Acordei hoje ouvindo gritos e gritos que vinham lá de baixo. Limpei meus olhos e me sentei na cama.

Eu: Que merda é essa? Quem ta gritando desse jeito?

Dark e Glow apareceram no quarto.

Dark: Meninos, baralho e dinheiro dá nisso. É um dos jeitos mais rápidos de enriquecer.

Glow: E parece que o Tom sabe disso.

Eu: Eu vou dar um jeito nisso agora!

Me arrumei e desci. Encontrei os quatro jogando cartas na mesa da cozinha.

Georg: Puta meu, to fudido! Olha esse jogo!

Tom: GANHEI! 100 REAIS NA MINHA CONTA! HÁ MULEQUE! HA MULEQUE!

Eu: TOM! PARA DE GRITAR!

Ele se assustou e soltou o dinheiro que estava na sua mão, e ele saiu voando.

Tom: NÃO! MINHA GRANA! PEGA, PEGA!

Saimos correndo atrás das notas de dinheiro, mas elas voaram direto para o banheiro. Não só para o banheiro, mas para dentro da... Privada.

Tom: Não! Tudo menos isso!

Dark: E pelo jeito vai ser difícil pegar elas de volta.

Bill: Por que?

Glow: Alguem já usou esse banheiro. E o cheirinho não está muito agradável.

Tom: E agora?

Georg: Agora pega! Você xingou a gente o jogo inteiro e vai deixar um totôzinho desses pegar sua grana? Mete a mão ai!

Tom: Tem razão. Lá vou eu...

Ele se agachou na frente da privada, tampou o nariz e colocou a mão lá dentro. Então...

Tom: HAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!

Eu: QUE FOI?

Tom: TA QUENTINHO! TA QUENTINHO!

Georg: ENTÃO TIRA A MÃO DAÍ, INTELIJEGUE!

Ele tirou a mão e saiu correndo pra lavar.

Gustav: Então, agora... O que a gente faz?

Georg: Dá descarga no dinheiro?

Bill: É né... Fazer o que.

Puxei a descarga e ficamos ali olhando o dinheiro descer por água abaixo junto com o... Totô.

Eu: Tom, você ta bem?

Tom: Não muito... Minha mão não está com um cheirinho muito agradável, mas dá pra sobreviver.

Ele disse enquanto lavava as mãos.

Dark: Olha só gente, esquecendo um pouco esse assunto, eu vi que hoje vocês não vão ter trabalho. Dia de folga pra vocês .

Gustav: Como assim, você viu?

Dark: Como boa ex-gata de bruxa, eu sei fazer alguns truquezinhos, e isso inclui prever o futuro.

Glow: Mas ela não consegue controlar quando vai ver o futuro. As visões vem sem ela querer.

Bill: Que legal.

Eu: Então quer dizer que vamos ter o dia inteiro de folga? Que delicia! =D

Georg: Então vamos sair, né?

Tom: E pra onde a gente vai?

Glow: Bom, se vocês quiserem fazer um piquenique, eu conheço um lugar ótimo. Topam?

Eu: Eu acho uma boa.

Bill: Legal.

Gustav: Vamos nessa.

Georg: ha, ta bom... :/

Tom: ¬¬'

Pegamos o carro e Glow guiou a gente até um lugar lindo, bem longe da cidade. O chão era coberto de grama, havia duas árvores e um laguinho por ali. No horizonte, só havia mais grama. Lindo, lindo, lindo.

Eu: Gente, que lugar maravilhoso! Bill, pega a camera pra tirar umas fotos!

Começamos a tirar várias fotos juntos. Depois, peguei a camera pra ver como ficaram.

Eu: Nossa Tom, olha essa foto sua.

Tom: O que tem?

Eu: Ta tão fake...

Tom: Sério?

Eu: É. Fake dói! Sacou? HAHAHAHAHA!

Tom: Ha ha, engraçadinha. ¬¬'

Eu: Ha vai, você achou engraçado, não mente!

Tom: Ta bom... Me da essa camera.

Ele começou a olhar as fotos.

Tom: Georg, que foto é essa?

Georg: Uma foto minha, não ta vendo?

Tom: Nossa, essa foto ta tão feijão...

Georg: Feijão?

Tom: É. TU TA FEIIIIJÃO! HAHAHAHA!

Iamos tirando uns com a cara dos outros enquanto arrumávamos as coisas no chão, então nos sentamos e começamos a conversar. Depois de um tempo...

Tom: Puta meu, ta mó calor aqui. Será que uma piranha vai me comer se eu nadar no lago?

Bill: Tom, é mais facil VOCÊ comer a piranha.

Tom: ¬¬' Em fim, vo dar um mergulho. Tchau tchau pra vocês.

Ele tirou a camisa e pulou no lago, espalhando água por toda a grama. Logo, foi Gustav. Depois Bill.

Eu: Você não vai?

Georg: Não, não estou com calor agora. E você? Vai nadar?

Eu: Não...

Ficamos nós dois ali, observando os meninos nadarem a certa distancia deles. Georg as vezes desviava o olhar para as aves que passavam, para o horizonte e até para a maçã em cima da toalha. Eu ficava olhando eles nadarem. Por algum motivo, eu ficava olhando Bill nadar e jogar água nos outros dois. Ficava olhando cada movimento que ele fazia, seu cabelo todo molhado e principalmente seu sorriso. Isso era o que eu mais gostava de olhar. Eu não percebi, mas Georg estava olhando para mim.

