Finalmente havia chegado o dia da festa. Ou melhor, da viagem de Roger. Ele iria visitar L e Watari, deixando a Wammy’s na mão de Near e Mello. A primeira coisa que veio na cabeça de Mello foi aproveitar a viagem para uma festa. Near se opôs a isso de início, mas logo após Mello o ameaçar, o albino trocou de idéia.

– Mello, os meninos chegaram com as bebidas. – Matt falou, sem tirar os olhos do seu game-boy.

– Quais eles compraram? – Mello perguntou, mordendo um pedaço de seu chocolate.

– Exatamente o que você pediu... Gim, vodka, uísque, rum, club soda, licor de café, mezcal, tequila, Curaçao Blue e coca-cola.

– Ah, ótimo. – Mello sorriu – E você? Trouxe a encomenda que eu pedi?

– No carro. – Matt sorriu e pegou as chaves em seu bolso. O jogou para Mello, que pegou e sorriu.

– Hoje eu consigo fazer o Near ter alguma reação.

Mello foi até o carro, pegou o pedido, voltou à cozinha e colocou a Fada Verde* em cima do balcão da mesa, rindo igual um imbecil.

– Anota o que eu estou te dizendo, Matt, vou realizar meu sonho de deixar o fantasma bêbado. – Ele falou, se sentando no balcão e abrindo uma garrafinha de Red Bull – Se eu estiver correto, a resistência dele com álcool é zero, quando ele beber essa coisinha verde e mágica aqui, vai até dançar Macarena no teto – Bebeu um gole, dando uma risada depois.

– Você só tem que tomar cuidado, Mello, para o feitiço não se voltar contra o feiticeiro – Matt falou, receoso – Já pensou se ele ficar sóbrio e VOCÊ ficar maluco?

– Qual é, Matt, até parece que você não me conhece – Ele falou, debochando do amigo – Eu bebo conhaque como se fosse água, tenho resistência forte contra álcool, não vou ficar bêbado tão cedo.

– Bem, eu avisei. Caso algo aconteça, eu não vou me responsabilizar – Matt falou,  levantando as mãos como um sinal de desistência e voltou a se concentrar no jogo.

– Mello – Linda o chamou, entrando na cozinha – Podemos começar? A maioria do pessoal já está pronta.

– Já, liga a música. Matt, me ajude a espalhar as bebidas. Jackson, encontre o Matthew, ele falou que ficaria aqui, fazendo as batidas. Linda, veja se a Morgan está com os CDs e traga o brinquedo pra festa – O germânico falou, pegando algumas bebidas com Matt – Ah é. Jackson, mande o Matthew guardar bem guardado as minhas três garrafas de Fada Verde, ok?

Eles saíram da cozinha para espalhar as bebidas.

*~*~*~*~*

A festa já havia começado e Mello não havia conseguido aproveitar nada dela ainda. Motivo? Near estava trancado no quarto, dizendo que não ia sair e quebrar regras.

– Nate River, você tem 5 segundos para sair dessa droga de quarto. Se você não o fizer, arranjo um jeito de entrar, e se eu tiver que fazer isso, você está encrencado – Mello falou, socando a porta.

– Assim você não vai conseguir nada, Mello – Matt revirou os olhos – Near, vamos, qual o problema de curtir um pouco? Faz o seguinte: você sai e vem com a gente, se você não gostar da festa, volta para seu quarto e...

– Monta quebra-cabeças até morrer com derrame cerebral – Mello falou, imitando a voz de seu amigo. Ele o olhou, o fuzilando com os olhos.

– Não quero colaborar com isso. – Near falou – Se Roger descobrir, vou estar em maus lençóis, e não quero que isso aconteça.

– SANTA IGNORÂNCIA, NEAR, SAI DESSA PORRA DE QUARTO ANTES QUE EU ARROMBE A PORTA E TRAGA AQUI PRA FORA PELOS CABELOS! SE VOCÊ AMA SUA VIDA, LEVANTE ESSA SUA BUNDA INGLESA E ALBINA, VENHA PARA FORA E PARE DE FAZER TIPINHO, MAS QUE DROGA! – Mello gritou, esbravejando. O silêncio durou 1 minuto, até que se ouviram as trancas do quarto e a porta abrindo.

