Enfeitiçados escrita por LeilaCheila
De novo eu estava no mesmo lugar frio. A cena era a mesma dos outros sonhos, mas dessa vez, eu vi uma coisa que me assustou. Olhei para os três homens jogados no chão e vi quem eram: Gustav, Tom, e Georg. Olhei para minha cintura e eu continuava sangrando. A risada maléfica dos outros sonhos cortou minha atenção e eu olhei para a beirada do prédio. Foi ai que eu vi. O homem que estava pendurado ali era Bill e quem estava pisando nos dedos dele era o Drácula. Então, Bill caiu. Eu gritei e então...
Acordei de novo. Dessa vez, sozinha, por causa do susto. Começei a chorar um pouco, bem baixinho. Esse pesadelo esta me assustando cada vez mais. Depois de um tempo, parei de chorar e desci. Encontrei todos conversando na sala, com a TV ligada.
Georg: Bom dia, bela adormecida!
Tom: Boa tarde né, olha só que horas são!
Bill: Agatha, o que foi, seu olho ta meio vermelho...
Soltei mais uma lagriminha e abracei ele.
Eu: Bill, você sabe que eu te amo né? Se eu te perdesse, eu não sei o que eu faria...
Bill: Eu também te amo, mas por que você ta me dizendo isso? Eu ainda estou aqui!
Eu: Desculpa, mas é que... Nada, deixa quieto.
Me sentei e Charlotte apareceu.
Charlotte: Boa tarde! Acordou meio atrasada hoje, né?
Eu: Pois é...
Georg: Agatha, só por curiosidade, que horas que você ia se encontrar com a Kimberly?
Olhei para o relógio. Oh God, já estou mesmo bem atrasada!
Eu: Iiii, tenho que ir. Se precisarem de mim, liguem no meu celular, ta bom?
Todos: Ta bom.
Fui correndo para o lugar que marcamos e lá estava ela. Nem consegui falar nada, ela já veio me puxando pra que pudéssemos andar por ai. Ela me guiou durante todo o dia, e só consegui abrir a boca no fim da tarde. Pedi pra que fossemos a uma sorveteria e eu finalmente consegui falar.
Eu: Kimberly, eu tenho percebido que faz algum tempo que você ta tentando se aproximar de nós...
Kimberly: E...
Eu: Eu também percebi que você tem passado algum tempo com o Bill. Não quero que soe mal educado, mas eu quero saber o que você ta querendo com a gente.
Ela olhou para baixo e ficou assim por alguns segundos.
Eu: Kimberly, responde. Se você gosta do Bill, fala.
Kimberly: Eu não gosto do Bill... Eu gosto... De você.
Eu não sabia o que dizer. Fiquei congelada, totalmente imóvel, quase sem respirar também. Eu olhava pra ela com uma cara assustada, sem reação. Momento de total tensão ali, e eu precisava de uma luz pra sair dali. Olhei para o céu e já havia anoitecido. Meu celular tocou. SALVA PELO GONGO!
Eu: Só um minuto Kimberly... Alo?
Charlotte: AGATHA, VEM RÁPIDO, A GENTE PRECISA DA SUA AJUDA!
Eu: Calma Charlo, o que foi?
Charlotte: ELE VOLTOU! VEM LOGO, A RUA É “HUGO JAMINO”, ESTAMOS NO PRÉDIO MAIS ALTO DA RUA, AQUI NO TOPO! CORRE!
E desligou. Pelo jeito, a coisa estava feia, então eu tinha mesmo que correr.
Dei tchau correndo pra Kimberly e fui o mais rápido que pude para o prédio. Haviam muitas pessoas na frente do prédio, olhando para cima. Não dava pra ver muito, só umas chamas e algumas faíscas de luz. Atravessei a multidão e cheguei na porta do prédio.
Homem: Desculpa moçinha, mas esta proibida a entrada de qualquer um neste lugar.
