Charlie Team 2 - By Goldfield escrita por Goldfield


Capítulo 10
Capítulo 9




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/10450/chapter/10

Capítulo 9

Fantasmas do passado.

         Sejam bem-vindos ao oriente, caros combatentes! – saudou o velho militar.

         Eu não posso acreditar! – afirmou Fong Ling, quase sem voz.

         Já faz um bom tempo, minha querida...

A chinesa aproximou-se do general e abraçou-o fortemente, e assim permaneceram unidos por alguns minutos, sem que os demais integrantes da equipe Charlie entendessem nada. Assim que o amplexo terminou, a especialista em comunicações voltou-se para os colegas, explicando em tom tranqüilo:

         Não se preocupem, está tudo bem! Conheço este senhor, tenho certeza de que ele está aqui para nos ajudar!

         Sim, você está certa! – respondeu o idoso serenamente. – Sou o general Zan Piang, da Inteligência Chinesa. Fui enviado a pedido de um velho amigo meu, o senhor Ernest Adams, agente do FBI!

         Oh, sim, nós o conhecemos... – murmurou Redferme. – Bem, creio que devamos procurar a senhorita Chun Li Zang, chefe de polícia, estou correto?

         Exato. Queiram me seguir, nós os levaremos até o hotel onde ficarão hospedados!

Lentamente, os membros do Charlie deixaram a aeronave, ainda um pouco apreensivos. Do lado de fora, Hamilton se encontrava ao lado de alguns soldados orientais. Ao ver os policiais, disse-lhes numa breve risada:

         Acho que consegui assustar vocês, hem?

         Se isto fosse realmente uma armadilha, você não viveria para poder rir da nossa cara! – replicou O’Brian.

         Hei, calma aí, Rambo! Estamos todos do mesmo lado!

Jack não inspirava confiança em Rafael e, por mais que o infiltrador se esforçasse, não conseguiria se concentrar totalmente na missão sabendo que um suposto aliado poderia trair a equipe a qualquer momento. Escoltados pelos homens do general Piang, os combatentes do S.T.A.R.S. entraram nos caminhões, que logo partiram para fora do aeroporto. Começava a chover.

A bordo de um dos caminhões, o capitão Flag estava sentado de frente para Fong Ling, que tinha Piang ao seu lado. Intrigado, ele tinha inúmeras perguntas em mente para fazer à jovem, como de onde ela conhecia aquele senhor e se possuíam algum tipo de parentesco, mas reservou-se temporariamente. Ele teria as respostas que desejava na hora certa.

         E então, como você anda vivendo na América? – indagou o general a Fong. – Já faz algum tempo desde que partiu!

         Como o senhor já deve saber, estou trabalhando na polícia... – respondeu a chinesa, cabisbaixa. – S.T.A.R.S., para ser mais exata. Usando minhas habilidades para prender criminosos. Sempre achei que ajudar inocentes seria o ideal para superar tudo o que aconteceu...

         Não devemos ficar revirando o passado, minha querida, por mais que ele tenha fantasmas... É impossível mudá-lo, por isso é inviável deixar que o arrependimento nos domine. O que está feito, está feito. Os erros servem para que aprendamos com eles! Eu também tive parte no que aconteceu, tentei evitar, mas minhas palavras não surtiram feito, você sabe disso...

         Sim, eu sei...

As dúvidas de Flag aumentaram. Eles estariam se referindo a que acontecimento? Que segredos Fong Ling poderia ter em seu passado? Indagações e mais indagações. Porém, era preciso que ele, assim como todos os outros membros do time, tivessem como foco o resgate de Aiken Frost.

         Espero que essa chuva passe logo... – murmurou MacQueen, que estava sentado próximo ao capitão. – Odeio quando meu uniforme fica encharcado...

         A tempestade tem seu lado bom... – afirmou o general em voz baixa. – Ela lava a terra de todas as impurezas...

Os caminhões haviam ganhado uma ampla avenida. Suas rodas passavam sobre poças d’água, molhando as calçadas. Naquele momento, a equipe Charlie sentia certo receio por estar em terra estrangeira. Conseguiriam superar as adversidades que estavam por vir?

Casa Branca.

O presidente Roger Jackson adentrou o Salão Oval, acompanhado por sua esposa Sarah e a filha adolescente, Kate, sendo que ambas ficaram aguardando de pé próximas à porta. Max Craig, que aguardava o governante, estava apoiado na mesa deste, e disse quando ele se aproximou:

         Está tudo pronto, senhor presidente! O senhor e sua família podem partir em segurança rumo à clínica da Biocom em Metro City! A imprensa pensará que o senhor resolveu tirar alguns dias de folga em Camp David!