– Finalmente, Near, até parece que você só funciona sob pressão! – Matt falou falou.

– Vamos logo, que tal? – Mello falou, indo na frente. Aquela festa seria interessante... Para todos.

*~*~*~*~*

Mello estava, praticamente, arrastando Near. Seu plano não daria errado de forma alguma. Precisava ver como aquele garoto agiria se estivesse fora de si.

Quando os três chegaram no grupinho, Linda estava conversando com Jackson e Naomi. Os três batiam um papo sem nexo, falando besteira e rindo. Matt e Mello entraram no assunto com facilidade, mas Near boiava legal.

– Que tal irmos beber alguma coisa na cozinha? – Mello sugeriu, lançando um olhar divertido para Mello. Era hora de começar a por seu plano em prática.

– Boa idéia, já estou ficando com sede – Matt concordou.

– Ah, pode ser – Naomi concordou.

– Vamos todo mundo, que tal? – Todos concordaram com Linda, menos Near, que se manteve neutro, mas foi arrastado para o local.

Quando chegaram na cozinha, se acomodaram no balcão, olhando as opções de bebidas que Matthew sugeria. Por fim, Jackson se decidiu. Pediu para todos um Alexander para começar, algo não muito forte.

– Fala sério, você não vai beber esse “suquinho” aí, não é Jake? –Mello falou enquanto se sentava na bancada, e obrigando Near a se sentar também. – Eu vou querer absinto. Dois, ok?

– Dois? – Near perguntou, apático como sempre.

– É, seu idiota, um para mim e o outro pra você. O que você vai querer, Matt? – Mello se virou para Matt, perguntando.

– Você não vai dar absinto para o Nate nem a pau, seu maluco. – Jake protestou – Esse menino nunca deve ter posto uma gota de álcool na boca, se ele beber absinto, vai ficar bêbado no primeiro gole. – A primeira coisa que veio na mente de Mello foi: “essa é a intenção, imbecil”.

– Frescos. Então tá, traz um Lagoa Azul pra ele.

– Não. – Near respondeu, deixando Mello muito irritado. – Quero absinto mesmo. – Todos olharam para ele como se fosse maluco.

– Uau, grande avanço. – Matt resmungou. – Traz um Texas Tea. – Ele falou, voltando a mexer no jogo.

Linda se virou para Naomi, comentando algo que os meninos não ouviram.

– Tá pegando o Jake? – Ela foi logo de cara.

– Ainda não. E você? Matt, Mello ou Near? – Naomi perguntou – Sinceramente, Mello tem fama de pegador e os dois outros são mais quietinhos. Dizem que os mais quietos são os melhores... – Ela riu, juntamente Linda.

– Acho que vou pegar o Matt. Tenho a leve impressão que o Mello que pegar o Near e vice-versa.

– O que?! – Ela olhou impressionada para Linda – Não acredito... O Mello não é gay nem aqui e nem na China!

– Gay eu não sei, mas que sente atração por caras também, ah, isso ele sente!

– Porque você acha isso? – Naomi riu.

– Não acho, tenho certeza! – Elas riram – Qual é, vai me dizer que você nunca percebeu os olhares 41 que ele dá pra cima do Near e do Matt – Linda revirou os olhos – Eu já vi o Mello olhando pra bunda do Matt como se fosse dois bombons de chocolate recheados com licor – Naomi achou engraçada a comparação, já que Mello amava chocolate – E outra coisa, essa implicância dele com o Near... Não sei não, viu.

– Agora que você falou, é mesmo – Elas riram e voltaram a conversar.

– Hoje eu vou sacanear com o Near. Tenho quase certeza que o Mello quer deixar ele bêbado, e se isso acontecer... Arranco uma confissão dele hoje!

– Confissão?! Conta sua idéia – Os olhos de Naomi brilharam. Quando se tratava de sacanear com alguém, Naomi fazia de tudo para ajudar.

– Só se você me ajudar – Não precisou nem pedir duas vezes. Naomi concordou então Linda contou a sua idéia, a fazendo rir com a revelação e resolver colaborar com o “planinho do mal”.

Para o plano começar, Naomi tomou uma garrafa de Smirnoff para ficar mais solta. Não tudo de uma vez – é claro que não foi tudo de uma vez – e arrastou todos para a sala, junto com Daniel, que havia entrado no grupinho de uma forma que nem eles sabiam. Se sentaram em roda e resolveram jogar Verdade ou Consequência.

