Muitos meses depois.

Edward Pov

Nem acredito que hoje é o último dia de aula. Férias de verão. Existe coisa melhor? Hum, não mesmo Me levantei devagar e abri a porta do quarto. Lá estava ela saindo do banheiro toda arrumada com um enorme sorriso no rosto.

- Bom dia, Edward. - desejou
- Bom dia? – perguntei desconfiado.
- Ótimo dia. Só para saber: o casal feliz já saiu de casa e vamos nos atrasar se não for bem rápido. – apertou minha bochecha.
- Sonhou com o que essa noite, insuportável? - estava estranha.
- Não posso ficar de bom-humor?
- Pode. – saiu da minha frente saltitando pela escada - Se não fosse tão perigoso, né.

Me arrumei e desci. Assim que parei ao seu lado reparei o quando estava bonita hoje.

- Você está diferente. – comentei, enquanto terminava de tomar o meu café.
- Está se tornando repetitivo. Mas então, diferente bom ou ruim?
- Eu não sei. – deu de ombros com a minha resposta.
- Hoje é o último dia de aula. Acho que é um motivo bom.
- Mas eu não estou falando do seu bom-humor, er... – me olhou nos olhos.

Estava linda mesmo. Alguma coisa naquele castanho que me encantava. Não podia pensar assim. Ela dormia no quarto da frente. Pensei que já estivesse controlado depois de tantos meses.

- Esquece o que eu disse.
- Vamos logo, Edward. Se você continuar demorando assim, vou voltar a pedir para Alice me buscar em casa.
- Tá bom, reclamona. – as vezes ela ainda ia com Alice.
- Ai, caramba. – me lembrei que não tinha feito o exercício de biologia que o professor havia passado.

Mal podia acreditar que terminaria meu ano escolar com uma advertência.

- Que é? – perguntou de má vontade, enquanto eu arrancava com o carro.
- Bellinha. Me empresta seu livro de biologia? – pedi carinhoso.
- Nem a pau. Vai copiar o exercício da tua mãe. Fui dormir tarde pra cacete ontem fazendo esse exercício. Não te empresto nem que você pague.
- Poxa, Bella
- Poxa, Edward. – disse batendo de leve no painel com cara de decepcionada.

Entramos na escola um tempo depois e ela desceu do carro mais que depressa. Eu estava ferrado e agora irritado com seu egoísmo.
A admirei por uns instante mexendo na bolsa e indo na direção do prédio cinco. O verão estava próximo, era o final das aulas do segundo ano e essa tortura acabaria em pouco tempo. Pelo menos, é o que eu espero que aconteça.

Bella Pov

- Você vai de que Bells? – Alice perguntou enquanto eu brincava com meu pedaço de pizza na bandeja.
- Hum. – de repente uma idéia veio na minha cabeça – Já sei. Vou de Diabinha. – dei uma piscadela.
- Nossa, hein? Onde vai arrumar essa fantasia?
- Os chifrinhos eu já tenho. Estão guardados em algum lugar do meu armário. E o vestido, bem... lembra-se daquele vermelho que comrpei em Port Angeles no ano passado e nunca usei?
- Claro que lembro. E também né, se usá-lo é capaz de fazer alguém infartar de tão provocante que é.
- Não exagera, Allie. Você vai de que?
- Vampira. – me deu um sorriso mostrando todos os dentes. – Eu e o Jas vamos de vampiros.
- Ai, casal apaixonado? Tô fora.
- Poxa, pára.
- Seus pais viajam quando?
- Amanhã. – deu pulinhos na cadeira – E a festa é sábado que vem. Só tomára que não dê merda. Ou eu vou ficar sem mesada e não vou poder comprar meus sapatos da nova coleção. – fez biquinho.
- Ô criança fútil.
- Ah, você sabe que eu nem sou. – fez cara de santa.
- Oi, Bella. – Jacob se sentou ao meu lado na mesa do almoço.
- Oi. – me assustei um pouco.

