Irmãos?! Não! escrita por sisfics


Capítulo 9
Capítulo Nove: Só por essa noite.


Notas iniciais do capítulo

Desculpe a demora, tô andando meio sem tempo.



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Bella Pov

- Eu não tô enxergando nada. – o adverti segurando em seu braço.
- Eu sei que tem um abajur por aqui.

De repente, a luz de um abajur se acendeu mal iluminando a sala que há um tempo atrás eu passava minhas noites em jantares agradáveis com minha mais nova família antes de nossos pais se casarem. O abajur ficava em cima da mesa ao lado do sofá.
Ele se virou e me olhou, esperando pela minha reação. Como eu poderia reagir? Sabia para que tinha vindo aqui. Para ficar com ele. Eu o queria tanto quanto ele me queria. Era inevitável segurar isso dentro de mim, apesar de ser errado. E foi pensando nisso que logo passei meus braços por seu pescoço e o tomei para um beijo.
Apertou seus braços, me enlaçando pela cintura e se sentou no braço do sofá. Eu mais que depressa, me sentei no colo dele, não desgrudando um centímetro dos nossos corpos.

- Bella. – segurou meu rosto nos separando – Desculpa por tudo que te disse. Fui um idiota, e o pior de tudo, idiota e mentiroso porque nada do que disse é verdade, foi tudo uma forma de negar o que estava sentindo. Eu não consigo mais parar de pensar em você, Bells. Estou apaixonado. – me puxou para mais um beijo carinhoso.

Suas mãos acariciavam minhas costas. Meu Deus, ele disse que estava apaixonado por mim. E eu também estava apaixonada por ele? Bem, por mais que não quisesse admitir, não conseguia mais viver com Edward sem tê-lo.

- No dia da briga – recomeçou nos separando de novo – Só fiz tudo aquilo por puro ciúme. Fiquei cego de ódio por causa daquele encontro. Eu não agüento mais ficar um dia sem te ter minha. É quase uma tortura ficar tão perto, mas nunca te ter de verdade. Eu te amo, Isabella. Eu te amo.

Foi a primeira vez que alguém me chamou de Isabella e gostei. Ele de novo me puxou para um beijo. O abracei forte, como se quisesse fazer de nós dois um só. Ficamos bastante tempo assim só nos beijando, mas depois comecei a sentir suas mãos me acariciando. Primeiro, as pôs nas minhas coxas, e ali me apalpavam me arrancando alguns gemidos baixos que eram abafados por seu beijo interminável.
Devagar, subiu meu vestido até a cintura, enquanto distribuía beijos pelo meu pescoço. Desci minha mão pelos seus ombros arrancando o suspensório da fantasia. Ele se afastou um pouco de mim e me olhou nos olhos enquanto eu abria cada botão da camisa social. Quandos todos os botões já estavam abertos, a arranquei, deslizando pelo braço. Passei minha mão devagar por todo o seu tronco, concentrando arranhões também mais perto do cós da calça

Fechou os olhos se deliciando com meus movimentos, mas se cansou da minha dominação e resolveu agir também. Terminou de tirar meu vestido o arrancando pela cabeça e o jogando em algum lugar da sala. Levou as mãos até minhas costas e abriu devagar o fecho do sutiã. Assim que ele o soltou, abaixei os braços e deixei que a peça deslizasse até o fim, mas fechei os olhos de vergonha, não queria o ver me analisando, e mesmo assim senti meu rosto queimando. Ele passou a mão nas minhas bochechas vermelhas.

- Abra os olhos, Bella. – sussurrou.

Abri devagar, mas os mantive cerrados. O observei abaixando o olhar do meu rosto até meus seios desnudos. Devagar, subiu suas mãos pela minha barriga e as prendeu na parte debaixo deles. Um gesto que me fez fechar os olhos com força, mas logo os abri de novo. Com movimentos fortes, ele apertava e empurrava para cima, me deixando louca.
Meus gemidos se tornaram mais freqüentes. Ele desceu o rosto até a altura necessária e deu um beijo delicado no meu seio esquerdo. Lentamente colocou todo ele dentro de sua boca e começou a me estimular, chupando, sugando, e até dando pequenas mordidas arranhando minha pele sutilmente. Eu já estava em alerta, e ao mesmo tempo em que queria que isso tudo acabasse logo, também queria que nunca acabasse.
Agarrei forte seu cabelo da nuca e o tirei dali. Ficou um pouco confuso, mas entendeu o que eu queria, quando comecei a passear por sua virilha, então fechou os olhos sentindo o calor da minha mão.