Quando se sentaram para jogar, Mello estava um pouco feliz, Matt estava um pouco sóbrio – ainda – e Near estava começando a ficar bêbado. Daniel e Linda haviam começado a beber naquela hora, então não estavam bêbados.Tinha muita batida de maracujá por lá, e o Jackson caiu de boca, literalmente, e Naomi continuou com o Smirnoff. Ninguém pedia conseqüência, eram só verdades, e todas muito muxoxas. Então Naomi apimentou o jogo: quem pedisse verdade, teria que tomar um copo de vodka. Foi quando a festa realmente começou com eles.

– Ah, ótimo, eu pergunto pro Mello, ok! – Naomi falou, já começando a ficar feliz. Mello riu e mandou ela falar logo.

– Escolho... Verdade! – É, ele estava louco. Bebeu um copo de vodka e olhou pra ela como um imbecil.

– Ah, verdade... – Ela olhei para todos na roda e decidiu que se vingaria de todas as vezes que ele sacaneou com alguém em jogos assim. – É verdade que você já quis pegar o Matt? – Ela perguntou e todos começaram a rir, inclusive o Near, coisa que era muito rara, devo acrescentar.

– Ma-mas que pe-pergunta é essa?! – Ele começou a gaguejar – É claro que não!

– Aham, sei. Matt, tome cuidado na hora de dormir – E todos riram. Girou a garrafa de novo e parou... Matt perguntando pro Near.

– Ah, agora sim. Verdade ou conseqüência? – Matt perguntou, sorrindo ironicamente.

– É claro que o frangote albino vai escolher verdade. Covarde... – Mello pegou um copo de batida e tomou tudo em um gole apenas.

– Com-se-quên-cia. – Near falou as sílabas separadamente, olhando para Mello. Ele riu e todos começaram a gritar “uh”. O Nate bêbado ficava bem... Soltinho.

– Ótimo... Conte todos seus segredos. – O queixo de Near caiu. Ele não podia contar todos, senão...

– Não Matt, isso é pesado demais. Faz melhor. – Linda falou algo no ouvido dele e ele sorriu.

– Adorei a idéia. Pois bem, você vai ter que responder uma pergunta de cada um da roda.

– Melhor. – “Bem melhor”, o garoto pensou.

– Eu começo! – Naomi falou, empolgadinha com a sua chance de sacanear com Near – Você costuma pensar muita besteira?

– Bem, er, não. – Ele respondeu, ficando vermelho.

– MEN-TI-RA! Ah Nate River, sabia que você tinha algum podre... – Linda falou, fazendo os outros rirem. – Vamos para outra pergunta. Quero ser a última a perguntar.

– Ok, eu pergunto. – Mello resolveu se manifestar. Abriu uma barra de chocolate que estava em cima da mesa e a mordeu. Ele tinha cara de quem ia falar algo malicioso naquele mesmo instante – Você costuma fazer 5x1 muito, albino? – Até a criatura mais idiota de todas entenderia aquela expressão. Near passou de vermelho pra roxo.

– Lembre-se, só a VER-DA-DE! – Matt riu.

– Bem, er... Não ultimamente. – Começou a enrolar uma mecha de seu cabelo. Um trovão de risadas, é.

– Ora, ora, ora, o fantasma se libertando... – Todos riram mais alto ainda com o comentário de Mello. O loiro já sabia a resposta. Havia perdido as contas de quantas vezes passara pelo quarto do menino e gemidos com um nome não-identificado saíam. Não havia contado aquilo para ninguém – é claro que não – mas ficava na porta, às vezes, tentando descobrir o nome.

– Você já fez algo de errado alguma vez na vida? – Jake perguntou. Não tinha criatividade para perguntas, então soltava a primeira que vinha na cabeça.

– Nunca... É claro que não.

– Aham, tá. – Linda riu. – Agora minha vez. Quero saber de uma coisa há muito tempo... O Mello, com o jeito dele, roupas e olhar malvado te dá... tesão? – Ela levantou uma sobrancelha e todos se viraram para Near, curiosos. Finalmente ela sacanearia com Near – Porque, bem, uma vez que te vi olhando para Mello com um certo volume nas calças. – Risadas.