Não é todo dia que o capitão do time de basquete vem falar com você. Antes ele até era meio lesadinho, mas agora nem mais parecia o mesmo depois que ganhou a disputa.
Aliás, foi um episódio deplorável. Tudo durou quase três horas. Ele e Edward na quadra mostrando o que sabiam. Mas Jacob ganhou e ficou como capitão.
A cena deplorável mesmo aconteceu quando chegamos em casa. Edward puto, querendo quebrar tudo. Mal perdedor.

- Oi, pessoal – deu “oi” para o resto da mesa.

Alice e Jasper, agora namorando. Rosalie e Emmet, também na mesma situação a uma semana. E Edward, que veio por conveniência. Eu nunca imaginaria que um dia dividiria a mesa do almoço com Edward Cullen.

- Oi. – algum deles responderam. Os que não responderam: Edward e Alice.
- E então, Bella? Como tem ido? - perguntou baixinho para que ninguém mais ouvisse.
- Bem. E você?
- Também. Vai me ver no jogo hoje?
- Acho que sim. Por que?
- Não nada. É que, vou gostar muito de te ver lá. – piscou ou foi uma impressão bem errada minha.
- Vai marcar alguma cesta para mim por acaso? - debochei.
- Se você quiser. – Ah, fala sério, seria muito legal! – Vai viajar nas férias?
- Não. – fiz cara de triste. – Queria muito, mas não dá.
- Por que não vai?
- É por causa do Cullen. – ele espichou o olho paro outro lado da mesa.
- Como assim?
- É que o pai dele não pode viajar, por causa do hospital. Então minha mãe não deixou eu ir também.
- Que droga, hein? Não pode ir sozinha?
- Não. Fazer o que? Agora ele é meu irmãozinho. E você vai viajar?
- Vou, mas só segunda-feira.
- Vai para onde?
- Phoenix.
- Sol? Sortudo. – riu da minha cara.
- Sabe, a gente podia sair antes da minha viagem. – chegou a parte que interessava.
- Sair? É. - mordi o lábio pensativa.
- Você gosta de La push?
- Gosto. Não que eu tenha ido muito lá, mas é legal.
- Jacob? – um dos caras do basquete gritou do outro lado do refeitório.

Ele olhou para trás e fez com as mãos para que esperassem.

- Seus amigos estão com pressa.
- É. Pressa demais para o meu gosto. Olha...- pegou um pedaço de guardanapo na minha bandeja e começou a escrever umas coisas. – Me liga hoje a tarde para gente combinar melhor, okay?
- Tudo bem – dei um sorriso simpático.

Entregou o papel na minha mão e me deu uma última olhada.

- Então a gente se fala mais tarde.
- Mais tarde. – se aproximou e deu um beijo no meu rosto. – Tchau.
- Até.

Saiu da mesa e foi para onde os amigos o gritavam. Guardei o guardanapo no bolso da calça e voltei para conversa na mesa. Alice e Edward olhavam para mim, com a mesa expressão no rosto, enquanto os outros conversavam como se nada tivesse acontecido.

- Ué? Que que houve? Fiz alguma coisa errada por acaso? – perguntei para Alice.
- Esquece. – disse com uma expressão estranha na cara.

[...]

Tínhamos acabado de chegar em casa e já era tarde pois tive que ficar esperando Edward sair do vestiário.

- Estou com fome. – resmungou alisando a barriga.
- Quando você não está?
- Dá um desconto. Estava jogando agora pouco. Gostou do jogo?
- Gostei. - disse sem importância.
- Sei. O que o Jacob queria com você no almoço?
- Não é da sua conta. – dei piscadela com um sorrisinho safado estampado no rosto.

Ele arqueou as sombrancelhas em sinal de reprovação.

- Eu não gosto daquele cara. Ele não é muito legal.
- Você só não gosta dele porque é o capitão do time e não você.
- Não gosto dele porque não sabe perder. E é muito estúpido.
- Ai, cala a boca. Pára de ficar me amolando. – me joguei no sofá da sala.
- Vou fazer um sanduíche. Quer um?
- Não, obrigada. – liguei a tv, mas não estava assistindo de verdade.