Eu: Eu sou caça fantasmas e meus amigos estão lá em cima!
Homem: Desculpe, entre, e seja rápida!
O elevador estava quebrado, então tive que ir de escada. Chegando no topo das escadas, vi Charlotte encostada na porta que dava para o telhado, quase chorando.
Charlotte: Graças a Deus você chegou! Os meninos estão lá fora tentando pega-lo, mas ele é forte demais! Ajude eles!
Eu: Charlotte, quem é ele?
Charlotte: O Drácula!
Quando encostei a mão na maçaneta, ela me segurou.
Charlotte: Tome isto.
Ela me deu uma estaca de madeira.
Charlotte: E por favor, tome cuidado.
Eu: Pode deixar.
Abri a porta e Gustav, Bill e Tom, tentavam segura-lo. Georg estava num canto, no chão com o braço esquerdo sangrando.
Eu: Ge!
Fui até ele, rasguei a parte de baixo da minha camisa e amarrei no braço dele. De repente, Tom caiu rolando ali perto. Fui correndo até o Drácula pra tentar segura-lo, mas ele jogou Gustav longe, e como eu estava com a cintura a mostra, ele me cortou com as unhas enormes que ele tinha.
Eu cai e acabei soltando a estaca. Ele empurrou Bill até a beirada do prédio, e começou a rir.
Bill ficou pendurado e eu senti a mesma dor que sentia quando tinha os pesadelos.
Drácula: AGORA QUEM VAI ACABAR COM VOCÊS SOU EU! HÁ HÁ HÁ HÁ HÁ HÁ!
Ele pisava com força nos dedos do Bill e ele ia soltando eles um a um. Até que não deu mais pra segurar e Bill caiu. Eu gritei e comecei a chorar. Passaram se alguns segundos e então eu vi ser com asas negras enormes voando. Abri meus olhos um pouco e me alegrei. ERA BILL QUE ESTAVA VOANDO! ENTÃO ELE PEGOU MESMO UM TRAÇO DE VAMPIRO, AS ASAS!
Bill: É, parece que não sou eu que vou me dar mal hoje!
Ele voou na direção do Drácula e derrubou ele no chão. Logo, ele pegou a estaca que estava do meu lado e acertou ele bem no peito. Na mesma hora, o Drácula virou pó.
Eu olhei para minha cintura de novo e vi todo aquele sangue escorrendo. Fiquei um pouco tonta e fechei meus olhos devagar.
Charlotte POV
Como eu não ouvia mais nenhum barulho, achei que a batalha tinha acabado e então abri a porta. Tomei um susto quando vi todos jogados no chão e Bill com aquelas asas enormes. Não pensei duas vezes e peguei um saquinho com um pó especial pra colocar nas feridas do pessoal.
Eu: Bill me ajuda, coloca esse pó nos machucados deles, rápido!
Bill: Achei que você não fosse feiticeira.
Eu: E não sou. Não consigo fazer feitiços, mas eu tenho algum conhecimento sobre algumas poções e pós mágicos. Toma, põe logo neles.
Coloquei um pouco do pó no Georg e na Agatha. Eles acordaram na hora e se levantaram, meio tontos.
Bill curou Tom e Gustav. Todos se assustaram ao ver Bill com aquelas asas, menos Agatha.
Eu: Bom, parece que finalmente descobrimos qual o traço de vampiro que o Bill pegou.
Bill: Me sinto meio estranho com essas coisas nas costas.
Agatha: Gente, eu to cansada, da pra irmos pra casa?
Agatha POV
Chegando em casa, fui direto pro quarto. Estava cansada e nem um pouco animada com o dia de hoje. Olhei a cicatriz do corte que o Drácula fez em mim no espelho. Fiquei pensando na hora em que o Bill caiu do prédio e o meu medo de ele não voltar. Finalmente, tirei esses pensamentos da cabeça e fui dormir.
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