Levantei de seu colo e parei na sua frente enquanto abria sua calça. A tirei completamente e tive a visão da boxer branca armada como uma tenda. Impossível não olhar com desejo para aquela parte do corpo e deslizei minhas mãos por sua coxa até chegar ao meu alvo. O massageiei ainda por cima da cueca, mas logo a tirei. Atrapalhava muito. Massageiei poucas vezes, arrancando suspiros e arfadas profundas dele. Ele segurou minha mão me impedindo de continuar e se levantou também levando suas mãos para as laterais do meu corpo e segurando o elástico da minha calcinha, a abaixando até tirar completamente. Subiu novamente, distribuindo beijos molhados na minha pele pelo caminho e depois me abraçou.
Senti sua ereção na minha coxa e gemi baixo em seu ouvido ao imaginar tudo aquilo dentro de mim. Ele me deitou delicadamente no sofá e se instalou na abertura entre minhas pernas. Os beijos continuavam. Na boca, no pescoço, nos seios, até na barriga. Não agüentava mais esperar por ele.

- Edward. Por favor, não me torture mais. – gemi.

Quando terminei de dizer, senti seu membro parando na minha entrada. Olhou fundo nos meus olhos e colocou devagar. Eu soltava um gemido a cada centímetro que entrava. Depois, começou a investir contra o meu corpo. Me agitando num vai-e-vem delicioso.

Peguei o seu ritmo e o acompanhei. Suas mãos inquietas continuavam a me explorar, caminhando por toda minha pele. As estocadas ficavam mais fortes com o passar do tempo e ele ia cada vez mais fundo. Foram vários minutos daquela deliciosa tortura. Sentia meu corpo tremer em seus braços e arrepios violentos descerem pela minha espinha.
O orgasmo próximo foi inevitável depois de mais alguns movimentos perfeitos que exercia dentro de mim. Minhas paredes se fecharam em volta dele e logo senti seu líquido quente escorrendo. Ele me beijou mais uma vez e depois de alguns segundos e de mais algumas carícias, saiu e se deitou ao meu lado, me fazendo deitar em seu peito. Eu sentia o movimento de vai-e-vem da sua respiração ofegante e percebi que meu peito também estava acelerado.

Aquilo tinha sido perfeito. Tão perfeito quanto eu jamais imaginei que pudesse ser. Ficamos por mais alguns minutos assim, nos recuperando, abraçados. Ele levou a mão até meu rosto e o puxou para cima para que o encarasse.

- Eu devo mesmo ser louca. – sussurrei.
- Por quê? – perguntou preocupado.

Apenas indiquei com o olhar a nossa situação. Os dois nus, abraçados, naquele sofá.

- Às vezes, Bella, a loucura é a melhor saída. – um sorriso torto passou pelos seus lábios.

Abaixou o rosto e me beijou delicadamente. Um beijo doce.

- Você está arrependida do que fizemos? – perguntou com receio da resposta.
- Arrependida é uma palavra muito forte. Eu diria apenas um pouco preocupada. – respondi sendo o mais sincera que pude – Mas eu não quero falar sobre isso agora. – depositei um beijo no seu peito.
- Eu também não. Tenho outros tipos de coisas em mente, e essa conversa não está entre elas.
- Quais? - arregalei os olhos.
- Bom, por exemplo... – fez cara de pensativo – É melhor mostrar que falar.

Meus lábios se abriram num grande sorriso, mas logo se fecharam pois um beijo me atingiu em cheio. O gosto dele tomou conta da minha boca enquanto eu sentia seus dedos mal se encostando à minha pele fazendo carinho na minha cintura.

- Bella. – se separou ofegante.
- Porque parou?
- Porque você não conhece meu quarto.

Dei um sorriso malicioso que me correspondeu. Começamos a nos levantar juntos sem separar o beijo que começou delicado, mas mostrava o quanto o queria de novo.

[...]

Senti sua mão saindo do meu corpo.

- Posso clarear um pouco o ambiente? – perguntou.

Apenas assenti no escuro do quarto. Senti que a cama havia ficado mais leve quando desceu. Ele havia me deitado tão ternamente e beijava meu corpo há alguns segundos. Ouvi passos no chão e logo depois uma cortina se abriu, revelando a luz da lua que estava bem aparente essa noite. Vi os raios de luz começando a iluminar meu corpo deitado, mas ainda não havia voltado.
Olhei na direção da janela e apenas consegui ver a sua silhueta escurecida me observando.