         Eu não sei o que faria sem sua ajuda, Max! – sorriu o homem no comando dos EUA, abraçando calorosamente o suposto amigo. – Saiba que será amplamente recompensado quando tudo isto terminar!

         Não penso em qualquer tipo de recompensa, apenas no bem do senhor e de sua família... Agora vão, o helicóptero os está aguardando no gramado!

         Obrigado mais uma vez!

Roger deu um tapinha no ombro de Craig e saiu. Assim que a porta se fechou, o chefe do Serviço Secreto apanhou seu celular e começou a contatar cada um de seus aliados. Tudo estava indo às mil maravilhas. O presidente já era praticamente uma carta fora do baralho, mas ainda havia um obstáculo...

         O maldito Pentágono... – resmungou o traidor, digitando no aparelho o número de John Brentwood.

De qualquer forma, livrar-se dos fardados não seria tão difícil. Os assassinatos orquestrados por Max estavam conseguindo tirar do caminho os principais oficiais das Forças Armadas, e logo o Armagedom poderia ter início sem qualquer chance de fracasso.

Enquanto isso, Roger, junto com a esposa e a filha, seguiam pelos corredores da Casa Branca rumo ao lado de fora, onde embarcariam na aeronave que os levaria até Metro City. Lá, numa clínica especializada da Biocom, o presidente iniciaria secretamente o tratamento de sua leucemia... Ao menos era isso que pensava.

Num dado momento, Kate, que estava calada há vários minutos, indagou ao pai:

         Papai, posso dizer uma coisa?

         Claro, minha filha! O que é?

         Eu não gosto desse cara, o Craig... Acho-o tão... Falso! Na minha opinião, o senhor não deveria confiar nele!

         Querida, Max salvou minha vida na Bósnia mais de uma vez! Se não fosse por ele, eu não estaria aqui agora! Foi por esse motivo que eu o nomeei chefe do meu Serviço Secreto. Craig morreria por nós, não há o que temer, e creio que ele ficaria bastante magoado se tomasse conhecimento dessa sua desconfiança!

         Se o senhor diz...

Roger, ao menos por enquanto, nem suspeitava que sua filha estava na verdade coberta de razão. Viriam tempos difíceis não só para si e seus familiares, mas para toda a nação. Escoltados por um grupo de seguranças, Jackson e as duas mulheres cruzaram o gramado, entrando no helicóptero. Este partiu pouco depois, sobrevoando a capital norte-americana.

         Estou na frente da casa dele neste exato momento, Craig! – informou Brentwood pelo celular, sentado diante da direção de seu automóvel.

         Vá até lá e faça o serviço! – ordenou Max.

John desligou o telefone sem responder. Colocou um par de luvas pretas e em seguida apanhou uma pistola 9mm que estava sobre o painel. Equipou-a com silenciador, ajeitou rapidamente seus cabelos grisalhos através do espelho retrovisor e finalmente saiu. A vizinhança, localizada nos subúrbios de Washington, era bem calma e possuía pouquíssimos curiosos circulando pelas ruas de cercas brancas.

Assoviando, Brentwood seguiu na direção de uma das homogêneas casas de madeira, atravessando o gramado para logo depois vencer os degraus de uma pequena escada, parando diante da porta da residência. Duas batidas foram suficientes para que um velho homem atendesse à visita:

         Oh, mas há quanto tempo! – surpreendeu-se ele. – Vamos, John, queira entrar!

         Obrigado, Cherston.

O ex-diretor da NSA, a convite do proprietário da casa, sentou-se numa confortável poltrona reclinável. O anfitrião disse, caminhando até a cozinha:

         Espere um momento, vou trazer um pouco de chá gelado!

         Por favor, Cherston, não se incomode!

         Eu insisto!

O velho homem abriu a geladeira e, depois de breve procura, encontrou uma jarra da referida bebida na parte inferior do eletrodoméstico. Apanhou-a e, assim que fechou a porta do refrigerador, espantou-se ao ver o visitante lhe apontando uma pistola silenciada.

         Mas o que é isso, John? – exclamou Ronald Cherston, um importante general do Pentágono, confuso e apavorado.

         Perdoe-me amigo, os tempos mudaram!

Seguiram-se três breves estampidos. O cadáver do militar caiu para trás. A jarra escapou de sua mão, partindo-se em mil pedaços sobre o piso do cômodo. O sangue do morto se misturou ao chá, ao mesmo tempo em que Brentwood guardava a arma, sorrindo levemente. Seu objetivo ali estava cumprido.

Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Charlie Team 2 - By Goldfield" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.