Irmãos?! Não! escrita por sisfics


Capítulo 10
Capítulo Dez: Escondeu? Ta escondido.




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Bella Pov

- Cheguei. – gritei trancando a porta.
- Chegou atrasada para o jantar, mocinha. – ouvi a voz da minha mãe vindo da cozinha.

Fui até lá e a encontrei com meu gato pondo a mesa. Como ele estava gostoso naquela calça jeans e a camisa rulê preta. Senti minha boca enchendo d’água. Vontade de beijá-lo e arrancar aquela roupa. De tomar seu corpo nu.

- Desculpa, mãe. – disse finalmente antes que entrasse em colapso com aquela visão do paraíso ali na minha cozinha.

Sorriu de leve.

- Foi bom na Rose? – perguntou.
- Foi sim. – sendo posta contra parede e tendo que contar uma espécie de mentira para as minhas melhores amigas e agora também para minha mãe.

Não tem noção do quanto foi bom.

- Termina de arrumar a mesa com o Edward que eu vou ao banheiro? – pediu.
- Claro.

Saiu da cozinha, me passando os garfos e facas quando passou por mim. Me aproximei da mesa.

- Você me parece nervosa. – Edward falava baixo demais, quase um sussurro.
- Estou nervosa. Alice e Rose estavam desconfiando de ontem e me botaram na parede. Tive que inventar uma mentira. Não tive coragem de contar para elas. Aliás, pela primeira vez na minha vida, não estou com a mínima vontade de contar coisa alguma para elas.
- Isso é ódio na sua voz, Isabella? – ignorarei o Isabella.
- Não. Apenas, um pouco de rancor. Falaram de mim pelas costas. Quase tramaram para arrancar de mim uma verdade suspeitável. Confabularam sobre minha vida e nunca fiz nada disso com elas. - fiz uma pausa – Não quero falar sobre esse assunto. Como foi seu dia?
- Renne quase me chamou de filho. Ela disse que me considera tão filho quanto você e no instante que falou isso só conseguia imaginar nós dois ontem. Pareceu que a estava traindo, entende? – bateu o prato com força e má vontade na mesa.
- Assim quebra. – alertei.
- Concordo com você. – Que vai quebrar?
- Concorda?
- Concordo. – fez uma pausa enquanto fitava sem expressão a mesa – Não vamos contar nada.
- Okay. – disse rápido.
- Te amo. - sussurrou.
- Também. – senti minhas bochechas ficarem vermelhas.

Ele deu a volta na mesa e se aproximou de mim. Me empurrando em direção a parede mais próxima.

- Edward, minha mãe está em casa. – alertei.
- Calma. Só quero fazer isso. – e terminando de o dizer me beijou devagar.

Algo muitíssimo delicado. Apenas encostou seus lábios nos meus. Mas foi o suficiente para deixar meu coração disparado.

- Você me deixa sem ar. – ralhei ofegante, enquanto o afastava.
- Eu disse ontem que ia começar a me vingar pelas reações que me causava. – ri de sua resposta.

Ouvi um barulho muito longe na maçaneta da porta de entrada.

- Acho que é o seu pai. – sussurrei.

Ele me soltou e voltou a distribuir os garfos e facas, o que era minha função. Logo depois, Carlisle apareceu na porta.

- Boa noite, família. – desejou o médico todo de branco.
- Boa noite, pai. – disse Edward.
- Boa noite, Carlisle. – percebi que minha voz ainda estava um pouco rouca pelo sustinho básico.
- Você está pálida, Bells. - comentou o lado clínico.
- Foi nada não. – tentei disfarçar.
- Onde está Renne? – saudade estampada no rosto.
- Lá em cima. – respondi mais que depressa.
- Então, também vou subir para tomar um banho.
- Tudo bem, pai. – disse Edward.

Carlisle saiu da cozinha e eu voltei a olhar em seus olhos verdes.

- Você está mesmo pálida, sabia?
- Parem de me agorar, por favor? – pedi sorrindo.

Me desencostei da parede para subir e lavar as mãos, mas uma tonteira me ocorreu. A cozinha girou. Senti o chão saindo debaixo de mim, então algo me agarrou.

- Bella? – ouvi a voz dele preocupada no meu ouvido.

Permanecia com os olhos fechados, mas comecei a abri-los devagar enquanto segurava meu rosto.

- Você está bem?
- Acho que sim. – disse num fio de voz.