Georg: Agatha? Tudo bem?

Levei um pequeno susto quando ele falou comigo.

Eu: Claro, estou ótima. Porque a pergunta?

Georg: Achei que você estivesse paralisada, você está sempre olhando pro mesmo lugar...

Eu: Não, eu to bem, não se preocupe...

Georg: Agatha, posso te perguntar uma coisa?

Eu: Claro.

Georg: Como foi o seu primeiro beijo e o seu primeiro namoro?

Eu: Não são histórias muito agradáveis de se contar...

Georg: Mas eu quero saber. Me conta, vai!

Eu: Ai, ta bom. Meu primeiro beijo foi com meu melhor amigo, num jogo  de verdade ou desafio, quando eu tinha 16 anos. E o meu primeiro namoro foi com um cara que eu amava, que me deu um pé na bunda depois de uma semana de namoro. Ele nem gostava de mim, ele só me usou pra fazer cíumes na ex e fazer ela voltar pra ele.

Georg: Hum...

Eu: Por que você quer saber isso?

Georg: É que esses ultimos dias eu tenho reparado duas coisas...

Eu: O quê?

Georg: Primeira: A gente mora com você a 3 e você nunca se apaixonou por ninguem nesse meio tempo. E sabe, eu pensei: "De repente ela não tenta não ficar com ninguem porque pode ter passado por más situações amorosas no passado..."

Eu: Realmente, minhas experiencias anteriores foram péssimas... Tanto que... Deixa pra lá.

Georg: O quê? Pode falar.

Nesses 3 anos, eu tive muito contato com Georg e acho que ele é a pessoa com quem tenho mais afinidade dos quatro meninos. Nós confiamos muito um no outro. Acho que ele é como um melhor amigo pra mim. Como não. Ele É meu melhor amigo.

Eu: Bom... Promete que não vai rir?

Ele pôs a mão no peito e disse um "eu prometo" bem firme.

Eu: Bem... Eu sou meio atrasada, Ge. Eu queria sim viver um romance de contos de fada, mas o mundo conspira contra mim. Eu perdi meu BV com 16 anos. E agora, com vinte anos... Eu...

Georg: Você...

Eu: Eu ainda sou virgem. Pronto, falei.

Georg: Hum... Posso te contar um segredo? Você não tá sozinha.

Eu: Você tambem é?

Georg: Sou... Um saco, né? Você vê direto o Tom comendo alguem, e eu to aqui, coçando.

Dei uma risadinha. Achei muito fofo da parte do Ge contar isso pra mim. Era como se eu voltasse aos dias de escola, quando os meninos faziam gracinha só pras meninas darem risada.

Eu: Ha, você só me contou uma das coisas que você percebeu. Qual era a segunda?

Georg: Bom... Eu reparei que você anda olhando demais pro Bill.

Eu: Er... E o que que tem?

Georg: Você tambem sorri sem perceber quando olha pra ele.

Eu: Sorrio?

Georg: Sim. Então, eu queria saber... Você gosta do Bill?

Eu: Sim, mas como amigo. Gosto de todos vocês assim.

Georg: Não to falando de gostar assim. To querendo saber, tipo... Você ta apaixonada por ele?

Eu: Não...

Georg: Mas olha, imagine que você estivesse apaixonada por ele. Você namoraria ele se ele sentisse o mesmo?

Eu: A-acho que sim... Mas por que você quer saber essas coisas?

Georg: Nada, só pra saber... É que se você amasse ele, o que não é o caso, eu ia te falar pra pensar. Sabe, o Bill é super romantico, dedicado e já fez coisas muito bonitas pras ex-namoradas dele. Ele, quando gosta de alguem, faz tudo por essa pessoa. Menos se separar do Tom, claro.

Eu: Hum... Obrigada pela dica Ge, mas eu não gosto do Bill desse jeito. Somos só amigos.

Georg: Ok... Vou chamar os meninos pra comer, to morrendo de fome.

Ele foi, eles voltaram se sentaram e se serviram. Foi uma tarde muito divertida, depois de comer, nós brincamos na grama, como verdadeiras crianças. Só voltamos para casa quando escureceu. Voltando para casa, encontramos Sonia, a colecionador de quadros, na frente da porta do castelo.

Gustav: Dona Sonia, o que faz aqui?

Sonia: Nada de especial, só vim trazer uma coisinha que a Dark esqueceu lá em casa.

Ela tirou um tubo felpudo todo arranhado de dentro da sacola que trazia debaixo do braço.

Dark: MEU ARRANHADOR! QUE SAUDADE!

Sonia: Só isso. Foi um prazer rever vocês.

Bill: O prazer é nosso, dona Sonia. Boa noite.

Sonia: Pra vocês tambem.

Entramos em casa e eu coloquei o arranhador da Dark no chão.

Eu: Afinal, pra que serve um arranhador?

Dark: Pra desestressar. Haaaa... Bem melhor.

Subi, tomei um banho, jantei com os meninos e fui para o meu quarto. Passei algumas horas da madrugada tentando terminar minha poção, e só fui dormir quando já era bem tarde.