- Você é mesmo linda. – mesmo não vendo seu rosto, pois estava contra a luz, pude sentir suas esmeraldas me analisando.

Caminhou até a borda da cama e se deitou.

- Fica de lado. – ordenou.

Preguiçosamente, rolei meu corpo até ficar de lado dando às costas para ele. Seus dedos caminharam pela minha coluna, o que me fez ficar arrepiada até o último fio de cabelo do meu corpo. Me deu um beijo carinhoso no pescoço.

- Sabe, desde que nós começamos a morar juntos tenho reações engraçadas quando estou perto de você. Não consigo mais me concentrar em nada. Essa noite vou retribuir. Só por essa noite. – deu uma mordida no meu lóbulo e gemi baixo com isso.

Deslizou pela cama e me abraçou. Pude sentir sua pele fria na minha, seu membro já excitado na minha perna. Eu pretendia dizer uma coisa, juro que queria mesmo, mas não consegui. Nada saía. As palavras aprisionadas na minha garganta e eu estava adorando aquilo. Seus lábios começaram a roçar minha nuca, e o ar quente que saía de sua respiração irregular me deixou perdida. Tão perdida que nem vi quando me rodou e ficou por cima, se apoiando nos dois braços para que não sentisse seu peso. Seus lábios tomaram os meus e não resistindo àquilo comecei a passar minhas mãos por seu tronco.

- Quer namorar comigo, Bella? – perguntou se separando.

Foi a última coisa que esperava ouvir de Edward. Me olhou nos olhos esperando a reação.

- Quero.

sorriu e me abraçou.

Edward Pov


Estavamos ali há muito tempo. Nossos corpos suados em atrito. Ela gemia deliciosamente a cada estocada e devo confessar que amei ouvir o som de sua voz gemendo meu nome. Já havia se passado algumas horas desde que chegamos, mas não cansávamos de ficar juntos. Suas mãos me arranhavam descontroladamente e senti suas paredes se fechando em volta de mim pela terceira ou quarta vez naquela noite, não me lembrava mais. Liberei meu líquido dentro dela de novo e me deitei ao seu lado na cama. Me abraçou ofegante e pus meus braços sobre seus ombros, lhe depositando um beijo no alto da cabeça. Ficamos um tempo assim, mas percebi que seu corpo começou a relaxar.

- Bella?
- Hum. - murmurou.
- Você está dormindo?
- Não. – sussurrou – Mas quero. Quero dormir abraçada a você. - era tudo menos que um sussurro agora.
- A gente não pode dormir. – expliquei.
- Por quê? - perguntou cansada, mas com um leve sorriso nos lábios.
- Temos que ir para casa, minha pequena. – seu corpo se tensionou imediatamente.
- Casa? Esqueci até que nós morávamos juntos.
- Consegui te fazer esquecer de tudo isso mesmo? – perguntei sorrindo.

Ela levantou o olhar me encarando.

- Só lembrei do meu nome, porque você não cansou de gemê-lo. – e depositou um beijo no meu peito.
- Não me provoca, Bella. A gente tem que ir embora.
- Tem que ser agora?
- Sim. Está tarde.
- Então tudo bem. Mas só se você me der mais um beijo.

Lhe selei os lábios. Depois voltamos para casa, descemos do carro devagar para não acordar ninguém. Tudo parecia calmo. Ela veio na escada segurando minha mão e entramos em seu quarto.

- E agora? – perguntou.
- Isso tá parecendo quando se casaram. Lembra? Eu te perguntando na cozinha. “E agora?”. – ela sorriu.
- Falo sério.
- Eu sei. Mas não tenho resposta pra você. Desculpa?
- Acho melhor ir para o seu quarto. Amanhã a gente conversa sobre isso. Tudo bem?
- Claro. – a abracei e lhe dei um beijo na testa - Boa noite.

Amanhã teríamos muito o que conversar.

[...]

Tinha acabado de tomar banho e saí do banheiro já arrumado. Tive que pôr uma camisa de manga cumprida graças aos arranhões dela que marcavam minha pele. Entrei em seu quarto, tomando cuidado para que Renne no seu não percebesse.

- Bella. – chamei, acariciando suas costas.

Não respondeu.

- Bells? – pus minha mão por dentro de seu vestido e a ouvi arfar.
- Que foi?
- É hora de acordar. Antes que sua mãe venha no seu quarto e te encontre desse jeito. – estava realmente acabada da noite anterior.