– Lembre-se Near, você não pode mentir porque saberemos que você está mentindo. – Eu falei, rindo da cara dele.

– Ele não vai falar a verdade. Ele ainda está sóbrio, nem que seja um pouco. Beba. – Mello entregou uma garrafa com uísque para Near e ele bebeu bastante.

– Bem... É, eu sinto... Um pouco! – Ele tentou se defender, mas já tava dito. Todo mundo achou que Mello ia ficar puto ou chocado, mas ele simplesmente deu um sorrisinho de lado presunçoso. Ah, já estava tudo explicado... Então, o nome que Near gemia era o dele... Desviou os olhos pra calça dele e se segurou para não rir.

– Tipo agora? – O Mello perguntou, aí todo mundo olhou pras calças do Near. Cabana armada, totalmente.

– Near, se quiser ir ao banheiro para “aliviar”, à vontade – Matt falou, fazendo todos rirem.

– Gente, parou, é normal nos sentirmos excitados com alguém, afinal somos adolescentes e... – Linda foi interrompida.

– Temos hormônios na flor da pele. – Matt completou – Ainda bem que eu escapo dessa regra – Ele riu ironicamente.

– Tem certeza, Mail Jeevas? – Linda perguntou, cruzando os braços e chegando perto do rosto dele.

– Não adianta, Linda, eu não caio nes... – Ele não terminou, a garota atacou a boca dele. Todo mundo começou a tirar onda. E acabou virando algo sério: não se soltavam nem pra respirar direito.

Após um tempo, giraram de novo a garrafa e o casal já havia dado um tempinho e voltado ao jogo. Algumas conseqüências idiotas aconteceram – como pintar o cabelo do Jackson e o Near dançando Poison – mas nenhuma se comparou à verdade que perguntaram ao Mello.

– Verdade, Matt – Mello riu. De melhor amigo pra melhor amigo.

– Tem certeza, Mihael? – Matt riu também, bêbado, abraçando Linda de lado.

– Pura certeza.

– Ok, fofo... – Matt revirou os olhos, pensando – É verdade que você se sente atraído por homens também?

– Você sabe que é verdade – Ele riu – E até sabe por quem... – É, Mello realmente estava bêbado – Você sabe muito bem que tu me seduz com esse seu jeito lergadão... – Todo mundo rindo – E você também sabe que o Near com esse jeito frio dele me faz ter arrepios até...

– JÁ ENTENDEMOS MELLO! – Naomi se pronunciou – Já entendemos!

– Ai, eu estou com vontade de dançar... Vamos Linda – Matt levantou puxando Linda. Mello e Near levantaram, segurando um no outro.

Enquanto iam para a sala, Mello e Near pegaram duas garrafas de Curaçao Blue numa mesa. Matt não soltava a Linda nem pra respirar. Eles começaram a dançar e tentar conversar. Bem, Matt e Linda nem tentavam se comunicar. Quando trocou a música, Mello e Near se olharam e foram para a escada, começando a dançar. Enquanto dançavam, Mello se animou demais e abriu o colete, mas escorregou num copo de plástico no chão e caiu alguns degraus de bunda, mas não machucou. Ele levantou e voltou a dançar com o Near, ainda bebendo. Então, resolveram incomodar Matt e Linda.

– Vão fazer isso num quarto! – Mello gritou, fazendo Near rir alto. Só pela cara do menino já dava pra ver que ele estava extremamente bêbado.

– Ah, vai à merda, Mello! – O Matt gritou, mostrando o dedo médio pro Mello em seguida – Near, come ele que ele para de encher o meu saco!

– É Near, boa idéia, pega o Mello! – Linda riu e abraçou Matt de lado.

– Não é tão má idéia assim, Near – Mello falou, agarrando o menino de lado.

– Não mesmo... – Near concordou, tomando mais um gole da bebida que estava em suas mãos – Vamos pegar um brinquedo no meu quarto, Mello? – Near riu.

– Agora...

Eles saíram para o quarto do Near, juntamente Matt e Linda. Eles foram até o quarto falando coisas idiotas e imbecis, rindo como se o mundo fosse acabar se não o fizessem. Quando chegaram na porta do quarto dele, Matt e Linda se jogaram no quarto ao lado.

