

Seath: Witche, eu estou aqui para te ajudar. Estarei pronto a fazer o que for preciso para proteger você. Você é uma ótima irmã e sabe que deve proteger Rachel, ms lembre-se que você não esta sozinha. - ela sorriu e fechou os olhos. Pôs suas mãos macias por sobre as dele que acariciavam seu rosto. Ele lhe deu um beijo na testa e a envolveu com seus braços. Ele sorriu para ela, fechou os olhos e adormeceu. Ela o fez logo em seguida. 
   
No outro dia de manhã, quando Witche acordou, sentiu cheiro de comida. Na realidade era o cheiro de suco de mamão, e um bom pão com geléia. Sorriu ao ver que seu anjo continuava a seu lado. Levantou-se. Deu-lhe um beijo no rosto e lhe chamou.

Witche: Seath, ja é de manhã, o café está pronto. - ela disse com uma voz calma e tranquila, que o fez sorrir antes mesmo de abrir os olhos. 

Seath: Obrigado por me chamar. Estou indo. - Ela sorriu e saiu da carruagem. Logo em seguida ele se levantou. Olhou para o céu, o sol brilhava muito, não havia nenhuma nuvem. Ele se dirigiu ao local onde os outros estavam reunidos para comer. Witche estava cozinhando uns grãos de alguma coisa, e Arthur a estava observando. Witche parou de cozinhar, pos num prato e o entregou a Seath. - O que é isso?

Witche: Isso? Isso é aveia e trigo. Vai te fazer bem. Todos nós precisamos comer muito bem pois ainda há um longo caminho pela frente. - Todos se calaram e comeram. Quando todos haviam terminado, eles puseram as coisas de volta na carroça e recomeçaram a viagem. Ainda haveria 2 dias de viagem até chegarem ao vilarejo onde morava a avó das garotas. 
   Durante a viagem eles conversavam, brincavam até, mas na maior parte do tempo estavam em silêncio. Estavam todos tentando imaginar o que iria acontecer dali pra frente. Witche era a única que tinha noção do que eles passariam, mas ela nunca comentava nada. 
   Aqueles dois dias se passaram dessa forma. Não hoveram mais bichos para incomodá-los, nem algo parecido. De vez enquando aparecia um bicho grande, mas na maior parte das vezes eles mal se incomodavam com a presença daqueles humanos.


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