Um tempo depois ele se sentou comigo, o sanduíche estava com uma cara boa.

- Me dá um pedaço? – pedi com cara de cachorrinho.
- Pensei que você não quisesse.
- Ai, mas é só um pedaço. Vai negar um pedacinho do seu sanduíche para sua irmã faminta?
- Você não é minha irmã. – rosnou ríspido e com um sentimento diferente no olhar.
- Desculpa. – resmunguei disse sem-graça.

Edward parecia outra pessoa. Um minuto de silêncio se passou.

- Desculpa, Bells. Eu não queria te tratar assim. - parecia sincero.
- Tudo bem, depois você fala que eu sou bipolar. – deu um risinho baixo.
- Toma o sanduíche. – me passou o prato.

Me sentei no sofá e acabei me recostando nele para poder comer. Seu braço passou pelo meu ombro sem minha autorização e depois de ter tirado o meu pedaço, eu acabei cochilando por alguns minutos em seu colo.

Edward Pov

Não sei por que tive aquela reação quando ela disse que era minha irmã. Acabei sendo estúpido mais uma vez. Mas eu estava mesmo era preocupado com essa história do Jacob.
Percebi que Bella estava dormindo e não quis acordá-la, mas o telefone tocou e com o som se assustou. Se levantou e correu até a extensão da cozinha.

- Alô? Oi. Pode falar. - esperou que respondessem - Tudo bem. Eu faço o jantar. Beijos. Tchau.
- Era Renne? – perguntei indo levar meu prato até a pia.
- Uhum. Pediu que eu fizesse o jantar talvez chegue um pouco mais tarde, mas antes... – disse para si mesma essa última parte.

Foi quando a vi tirando de dentro do bolso na calça um papel pequeno e o desamassando.

- O que é isso? – cheguei perto dela.
- Não te interessa. – respondeu sem expressão.

Num movimento rápido, puxei o papel da mão dela e vi a letra de Jacob escrita com os seguintes dizeres:

"JAKE.

555-1000

Liga. "

- Isso é o telefone do Black? – perguntei já sabendo a resposta.
- O que denunciou? Os números ou o nome? Agora me dá o papel que eu preciso ligar para ele.
- Você vai sair com esse cara? - meu tom de voz estava um pouco desesperado.
- Se conseguir ligar para ele, vou. Dá para me devolver o papel?
- Você não vai sair com esse imbecil. – impus minha vontade.
- Quem decide com quem eu vou sair ou não, sou eu. Larga essa porra que ainda tenho que fazer o jantar.
- Não dou o papel.
- Me dá isso agora. – rosnou já vermelha de tão irritada.
- Vem pegar. – provoquei.

No início foi só uma volta na mesa, mas depois já estávamos correndo em volta da cozinha.

- Para com isso, garoto - gritou de novo.
- Que foi, Bells? Tá cansada? Só cuidado para não cair que nem na educação física.

Foi só falar que a desastrada caiu no chão de cara. Corri até o outro lado da mesa e me ajoelhei ao seu lado.

- Bells, você está bem? - tentei evitar a risada.
- O que você acha? Acabei de dar com a fuça na porra do chão por sua causa. Estou super bem por causa disso. Cadê os fogos para eu acender? – ficou sentada.
- Você se machucou? – ela fez cara de dor e apertou o tornozelo. – Tá doendo o tornozelo?
- Não. Está doendo o meu olho. Olha a merda que você fez. Pra variar, né.
- A desastrada aqui é você. – passei o meu braço por debaixo do seu joelho e nas suas costas e a carreguei até o sofá, onde a pus sentada - Fica aqui sentada que eu vou pegar gelo para você por aí, okay?
- Sentada? Poxa, eu tava pensando que ia poder correr a maratona daqui a pouco. Vai logo pegar o gelo, porra.