Se virou na cama e me agarrou. Só podia estar louca.

- O perigo tem um gosto diferente, né. – insinuou.
- Você está louca? – me soltei e levantei – Levanta e vai tomar um banho antes que sua mãe te veja nesse estado. Vai logo. Anda.
- Tá chato hoje, hein.
- E você tá toda tansa aí em cima dessa cama. É sério. Não deixa a Renne te ver assim, okay?
- Tá. – disse enquanto afundava o rosto no travesseiro.

Desci para tomar meu café e a esperei.

Bella Pov

- Bom dia. – disse para minha mãe e Edward.
- Bom dia, filha. – respondeu sorridente. – Como foi a festa ontem?
- Muito boa, mãe. Muito boa. - evitei olhar para ele.

Alguma coisa ainda estava acontecendo de muito estranho dentro de mim.

- E você, Edward? Gostou?
- Gostei. Só foi ruim na hora que acabou. – respondeu sorrindo para mim.

Sorri de volta, porém mais discreta que ele. Depois fala de mim, quando o agarrei lá em cima.

Começamos a tomar o café. Carlisle tinha saído cedo para ir para o hospital, então estávamos só os três. Foi tudo normal como sempre foi. Só que agora o clima era mais leve, mais fácil. Eu sentia como se um peso tivesse saído das minhas costas. E eu estava realmente um pouco mais desatenta do que o normal para uma manhã de domingo.

- Filha? – minha mãe chamou acho que pela segunda vez.
- Oi. - tomei um susto.
- O que é isso no seu ombro? – perguntou.

Olhei para baixo e fitei o chupão que um certo alguém tinha feito.

As desculpas começaram a tentar se formar na minha cabeça. Só uma ia caber nessa situação. Minha mãe tinha que cair nessa.

- Eu caí. – expliquei, fazendo uma careta.
- Poxa. – exclamou enquanto virava de costas para pia. – Você se supera cada vez mais.
- Toma mais cuidado da próxima vez, Isa. – Edward disse tentando não rir.

"Ele me paga. Gostoso." - peraí. Gostoso não é chingamento. Inferno.

- Crianças, vou sair. Vou fazer compras, está bem?
- Tudo bem, Renne. – ele levantou da cadeira, pôs o prato na pia e foi para sala.
- Filha? – minha mãe chamou.
- Que? - me assustei de novo por estar prestando atenção nele.
- Poxa. Já é a segunda vez que te chamo e não me atende. Tá com a cabeça onde, mocinha?
- Em nenhum lugar mãe. Er, é o cansaço.
- Sei. Olha, você vai sair hoje?
- Não pretendo.
- Tudo bem. Se sair, avise ao Edward. E se ele sair também, deixe um recado para mim, okay?
- Tudo bem.
- Vou embora. Beijos. – beijou o alto da minha cabeça, pegou a carteira em cima da bancada da cozinha e foi embora.

A ouvi se despedindo dele e depois a porta se fechando. Sem vontade pus meu prato na pia e fui para área dos fundos onde minha mãe mantinha arduamente um pequeno jardim. Sentei nos degraus da escada que vinha logo depois da porta, mas acho que fiquei menos de um minuto sozinha.
Logo em seguida, a porta atrás de mim bateu e Edward apareceu se sentando do meu lado.

- Isso que é verão, não é mesmo? – comentei rindo sobre a fina garoa que caía nas nossas cabeças.
- Eu preferia estar na praia.
- Concordo.

Senti seu braço passando por meus ombros.

- Eu quero te perguntar uma coisa... que... estava pensando durante o café.
- Fala.
- Você, er, acha-
- Acho? – instiguei, quando percebi que havia parado.
- Acha que deveríamos contar para eles?
- O que? – fiquei realmente assustada com a pergunta.

Não tinha nem passado pela minha cabeça aquela possibilidade.