A tonteira havia sido realmente forte. Talvez se Edward não estivesse aqui para me segurar poderia ter caído ou algo parecido.

- Vou chamar meu pai.
- Não. – pedi antes que aquilo virasse um circo.
- Como não?
- Eu não quero. – me encostou de novo na parede.
- O que você está sentindo? – perguntou ainda me abraçando.
- Foi só uma tontura. Não precisa fiar preocupado. É que não comi nada o dia todo e-
- Por que não comeu na Rose? – perguntou irritado ainda colado a mim.
- Não sei. É melhor esquecer isso, está bem?

Fui até a pia e comecei a lavar a mão ali mesmo. Olhei de rabo-de-olho para ele e vi que ainda me observava.

- Pode parar de me olhar – resmunguei ainda fraca – Não vou mais cair.

Andou até mim e me abraçou por trás.

- Quem disse que estou te olhando só por isso, Isabella? – sua mão espalmada caminhou por minha barriga por debaixo da blusa.

Foi então que tudo sumiu. Não como agora pouco que quase desmaiei e cai na inconsciência. Mas porque o seu toque me levava a algo além de mim. Me tirava dali. O simples cenário da minha cozinha se tornou uma das mais belas paisagens. Como conseguia fazer isso comigo? Então isso era o amor? Eu parecia uma idiota.

- Edward, eles estão em casa. – consegui dizer uns segundos depois.
- Tem razão. – me largou facilmente.

Como conseguia ter esse controle? Continuou a pôr a mesa como se nada tivesse acontecido. Minha mãe apareceu de repente na cozinha. Ainda bem que nós havíamos nos largado, ou ela poderia ter nos visto. O jantar foi calmo e agradável como sempre. Repeti três vezes a lasanha, o que fez Edward sorrir para si mesmo a cada pedaço que eu comia. Estava realmente com fome.
Tinha que me cuidar um pouco melhor, nos últimos tempos estava realmente desleixada. Depois do jantar, voltei para o meu quarto e deitei para dormir. Estava muito cansada. E ainda um pouco zonza, mas amanhã estaria melhor.

Edward Pov

- Filho?
- Sim?
- Anda lendo aqueles livros que te emprestei?
- Er, claro. - menti o melhor possível.

Até tinha começado a ler, mas de uns tempos para cá minha vida estava um tanto quanto agitada e os tinha deixado de lado.

Não gostava de mentir para o meu pai, mas aquela era o tipo de situação que precisava mentir para não magoá-lo ou deixá-lo pensando que eu não queria ser médico assim como ele.

- Bom dia. - Renne desejou entrando na cozinha.

Levantei os olhos do café e dei um sorriso.

- Bom dia, querida. - meu pai respondeu.
- A Bells ainda não desceu? - se assustou.
- Ainda não. - tentei esconder minha decepção.

Estava ficando meloso demais. Pare com isso agora mesmo, Edward.

- Estou atrasada. Preciso terminar de fazer algumas coisas antes de entrar de férias também, será que você pode acordá-la para mim, Edward? - perguntou, olhando no relógio de pulso.
- Tudo bem. - "não se mostre animado."
- Estou atrasada mesmo. - disse para si mesma pegando uma fruta em cima da mesa.
- Eu te levo até lá para não chegar tão em cima, querida. - meu pai se levantou e dobrou o jornal.
- Ai, que ótimo. Então, vamos. Tchau, Edward.
- Tchau filho.
- Tchau. - esperei que saíssem e dei um tempo até começar a arrumar as coisas para ela.

Casa liberada. Preparei a mesa do nosso café. Abri um espaço bem grande no centro da mesa e subi. Entrei no quarto e a encontrei dormindo tranqüilamente na cama.

- Bells? – sussurrei no seu ouvido, enquanto deitava do seu lado.

Ela ajeitou a cabeça no travesseiro, mas permaneceu dormindo.

- Isabella? – perguntei só que dessa vez, passando minha mão em suas coxas descobertas pelo short - Hora de acordar. – lhe dei uma mordida na orelha e logo depois senti um sorriso crescer no seu rosto.
- Bom dia.
- Bom dia. – respondi, colocando minha mão dentro de sua blusa.
- Isso que é acordar. – gemeu, enquanto eu arranhava sua barriga.

Sua cabeça recostou no meu ombro e ela agarrou meus cabelos, me puxando mais para perto. Comecei a sugar seu pescoço, lhe dando vários chupões e mordidas. Ela empinou sua bunda na minha direção, roçando no meu membro. Era quase torturante seus movimetos.