– Então, Mello, o que você acha de seguirmos a idéia que Matt e Linda nos deram? – Near perguntou, rindo depois.

– Por mim... uma ótima idéia. Ah, fantasma, eu sabia que você era um pervertido por dentro.

Mello beijou Near e os dois entraram para o quarto. Não preciso falar o que aconteceu depois...

ENQUANTO ISTO, NO QUARTO AO LADO

Luke estava jogando Poker  – com apostas, claro – no quarto da Diana quando Matt e Linda chegaram. Eles estavam se pegando e a todos zoaram um pouco, aí eles pararam com a pouca vergonha e foram jogar também.

– Valendo o que? – Linda perguntou pra Luke assim que começou a arrumar as cartas.

– Ah, sei lá, não pensei nisso ainda – Ele faleu, ainda sóbrio.

– Vamos de Strip Poker! – Matt falou, levantando as mãos pra cima. Todo mundo gostou da idéia, então foram nessa.

– Ah, pode ser, que seja, né – Começaram o jogo.

Estava interessante, todos estavam falando e fazendo muita besteira – nunca deixem adolescentes sozinhos e com bebida, é. Alguns minutos depois do começo do jogo, gemidos e gritos vieram do quarto ao lado.

– AHN, MA-MA-AAAAAH – Todos param de uma vez, ouvindo o barulho. Então começam a rir.

– É, parece que tem alguém perdendo a virgindade com os brinquedos do Near – Luke riu.

– Tomara que estejam usando camisinha, pelo menos – Matt falou.

– Só quero ver amanhã, quando Near ver os brinquedinhos dele cheios de...

– Que nojo, Linda! – Diana começou a rir com os outros da roda.

– LÍNGUA, USA A LÍNGUA! – Uma das vozes gritou, e – ainda bem – não dava pra reconhecer quem era – ISSO, USA ESSE BRINQUEDO!

– Porra, o povo aqui do lado não tá pegando leve mesmo – Matt riu.

Aquela sinfonia durou ainda mais algum tempo. Quando os gritos terminaram, o jogo estava interessante. Acabou que Linda venceu o jogo. Quando estavam para começar outro, Mello e Near entraram no quarto, rindo iguais hienas (adivinhem o motivo) e com calças trocadas. De início, todos concordaram que eles estavam jogando verdade ou conseqüência e isso aconteceu, mas enfim, ninguém sabia que eles eram os donos das vozes.

– Venham aqui, joguem com a gente! – Diana chamou e logo entraram na roda.

Jogaram mais umas 5 partidas, o Mello venceu a maioria, mas uma hora, quando o Matt tirou a roupa quase toda, ficando só de cueca, Near venceu, é. Aí o Matt vestiu o colete do Mello pra tirar onda com a cara dele, e o quarteto saiu de lá, indo para o quarto de Near novamente.

– Eu achei que fosse fazer um estrago danado aqui – Near riu, olhando em volta.

– Ah, nem fala, você é um animal – Mello riu com Near, se jogando em cima da cama.

– Ai, eu vou brincar um pouco – Near pegou um brinquedo e se deitou no chão, falando frases sem sentido e fazendo sons infantis.

Matt estava agarrado com Linda. Os dois se deitaram no chão, mas logo se separaram, pois Linda precisava de ar e então saiu de cima de Matt, rolando para o lado (ou seja, debaixo da cama).

– I wanna love you and treat you right – Matt começou a cantar gritando/gemendo. Os outros riram e acompanharam.

– I wanna love you every day and every night – Foi a vez de Mello.

– We'll be together with a roof right over our heads – Near.

– We'll share the shelter of my single bed – Linda.

– We'll share the same room, yeah – Mello.

– Jah provide the bread – Near.

– Is this love, is this love, is this love, is this love that I'm feeling? – Linda e Matt.

– Ah, cansou, agora vamos outra… – Near falou – I like to move it, move it.

– He like to move it, move it – Linda.

– She like to move it, move it – Matt.

– We like to… move it! – Mello.

E foi isso até eles acabarem dormindo. É claro que cantaram outras músicas, tipo “Who Let The Dogs Out” e “I Want To Break Free”. Era uma cantoria desenfreada e ridícula, de forma que cantavam e riam o tempo todo.

Ainda que bem que se esqueceriam de tudo o que aconteceu aquela noite na manhã seguinte.