- Sempre fui muito sincero com meu pai, Bella. Acho que deveria continuar sendo.
- Também sempre fui muito sincera com minha mãe. Mas não sei se eles aceitariam bem isso.
- E se a gente tentar dizer para eles que está namorando? – fui pega ainda mais de surpresa e comecei a tossir - Não se faça de idiota, Isabella.
- Já disse para parar de me chamar de Isabella.
- Olha o humor de cão, hein. – advertiu, mas rindo.
- Você que me deixa assim. Edemente. – pela primeira vez revelei meu apelidinho secreto.
- Edoque?
- Opa. Desculpa, é assim que te chamei pelos últimos 17 anos. – parou um segundo para absorver o apelidinho amoroso.
- Bem, acho que tá tudo bem... pequena insuportável.
- Pequena o que?
- Desculpa, mas é assim que eu te chamei pelos últimos 17 anos. – disse rindo.
- Babaca.
- Vai brigar comigo? – deu um sorriso sem-graça.
- Não. Não quero mais brigar com você. Já cansei.
- Eu também. Mas, sabe-
- Você me pegou de surpresa com essa história de contar para eles. - sussurrei.
- Desculpa?
- Tudo bem.

O silêncio dominou por alguns minutos, enquanto observava as folhas começarem a se encharcar com a chuva que caía um pouco mais forte sobre nós dois.

- Vamos entrar? Não te quero gripada. – sussurrou.
- Promete que me dá um tempo para pensar sobre isso?
- Sobre contar para eles?
- Sim. Sobre contar pra todo mundo, aliás.
- Tudo bem, o tempo que você quiser.
- Você nunca foi tão compreensivo. – disse enquanto nos levantavamos.
- E você nunca foi tão dócil.
- Palhaço. – rosnei o fazendo rir alto.

Entramos e fomos para a sala assistir tv, mas algum tempo depois meu celular tocou.

- Alô?
- Bellita, meu amor, soy yo. – gritou Alice.
- Já deu para perceber, né.
- O que estás fazendo, minha flor-de-laranjeira?
- Assistindo tv com o Edward.
- Ui. – gritou – Que isso? VOU TE TIRAR DESSE MARTÍRIO. – ela nem sabe o quanto – Topa ir para Rose comigo? Bater um papinho de mulher.
- Topo
- Passo aí em cinco minutos para te buscar.
- Valeu. – desliguei o telefone.
- Topa o que? – perguntou Edward enquanto eu voltava para sala.
- Ai, droga. Esqueci de você. Lice me chamou para ficar com ela e Rose e aceitei. Mas não queria te deixar sozinho.
- Pode ir. – me pareceu bem sincero.
- Tem certeza? Você não se incomoda?
- Bem, preferia que você ficasse aqui comigo, mas também não me importo que vá.

- Obrigada. – me aproximei e o puxei para um beijo carinhoso.

Ficamos assim um tempo até que Alice chegou com sua buzina descontrolada e tivemos que nos separar. No carro, ela não parava de falar um instante, o que era comum, mas a achei mais nervosa do que o normal. Será que estava me escondendo alguma coisa? Chegamos na Rose e entramos. Subimos para seu quarto. Foi então que percebi que Rosalie também estava muito estranha. Será que eu estou ficando com mania de perseguição?

Eu disse a elas que ia no banheiro, e fui realmente, mas na volta parei por alguns segundos antes na porta para ouvir o que falavam.

- A gente não precisa por ela na parede. – Rosalie disse com pesar.
- Pensa assim, Rose. Vai ser por livre e espontânea pressão. – Alice disse com um sorriso na voz, mas se conhecia bem minhas melhores amigas, estavam preocupadas com algo sério.
- Cara, se acontecesse alguma coisa... ela com certeza nos contaria.
- Eu não tenho toda essa certeza assim. Me desculpa, mas acho que a Bella está escondendo isso da gente.
- E se ela estiver tendo realmente alguma coisa com o Edward? Seria muito estranho não acha? Eles são praticamente irmãos, Alice.
- Não são, nem nunca foram nada parecidos com irmãos.
- Eu sei, mas também nunca foram nada parecidos com na... bem, você sabe o que quero dizer: namorados. – engasgou no final.

Meu estômago embrulhou de repente.

- Bella. – alguém me chamou baixo, segurando meu braço.

Quase gritei de susto. Me virei mais branca que vela.

- O que houve? Te assustei? – Jasper perguntou preocupado.
- Um pouco.
- Nossa, desculpa?
- Jasper. – o peguei pelo braço e empurrei mais para o fundo do corredor.
- Que houve, garota?
- Você não vai contar para sua irmã, muito menos para sua namorada que eu estava ouvindo atrás da porta, entendeu?
- Você estava ouvindo atrás da porta, Bella? Tsc-tsc-tsc. Que feio. – me fodo mais do que qualquer coisa.
- Jasper, cala a boca e me escuta. Não conta. Por favor? Eu me ajoelho aos seus pés pra você não fazer isso.
- Não precisa esse desespero todo. Eu juro que não conto. – pareceu bem sincero.
- Obrigada, Jas. Te devo uma.
- Tudo bem. – sorriu e depois passou por mim entrando em seu quarto.