- Bella. – gemi rouco em tom de advertência.
- Você que provocou. – sussurrou, segurando um riso.

A virei de frente para mim com violência e, antes que a pudesse beijar, pulou da cama.

- Hey?
- Agora não. – explicou colocando um dedo na boca.

Fazendo cara de inocente, como se fosse mesmo.

- Não me faz ir até você. – me sentei na cama.
- Daqui um pouco a gente conversa, mas antes quero tomar um bom banho e o meu café. Bem, daqui a pouco volto e resolvo seu problema. – disse piscando e apontando para a tenda que havia se formado.

Ela sorriu mais uma vez e saiu do quarto, fazendo questão de rebolar bastante enquanto andava. Quase gritei quando ela saiu de lá. Fui andando, com dificuldade, até a cozinha e lá a esperei. Quer provocar? Então que venha. Prepararia uma surpresinha.
Mas antes que chegasse, vi uma surpresinha para mim em cima da bancada da cozinha.

Bella Pov


Desci as escadas saltitando e assoviando. Edward provavelmente estaria me esperando na cozinha e eu ia cuidar dele. Apareci e o vi sentado no tampo mesa. O café ainda estava ali, mas acho que isso a gente pode protelar um pouco, não é mesmo? Andei até ele, mas estava com a cabeça baixa. Entrei no vão de suas pernas e puxei seu queixo. Colei meu lábios nos dele por um segundo, mas percebi que estava meio catatônico, eu diria.

- O que aconteceu Edward? - perguntei, apoiando minhas mãos em suas coxas.
- Eu-eu-
- Você? - instiguei.
- Ganhei. Eu ganhei, Bells.
- Ganhou o que? Na loteria?
- Ganhei a bolsa.
- Que bolsa? Do que você está falando?
- Aqui. - deu na minha mão um envelope branco com um emblema de uma escola que não reconheci.
- O que é isso?
- Isso é uma escola preparatória em Nova Iorque. Eu consegui uma bolsa. Setenta por cento das despesas pagas. Vou poder fazer qualquer universidade, a que eu quiser se eu for para esse preparatório! - estava animado.
- Nova Iorque? Como assim? Quando você tentou essa bolsa?
- Ano passado. Mandei minha inscrição e histórico no ano passado. - abafou a voz alta com as mãos - Tem noção? Eu vou. Para. Nova Iorque. Caramba.

Me abraçou mais que depressa e me beijou urgentemente. Depois desceu da mesa e foi em direção ao telefone.

- Preciso contar pro meu pai. - já discava o número.

Avaliei o envelope, tirei a carta de dentro e comecei a ler

Na carta dizia que devido ao excelente currículo acadêmico havia conseguido uma bolsa de setenta por cento na escola preparatória. Caso ele tivesse mesmo concluído o segundo ano do ensino médio, iria para Nova Iorque e ainda tinha a opção de ficar no alojamento do curso. Mas que idéia é essa? Percebi que no canto da cozinha ele falava alto no telefone com o pai.

"Mas logo agora? Talvez há duas semanas eu soltasse fogos, mas agora?" - pensei desanimada.

Pus a carta de lado um minuto e me sentei para tomar meu café. Sozinha mesmo. Tomei só um suco de laranja, mas sua voz estava me chateando então subi o deixando sozinho com o telefone. Fui para o meu quarto e liguei o computador.
Google. Digitei o nome da escola e vi uma foto de uma espécie de construção antiga e estranha. Fechei logo em seguida quando ouvi passos pela escada. Desliguei a tela do computador e me deitei na cama. Ele entrou sem bater e como sempre abusado, se deitou ao meu lado, olhando para o teto.

- O que houve? - perguntou.
- Nova Iorque é longe. - dei de ombros.
- Eu sei.
- E agora?
- Não sei.
- Isso responde muita coisa realmente.
- Já percebeu que a frase "E o que a gente faz agora?" tem andado muito na nossa vida? - perguntou.

Ri de sua cara de babaca.

- Já percebeu que você só fala merda? - rosnei.
- Mas é sério, estou com medo dessa frase. - respondeu cínico.
- Você está tentando fugir do assunto.
- Eu sei. - fez um bico estranho.

Odiava as caretas dele.

- Sei que você vai morrer de saudade. - disse em tom de obviedade.
- Que?
- É.
- Vou é soltar fogos porque você vai embora.
- Mentira. Eu sei porque você está assim.
- Sabe? Porque então?
- Porque você está caidinha por mim.
- O- o que? - gaguejei.

