P.O.V Edward

“Estava em meu quarto, vestindo uma roupa após um longo e merecido banho. Meu dia havia sido meio agitado, uma de nossas éguas deu a luz a um lindo potranquinho, foi um parto muito difícil e quase perdemos a mãe e o filhote, mas graças a esforços meus e de Emmett salvaram-se todos.

Estava muito animado, porque finalmente minha mãe voltou para casa, ela viajou para resolver alguns assuntos da fazenda que ficaram pendentes após a morte de meu pai, e agora após um mês fora estava de volta e eu não tive nem se quer um minuto para ficar com ela.

Mas agora era hora do jantar e vai dar para matar bastante a saudade. Cheguei à sala de jantar e minha mãe estava lá abri um enorme sorriso ao vê-la e ela por sua vez também sorriu

– Que saudades dona Esme! – falei a abraçando e levantando-a do chão

– Também senti muito a sua falta, procurei você o dia todo, mas não consegui te encontrar em lugar algum – ela me respondeu sorrindo.

– Os animais estavam sentindo a sua falta, deram muito trabalho desde que você partiu. Hoje eles estavam muito agitados, quase ate perdemos a égua Larissa e seu potranquinho.

– Pois é! Emmett me contou – falou sentando-se á mesa, e eu fiz o mesmo.

– Graças à ele tudo ficou bem, Emmett é muito bom com animais – eu declarei

– Realmente, é uma sorte o termos por perto! – ela riu levemente

– É incrível, Emmett é tão desmioladinho, mas ao mesmo tempo tão habilidoso com os animais!

– Pois é tem hora que da até uma revolta, porque às vezes o Emmett, que não tem nem o ensino médio direito, entende mais dos animais do que eu, que passei 5 longos anos trancado naquela maldita faculdade com gentinha metida da cidade! – ela riu. Não sei qual foi a graça, realmente aqueles foram os piores anos da minha vida.

Eu peguei um ódio enorme por gente da cidade, principalmente das patricinhas.

– Emmett aprendeu tudo o que sabe com o pai, a escola dele sempre foi essa fazenda. Ele cresceu vendo o pai cuidar dessa fazenda com muito amor!

– Que saudade do senhor Antônio, foi uma grande perda! – eu disse, me lembrando dos velhos tempos...

– Sim, mas ele deixou Emmett totalmente capacitado para assumir o seu lugar!

– Boa noite mãe! – Jasper entrou e cumprimentou minha mãe com um beijo, e em seguida sentou-se à mesa.

– Boa note Jasper! Quase nem nos falamos hoje meu filho!

– Pois é mãe, estava com alguns problemas com fornecedores, mas já foram solucionados. E a senhora, como foi de viagem? Conseguiu resolver o problema da exportação? – Jasper perguntou

– Sim, só não sei se o valor combinado irá lhe agradar...

– Eu lhe disse que me deixasse ir mãe, afinal, foi para isso que eu estudei! Para administrar os negócios!

– Eu seu, meu querido! Mas lá era apenas uma questão a ser resolvida, e aqui são várias, eu não daria conta! – aquela conversa já estava me enchendo!

– Vamos mudar de assunto? Negócios não devem ser discutidos na mesa de jantar. A senhora se divertiu? Passeou? Fez amigos? – despejei tudo de uma vez, afinal, queria me distrair daquela conversa de negócios.

– Nossa, querido, quantas perguntas! Sim eu me diverti, passeei bastante, conheci vários lugares lindos e fiz algumas amizades – neste momento minha mãe fez uma cara de quem estava escondendo alguma coisa.

– E o que mais? – Jasper também notou, mas ela hesitou em falar.

– Boa noite família! – Emmett chegou bem na hora H! Vai ser inconveniente assim lá na cidade!

– Boa noite Emmett! – minha mãe me pareceu muito aliviada em ver Emmett e poder mudar de assunto.

– Não existe, por acaso, algo que a senhora gostaria de nos contar? – perguntei e ela me encarou como se estivesse procurando palavras para falar.

– Bom... Eu queria contar algo maravilhoso que me aconteceu durante a viagem – Ela parecia feliz, mas bem embaraçada.

– Estamos escutando – Jasper a incentivou a continuar

– Errr... Bom... Estava tendo um congresso no hotel em que fiquei hospedada, e eu conheci um homem muito interessante.

– Minha mãe havia arrumado um romance de viajem? Não gostei muito, mas a queria ver feliz e parecia que ela estava morrendo de medo da nossa reação, então decidi ajuda-lá a relaxar.

– Que legal mãe, é muito bom que a senhora tenha conhecido alguém que a tenha cativado

– Ela me olhou surpresa, e Jasper também, talvez até mais que ela. Fiz sinal discretamente para que ele fizesse o mesmo.