Comecei a andar em direção a cozinha, mas de repente senti o papel que estava na minha mão sendo puxado. "O telefone!" - foi a unica coisa que consegui pensar.
Olhei para trás e ela já estava correndo em direção a escada. Me enganou. Eu sou muito trouxa mesmo. Ela foi correndo para o próprio quarto. Fui até a cozinha e peguei o telefone. A ouvi digitando os números na extensão do quarto.

Primeira chamada.

- Isabella, não vou deixar você sair com esse cara.

Segunda chamada.

- Sério?! – fingiu estar com medo. – Foda-se.

Terceira chamada.

- Eu estou avisando. – ameacei

Quarta chamada.

- Ai, que meda. Nem vou dormir essa noite.

Quinta chamada.

- Pelo visto, ele não está em casa.

Sexta chamada.

- Olha que ouvir a conversa dos outros é feio, hein Edward?
- Alô? – fiz silêncio, mas não desliguei o telefone.
- Oi. Jake?
- Bella?
- Oi. Tudo bem?
- Tudo, e contigo?
- Melhor agora. – ela disse isso?

Afastei o telefone, mal acreditando, mas logo voltei a ouvir.

- Concordo. – filho-da-puta.
- Você jogou bem hoje.
- Obrigado. Nem te vi na arquibancada.
- É que eu cheguei meio atrasada. Bom, vou direto ao assunto. Então, você me chamou para sair, e eu acho que La Push pode ser legal.
- Que bom. Que tal amanhã às dez? Passo na sua casa para te buscar.
- Perfeito, então. Amanhã. Dez.
- Okay. A gente se vê amanhã.
- Tudo bem.
- Beijos, linda. – vou socar a cara desse palhaço.
- Beijos.

Desligou o telefone. Ouvi a porta do quarto dela se abrindo logo em seguida. A faria pagar caro.

Bella Pov

Legal. Encontro com o capitão do time. Comecei a descer as escadas e dei de cara com ele apoiado na bancada da cozinha ao lado do telefone.

- Edward, você por aqui?– perguntei com um sorriso enorme.
- É Bella. Já terminou de usar o telefone? – como se não soubesse a resposta.
- Claro. - fiz sinal para que usasse à vontade.
- Ótimo. – meteu a mão no bolso da calça e tirou de dentro um pequeno caderninho.

Começou a folheá-lo, parou umas páginas depois, pegou o telefone e digitou um número.

- Alô? Oi, Jéssica. É o Edward Cullen

Ficaram conversando por um tempo. Feito um babaca no telefone. Ah, quase me esqueci: ele é um babaca. Apenas fiquei olhando, esperando para ver no que aquela conversinha toda ia dar. Depois de uns minutos, chegou finalmente ao assunto.

- Bom Jéssica, deixa eu te fazer uma pergunta. Você vai fazer alguma coisa amanhã? - esperou a resposta com um sorrisinho na minha direção - Ótimo. Que tal a gente sair? Na verdade, um encontro à quatro.

O que? Ele só pode estar ficando louco?

- É, seria a Bella e o Jacob. Topa ir a La Push? - piscou - Me encontra aqui em casa às dez. É, a casa da Bella. Então, tudo combinado. Beijos. Tchau.

Desligou o telefone e me encarou com um sorriso irritante na porra da fuça.

- Mas você é um viado mesmo. – foi só o que consegui dizer.
- Acho melhor ligar para o Jake avisando que eu vou também. – deu uma piscadela.

Saiu de trás da bancada e foi andando na direção da sala, quando passou por mim, abaixou o rosto e me deu um beijo na bochecha.

- Idiota. – gritei enquanto tentava lhe dar um tapa, mas fugiu e se sentou no sofá.

Fui fazer o jantar. Peguei a panela no armário e a bati com força na boca do fogão.

- Assim quebra . – avisou da sala.

Passou dos limites. Fui lá e parei na frente dele impedindo a visão da tv.