Riu da minha cara.

- Faça-me o favor, Cullen. Você acha mesmo que vou sentir sua falta? Há! Tá bom.
- Poxa, então ótimo. Eu me declaro para você e é assim que sou tratado.
- Olha o drama.
- Blá blá blá. Você fala assim, mas ficou toda irritadinha, né.

Se virou e me agarrou pela cintura, dando beijos no meu pescoço.

- Larga a minha pessoa, por favor? Peste.

Me apertou ainda mais contra seu corpo.

- Pára Edward. Eu quero ir tomar café. Me larga, vai.
- Então porque você subiu se ia tomar café?
- Porque quis malhar a coxa na escada. - me soltei e levantei.

Ele veio atrás de mim e descemos juntos.

- Eu não sei porque você está fazendo isso. É só no final do verão.
- Eu não estou fazendo drama nenhum, tá? - respondi lhe dando uma careta em seguida.

Sentei na mesa no mesmo lugar onde antes ele estava e comecei a comer um pedaço de bolo.

- Como você é orgulhosa. - cruzou os braços na minha frente.
- Eu não disse nada. Só não quero falar sobre esse assunto, está bem?
- Hum. Está bem, mas também... - agarrou minhas coxas e entrou no meio delas - Se você não quer falar, então vamos fazer outra coisa.
- Odeio seu excesso de auto-confiança.
- Odeio sua boca quando ela está longe da minha.
- Cantada barata. - consegui dizer antes de me beijar.

Muitos beijos e amassos. Aquela foi uma manhã maravilhosa. Edward e eu ficamos juntos e até conversamos sobre outras coisas que não Nova Iorque e a gente.
Descobri que por mais incrível que pareça, ele tinha um gosto musical parecido com o meu, um paladar parecido com o meu. Apesar de termos sempre alguma coisa pra discutir fervorosamente. Mas tudo sempre acabava num beijo. Mal me lembrava de como era antes, quando nós brigávamos e não havia se passado tanto tempo assim. Acho que um pouco mais de trinta e seis horas.

- Sabe o que eu tava pensando aqui? - Edward começou.

Pegei mais um punhado de pipoca da vasila que estava na sua mão.

- Alguma besteira, certamente. - resmunguei depois de mastigar tudo.
- É esse o espírito da coisa. - gritou animado.
- Ham? Tá ficando maluco, Edward?
- Não. É que primeiro eu tenho que concluir meu raciocínio.
- Fala, gênio. - riu da minha ironia e me aproximou ainda mais de seu peito.

Eu estava encostada em seu corpo, enquanto assistíamos um filme no sofá.

- Bem, estava pensando aqui que se você quer esconder o que está acontecendo-
- Você também quer, esqueceu? - o interrompi.

Me olhou erguendo uma sobrancelha.

- Vai me deixar terminar?
- Continua. - bufei.
- Bem, então se a gente quer mesmo enganar alguém, vamos ter que começar a fazer umas coisinhas.
- Coisinhas? Tipo o que? - ergui as sobrancelhas.
- Tipo: brigar.
- Do que você tá falando?
- Brigar: discutir, lutar, combater. Uma desavença, picuínha.
- Sem mais delongas. Eu não estou aqui para te ouvir falar, Sr. Wikipédia.

Riu da minha piada infame.

- A gente vai ter que brigar na frente dos outros para eles acreditarem que não estamos juntos. Que continua tudo na mesma.
- Hum. Entendi onde você quer chegar, mas aí é muita mentira. Disse para as meninas que a gente tinha feito uma trégua.
- A gente já está vivendo uma mentira mesmo. A mais ou a menos não faz mal para saúde. Serão briguinhas leves.
- Você é um canalha. - rosnei o olhando com cara feia.
- Você dava uma boa atriz. Esse foi realmente bem parecido com um chingamento de verdade. - disse sorrindo.
- E quem disse que comecei a mentir?

Me olhou erguendo uma sobrancelha. Engoliu em seco e deu um risinho sem graça.

- Brincadeirinha. - respondi me deitando nele de novo.
- Engraçada.
- Eu sei que sou. Engraçada, linda e perfeita.
- Fazer o quê, hein? Se te enganaram, não estou aqui para desiludir.

Lhe dei um belo tapa na coxa e ele começou a rir de nervoso.

- Cachorro.
- Linda.

Me beijou mais uma vez e voltamos a assistir o filme.


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