– É mãe, faz tanto tempo que o papai se foi, já estava na hora mesmo de você arrumar alguém para se divertir – Emmett por sua vez não parava de comer, mas isso não é nenhuma novidade. Emmett quando começa comer só para quando não tem mais nada que ele possa ingerir. Ele podia estar fazendo algo bem mais útil, tipo... nos ajudando!

– Então não me odeiam? Não acham que estou traindo a memória do pai de vocês? – ela perguntou temerosa. Fiquei um pouco indignado, ela achava que nós somos tão egoístas assim com a felicidade dela? -

Claro que não mãe! Imagina, que idéia! – Jasper respondeu despreocupadamente, levando o copo de suco a boca.

– Que bom, porque vamos nos casar – eu arregalei os olhos com a noticia, Jasper se engasgou com a bebida e Emmett caiu da cadeira, tudo no momento em que ela disse a palavra casar. Qual é, felicidade tem limite, né? Casamento?

Todos olhamos para minha mãe abismados. Ninguém estava esperando aquela noticia, e o sorriso que ela exibira segundos atrás desaparecera como em um passe de mágica, voltando à expressão de medo.

– Fala alguma coisa gente, pelo amor de Deus! – minha mãe estava com uma cara um tanto quanto desesperada, e naquele momento vi que o que estávamos fazendo não era justo. Ela merecia ser feliz, se ela queria se casar, mesmo eu não gostando da idéia, eu apoiaria.

– Calma mãe, não é nenhum bicho de sete cabeças! – Eu tentei acalma-la.

– Tem certeza? Porque se vocês não aprovarem eu posso desistir da idéia – vi nos olhos dela que não era isso que ela queria.

– Olha Esme, sempre te considerei minha mãe já que nunca conheci a ingrata que me deixou, e agora que meu pai se foi, você e os meninos são a única família que tenho! E não quero de maneira nenhuma te ver sofrendo, então se você precisa de um macho pra te esquentar a noite, seja feliz! – Emmett tentou , mas também não estava com uma cara muito animada com a notícia.

– Casar? Mas mãe, vocês nem se conhecem direito, você não acha que esta sendo um pouco precipitada? E se não der certo? – Obrigado pelo apoio Jasper ¬¬’

– Eu sei que tem pouco tempo, mas estamos apaixonados! E quanto ao dar certo já pensamos nisso, não só por nós dois, mas também pelas famílias. Ele também é viúvo, e decidimos juntar as duas famílias por alguns meses antes de decidirmos alguma coisa mais séria, só para ver se vai dar certo – ela se explicou.

– Faz sentido – foi Emmett quem se pronunciou, já que Jasper continuava abismado. Mas o que estava me preocupando era a possibilidade de deixar a fazenda sozinha. Isso definitivamente iria deixar todos preocupados.

– E essa junção temporária vai ser na nossa fazenda ou na dele? – eu iria sugerir que fosse na nossa, afinal temos muitos quartos de hospedes.

– Então .. É que ele não tem fazenda – ela disse, embaraçada. Caramba, e onde ele mora?

– Sitio? – ela fez que não com a cabeça, o medo voltando a reinar em seus olhos – Chácara? – novamente ela negou e agora quem estava com medo era eu, já que me dei conta que ela viajou para Washington. Senhor, tudo menos isso!!! Calma Edward, talvez ele seja caseiro...

– Se ele não tem nada disso, o que estava fazendo em um congresso? – Jasper perguntou e eu tive medo da resposta.

– Eu não disse que o congresso era agrícola – ela confessou.

– E então? – Emmett até parou de comer, só para você ter uma noção da seriedade do problema. Creio que assim como eu, os dois já imaginassem do que se tratava o problema do casamento.

– Era de medicina, e ele não é do campo se é isso que querem saber.

–COMO ASSIM? – perguntei um tanto exaltado

– Me desculpe meu amor, sei do seu trauma, mas é a mais pura verdade! Eu irei me casar com um homem da cidade.

– Ele vai te magoar, você não conhece essa gente! Ele com certeza só vai querer fazer piada de você! – eu disse, exaltado. Ai meu Deus, isso não pode estar acontecendo!

– Bom, por isso estamos fazendo a junção para ver se dará certo!

– E quem vai ir pra onde? – se eles não vierem, eu é que não vou!

– Bom, como sei que nenhum de nós pode se ausentar da fazenda neste momento, são eles quem vem.

– E quando? – foi Emmett quem perguntou. Eu não falaria mais nada. Não apoiava, mas também não iria atazanar a vida de minha mãe

. - Assim que acabarem as aulas das meninas, daqui exatamente um mês.

– MENINAS? – Jasper perguntou espantado.