- Acredite: eu não estou me incomodando com isso. Até que é gostoso. – cruzou os braços e me avaliou de cima a baixo.
- Porque você tem que atrapalhar meu encontro? Porque você tem que atrapalhar minha vida? Porque você tem que ser tão irritante?
- Não enche, Bella.
- Desgraçado. - voei para cima dele distribuindo tapas nos braços.
- Calma, Bells. – gritou rindo.
- Eu te odeio.
- Você sabe que isso é mentira. – puxou a parte de trás dos meus joelhos me fazendo sentar de frente em seu colo.

Segurou meus pulsos e virou minhas mãos para trás.

- Me larga. - o olhei assustada.
- Você que pediu por isso. – me jogou deitada no sofá com violência e se deitou em cima de mim, se encaixando entre as minhas pernas.
- Sai de cima de mim.
- Não. – respondeu sereno.

Continuava a me remexer embaixo dele, tentando me soltar do aperto ferrenho de seus dedos.

- Você está me machucando. - arfei com dificuldade.

Não respondeu nada, apenas ficou me olhando com suas esmeraldas. Por um segundo, parei de tentar fazer força e olhei dentro dos seus olhos.

- Sai de cima de mim ,Edward. – pedi já sem a mínima vontade de que realmente saísse.

Soltou as minhas mãos devagar e as pus em seus ombros. Enlaçou a minha cintura com carinho. Seu rosto se aproximou do meu e ele levou os lábios até o meu ouvido. Senti um beijo delicado embaixo do meu lóbulo. Meu corpo inteiro estremeceu, senti o famoso frio na barriga. Mais um beijo, dessa vez mais provacante, passou sua língua na minha pele. Meu corpo reagiu ainda pior que antes, cravei minha unhas em suas costas.

Ele voltou o olhar para mim e mais uma vez derreti em seus braços quando encostou os lábios no meu queixo dando um beijo demorado ali, seguido de uma mordida. Levantou o olhar encontrando o meu, e então seu lábios me tomaram num movimento rápido, porém sutil. Nos movimentávamos em perfeita sincronia, e foi quando sua língua pediu minha permissão.

Eu daria? Eu não podia. Eu era louca? É Edward Cullen.

Dei permissão para que fizesse o que queria. E fez. Me deu um beijo como eu nunca havia recebido. Dançávamos devagar, enquanto suas mãos desciam pela lateral do meu corpo. Seu gosto era o melhor que eu já havia provado.

Porque isso? Apesar de só conseguir me concentrar nele e em seus toques, pude ouvir um barulho de carro na entrada. Ele também ouviu, pois senti seu corpo enrijecendo em cima de mim.

- Edward. – o alarmei e empurrei para longe.

Saí de baixo dele e fui correndo em direção a cozinha. Chegando lá me agarrei a pia, sentindo ainda pequenos arrepios descerem pelo meu corpo e o meu coração acelerado. Onde eu estava com a cabeça quando o permiti fazer isso? Onde ele estava com a cabeça fazendo isso? Olhei para as minhas mãos e percebi que estava tremendo. Era melhor eu começar a fazer o jantar.

Edward Pov

- Oi filho. – tinha acabado de me sentar no sofá que há poucos segundos atrás estava com Bella.

Meu pai entrou sorridente pela sala, mas logo suas feições mudaram.

- Que cara é essa? – perguntou.
- Nada não. – minha voz saiu num fio.
- Cadê a Bella?
- Fazendo o jantar. – respondi rápido e com menos palavras o possível.
- Hum. Está assistindo o que? – perguntou se sentando do meu lado.

Eu não sabia o que eu estava vendo.

- Nada. Estou só passando os canais. Toma o controle. Vou para o meu quarto. – levantei depressa do sofá e subi as escadas.

Entrei no quarto e me deitei na cama. Fiz uma besteira. O gosto do proibido ainda brincava na minha língua, o gosto dela. Eu não acredito que fiz aquilo. Estava bem, mas foi como se minha vista tivesse escurecido, e quando percebi já tinha feito. Foi tão bom tê-la ali, ela ia ser minha se meu pai não tivesse chegado mais cedo do trabalho. Não posso pensar isso. Definitivamente, não posso.