Voltei para dentro do quarto de Rose, antes que elas percebessem a minha demora.

- Demorou, Bells. – Alice comentou sem vontade.

“É que eu tava preocupada demais ouvindo vocês duas confabulando sobre minha vida.” – pensei. Mas não disse. Eu não era louca.

- Meninas, preciso contar uma coisa para vocês. – disse bem calma.

Alice arregalou os olhos e depois voltou ao normal vendo que tinha percebido sua reação. Rosalie se ajeitou orgulhosa na poltrona que estava sentada, enquanto eu me deitava em sua cama.

- Fala, Bella. – Rosalie disse num pigarro.
- Bem, vocês sabem que eu briguei ontem na festa com o Edward, né.
- Óbvio.
- Bem, a gente briga sempre. Isso é mais do que desnecessário lembrar. Mas ontem depois da festa, voltamos para casa e conversamos como duas pessoas civilizadas e meio que fizemos uma trégua. Vamos tentar não brigar mais, entederam? – mentia bem pra caralho para não dizer o contrário.

Alice ficou com cara de quem não estava entendendo porra nenhuma e Rosalie se inclinou tanto na minha direção que quase caiu da cadeira. Elas pensavam que eu ia dizer outra coisa, mas não. Não precisavam saber de nada. De nada.

Edward Pov

Ouvi um barulho na porta. Será que era Bella voltando com Alice? Olhei em direção a sala esticando o pescoço na bancada da cozinha. Na verdade era Renne chegando do supermercado. Larguei o pão e a faca que tinha nas mãos para ajudá-la com o peso.

- Obrigada, querido. – me passou duas bolsas mais cheias.

A ajudei a levar as sacolas até a cozinha e voltei a fazer meu sanduíche.

- A Bells saiu Edward? – perguntou.
- Saiu. Foi pra casa da Rosalie com a Alice.
- Hum. Você não quis ir junto?
- Não mesmo. Papo de mulher.
- É. Mas e o Jasper?
- Ele provavelmente está deitado na cama dormindo agora. Preferi ficar em casa mesmo.
- Hum. – pegou uma das sacolas pesadas com produtos de limpeza e foi em direção à área de serviço.
- Ei, espera. Deixe que eu carregue isso para a senhora. – peguei a sacola de sua mão e a levei até o outro cômodo.
- Senhora? – ficou realmente assustada com a forma como a chamei.
- Tem alguma coisa demais? – perguntei preocupado colocando a sacola no chão.
- Não é que me senti uma idosa agora;
- Não sei porque.
- Isso foi um elogio?
- Sim, senhora.
- Pare de me chamar assim, querido. Nem Bella me trata assim e você também é como meu filho agora. – deu um sorriso bem sem-graça. – Posso te considerar assim, não é mesmo? – perguntou colocando as mãos no bolso.
- Er...cla-ro. – péssima hora para gaguejar Cullen.

Ela sorriu realmente feliz e depois voltou pra cozinha com uma expressão diferente.

- Ai, caralho.

Andei até os fundos e me sentei na escadinha onde estava mais cedo com Bella.

Meu pai e Renne estavam casados há um pouco menos de um ano. Eu não estava sabendo lidar bem com isso. Não sei, mas o modo como Renne me olhou, transmitiu confiança. Confiança que se tinha num filho. E na mesma hora que me olhou daquele jeito, me lembrei de ontem na cama com Bella. Realmente, Isabella tinha razão.
Será mesmo que eles aceitariam assim? Ou levariam como uma traição? Talvez não encontrasse aquele olhar em Renne nunca mais se contássemos. Mas ao mesmo tempo, não queria e não ficaria sem Bella.

- Edward.
- Ham? – quase gritei de susto.
- Desculpa, te assustei.
- Tudo bem, Renne.
- É que eu terminei de fazer o seu sanduíche e está em cima da mesa.
- Poxa. Obrigado mesmo.
- Tudo bem. Vou subir para tomar um banho.
- Okay. – fechou a porta atrás de mim e me levantei em seguida indo a direção à cozinha.

Voltei para sala com o sanduíche na mão e liguei a tv, mas não assistia o futebol. Estava ainda preso em pensamentos preocupantes. Era melhor que eles não soubessem de nada, não é mesmo?


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