– Sim. Ele tem três filhas adolescentes com idade entre 20 e 17 anos – nos entreolhamos, cada um com uma expressão. Jasper espantado, Emmett com um sorriso de orelha a orelha e eu perplexado.

Eu teria que aguentar patricinhas mimadas da cidade? Ah, ela só pode estar brincando! Ela quer trazer meu pesadelo particular pra minha fazenda? O que eu fiz de tão errado para receber esse castigo?”

P.O.V Bella

– Olha aqui Edward, eu não sou nenhuma patricinha não! – Rosalie estava ofendida.

– Agora eu sei disso, mas antes não sabia – ele se defendeu.

– Então você deveria ter colocado patricinha ao invés de patricinhas, porque só existe uma, sem ofensas as presente – mesmo ela falando sem ofensas me ofendi. Não sou patricinha e detesto quando falam de mim como se eu não estivesse presente.

– Quantas vezes terei que repetir que não sou patricinha?! – isso já estava me enchendo o saco.

– Até a gente acreditar – Jasper também me sacaneou

– Ou seja, vai morrer dizendo – todos (menos eu claro) riram da piadinha besta de Emmett

– Vocês não tem o direito de ficar falando isso de mim sem provas, muito menos colocando isso na história! – eu defendi o meu orgulho.

– Olha gente vamos parar de discutir o nível de frescura da Bella e voltar para a história. Agora é hora de contar como Carlisle nos deu a boa nova – “Boa nova?” Só se for na cabeça da Alice que aquela era uma boa notícia.

– Eu conto! – foi Rosalie quem se pronunciou

– Ah não conta não, quem vai contar isso sou eu! Faço questão disso! – eu disse. MINHA história, MINHA idéia, EU conto! Ponto final.

– E porque você faz questão? – não acredito que ela vai querer se colocar no meu caminho!

– Bem, simplesmente porque você e Alice só faltaram soltar fogos de artifício quando souberam, e não vou deixar que você transforme o triste capitulo de morte de MEU pai em um capitulo feliz e festeiro! – Há, eu tinha um argumento.

– Como assim morte de seu pai Bella? AI MEU DEUS, ESME CASOU COM UM DEFUNTO! Carlisle é igual aquela loira da história de terror que pede carona, ele é o loiro da carona casamenteiro – todos olhamos indignados para Emmett, mas logo ignoramos. Infelizmente não tinha jeito, os médicos já haviam desenganado. Pobrezinho!

– Pensei que já tivesse superado o casamento de nossos pais, Bella – afirmou Edward

– Respeitei a decisão dele, mas isso não quer dizer que tenha aceitado. Por isso, insisto que o capitulo deve ser narrado por mim, para que o leitor tenha conhecimento da péssima decisão dele – os Cullens me encararam furiosos, mas nem liguei. já estava acostumada a esses olhares “carinhosos” vindos deles – E também para que todos vejam que não sou nenhuma patricinha desmiolada, apenas uma garota absurdamente normal!

– A normalidade andou, andou, andou mais um pouquinho e quando chegou perto de você saiu disparada pra bem longe. A pobrezinha deve estar correndo até hoje! – lancei um olhar assassino para Emmett, enquanto ele sorria sarcasticamente para mim. Sério, qual é a graça em tirar uma com a minha cara? Ahh, isso não vai ficar assim.

– Igualmente a inteligência fez com você não é mesmo? – o doente fez uma cara de quem tinha uma ótima resposta para me dar. Essa eu to pagando pra vê, afinal, o que eu falei não é nada mais que a pura verdade.

– É ai que você se engana ô boneca emborrachada, porque ela nem teve chances de se aproximar. Fui eu quem sai correndo quando a vi! – o idiota me encarou todo orgulhoso de sua brilhante resposta. Eu ia respondê-lo, mas achei melhor não gastar saliva.

– Vamos narrar o capítulo ou vamos continuar discutindo quem saiu correndo quando viu quem? – Alice reclamou, toda estressadinha. Deve estar de TPM.

– Ta, mais quem vai narrar? Bella ou eu? – Rosalie fez cara sexy tentado comprar o voto dos garotos, mas eu tinha uma arma que ela não tinha!

– O livro é MEU e quem vai narrar a droga do capítulo sou EU, ou então ninguém mais narra merda nenhuma! – Há há! *dancinha mental da vitória* Não sou nem um pouco possessiva, né?

– Deixa essa Barbie do camelô da esquina narrar Rose, o próximo você narra – Emmett consolou a loira burra. Báh, vai babar nela assim longe da minha vista.

– Anota aí Alice – falei toda empolgada

– Ah! E lá vamos nós mais uma vez ser obrigados a escutar o drama da patricinha sem causa – Emmett jogou-se no chão, fingindo se de entediado. Gorila Cullen ridículo!